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Oftalmologia – anexos oculares

Quais são os anexos oculares? – Sem os anexos não há visão (para que a córnea se mantenha
sadia, lubrificada, transparente é necessário que os anexos funcionem normalmente)

 Pálpebras superior e inferior


o Incursão palpebral - lubrifica e leva nutrientes para a córnea, a córnea não
tem vaso sanguíneo, sendo nutrida pelo humor aquoso internamente e pela
lagrima externamente
 Terceira pálpebra
o Tem uma glândula lacrimal
o Cartilagem
 Conjuntiva
o Tudo que reveste as pálpebras e bulbo
 Cílios
o Protegem, propriedade tátil - reflexo palpebral
 Aparelho lacrimal – sistema dentro do sistema oftálmico
o Glândula lacrimal da terceira pálpebras (30-40% da lagrima)
o Glândula lacrimal principal – difícil ter problemas (falha na produção 60-70%
da lagrima)
o Ducto nasolacrimal
 Limbo células mãe – regeneração da córnea
 Glândulas tarsais – lipídeos que constituem a lagrima junto com as células caliciformes

Afecções das pálpebras

 Anquilobléfaro – não abertura


 Entrópio - o que mais acontece
 Ectrópio – sempre pálpebra inferior (basset hund, fila brasileiro)

Anquilobléfaro
Falha na abertura da fissura, que deveria ocorrer após 10-14 dias de vida

 Incomum (é comum, mas a pessoas não levam ao veterinário), bilateral, felinos e cães
 Associações com conjuntivite = oftalmia neonatal
 Tratamento = massagem delicada ou distensão mecânica com pinça + pomada
oftálmico ou colírio com antibiótico
o Lavagem com solução fisiológica e forçar abertura
 Oftalmia neonatal – colírio com antibiótico (humano)

Neoformações palpebrais*

 Adenoma sebáceo – muito comum em cão velho, raças de porte pequeno


o Benigna, quase não mexe, retirada pode reduzir a pálpebra
 Papilomas palpebrais – tratamento melhorar a imunidade, Thuya occidentalis C6 10
gotas VO, BID, 10 dias
 TVT conjuntival – remoção cirúrgica usar um corticoide (dexametasona) para reduzir o
tamanho
 Carcinoma de células escamosas – enucleação em casos graves
 Hemangioma na conjuntiva da terceira pálpebra

Entrópio
Inversão da margem palpebral

 Pálpebra superior e/ou inferior


 Bilateral, congênito ou adquirido
 Cães: bulldog inglês, são Bernardo, Cocker, rottweiler SRD, Sharp pei
 Gatos: persas

Etiologia

Diferença de tensão entre os músculos palpebrais

 + conformação do crânio
 + anatomia da orbita
 + pregas cutâneas

Sinais clínicos

 Blefarite
 Lacrimejamento
 Epifora
 Blefarospasmo
 Enoftalmia
 Secreção mucopurulenta

Tratamento

 Várias técnicas cirúrgicas


 Depende: espécie, raça, severidade, idade, posição do Entrópio

CUIDADO: SUPER-CORREÇÃO →ECTRÓPIO

Pregueamento temporário das pálpebras – filhotes de Shar pei

Não pode retira pele pq está em crescimento

 Fio numa prega sai e passa em outra prega depois faz o nó


 Fio não absorvível (nylon 4-0)
 Não retirar os pontos (caiem sozinhos depois de criar a fibrose + de 40 dias)
 Limpeza com solução fisiológica

Hotz-Celsus - técnica definitiva

 Retirada de fragmento de pele e musculo


 Modificações: para Entrópio medial; para Entrópio de canto lateral
 Pomada oftálmica (neomicina, gentamicina, ciprofloxacina- em casos mais extensos
cefalexina)
 Tramadol 3-6 mg/kg + dipirona
 Butorfanol
Técnica do pinçamento – Hotz Celsus para mais seguranç

 Pinça hemostática e retirada de pele e musculo


 Simples separado fio não absorvível (10 dias para retirada))
 Pomada oftálmica (neomicina, gentamicina, ciprofloxacina- em casos mais extensos
cefalexina)
 Tramadol 3-6 mg/kg + dipirona
 Butorfanol

Distiquíase, Triquíase cílio ectópico


Distiquíase – cães, gatos não tem cílio

 Cílio nasce dentro da glândula tarsais pálpebra se direcionando para a córnea


(blefarospasmo, epífora, lacrimejamento excessivo, ulcera de córnea, enoftalmia –
sinais de irritação ocular
 Normal – nascer a frente da glândula tarsais

Triquíase– cães, gatos não tem cílio

 Nasce na posição correta mais se direciona para a córnea

Cílio ectópico– cães, gatos não tem cílio

 Nasce dentro das glândulas tarsais e

Distiquíase – muito comum


 Cílios emergem das glândulas tarsais e atingem a córnea
 Pálpebra superior ou inferior
 Pequinês, Coker, bulldog, dachshund, collier, poodle, Shih Tzu

Sinais clínico

 Lacrimejamento
 Blefarospasmos
 Ceratite (inflamação da córnea) superficial
 Ulcera corneana

Tratamento

 Microcrioepilação (oxido nitroso) – não usa muito, difícil de congelar só o pelo


 Eletroepilação (corrente elétrica por 20’’) – definitiva não nasce, pode ser necessário
repetir o procedimento
 Epilação com pinça – feito a cada 1,5 mês

Triquíase
 Cílio localizados normalmente, MAS direcionados para a córnea
 Pode ocorrer devido: pregas nasais (raças com muitas pregas – braquicefalico),
coloboma palpebral (anomalia congênita o gato nasce sem a porção lateral da
pálpebra superior), hereditária (coker – Triquíase do cocker idoso-, Sharp ei, chow
chow)metil
Sinais clínicos

Lacrimejamento, blefarospasmo eratite superficial, ulcera corneal, secreção

Tratamento

 Depende da causa e da localização

Cocker idoso – ptose das pálpebras superior (qual a técnica e o que é a doença – prova)

Tratamento: técnica de Stades

 Incisão paralela a 0,5 mm da margem palpebral


 Flap de pele em “sobrancelha de palhaço”
 Sutura em borda dorsal a 5 mm da margem palpebral
 Porção aberta da ferida = cicatrização por 2º intenção
 Fio absorvível – apesar de não ser indicada para pele, já que na pálpebra é mais
delicada, menor tensão

Síndrome ocular do cão braquicefalico

 Cães com muita exposição de esclera (fissura macro palpebral)


 Entrópio de quanto medial – prega nasal empurra o quanto a palpebral
 Triquíase caruncular

Triquíase caruncular (shih tzu tem pelos nas carúnculas)

 Hotz-Celsus modificada para Entrópio de canto medial e Triquíase de carúncula ou


cantoplastia medial

Sequelas

 Lacrimejamento
 Ceratite em canto nasal e posterior melanose
 Ceratite ulcerativa

Tratamento sistêmico

 Limpeza com pomada oftálmica com antibiótico (gentamicina, tobramicina,


clorafenicol) – não pode ter corticoide
 Antibiótico sistêmico - Cefalexicina
 Tramadol e dipirona

Cílio ectópico

Cílio adicional originado da gl tarsal que emerge através da conjuntiva palpebral e atinge a
córnea – é preciso everter a pálpebra para visualização

Sinais clínicos

 Blefarospasmo
 Epífora
 Lacrimejamento
 Ceratite superficial
 Ulcera corneana
Tratamento

 Excisão em cunha do cílio e da glândula – pode utilizar PANT de biopsia

Pós-operatório

 Pomada oftálmica
 Colírio bacteriana
 Colar elizabetano (tempo curto)

Cherry Eye
Hipertrofia/hiperplasia da glândula lacrimal da 3 pálpebra ou protrusão da 3 pálpebra

 Hereditária: afrouxamento da ligação entre glândula/ cartilagem e periórbita


 Cães jovens: Cocker, bulldog, shar pei
 Relação com período vacinal - Terceira pálpebra – folículos linfoides vacinação
estimula esses folículos com a glândula sofrendo hipertrofia e hiperplasia
 Afrouxamento: glândula protrui e fora do seu lugar anatômico ela inflama e sofre
hiperplasia

Tratamento

 Objetivo: recolocar e NÃO extraí-la –produção de 30% da lagrima


 Fazer uso de colírio e dexametasona no pré-operatório para diminuir a glândula (1
semana antes
 Técnica cirúrgica: sepultamento com fixação no periósteo
o Ancoragem as cegas na borda do osso da orbita, transpassa a glândula –
associação com a técnica de Morgan em cães com gld muito hipertrofiada
 Sepultamento através de sutura da conjuntiva bulbar (técnica de Morgan ou pocket)
o Com o tempo diminui a hipertrofia
o Dupla sutura: simples continuo + cushing – melhor pq diminui chance e
deiscência e risco de ulcera de córnea
o Fio absorvível (4-0, 5-0)
 Colírio de dexametasona para redução da glândula no pré-operatório
 Colírio com Antibiótico (gentamicina) BID por 10 dias
 Colar elizabetano por 21-30 dias

Ceratoconjuntivite Seca (CCS)


Inflamação da córnea e conjuntiva causada pela baixa produção da porção aquosa da
lagrima

 É uma das doenças oftálmicas mais comuns


 Possui diagnostico fácil e rápido
 Porém é a menos diagnosticada pelos veterinários - secreção mucopururlenta –
conjuntivite bacteriana (não existe nenhuma bactéria que causa conjuntivite
bacteriana no cão, a infecção bacteriana na CCS ocorre de forma secundaria)
 Lagrima – porção aquosa (gld lacrimal principal e da terceira pálpebra), mucoide
(células caliciformes) e lipídica (gld tarsais) – característica de secreção
 Destruição imunomediada
Mais incidência

1. York Shire terrier; 4 a 5 anos


2. Cocker Sp: idosos – hereditário etiologia genético
3. Raças braquicefálicas
4. Raças predisponentes: pinscher, lhasa apso, shih tzu, bulldog inglês, West highland
White terrirer, mas pode ocorrer em qualquer raça

Etiologia

 Imunomediada - 80%
 Iatrogênica: excisão da glândula lacrimal da terceira pálpebra, Colírio de atropina,
sulfonamidas (acompanhar com teste de Schirmer)
 Congênita Aplasia ou hipoplasia das glândulas lacrimais: rara
 Atrofia da glândula lacrimal (senilidade)
 Doença sistêmica: cinomose, herpes vírus felino tipo 1 (inflamação da gl),
hipotireoidismo
o Infecciosa – cinomose (corioretinite)
o Hipotireoidismo
o Diabetes Mellitus
 Neurogênica: lesão de nervos das vias aferentes e/ou eferentes para o estimulo da
produção da fase aquosa

Sinais clínicos

Dependem do grau de evolução da CCS

 Hiperemia conjuntival
 Falta do brilho da córnea
 Secreção mucosa (amarela ou verde, dependendo da infecção secundaria)
 Blefarospasmo, ulceras de córneas
 Pigmentação e neovascularização corneais (casos crônicos)
 Superfície corneana irregular, desconforto

Diagnostico

Inspeção dos sinais clínicos

Histórico de insucesso com tratamentos anteriores

Confirmação com teste de Schirmer

 1 min de teste
 Normal >15 ml/min
 10-15 ml/min (suspeito) + sinais clínicos = CCS
 0-10 ml/min – CCS

Dicas gerais

1. Cinomose: acumulo de secreção ocular e olhos secos frequentemente são os primeiros


sinais. Atentar para cães jovens em vacinação e idosos imunocomprometidos
2. Verifique a presença de anormalidades que possam estar contribuindo para a baixa
concentração da fase aquosa da lagrima. EX: shih tzu com Triquíase das dobras nasais
(irritação + efeito “sifão”)

Tratamento

Agentes imunomoduladores: ciclosporina A e tacrolimus - cancerígeno

 Estimulam produção lacrima, ↓ inflamação ocular, inibe células T e


consequentemente reduz produção de citocinas IL-2 e IL-4

Ciclosporina

 Comercial: optimmune (pomada a 0,2%)


 Manipulada: colírios ou pomadas 1 ou 2% - não é toda farmácia que pode, farmácia
licenciada para a manipulação para o olho (drogavet – algumas unidades, Curitiba)
 SID, BID ou TID por toda a vida – é muito caro começar BID para economizar
 Dose de manutenção em alguns casos é possível: SID ou EDA
 Se não tiver ulcera de córnea pode associar Colírio de dexametasona 0,1% - 7 dias BID,
7 dias SID, 7 dias alternados – tempo para a ciclosporina agir
 Ciclosporina por 5-6 meses – melhorou pode diminuir a frequência (BID para SID, ou
SID para dias alternados para economizar)
 Tacrolimus – mesma coisa da ciclosporina (não tem tempo para começar a agir

Tacrolimus

 0,03% - 0,2% Suspensão aquosa


 Análogo a ciclosporina com eficiência clinica superior (opinião de alguns
pesquisadores)
 Aumento de 5 mm/min no Teste Lagrima Schirmer dentro de 6 a 8 semanas.
 Carcinogênico para humanos

Corticosteroide

 Fase de ataque: 3-4X/dia/ 1 a 3 meses. Não utilizar por toda vida


 Dexametasona

Antibióticos

 Obrigatórios no caso de ulcera de córnea decorrente da CCS

Substitutos da lagrima

 Alivio: lacrimaPlus. Tears, tears gel – utilizar até que a ciclosporina inicie seu efeito
 Manter na geladeira
 Colírio basta 1 gota (2 gotas pesam e escorrem)
 Gel – uma bolinha em cima da córnea ou na conjuntiva inferior (casos refratários para
o resto da vida)

Soro autólogo/heterologo

 Rico em fatores de crescimento


 Heterologo de cavalo ou autólogo do paciente
 Fazer o preparo de forma estéril
 São mais eficazes que os substitutos da lagrima
 Não devem ser mantidos mais do que 5 dias em geladeira (2 frascos 1 congela por até
3 meses)
 Não compra o lubrificante

Cirurgia

 Não é muito recomendado


 Transposição do ducto parotídeo
 Casos refratários ao tratamento clinico
 Complicações blefarite, desconforto ocular, alterações da flora bacteriana conjuntival,
deposição de sais de cálcio da saliva na córnea

Ceratite ulcerativa
Camadas das córneas

 Epitélio corneano
 Estroma corneano - lamelas paralelas característica transparente
 Membrana de Descemet
 Endotélio corneano – responsável pelas trocas de metabolitos e nutrientes para a
córnea, ele é responsável pela passagem de agua e nutriente na quantidade adequada
para a permanecia da transparência

Ceratite ulcerativa – ulcera de córnea

Perda do epitélio associada a perda do estroma em maior ou menor grau

Classificação

 Superficial – lesão no início do estroma


 Indolente – superficial, mas não cicatriza facilmente, falha genética ou por senilidade o
estroma perde o contato com o epitélio (boxer, cães e gatos velhos)
 Profunda – perca de grande parte do estroma (tratamento cirúrgico)
 Descemetocele – perca de todo o estroma
 Melting – derretimento do estroma - colagenolise por enzimas bacterianas
(principalmente gram negativas)

Ulcera indolente

 Erosão epitelial
 Bordas elevadas e soltas
 Predisposição racial - boxer
 Meia-idade a idosos
 Sem histórico de trauma

Ulcera profunda

 Coramento mais aprofundado – saliência para baixo


 Mais inflamação

Descemetocele
 Saliência para fora
 A fluoresceína não cora membrana descement

Melting

 Neovascularização envolta da ulcera


 Aspecto de derretimento

Professora não usas nenhum Antiflamatórios – corticoide nunca!! estimula as colagenases e


atrasa a cicatrização

Etiologia

Anormalidades palpebrais: Entrópio, neoplasias, inflamação

Anormalidades os cílios e pelos: Distiquíase, cílio ectópico, Triquíase

Anormalidades do filme lacrimal: CCS – ceratoconjuntivite seca

Traumas: corpos estranhos, arranhões, exposição crônica (lagoftalmo)

Infecção: fungos, bactérias e vírus

Distrofia: ulceras indolentes, depósitos de cálcio

Químicos e irritantes: álcali, ácido, medicações, álcool, raios UV

Sinais clínicos

 Blefarospasmo, epifora, fotobia, miose = revelam dor


o Uveíte reflexa - íris e corpo ciliar – o corpo ciliar diminui a produção de humor
aquoso fazendo o olho ficar mole, tonometria baixa
o A inervação para superfície ocular sai do tronco do nervo trigêmeo – tanto
para córnea, íris e corpo ciliar, com a córnea inflamada a estimulação também
afeta de forma reflexa a íris e corpo ciliar
o Usar colírio de atropina para o relaxamento (alivio da dor) da íris e corpo ciliar
 Edema corneal = o estroma exposto “puxa” agua e faz edema
 Neovascularização corneal = tentativa de conduzir células e reparar a ulcera
 Severidade da dor depende
o Profundidade (ulceras superficiais são mais dolorosas)
o Presença ou não de uveíte reflexa

Diagnostico

 Inspeção: lupa, lanterna e sala escura


 Teste de fluoresceína – em bastão

Avaliar

1. Localização, profundidade e margens a ulcera


2. Conformação palpebral, cílios anormais e Triquíase
3. Procure por corpos estranhos
Diagnostico da descemetocele

 Visualização de um pocinho e membrana enegrecida no seu centro


 Corante cora as margens da ulceras, mas não o seu centro (membrana de Descement
não retém o corante)

Tratamento

Objetivo

 Prevenir infecções – antibióticos e amplo espectro


 Controlar a inflamação – Antiflamatórios não esteroidais – de preferência não fazer
 Controlar a dor – usar cicloplégicos (atropina) NUNCA prescrever anestésico – é
danoso a córnea

Ulcera superficial – tratamento medicamentoso

 Tenha certeza que a causa primaria não persiste


 Colírio antibióticos de amplo espectro: QID ou + vezes/5-7 dias – SÒ ANTIBIOTICO
 Pomada oftalmica antibiótica a noite/ 5-7 dias
 Atropina colírio: SID/ 2-3 dias (para dor) - + de 5 dias diminui a produção de lagrima
 Lubrificantes – professora não passa, mas se quiser pode
 Colar elisabetano
 Nunca utilizar: corticoides tópicos e anestésicos tópicos
Antibióticos – cuidado com colírios e pomadas que contenham mais de um princípio
ativo

 Tobramicina
 Gentamicina
 Neomicina
 Tetraciclina
 Ciprofloxacina
 Moxifloxacina
 Clorafenicol - Regencel

Para reduzir as metaloproteinases (MMP)

 Soro sanguíneo (fibronectina)


 EDTA (precipita Cálcio)
 Tetraciclinas

Qualquer 1 dos 3: QID no mínimo, sozinhos ou em conjunto

Ulcera indolente - Debriadamento corneano com Swab


 Anestésico tópico
 Passar swab retirando a porção morta, reavivando a ferida
 Diamond burr – caneta para debridamento

Ceratotomia em grade – contraindicado em gatos risco de sarcoma

 Aumento colágeno IV
 Laminina
 Fibronectina
 Todas importantes para adesão epitelial

Tratamento da ulcera indolente

 Colar elizabetano
 Antibiótico amplo espectro – colírio 4-5x/dia
 Ac. Hialuronico + carboximeticelulose – 4-6x/dia OU sulfato de condroitina A – 3-4x/dia
 Inibidor de colagenase (EDTA dissodico 0,35%)
 Debridamento mecânico OU
 Ceratotomia em grade OU
 Lentes de contato terapêuticas OU
 Ceratectomia lamelar superficial (casos refratários)

Ulcera profunda e descemetocele – medicamentoso agressivo e/ou cirurgia


Profundidade >50% de espessura da córnea = associar clinico + cirúrgico

 Colírio antibiótico de amplo espectro: a cada 2 horas


 Quinolonas mais potentes que controlam gram negativas - moxifloxacina,
gatifloxacina, besifloxacina
 Antibiótico sistêmico – amox + clav, Enrofloxacina, Cefalexina
 Atropina colírio: BID/ 5 dias no máximo
 Colar elizabetano
 Inibidor de colagenase: EDTA dissodico a 0,35% ou soro Sanguíneo

Fazer tudo isso até o dia da cirurgia

 Considere o internamento – medicação a cada 2 horas até a cirurgia

Tratamento cirúrgico

 Flap conjuntival 360°


 Enxerto conjuntival pediculado
 Enxerto com membrana biológica
 Flap da terceira pálpebra com fixação dupla
 Pos-cirurgico: antibiótico tópico, AINE sistêmico, com atropina (5dias no máximo) e
colar elizabetano

Flap conjuntival 360°

 Descola a conjuntiva esclera e fecha o olho por 3 semanas


 Pode ser que haja aderência então anestesia para retirada dos pontos

Enxerto conjuntival pediculado

 Com auxilio e microscópico cirúrgico é suturado um pedículo da conjuntiva depois de


3-4 semanas retirado esse pedículo (corta)
 Fio (9-0 10-0)

Dicas gerais
 Antibioticoterapia sistêmica não atingem níveis adequados na superfície da córnea
(avascular barreira sangue – HÁ), mas a gente usa quando a ulcera é prounda 10 dias
no máximo
 Caso da ulcera superficial não cicatrizar após 5 dias, pesquise melhor a causa primaria.
Não apenas mude de antibiótico (não é resistência bacteriana)
 Infecção bacteriana NUNCA é causa primaria de ulcera
 Atropina reduz produção lacrimal: CUIDADO uso prolongado
 Trate a uveíte reflexa: atropina 1% colírio

Flap de terceira pálpebra – fixação conjuntival

 Terceira suturada na conjuntiva bulbar


 Atravessa a borda da terceira pálpebra, busca a conjuntiva e volta para a terceira
 2 ou 3 pontos e faz o nó
 Fio não absorvível nylon 4-0
 Tira com 3 semanas
 Oftalmologista não acham que é tratamento (é inferior aos enxertos)

Afecções da úvea

Parte vascular do olho

Anterior: corpo ciliar e íris (irite – uveíte anterior, + comum)

Posterior: coroide (coroidite – uveíte posterior)

Coroide e retina muito próximas, inflamação em uma geralmente afeta a outra (corioretinite)

Corpo ciliar:

 Tecido muscular
 Capilares especializados capazes de filtrar o sangue – produto da filtração = humor
aquoso (24hrs/dia)
 Drenagem do humor aquoso ângulo iridocorneano – plexo venoso escleral (orifício HA
volta a circulação sistêmica)
 Não pode ser visualizado no exame direto, sempre escondido

Uveíte - hiperemia + baixa pressão (tonometria<15mmHg), tonometria digital

Etiologia

Causas endógenas

 Processos infecciosos – as que mais aparecem


 Processos metabólicos
 Tóxicos
 Imunomediados
 Neoplásicos – linfomas, hemangiossarcomas, fibrossarcomas

Causas exógenas
 Trauma
 Ceratite ulcerativa – uveíte reflexa- as que mais aparecem
 Cirurgia intraocular – cirurgia de catarata

Uveíte idiopática

 Quando não se determina a causa – as que mais aparecem

Tipos

 Uveíte idiopática
 Uveíte facogênica – causada pela proteína do cristalino
o Catarata- extravasamento de conteúdo do cristalino para humo aquoso
causando vasculite por exposição de proteínas não reconhecidas pelo sistema
imunológico
o Luxação anterior do cristalino- catarata por muito tempos pode haver luxação
– neovascularização córnea em sofrimento
o É recorrente, de tempos em tempos retorna a uveíte
 Uveíte reflexa
 Uveíte traumática

Uveíte (causas endógenas) - doenças sistêmicas que possam causar vasculite

Animal doente? Hiperemia de esclera, pode estar com uveíte, fazer tonometria

Bactérias

 Septicemia
 Mycbacterium turbeculosis
 Brucla canis
 Brrelia burgdorferi
 Leptospira
 Erlichia canis

Fungos

 Cocidioidis immitts
 Cryptococcus neoformans
 Histoplasma capsulatum
 Cândida albicans

Vírus

 Hepatite Inf canina


 Cinomose
 Herpes vírus canino e felino
 Raiva
 Leucemia felina
 Imunodeficiência felina
 Peritonite infecciosa felina

Protozoários

 Toxoplasma gondii
 Rickettsia rickettsii
 Leishmania spp

Principais causas de uveíte em gatos

PIF: gatos jovens, adotados de abrigos

 Jovens, resgatados, de abrigos


 90% não adoecem, não sofrem a mutação viral
 10% jovens e idosos imunossuprimidos
 Forma seca: faz lesões piogranulomatosas em linfonodos, rins, SNC, fígado, uveítes

Outras:

 Bartonella
 Toxoplamas
 Neoplasias
 Leishmania
 Traumas
 Herpes vírus

Descartas todas as doenças antes de chamar de IDIOPATICA

Parasitas

 Miíase interna posterior


 Dilofilaria immitis
 Toxocara sp

Metabólicas

 Diabetes mellitus
 Hiperlipidemia
 Hipertensão sistêmica

Imunomediadas:

 Uveíte facolítica
 Trombocitopenia imunomediada
 Síndrome uveodermatológica – raças nórdicas (akita, chow-chow, hulsky)

Neoplasias:

 Melanoma de íris
 Adenoma e adenocarcinoma de corpo ciliar
 Sarcoma primário ocular
 Linfoma (metástase)
 Hemangiossarcomas (metástase)
Uveíte

Sinais clínicos

 Dor: lacrimejamento. Blefarospasmo, fotofobia, miose


 Hiperemia conjuntival
 Injeção ciliar – vasos mais calibrosos indicando uma inflamação em maior grau
o Em glaucoma pode apresentar só injeção ciliar
 Diminuição de acuidade visual (se houver opacificação dos meios, como hifema,
hipópio)
o Vasos com vasculite a extravasamento de plasma (a erlichia e a PIF causa uma
vasculite muito intensa, dependendo da causa da uveíte haverá
extravasamento de conteúdo do sangue que em outras doenças não haverá,
o Hifema – sangue total (Erlichia)
o Hipópio – plasma e leucócito assemelhando com secreção purulenta
o O ângulo iridocorneano vai ser obstruído pelos conteúdos do sangue levando
ao glaucoma

Sinais clínicos

 Edema corneano
o Alteração de pH, alterações de conteúdo do humor aquoso – passagem de
plasma
 Precipitado ceraticos
o Alteração de pH, alterações de conteúdo do humor aquoso – passagem de
células que se precipitam
 Edema de íris
 Alterações na coloração íris
 Ruboesis iridis – vasos na superfície da íris
 Miose ou retardo em dilatar a pupila após uso de midriaticos
 Flare aquoso – presença de proteínas no HA (sujeirinha, fibrina)
 Hipopio – comum na PIF
 Hifema – comum na Erlichia
 Hipotonia

Tratamento

 Tratar causa (erliquiose, etc) – se não for idiopática


 Pio normal + sinais clínicos tratar assim mesmo

Se não tiver ulcera de córnea: teste da Fluoresceína negativa

 Corticosteroides tópicos: colírio de dexametasona BID – QID, até PIO subir


 Colírio de atropina a 1%: SID /3-5 dias (cicloplegico)
 Síndrome uveodermatológica: tratamento sistêmico também: prednisolona 2 a 4
mg/kg/SID a BID/ com retirada gradativa. Acompanhar até obter uma dose menor!!!
Cada caso é um caso!!

Glaucoma
Não existe aumento de produção de humor aquoso, o que ocorre é a diminuição da drenagem
(glaucoma secundário)

Via principal – plexo venoso escleral - trabecular

Gonioscopia- indicação quando a causa do glaucoma não é aparente

Glaucoma primário – trabéculas desorganizadas, ângulo aberto, mas com abertura das
trabéculas menor do que deveria ser

Fatores que influencia a PIO

 Idade do animal – jovem > idoso


 Posicionamento – quadrupedal ou decúbito esternal
 Grau de contenção
 Forçar a abertura palpebral
 Terrirers – PIO flutuantes
 Obesidade e HAS?

Fisiologia

 Epitélio não pigmentado do corpo ciliar


 2,5 microlitros/min (cães) e 1,5 microlitro/min (gatos)
 Anidrase carbônica – principais vias enzimáticas do produto final do humor aquoso
(atua sobre o ultrafiltrado para geração do HA)
 Nutre e remove catabolitos do cristalino
 Nutre e remove catabolitos do endotélio corneano

Mecanismo de drenagem

 Via córneo-escleral – 85% (cães) e 97% (gatos)


o Ângulo iridocorneano (malhas trabeculares) – veias vorticosas e episclerais –
circulação sistêmica
 Via Uveo-escleral: 15% (cães) e 3% (gatos)
o Malhas trabeculares – vasos da íris, corpo ciliar e coroide – circulação
sistemica

Sinais clínicos

 Edema corneano (dano ao endotélio da córnea


 Atrofia do n. óptico e degeneração retiniana (dificulta vascularização do tecido e
transmissão e impulsos pelo nervo optico)
 Midríase (inibição mecânica da contração – paresia do M. costritor, ou pelos danos
causado ao nervo óptico)
 Buftalmia (expansão, fragilização e /ou ruptura das fibras de colágeno da esclera,
lagoftalmia)
 Descolamento de retina (vítreo não adere a retina devido a buftalmia)
 Estrias de Haab (ruptura da lamina limitante posterior – membra. Descement)
 Cegueira (danos ao nervo optico – 4 a 48 horas)
 Dor
 Variação dos sinais: depende da etiologia, duração e severidade
 Gatos protrusão de 3 pálpebra e edemaciação

Diagnostico

Tonometria

 Pio normal: 10 a 25 mmHg (cão e gato)


 Pio normal + sinais clínicos tratar assim mesmo

Etiologia

 Uveíte (bloqueio pupilar ou bloqueio do ângulo drenagem)


 Catarata Intumescente (bloqueio pupilar e estreitamento do ângulo de drenagem)
 Traumas – uveíte - glaucoma
 Neoplasias
 Luxação anterior de lente c/ ou s/ prolapso vítreo (bloqueio pupilar)

Glaucoma agudo

 Congestão vasos episclerais


 Edema corneano
 Midríase (maioria)
 Dor severa
 Perda de visão (4hrs – já pode causar)

Glaucoma crônico

 Buftalmia
 Vascularização e pigmentos corneias
 Estrias de Haab
 CCS e ulceras córnea
 Catarata
 Lesões no segmento posterior

Tratamento

 Objetivo: Controle da PIO e não “tratamento”


 Redução da dor
 Evitar problemas decorrentes: estrias, buftalmia atrofia retina e n. optico, Ceratite de
exposição, luxação da lente

GLAUCOMA AGUDO: manitol a 20 % (1-1,5g/kg), IV aplicar rapidamente senão a PIO não


abaixa, observar esse animal o dia todo

Tratamento clinico

Classes de fármacos:

1. Reduzem a produção do HA
2. Facilitam ou aumentam a drenagem do HA

Reduzem a produção do HA mecanismo indefinido


 Também podem aumentar a drenagem do HA, em menor grau. Efeito fraco
quando usado isoladamente
 Provoca bradicardia: utilizar no máximo 3x/dia
Inibidores de anidrase carbônica

Reduzem a PIO em até 40 a 60%

Efeito colaterais de fármacos sistêmicos: Hipovolemia, acidose metabólica e hipocalcemia


(vomito, taquipneia, taquicardia, diarreia, anorexia, CCS)

Uso preferencial de apresentações tópicas

 Hidrocloreto de dorzolamida: 1 gota TID/QID – (gato) brizolamida gosto ruim


 Brinzolamida: 1 gota TID – (cão) dorzolamida é mais irritante para o olho do cão

Simpatolíticos (Beta-bloqueadores)

Também podem aumentar a drenagem do HA, em menor grau. Efeito fraco quando usado
isoladamente

Provoca bradicardia: utilizar no máximo 3x/dia

 Maleato de timolol: colírio 0,25%-0,5%: 1 gota BID-TID (Corsopt timolol associado


dorzolamida)
 Hidrocloreto de betaxolol: colírio 0,5% 1 gt BID
 Associar sempre um inibidor de anidrase com um beta bloqueador

Facilitam ou aumentam a drenagem do Humor Aquoso

Análogos das prostaglandinas (gatos não usam)

Latanoprosta: xalatan, SID - BIDe

Travoprosta: travatan, SID

 Aumentam a drenagem do HÁ pela via Uveo-escleral


 Podem agir como mioticos também (miose intensa com desconforto)
 Contraindicações: glaucoma secundário a uveíte, quando a uveíte está ativa
 Ef colaterais: congestão escleral (cães), hiperpigmentação da íris e crescimento
exagerado dos cílios (humanos)
 Esclarecer ao tutor que não voltar a enxergar e o custo do tratamento

Tratamento cirúrgico

Procedimentos que reduzem a produção do HÁ

 Ciclocriocirurgia
 Ciclofotocoagulçao transescleral
 Ciclodestruição farmacológica ou injeção intravitrea de gentamicina (não em gatos –
risco de sarcoma)
 Enucleação – preferível prof – técnica cai na prova
o Cantotomia lateral, blefarostato, divulsionar, incisar os músculos, retirar 3
pálpebra, hemostasia do plexo ocular
o 2 planos de sutura (absorvível conjuntiva e nylon na tarsorrafia)
o Pós-operatório (antb sistemic0 + Antiflamatórios sistêmico + analgésico-
tramadol e dipirona)

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