PRÁTICA DE COMPETÊNCIA – PATOLOGIA AVANÇADA

Luana Silva Rodrigues RA: 002201903535

Luciano Vinicius Petrolli RA:

ARTIGO 1 – Empiema de bolsa gutural bilateral em potro de 2 meses de

idade
O artigo relata um caso clínico de um cavalo, da raça quarto de milha, de 2
meses idade e 112kg. O animal apresentou alguns sintomas, sendo os
principais, aumento na parte caudal da cabeça, tumefação retrofaríngeas
graves bilaterais, dolorosa a palpação e secreção nasal mucopurulenta. Tosse,
febre, disfagia, pescoço alongado e acúmulo de muco traqueal. A mãe que
estava junto ao potro apresentou úbere cheio de leite e abcesso retrofaríngeo
esquerdo rompido.
Os sinais clínicos sugeriram empiema de bolsa gutural primária, foi realizado
drenagem cirúrgica e fluidoterapia, porém veio a óbito durante administração.
Na necrópsia constatou empiema de bolsa gutural direito e esquerdo com
exsudato mucopurulento, sem sinais de abcessos retrofaríngeo, acúmulo de
muco na traqueia e congestão pulmonar difusa sugerindo pneumonia.
Constatou bactéria Streptococcus equi. Os nervos cranianos podem ter sido
acometidos pela compressão devido ao alto volume de exsudato, condizem
com a evolução da disfagia tendo correlação com o úbere da mãe que estava
cheio de leite, sugerindo redução da ingestão.
Em relação à morte súbita, a pneumonia pode ter levado ao desenvolvimento
de sepse já que o potro apresentava sinais de choque séptico, seguindo de
uma parada cardíaca. Não foram observados sinais de infecção dos linfonodos
retrofaríngeos, sendo assim o potro não desenvolveu estrangulamento e as
bactérias presentes seguiram pelas vias aéreas superiores atingindo a bolsa
gutural. É incomum infecções em potros devido os anticorpos colostrais
ingeridos nas primeiras horas de vida. No entanto a égua apresentou abcesso
do linfonodo retrofaríngeo esquerdo, e consequentemente não transferiu
imunidade adequada ao seu potro. O potro vivia exposto a um ambiente
contaminado por Streptococcus e com rebanho sem vacina contra
estrangulamento. Aos 2 meses de idade o potro foi infectado e desenvolveu um
empiema primário de bolsa gutural, sem abcessos nos linfonodos,
Termos desconhecidos:
Nervos glossofaríngeo = nervo misto, contendo função tanto motora como
sensitiva.
Abcesso retrofaríngeo = acúmulo de pus na parte posterior da garganta
Exsudato = presença de várias células que protegem o organismo contra uma
inflamação/infecção.
Disfagia = Dificuldade ou desconforto em engolir.

Aspectos interessantes: O fato incomum do potro sofrer uma infecção já que

possuem anticorpos colostrais nas primeiras horas de vida. Isso se deve a
transferência inadequada de anticorpos vindo da mãe que também apresentou
abcesso retrofaríngeo esquerdo rompido.

ARTIGO 2 – Neoplasias nasossinusais em 49 cães: aspectos clínicos,

macroscópicos e histológicos
Este estudo teve como objetivo quantificar neoplasias nasossinusais
diagnosticadas em cães ao longo de um período de 20 anos e caracterizar os
principais aspectos clínicos dessas neoplasias.
Foram considerados todos os casos de neoplasias de cavidade nasal e ou
seios paranasais em cães, como idade, raça, porte, sexo conformação
craniana e sinais clínicos juntamente com os aspectos macroscópicos e
microscópicos. De 49 cães, 27 eram fêmeas e 22 machos, metade eram
mestiços e o restante de raça pura.
Constatou-se maior relevância as neoplasias de origem epitelial seguido de
origem mesenquimal e por último de outras origens. Os cães do sexo feminino
e os mesocefálicos foram mais afetados. Os resultados não demonstraram
apurar predisposição da população canina em geral. As neoplasias obtiveram
origem na cavidade nasal e cérebro, observou-se deformação da face, sendo
todos diagnosticados como tumor venéreo transmissível (TVT), sendo principal
acometida as neoplasias de outras origens, esse tumor está relacionado com
os genitais, podendo adquirir lambendo, mordendo e cheirando outro cão
contaminado, são transmitidas para cavidade nasal. Dentre as neoplasias
mesenquimais, a que causou maiores deformidades visíveis externamente foi o
osteossarcoma. A idade mediana dentre os casos foi de 8 anos. Quanto as
neoplasias de outras origens e células redondas, a única que causou
deformidades externas foi o TVT. As demais neoplasias tiveram sua expansão
interna na cavidade nasal, inclusive invadindo o cérebro, chamando a atenção
para cães com sinais neurológicos.
Esses tipos de neoplasias da cavidade nasal/ seios paranasais são mais raros
de se encontrar, porém acredita-se que os cães são mais propensos a
desenvolverem do que outras espécies domésticas, provavelmente essa
predisposição se deve a condições epidemiológicas decorrente de exposição a
poluentes no ambiente. Os sinais clínicos mais descritos foram acometimento
do trato respiratório superior, incluindo obstrução parcial/ total da cavidade
nasal, dificuldade respiratória, corrimento nasal e tosse.
Termos desconhecidos:
Dolicocéfalos: cães com fofinho longo
Mesocefálica: cães com fofinho médio
Braquicefálicos: cães com fofinho curto
Condrossarcoma: tumor maligno primário do osso, originado das células
cartilaginosas.
Adenocarcinoma: tumor maligno que pode atingir quase todos os órgãos do
corpo
Meningioma: tumor que ocorre no sistema nervoso que tem origem nas
meninges cerebrais.
Aspectos interessantes: Neoplasias raras de se diagnosticar, porém são mais
presentes nas espécies caninas, sendo de ocorrência maligna e alguns casos
tendo comprometimento de cérebro.