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Clínica Médica e Terapêutica de Pequenos Animais

Aula 09 - Sistema Respiratório

As afecções do sistema respiratório começam na cavidade nasal. As funções


dessa cavidade são olfação, aquecimento e umidificação do ar inspirado nas conchas
nasais, além de o muco servir como meio filtrante para aprisionamento de bactérias e
materiais em partículas. Muitas vezes o animal está com uma dispneia importante,
mas se trata de afecção no trato aéreo superior. Nesse trato ocorrem várias alterações
como fenda palatina, principalmente em filhotes, que pode ocasionar aspiração por
falsa via. Muitas vezes o animal não está crescendo porque não está conseguindo se
alimentar. Estenose congênita das narinas externas, principalmente nos animais
braquicefálicos, que podem desenvolver uma síndrome importante e virem a óbito.
Traumatismo e corpos estranhos, Pênfigo Vulgar, neoplasias e Rinite por corpo
estranho, defeitos palatinos, afecção dental, causa viral, bacteriana ou fúngica. Os
principais sinais clínicos serão descarga nasal uni (corpo estranho, pólipo, tumor, TVT)
ou bilateral, espirros, desconforto nasal, distorção facial ou nasofaríngea e dispneia.
Tumor em gatos são bem frequentes. O Carcinoma, por exemplo, pode literalmente
destruir a cavidade nasal. No diagnóstico utilizam-se desde o hemograma até exames
de imagem. A depender do caso a sedação não é tão interessante devido à dificuldade
respiratória. Raio x, rinoscopia, citologia (aspirativa), biópsia, cultura e antibiograma
(swab nasal).

A Fenda Palatina geralmente chama a atenção do tutor uma vez que o leite
estará saindo pelo focinho. Ocasionais no cão, raras no gato. A sucção é praticamente
impossível. O tratamento cirúrgico quando filhote é complicado. Se orienta o tutor a
dar alimentação por sonda oral, para que o animal ganhe peso e consiga fazer a
cirurgia. Mas há o risco de falsa via ou o animal não tomou colostro direito, ficou com
a imunidade baixa e vem a óbito. Não existe pré-disposição racial. Na Estenose
Congênita das Narinas Externas, o orifício normal da entrada de ar basicamente some
e os animais ficam com a síndrome da angústia respiratória. A asa da narina é
succionada na inspiração, ocluindo o espaço aéreo. A oclusão total significa que o cão
precisa respirar pela boca, existindo um esforço. O esforço exerce uma força
provocadora de colapso dos tecidos moles. Acomete principalmente animais
braquicefálicos que podem manifestar crises quando ficam estressados ou com calor.
Nesses casos, o animal tenta aumentar o fluxo de oxigênio respirando pela boca. A
temperatura se eleva muito, podendo o quadro evoluir para edema pulmonar e o
animal vir a óbito. No quadro de Estenose das Narinas Externas anatomicamente pode
ser feita a cirurgia, onde são cortadas as asinhas do focinho para melhorar a circulação
de ar. Quando feita a cirurgia o prognostico é muito bom. Em relação ao tratamento da
síndrome, o oxigênio vem em primeiro lugar. Pode ser colocada máscara ou tendas de
oxigênio. A temperatura do ambiente é muito importante, ligar o ar (se possível) e
tornar o consultório mais fresco.
E depois ausculta-se. Se o animal tem crepitação pulmonar com edema faz-se
Furosemida, além de corticoide, que vai ajudar a diminuir a edemaciação. Em alguns
casos um sedativo para diminuir a angústia e a frequência respiratória.

Traumatismos e Corpos Estranhos acontecem muito quando o cão se acidenta


com porco espinho. O tratamento é a retirada. Ferimentos geralmente cicatrizam sem
complicações. Lesões das cartilagens nasais dorsolaterais (podem ocorrer estenoses e
colapso das narinas). A maioria dos objetos acaba por localizar-se na concha e meato
nasal ventral. O tratamento é cirúrgico. O Pênfigo Vulgar é uma alteração
imunomediada que começa principalmente pela região do focinho. Pode acometer
animais de qualquer idade. As células da derme começam a ser atacadas pelo próprio
organismo com destruição da região de desmossomos. As células começam a sair,
formando bolhas. Pode ser bilateral. Há formação de crostas, rinorréia, hemorragia e
espirros persistentes. Em alguns casos há mudança de cor com despigmentação do
focinho. Mas alguns animais tem normalmente essa despigmentação, que não é
decorrente de doença auto imune. Pode haver hemorragias e ulceração. É uma
condição progressiva. O quadro pode ser complicado por infecção bacteriana. O
tratamento é difícil e pode ser feito com corticoide, Prednisolona. Porque é preciso
diminuir a resposta local inflamatória. Quando não é local, deve-se entrar com
corticoide sistêmico. O corticoide é “para sempre”, o animal precisa ser observado e
acompanhado. O Pênfigo Foliáceo forma mais úlceras e se manifesta em regiões de
mucosa, região anal, sendo bem grave. O Vulgar é mais voltado para a derme. As
Neoplasias mais comuns são Adenocarcinoma (+ comum no cão), Carcinoma de
Células. Escamosas (+ comum no gato) e TVT . No CCE são acometidos com mais
frequência animais brancos em região de focinho e orelhas. Em gatos é preciso tomar
cuidado com as orelhas, porque eles adoram tomar sol. Começa como uma dermatite
solar, porque o CCE tem uma influência dos raios UV. Deve-se recomendar protetor
solar, pois uma dermatite solar pode evoluir para um carcinoma. Os sinais clínicos
serão corrimento sanguinolento, episódios de epistaxe, nódulos e deformações. Se a
dermatite evoluir para um carcinoma não há tanto o que se fazer. As opções são
crioterapia, quimioterapia (não é tão responsivo) e cirurgia. No TVT canino pode
ocorrer uma deformidade nasal, quando a célula se implanta nessa região. É preciso
que se faça uma citologia, aspiração e lâmina. Se o local estiver muito contaminado,
entra-se com antiflamatório ou antibiótico, melhora o quadro inflamatório e depois o
animal é encaminhado para a citologia. Há um tipo de TVT que não responde muito
bem a Vincristina e aí entra-se com Doxorrubicina.

Na Rinite há normalmente uma secreção saindo sempre pelo focinho que pode
ser por corpo estranho, defeito palatino ou afecções dentais (afecção periodontal,
abscesso periapical associado, cáries, fratura dental e fístula oronasal). Muitas vezes se
formam fístulas na bochecha que não se fecham por conta de um abcesso dentário.
Faz- se um raio x e avaliação da cavidade oral. O tratamento nesses casos é da
cavidade oral
com remoção do dente enfermo e curetagem do alvéolo. Nas Rinites virais tem-se a
Cinomose (cão) e a Rinotraqueíte/Calicivírus (gato) que causa infecção bacteriana
secundária. Os sinais são de corrimento bilateral aquoso (pode evoluir), respiração
ruidosa e acesso de espirros. Na Cinomose é muito comum a hiperquaratinização de
cochins e focinho. Nessa enfermidade, se o animal apresentar muita secreção nasal,
pode-se entrar com fluidificantes como o Fluimucil, deixando a secreção mais líquida
para ser eliminada mais facilmente. Se o animal tem muita tosse e essa tosse é
produtiva, não se deve entrar com antitussígeno. É preciso ao contrário ajudar o
animal a eliminar. Então, além do Fluimuciu, o animal pode tomar um expectorante,
que vai ajudá-lo na excreção. Um exemplo de expectorante é o Bricanil. Dificilmente o
animal aceita inalação, mas uma tática interessante é deixa-lo no banheiro com o
chuveiro ligada para inalação do vapor. Esse vapor promoverá reidratação. O
tratamento é feito com antibióticos de amplo espectro. Os três principais são Sulfa +
Trimetropim, Amoxicilina + Clavulanato e Enrofloxacina. A Sulfa pega tanto o sistema
digestório, quanto o respiratório e o neurológico. No entanto, ela pode promover uma
diminuição importante de filme lacrimal e animais com Cinomose podem desenvolver
a Ceratoconjuntivite Seca. Em casos mais severos, ruptura da córnea e perda da visão.
A Amoxicilina + Clavulanato, em contrapartida, não possui contraindicação para o olho
e é muito boa para o respiratório. Existem outros antibióticos, mas esses três são mais
comuns. As bactérias que estão envolvidas na Cinomose não respondem geralmente a
Doxiciclina. Sempre reidratar as vias aéreas durante o tratamento e não entrar com
antitussígeno. A Rinotraqueíte/Calicivírus felino é extremamente contagiosa,
promovendo rinite branda a grave. Podem ocorrer infecções bacterianas e
micoplásmicas secundárias, além de osteólise dos ossos turbinados. Os animais
portadores serão portadores eternamente. O principal nessa enfermidade é
conscientizar e fazer a prevenção sempre, pois dificilmente os tutores vacinam gatos. A
tríplice é uma vacina básica que tem proteção para Rinotraqueíte e geralmente é
aplicada de 2 a 3 doses.

Na Rinite bacteriana as principais etiologias são Bordetella bronchiseptica e


Pasteurella multocida. Os sinais clínicos mais comuns são de descarga nasal serosa,
espirro, prurido nasal, dispneia, lacrimejamento, conjuntivite e respiração com a boca
aberta. No tratamento são utilizados antibióticos a exemplo da Amoxicilina +
Clavulanato. Em focinhos ulcerados deve-se fazer uma biopsia e encaminhar para a
análise. Cuidado com gato de boca aberta e dispneia, pois não é um padrão comum
desse animal, sendo necessária a investigação. Na Rinite fúngica o fungo mais comum
é o Cryptococcus neoformans que está nas fezes de aves e se associa muito aos
pombos, havendo inalação do pó dessas fezes pelos animais. Outras etiologias são
Aspergillus fumigatus e Penicillium spp. Pode acometer a trato respiratório com
infecção fúngica pulmonar. Os sinais clínicos são corrimento mucopurulento
uni/bilateral, traços de sangue ou hemorragia (destruição tecidual), ulceração das
narinas (toxinas fúngicas) e muitos espirros. No diagnóstico o exame de imagem pode
ajudar bastante, como o raio
x onde se observa perda de padrão dos cornetos nasais. Além disso pode ser feita a
cultura do corrimento. Na Criptococose Felina os linfonodos estarão bem alterados.
Essa doença causa rinite crônica a grave. Os sinais são de espirros, corrimento
persistente, destruição do osso facial, osteólise dos maxilares, ossos nasal e frontal.
Para diagnóstico faz-se citologia e panóptico. O tratamento é feito com Cetoconazol,
Itraconazol e Anfotericina B. A Anfotericina B deve ser feita sempre hospitalar, pois há
um risco de nefrotoxicidade importante. Deve ser acompanhada de fluidoterapia para
evitar uma lesão renal e o Cetoconazol administrado posteriormente.

Na laringe há a Paralisia da Laringe, Síndrome Braquicefálica e Neoplasias. Na


Paralisia da Laringe ocorre com a incapacidade da laringe em fazer abdução durante a
inspiração. Ocorre por alteração da inervação para os mm´s, polineuropatias,
hipotireoidismo ou idiopática. Geralmente a paralisia é bilateral! Congênita no Husky
Siberiano e Bouvier de Flandres. E adquirida em raças grandes e gigantes e em animais
idosos. O animal pode ter uma secreção nasal intensa, tosse e apresentar regurgitação.
Nesses casos para o tratamento se indica repouso, corticoides para diminuição dos
edemas iniciais e tratamento cirúrgico. A Síndrome Braquicefálica ocorre em raças
braquicefálicas como o Buldogue. Há estenose das narinas e o palato mole se sobrepõe
a epiglote. A correção é cirúrgica. Nas neoplasias a neoplasia primária é rara. Dentre
elas estão o Mastocitomas, Osteossarcomas e Condrossarcomas.

No trato respiratório inferior há algumas alterações bem importantes, pois os


animais podem vir a óbito. Na anatomia a pleural é uma membrana onde o
mediastino, a parede torácica e o diafragma são recobertos pela pleura parietal, os
pulmões são revestidos pela pleura visceral e o espaço entre a pleura parietal e visceral
é conhecido como cavidade ou espaço pleural. A auscultação é muito importante em
quadros de padrão respiratório alterado, dispneia, cianose, etc. Na auscultação de um
animal com efusão torácica, por exemplo, vão haver áreas de silêncio, pois o som vai
estar diminuído na passagem de ar. O espaço pleural normalmente tem um pouquinho
de fluido para não haver atrito quando o pulmão se expande. Mas em algumas
patologias há um grande acúmulo. Que pode ser de pus ou de líquido. O pulmão fica
então com uma dificuldade mecânica de expansão. Pode haver o acúmulo até mesmo
de ar. Com uma mordedura ou uma fratura de costela, o ar acaba entrando e
dificultando o padrão respiratório. Nas considerações gerais as anormalidades mais
comuns são acúmulo de líquido que leva a efusão pleural com presença de transudato,
transudato modificado, exudato, efusão quilosas, hemorrágicas e tumorais. E o
acúmulo de ar causa pneumotórax. Se atentar ao animal em posição de membros
abduzidos, devido a hipoventilação e hipóxia. Os sinais clínicos provém da diminuição
da expansão pulmonar, hipoventilação, hipóxia, podendo chegar a morte. Os felinos
costumam ficar deitados, mas não encostam totalmente o tórax no chão.

A Efusão Pleural não é um diagnóstico final e sim um sinal clínico. Pode ser
resultado de uma série de doenças. É preciso procurar as causas de base. As causas de
efusão pleural podem ser transudato (hipoalbuminemia, ICC, ICD e doença
pericárdica), transudato modificado (ICC, ICD, neoplasia e hérnia diafragmática) ou
exudato (PIF, piotórax, neoplasia e trauma). A diferença entre eles é a celularidade e a
presença de proteínas. A característica o laboratório que dá, mas o clínico vai ter que
identificar o que está acontecendo com o animal. Se é um animal que tem um piotórax
vai haver células, neutrófilos, etc. Esses líquidos podem ser reabsorvidos pelo animal,
mas a depender da quantidade. As efusões quilosas resultam do extravasamento de
material do ducto torácico que transporta linfa rica em lipídeos, podendo ser
idiopático, congênito ou secundário a trauma, tumor, problema cardíaco e
Dirofilariose. Há o congênito em animais jovens onde o prognostico é ruim. As efusões
hemorrágicas podem acontecer por traumas, distúrbios hemorrágicos sistêmicos e
neoplasias. Os Cumarínicos podem ser ingeridos pelo animal e causar hemorragia. As
efusões tumorais podem gerar qualquer tipo de efusão, a exemplo do
Hemangiossarcoma. O pneumotórax ocorre por acúmulo de ar no espaço pleural e
traumas. O piotórax se dá por corpo estranho inalado, feridas por mordedura,
extensão de uma infecção pulmonar. Os sinais clínicos são de dificuldade respiratória
aguda ou crônica, aumento do esforço inspiratório (padrão restritivo) e diminuição dos
sons pulmonares a auscultação. O piotórax é importante em gatos. É curioso por ser
idiopático nesses animais, não se sabe o que acontece em felinos que não tem acesso
a rua e não convivem com outro animal, mas desenvolvem a afecção. O gato vai ter um
padrão restritivo respiratório, ele respira rápido e de forma superficial, com diminuição
dos sons pulmonares, podendo até apresentar hipersalivação, colocando a língua para
fora.

Se o animal tem insuficiência cardíaca faz-se o tratamento para insuficiência


cardíaca, se o animal tem linfoma, faz-se o tratamento para linfoma. O tratamento
para a dificuldade respiratória é a toracocentese para que seja feita a citologia. Puxa a
pele, passa o cateter pela pele e depois pela cavidade torácica. Quando vier a secreção
para de empurrar o mandril e só empurra o êmbolo. Tira a guia e conecta a torneirinha
de três vias. O equipo fica num balde drenando o líquido. Deve-se evitar a entrada de
ar e perca da pressão negativa. No tórax deve-se retirar o máximo de líquido possível,
não tem que deixar uma quantidade como no abdômen. Depois que tira o líquido volta
para o raio x para melhor observação. Animal com dispneia grave não deve ser
colocado no raio x, sem auscultação, pois ele pode morrer na mesa. Só se encaminha
para o raio x e colheita de sangue depois que o animal estiver estabilizado.

Nos Distúrbios do Parênquima Pulmonar tem-se as Pneumonias (inflamação


nos pulmões) que podem ser virais, bacterianas e fúngicas, as neoplasias (relacionadas
principalmente a metástase) e o edema. A Pneumonia Viral pode ser causada por
diversos agentes como o vírus da Cinomose, o Adenovírus Canino tipo 2 +
Parainfluenza e o Calicivírus. Os filhotes devem ser vacinados. Os sinais clínicos são
apatia, tosse, espirro com secreção muitas vezes purulenta, febre, anorexia, perda de
peso, etc. Na auscultação podem ser ouvidas crepitações. Podem ocorrer infecções
bacterianas
secundárias. A Pneumonia bacteriana acomete cães e gatos e tem como principais
agentes a Pasteurella spp., Klebsiella spp., E. coli, Pseudomonas spp., Staphilococcus
spp., Streptococcus spp., Bordetella bronchiseptica. Nas Pneumonias as bactérias
adentram por vias aéreas ou via hematógena. Sendo importante procurar a causa de
base, que pode ser imunossupressão, desnutrição, estresse, endocrinopatias, infeções
(FIV, FelV, Cinomose) ou aspiração de material ingerido. A Tosse dos Canis é um
complexo que pode envolver vírus e bactéria, quando tem bactéria envolvida pode ser
causada pela Bordetella bronchiseptica. Existe uma vacina específica para Tosse dos
Canis. Em filhotes, animais idosos ou debilitados essa afecção pode ser tão grave
quanto a Cinomose. A Pneumonia fúngica pode ser desencadeada pela Criptococose
tendo como agente o Criptococcus neoformans que gosta de ficar em materiais
nitrogenados, principalmente fezes de aves. A via de infecção é a inalação. Ficam pelas
coanas, vão crescendo e se proliferando. De maneira geral as Pneumonias acometem
cães e gatos provocando alterações respiratórias e sistêmicas. Os aspectos clínicos se
baseiam nos sinais respiratórios como tosse produtiva, corrimento nasal
mucopurulento e bilateral, intolerância ao exercício, angústia respiratória, dispneia.
Nos sinais sistêmicos tem-se apatia, letargia, hiporexia ou anorexia, febre e perda de
peso. Na avaliação diagnóstica faz-se o exame físico, onde na auscultação pode-se
observar crepitações e/ou sibilos. Os exames complementares serão hemograma
(observação de neutrofilia, anemia), lavado traqueal (citologia e cultura bacteriana e
fúngica), além de raio x de tórax (identificação da pneumonia), avaliações hormonais
(Hiperadrenocorticismo). No tratamento é importante o oxigênio, além da hidratação,
nebulização, tapotagem (movimentos de vibração no tórax caudo/cranial para auxiliar
na eliminação da secreção). Os antibióticos serão Amoxacilina + Clavulonato, Sulfa +
Trimetoprim (lembrar da Ceratoconjuntivite Seca) ou Quinolonas (Enrofloxacina),
podendo ser utilizados também antifúngicos. Nunca fazer tapotagem em animais com
edema!

Nas neoplasias tem-se tumores primários ou secundários. Na maioria das vezes


são secundários, relacionados a tumor de mama (via hematógena). A maioria são
malignos e mais comuns em animais idosos. Os sinais clínicos são crônicos e
lentamente progressivos. São ele dispneia, intolerância ao exercício, apatia e perda de
peso. O diagnóstico é feito através de raio x e tomografia computadorizada.
Infelizmente não tem muito o que ser feito quando o quadro já estiver avançado.
Apenas analgésicos caso haja dor ou medicamentos para que o animal respire melhor.
O edema pulmonar em si não é a causa e sim a consequência. Ele pode se desenvolver
por diminuição da pressão oncótica devido à perda de proteína via gastrointestinal,
hepatopatias e glomerulopatias (animais com glomerulonefrite perde muita proteína e
desenvolve ascite e edema pulmonar). Por sobrecarga vascular de causa cardiogênica
(ICE) ou por excessiva hidratação (cuidado com a fluidoterapia). E ainda por alteração
da permeabilidade vascular por toxinas inaladas (fumaça), eletrocussão, uremia (ureia
em excesso pode causar edema), veneno de cobra (principalmente crotálico) e sepse.
Ou por causas diversas como convulsões e obstruções das vias aéreas superiores (cães
braquicefálicos
em angústia respiratória). No diagnóstico deve ser realizado exame físico e exames
auxiliares. Os auxiliares serão raio x (cuidado), hemograma (proteína), bioquímica
sérica e urinálise (proteína). O animal não pode ser mandado para o raio x em
dispneia, para que ele não entre em angústia. No tratamento é primordial o oxigênio
(máscara, tenda, incubadora), além de diuréticos como Furosemida (diurético rápido e
potente de escolha para a emergência). Pode ser feita a sedação (para animais em
angústia). Importante procurar corrigir a causa de base. Lembrar que efusão é líquido
fora com áreas de silêncio e edema é líquido no interstício com crepitação!

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