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Procedimentos cirúrgicos e afecções com sede no pênis e

prepúcio do touro, carneiro, bode, cachaço e búfalo.

PREPÚCIO e PÊNIS:

Fatores predisponentes e determinantes

Características congênitas
Grande comprimento do prepúcio;
Micção no interior da bainha prepucial;
Onanismo;
Desvio de pênis;
Tratamentos irritantes do pênis e mucosa prepucial;
Traumatismos (feridas causada por arame farpado, arbustos,
pisadura, picadas de insetos, etc.) leves e constantes devido ao
prolapso da mucosa prepucial;
Parasitos;
Microorganismos.

Pênis infantil (hipoplasia peniana) - anomalia congênita, não deve ser


utilizado na reprodução.

Persistência do freio prepucial - 4 meses e se completa aos 8-11


meses de idade.

Fundo de saco prepucial ou divertículo prepucial - Deve-se a uma


retração cicatricial defeituosa do funículo umbilical em conseqüência
de onfaloflebite. Algumas vezes, permitindo a exteriorização do pênis
outras não. Com o crescimento do animal, há um desvio do óstio
prepucial, pela aderência.

Tratamento: cirurgia plástica com retirada de todo o cordão umbilical


espessado e fibrosado.

Prolapso de mucosa - A mucosa torna-se edematosa e projeta-se pelo


orifício prepucial (pendente).

Devido a processos irritativos inflamatórios (pouco comum);


Ausência ou debilidade do músculo retrator do pênis.
Abscessos - causados por traumatismo com entrada de
microorganismos (Estreptococos, Estafilococos associados ou não a
Arcanobacter pyogenes).

Tratamento: limpeza, drenagem e adstringentes.


Quando encapsulado retirar cirurgicamente deixando um
dreno (retirada de uma parte a cada dia).

Balanite – inflamação do pênis, geralmente com acúmulo de pus na


glande.

Tratamento: limpeza com gaze e furacin, ringer, etc.


Procurar identificar a causa primária e tratá-la.

Postite – inflamação do prepúcio.

O suíno é um animal que pode ter postite por causa do divertículo


prepucial, local de acúmulo de secreções e sujeiras.

Tratamento: limpeza, antisséptico e antibiótico local.

Balanopostite - Inflamação do pênis e prepúcio.

a) Etiologia: equinos - traumas, dorina (Trypanosoma


equiperdum), eqüino herpesvirus III (Exantema coital equino – ECE) e
parasitos;

bovinos - traumas e herpesvirus I.


A balanopostite causada por bactérias em bovinos
não é comum.

b) Diagnóstico: podemos ter alteração do quadro espermático por


causa das bactérias oportunistas e seus produtos. Odor fétido
causado por pseudomonas spp.

Exames laboratoriais: pesquisa de parasitos, cultivo e


antibiograma - um simples isolamento de Taylorella equigenitalis é
considerado diagnóstico de MCE.
c) Tratamento:
Em casos de colonização com Pseudomonas aeruginosa e
Klebsiella spp - higienização diárias com iodine (povidine) e água com
ácido hidroclórico, secar o pênis e aplicar creme com 1% de
sulfadiazina de prata, diariamente por 1-2 semanas. E controle com
seriadas culturas.

d) Profilaxia: Evitar o excesso de higienização porque pode predispor


a doença.
Utilizar antibiótico no sêmen (5-30 minutos) - 100mg de
sulfato de gentamicina na IA.

Ovino e caprino - é crônica, moderadamente contagiosa e causada


por Corynebacterium renale mais alta dieta de proteínas.

Os organismos produzem urease, que catalisa excessiva uréia


na urina para amônia a qual irrita a mucosa prepucial. Pelo inchaço
pode haver acúmulo de urina e exsudato, fístula entre a cavidade
prepucial e a superfície do corpo.

Tratamento: antibioticoterapia e limpeza.

Profilaxia: diminuir a quantidade de proteína na ração.

Acrobustite - inflamação do óstio prepucial, acompanhada de ferida,


úlceras e necrose.
O trauma é o agente etiológico mais comum.
O prolapso de folheto prepucial constante pode ocorrer como
pode também ser um fator predisponente e ter sido causado por outra
patologia (ex. fratura de pênis, divertículo prepucial, etc.).

Tratamento: Agudo - tratar o processo inflamatório.


Crônico - cirurgia.

A cirurgia é indicada quando já há formação de tecido fibroso ou


estenose irreversível do óstio prepucial.

Preparar o animal para cirurgia – diminuir o edema, deixar a ferida


granular e eliminar a infecção.
Evitar a incisão circular porque causa posterior fimose.

Após a cirurgia deve ficar um comprimento de mucosa prepucial pelo


menos duas vezes o comprimento da parte livre do pênis.

Fimose – estenose do óstio prepucial impedindo a exteriorização do


pênis.

Congênita:

Adquirida: traumatismo, neoplasia, cicatrização que leva a


processo de estreitamento do orifício impedindo a saída do pênis.

Eqüino – a principal causa é devido a processos cicatrizáveis e o


defeito congênito é mais raro. Tumores como os melanomas e
habronemas podem levar a formação de fimose.

Bovino - edema e inflamação devido a contusões, lacerações e outras


injúrias impedem a retração da mucosa prepucial para dentro da
bainha prepucial.

Ovino e caprino – não é comum.

Tratamento - A maioria regride espontaneamente.


Limpeza diária e lavagens com água oxigenada até não
haver mais formação de espuma.
Antibióticos oleosos no local e de largo espectro por via
sistêmica para prevenir a formação de abscessos.
Proteger o prepúcio prolapsado com substâncias oleosas
e bandagens.
A remoção cirúrgica de tecido fibrosado após a
cicatrização poderá ser feita e algumas vezes será necessária.
O prognostico depende da severidade e evolução do
tratamento.
Conseqüência – o animal não consegue eliminar o
esmegma, ocorre inflamação, por ser irritante. Ocorre também
acúmulo de urina.
Parafimose - inabilidade do pênis de retornar (retrair – interiorizar - o
pênis) a cavidade prepucial.

Não deve ser confundido com priapismo (ereção peniana persistente,


geralmente não associada a interesse sexual), pois não existe
completa ereção mas só ingurgitamento de sangue.

Ocorre em casos de fimose em que o pênis consegue exteriorizar-se


mas não consegue interiorizar-se.

Presença de pêlos que aderem ao orifício prepucial.

Megalopênis.

Equino - pode ser por trauma, debilidade ou paralisia em seguida ao


uso de tranqüilizantes (derivados de fenotiazina que bloqueiam os
impulsos simpáticos da musculatura lisa do tecido eréctil dos corpos
cavernosos do pênis) com o relaxamento da musculatura lisa, os
corpos cavernosos se ingurgitam de sangue resultando na extensão
do pênis.

Na ausência de andrógenos as células da musculatura lisa do tecido


eréctil se atrofia, levando a diminuição do tamanho dos espaços
cavernosos). O edema impede a drenagem venosa e linfática e o
pênis fica penduloso.

Pode evoluir para uma balanopostite ulcerativa crônica. A glande e o


corpo livre do pênis tornam-se ressecados, engrossados e
endurecidos. O pênis paralítico não entra em ereção mas a condição
se parece com priapismo, desde que os corpos cavernosos fiquem
parcialmente ingurgitados de sangue.

O sangue pode coagular nos espaços cavernosos em casos


demorados. A parte final do pênis se torna fria ao tato, e um coágulo
firme pode ser palpado no corpo dos corpos cavernosos do pênis
como organização da fibrina. O ingurgitamento vascular é impedido, e
o garanhão não pode atingir a completa ereção.
Tratamento e prognóstico - redução do edema e repor o pênis dentro
do prepúcio o mais rápido possível.

Pode ser feita uma sutura com fio grosso no óstio prepucial para reter
o pênis.

Hidroterapia fria durante 30-60 minutos 2 vezes por dia pode ser útil
para reduzir o inchaço no início.
Antiinflamatórios e diuréticos podem acelerar a redução do edema.
Antibióticos oleosos 2 vezes ao dia nas feridas.
Corticóides é benéfico se o edema inflamatório está presente.
Antibióticos sistêmicos devem ser usados para controlar a infecção.

Na paralisia induzida por drogas imediatamente injetar lentamente por


via intravenosa 8 mg de mesylate de benzotropine para causar
destumescência e retração do pênis.

Em casos crônicos o tratamento é o mesmo da parafimose traumática.


O prolapso crônico muitas vezes requer a amputação (penectomia).

O prognóstico é bom quando o pênis é recolhido em 5 dias de


tratamento.

Apesar de não serem aptos para a ereção completa, alguns


garanhões podem adquirir a habilidade de ejacular quando assistidos
com a colocação do pênis dentro da vagina da fêmea ou vagina
artificial. Os garanhões podem perder a habilidade para ejacular se a
enervação sensitiva está perdida.

Conseqüência – necrose, hiperemia passiva e isquemia


associada à necrose e gangrena do órgão, ou seja, o pênis fica
tumefeito, cianótico e com o transcorrer do processo necrose e
gangrena do órgão.

Bovino - causada por trauma, tumores, distúrbios na enervação e


raiva.
A persistente exposição do pênis resulta em congestão,
inflamação e necrose do intertegumento do pênis.
Tratamento - ídem eqüino
Ovino e caprino - é rara. Tratamento - ídem eqüino.
Canino e felino - é rara.
Desvio peniano

Três formas: espiral;


ventral; e
curvatura em forma de S.

É permitido um desvio lateral direito de 30 graus.

Desvio em espiral é mais comum, touros de 2,5-5 anos, com


história de estações bem sucedidas.

Geralmente ocorre por trauma e aderência.

O desvio em espiral ocorre quando ligamento apical do lado


esquerdo do pênis no pico da ereção fica fino e o pênis desvia para a
esquerda.

O desvio em espiral só deve ser considerado anormal quando


impede a intromissão, pois mais de 50% dos touros apresenta um leve
desvio em espiral.

Desvio ventral é menos comum do que o espiral.

É provável que a estrutura suspensória normal falhe para


compensar a curvatura ventral normal do pênis erétil.

Estiramento ou deterioração de fibras do ligamento apical


permite que se desenvolva o desvio ventral.

Curvatura em forma de S é o menos comum dos desvios.

Causados por disfunção do ligamento apical. Esta condição


ocorre em touros velhos e é devido a pênis excessivamente comprido
e ligamento anormal ou inadequado comprimento do ligamento apical
devido às sequelas de cicatrizes por traumas e perda de comprimento.

Tratamento - não se recomenda. O touro deve ser utilizado em IA.


Nos dois primeiro casos, pode-se fazer um implante de uma faixa de
tecido de mais ou menos 3 x 12 cm de fáscia entre o ligamento dorsal
e a túnica albugínea.

Desvio do pênis (hereditário) - divertículo prepucial no GIR.


Diagnóstico: Vagina transparente, eletroejaculador, masturbação, teste
de salto.

Fratura do pênis (hematoma peniano, ruptura do pênis, pênis


quebrado) - devido a traumatismo, principalmente quando a vaca cai
no momento que o touro introduz, ou o touro bate com o pênis na
região perineal.
Por definição é toda injúria que forma um coágulo ao redor do
pênis.
O hematoma no touro resulta de uma fenda (ferida) da túnica
albugínea para dentro do corpo cavernoso (corpus cavernosum) do
pênis resultando na formação de coágulo peripeniano.
A fenda (fístula) geralmente ocorre na região dorsal, na curvatura
distal da flexura sigmóide, é transversal e mede em torno de 2 a 7 cm
de comprimento.
Geralmente o proprietário chama o Veterinário por que observou
prolapso de prepúcio.
O inchaço e o acúmulo de sangue, geralmente, é simétrico ao
redor do pênis, no início flutuante e depois de 10 dias firme.

Diagnóstico Diferencial: Abscesso retroprepucial;


Laceração prepucial com ou sem abscesso, ou
Postites.

Tratamento conservativo: Mais de 50% ficam bons só com descanso


sexual de 90 dias. Antibioticoterapia por 10 dias para prevenir
abscessos.

Tratamento cirúrgico: Antes dos 10 dias por causa da grande


quantidade de fibrose após este período há dificuldade para
exteriorização do pênis.

- 20 cm de incisão em cima do inchaço, anterior e paralela às tetas


rudimentares;
- aprofundar até o hematoma ser visível;
- controlar a hemorragia, ligando os vasos;
- incisar o hematoma (ele está organizado numa lâmina de tecido
elástico) e retirar os coágulos (vermelhos escuros);
- lavar a cavidade com povidine 3% (povidone iodine) aquecida em
solução salina;
- expor o pênis pela incisão;
- localizar o local de inserção dos músculos retratores e a uretra;
- fazer leve incisão longitudinal lateral no pênis para localizar a
albugínea, rebatendo dorsalmente as lâminas elásticas;
- reavivar as bordas da fístula, menor quantidade de tecido possível;
- suturar com categute cromado n. 1 ou fio melhor, em X;
- suturar os espaços (lâminas elásticas), categute 3-0;
- suturar a pele com fio não absorvível;
- antibioticoterapia por 5 dias;
- retirar os pontos com 10 dias;
- descanso sexual por no mínimo 60 dias.

Seqüelas:
Recidiva na estação seguinte, com a cirurgia há diminuição
desta possibilidade;
Abscessos nos hematomas;
Aderência no pênis;
Perde a sensibilidade do pênis (lesão nos nervos penianos);
Perde a ereção (bloqueio nos corpos cavernosos com
impedimento da completa ereção ou formação de neovascularização
impedindo uma completa pressão nos corpos cavernosos).

Eqüino: Raro.

Bovino: comum. Inicialmente há um hematoma, com aumentada


sensibilidade, coágulo se organiza, formando aderências. O animal
anda em cifose (encurvado), inseguro. Deve-se evitar a cobertura.

Canino: freqüentemente vem acompanhado de fratura do osso


peniano (os fragmentos do osso podem penetrar na uretra, corpo
cavernoso e túnica albugínea). Fratura com vários fragmentos
pequenos e transversais não há maiores problemas.
Falha na Ereção

O processo de ereção depende de que os corpos cavernosos


peniano (CCP) sejam um sistema fechado.

1. O sangue vem para os corpos cavernosos através de duas


grandes artérias na parte final distal da raiz (crura).

2. Esses dois vasos convergem para um canal dorsal simples


que se estende distalmente da flexura sigmóide.

3. Dois canais ventrais se estendem da flexura sigmóide para


a porção distal dos corpos cavernosos.

4. Os canais dorsal e ventrais se comunicam com o espaço


cavernoso dos CCP, por todo comprimento do pênis.

Não deve haver comunicação vascular dos espaços cavernosos e a


túnica albugínea.

A ereção se inicia sob estimulação sexual que produz contração


rítmica dos músculos isquiocavernosos impulsionando (bombeando)
sangue da crura para dentro do canal dorsal e conseqüentemente
para o interior dos espaços dos corpos cavernosos peniano (CCP).

As contrações do músculo isquiocavernosos causam oclusão da


veia crural de parede fina que drena sangue dos corpos cavernosos.

A pressão sangüínea intra corpos (pressão hidrostática) aumenta


rapidamente e a ereção completa é atingida, caracterizada pelo
aumento do comprimento e endurecimento do pênis.

Dois fatores podem impedir de ocorrer ereção:

a) saída de sangue dos CCP por perda de sua capacidade de


ser um sistema fechado; e

b) impedimento de chegada de sangue aos CCP.


A drenagem venosa anormal dos CCP é mais comum em touros
jovens que se apresentam com boa libido, mas que nunca atingem
ereção e intromissão.

Em tais touros existe considerável atividade dos músculos


isquiocarvenosos antes e durante o salto, isto visto pelo movimento da
base da cauda que sobe e desce (parecendo bombear sangue).
Contudo, o pênis permanece flácido por todo seu comprimento.

A causa, geralmente, é por falha (perda) da oclusão das veias


que drenam os CCP durante a vida fetal.

No touro a causa mais comum de falha na ereção é por defeito


na túnica albugínea que impede a formação de um sistema fechado
dos corpos cavernosos, por meio do escape de sangue.

Esses defeitos estão mais associados com hematoma peniano.

Que predispõe à formação de anastomoses vasculares que


proporcionam o escape de sangue para vasos da região peripeniana.

Menos comuns são os defeitos múltiplos por toda a albugínea.


Esta condição tem sido descrita como fraqueza congênita da túnica
albugínea. Nesta ocorrência, o touro poderá ter história de uma ou
mais estações de cobertura com sucesso antes do desenvolvimento
dos desvios (“shunts”).

Diagnóstico: Exame andrológico, comportamento sexual e


radiografia. Quando possível, deve-se palpar o pênis no momento do
salto para verificar se o ingurgitamento ocorreu. No caso de múltiplos
“shunts” pode-se notar uma vermelhidão intensa na parte distal do
pênis.

Radiografia – uso de contraste radiográfico injetado dentro dos


CCP com o animal sob anestesia, pode evidenciar a presença de
pequenas veias dorsais ectópicas drenando sangue dos CCP.

Tratamento: quando existem muitas pequenas veias espalhadas


a condição, raramente, pode ser resolvida por cirurgia. O tratamento
cirúrgico só é indicado quando a causa for por seqüela do hematoma
peniano.

Oclusão do canal longitudinal do pênis –

Durante a ereção as mudanças na pressão sangüínea que são


iniciadas pela atividade do isquiocarvenoso são transmitidas por todo
o comprimento dos CCP pelos canais longitudinais. Ausência
congênita ou bloqueio adquirido desses canais previne a ereção.
Ambos touros jovens e velhos que já tenham sido utilizados com
sucesso por vários anos podem ser afetados por esta condição.

Tumores

Bovino:

Fibropapiloma do pênis (papilomatose)

– animais jovens (freqüentemente os únicos) entre 1 e 3 anos e


provocam problemas na cópula e fertilidade. Apresenta-se sob a forma
pediculada, formando saliências através do prepúcio.

Etiologia - É de natureza subepitelial causado pelo vírus da


papilomatose bovina que causa crescimento neoplásico de
fibroblastos após haverem penetrado na pele através de algum
ferimento.
Alguns regridem espontaneamente dentro de 5 meses (mais em
touros até 2 anos).
Pode ser simples ou múltiplos. Localiza-se, geralmente, na
glande e porção livre do pênis, e menos no prepúcio.

Sintomas – Hemorragia após a cópula, dificuldade de exposição do


pênis, evita a cobertura. Às vezes só notado ao exame andrológico.
Pode levar a fimose ou parafimose.

Diagnóstico – exame visual e/ou histológico (biopsia).


Tratamento - cirurgia, vacinas e amputação.
Cirurgia –
1. tranquilização,
2. contenção,
3. exposição do pênis,
4. fixação por meio de uma pinça fixada no ligamento apical dorsal
ao pênis,
5. antissepsia,
6. torniquete,
7. anestesia (bloqueio local – 5-10 mL de xilocaina 2%) no
subcutâneo e albugínea,
8. sondar a uretra,
9. excisão,
10. hemostasia,
11. sutura com pontos simples e categute n. 0 cromado,
12. antibioticoterapia tópica.

Pode haver recidiva, por isso deve-se examinar após 3 semanas


e se não houver crescimento da lesão o touro poderá ser liberado para
cobertura. Vacinar 3 semanas antes de juntar os touros.

Eqüino:

Carcinoma das células escamosas é o mais comum, é benigno e não


metastático.
Grandes tumores podem ulcerar e sangrar.

Diagnóstico diferencial – habronema por meio da histologia


(carcinomas são rodeados de eosinófilos, necrose e calcificação sem
larvas de parasitos).
O esmegma prepucial pode ser carcinogênico e favorecer a
formação dos carcinomas das células escamosas.

Melanoma – (cavalos cinza, tordilhos) tumor geralmente da derme e


subcutâneo, firme ou mole, cavalos idosos, evolução lenta, benigno
por muitos anos, e metástase e morte.

Angioma e Linfosarcoma – ocasionais, seu significado é


desconhecido. Tratamento: criocirurgia, hipertermia (cauterização)
quando pequenos (< 2 cm), cirurgia e amputação.

Sarcóides podem ocorrer


Papilomas são menos comuns.

Canino:

TVT ou Tumor de Sticker - processo de irritação do prepúcio e pênis.


Localiza-se geralmente na parte dorsal do pênis. Únicos ou múltiplos,
ulcerados, aspecto de couve-flor, friável e sangra com facilidade.
Transmitido por meio do coito. Pode ser encontrado em outros tecidos.
Tratamento:
cirurgia, radioterapia e medicamentoso com vincristina.

Parasitos

Eqüino:

Habronema megastoma - são friáveis e hemorrágicos (hemospermia),


prurido pode ser intenso.
Diagnóstico: identificação das larvas ao microscópio.
Tratamento: Ivermectinas local e cirurgia com retirada dos
granulomas.

Urospermia

Eqüino: não comum. Não se sabe com certeza a causa.

O fechamento do esfincter da bexiga e a emissão seminal são


controlados pelo sistema nervoso simpático -adrenérgico e um
distúrbio neste padrão pode levar a urospermia.

Da mesma forma que neuropatias de bexiga (neurite da cauda


eqüina, dano secundário de nervo no eqüino herpesvirus III, ou
sorgo/sudangrass venenoso) resultantes de paralisia da mesma
podem provocar incontinência urinária que permite expelir durante a
ejaculação.
A maioria dos garanhões não exibem sinais de deficiência
neurológica.
Patologia clínica: sêmen - uréia >10-25 mg/dl e creatinina >1-2 mg/dl.
Tratamento: Colheita fracionada do sêmen só os 3 primeiros jatos,
provocar a micção antes da colheita, diluir o sêmen em extensores (se
a contaminação for mínima), centrifugação.

Trauma da uretra e uretrites -

Equino: Mais comum - os traumas do pênis (esmagamento,


laceração, perfurações, etc.) podem atingir a uretra causando
contusões, lacerações, perfurações e hemorragias.

Etiologia: A maioria das injúrias envolvem o processo uretral o qual é


ingurgitado com sangue e protrai cranialmente durante a ereção,
sendo facilmente lacerado pelos pêlos da cauda e coice da égua.

É também um lugar comum de granulomas parasíticos.

Bactérias secundárias podem invadir como as Pseudomonas


spp.

As contusões do pênis com hemorragia e inchaço podem


obliterar a uretra, resultando na retenção de urina e ruptura da bexiga.

Garanhões amarrados inadequadamente podem causar


esmagamento, necrose compressiva e prolapso de vasos subepiteliais
que através de fendas na uretra resultam em hemospermia.

Sintomas: injúrias traumáticas do processo uretral são claros e se


caracterizam por hemorragia.

Granulomas habronemóticos são sólidos e friáveis.

As úlceras freqüentemente se tornam invadidas


secundariamente por bactérias como as Pseudomonas spp.

A lesões parasíticas tendem a voltar durante o inverno, mas se


não tratadas elas podem se mineralizar e resultar em hemospermia
recorrente durante as estações de monta seguintes.
Diagnóstico: Uretroscopia, ultrassonografia, microbiológicos (uretra,
urina e sêmen), histológicos (biopsias) e radiografias com contraste.

Tratamento: Descanso sexual, antibióticos (que são eliminados pela


urina), vermífugos (granulomas parasíticos), cirurgia (granulomas com
mineralização), cauterização com nitrato de prata (hemorragias e
ulcerações).

Bovino:

Fístula uretral é difícil de reparar por causa da micção do touro ser em


jatos.
Às vezes, para melhor resultado, é necessário fazer uma
uretrostomia isquial e inserir um cateter dentro da bexiga.

Anestesiar com xilocaína 2% bloqueando o nervo dorsal, inserir


um cateter na uretra como guia, reavivar as bordas da fístula e suturar
com pontos simples e categute cromado 3-0, e pele com fio não
absorvível, remover o cateter, antibioticoterapia (se uretrostomia
isquial foi feita administrar por 10 dias penicilina, limpar a uretrostomia
diariamente, remover o cateter depois de 2 semanas.
Não expor o pênis por 10 dias, retirar os pontos após 10 dias e
só a partir de 30 dias liberar o touro para cobertura.

Ovino e caprino: é comum a obstrução do processo uretral (litíase)


que deve ser retirado cirurgicamente sem prejuízo para reprodução.

Canino e felino: mais comum no cão devido a fratura do osso peniano


e perfuração da uretra peniana.

Penectomia – indicada em processos irreversíveis e ruptura da uretra.

Contenção (decúbito lateral direito com a região anterior elevada);


anestesia (epidural);
incisão (12 cm) no períneo (escudo);
aprofundar a incisão e expor o pênis;
livra (dissecção) o pênis das membranas conjuntivas (aponeurose);
traciona-se o pênis caudo-dorsalmente;
livra o pênis do prepúcio (se existe necrose há liberação do pênis sem
incisão do prepúcio);
ligam-se os vasos dorsais do pênis próximo a região de incisão;
secciona-se o pênis 5 cm distante da borda da ferida (incisão) da pele;
sutura-se o coto preservando a uretra aberta (usar-se fio não
absorvível), iniciando-se na mucosa uretral, albugínea, e estendendo a
sutura a pele;
mantém-se um tubinho (15 x 1 cm) inserido na uretra por 5 dias para
diminuir a hemorragia proveniente do corpo esponjoso;
fecha-se o restante de pele.
Antibioticoterapia, retirar os pontos com 10 dias, observar estenose da
uretra, curativos...

Aderências

Feridas com cicatrização anormal.


Nos grandes animais com problemas de pênis devem ficar em
repouso (30-90 dias) da reprodução (dependendo da evolução).
Procurar exercitar os movimentos do pênis com o prepúcio para
evitar aderências (fêmea em cio, miorelaxantes, etc.)

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

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