NOVEMBRO DE 2021, EDIÇÃO 18
ENCEFALOMIELITE
AVIÁRIA
O R N I T O P A T O L O G I A
ERIKA SOUTO, ERSMERALDO RODRIGUES, KALINE DIAS, KILMA NUNES.
A Encefalomielite Aviária é uma doença viral
causada pelo agente do gênero Enterovirus Família
Picornaviridae que ataca o sistema nervoso central
de galinhas, faisões, perus e outras aves. Ela está
presente em todo o mundo e possui uma alta taxa
de mortalidade. A transmissão vertical é muito
importante, ou seja, a galinha é capaz de passar a
doença para seus pintinhos. A via de infecção é
transovariana, com um período de incubação de 1
a 7 dias. Também ocorre a transmissão lateral, ou
seja, um frango infectado pode transmitir para
outros, provavelmente por via oral, com incubação
do vírus por 10 dias. Vírus nas fezes podem
sobreviver por 4 semanas ou mais, tornando esta
resistente doença das galinhas. Produção de ovos
contaminados;Período de incubação: 1 a 7 dias.
Produção de ovos contaminados após 5-13 dias
após infecção experimental de lotes susceptíveis.
PATOGENIA
ESCRITO POR TECSA
LABORATÓRIOS
O curso da EA nas aves
Os vírus da EA não têm
invólucro. Uma vez que a
depende da idade na qual a
maioria dos desinfetantes ave for infectada. O vírus é
comuns agem destruindo o ingerido e se multiplica nos
invólucro viral, o vírus da EA
tecidos do intestino. À medida
torna-se resistente aos
que multiplica-se, ele causa
desinfetantes comuns, bem
como aos ácidos, clorofórmio e uma resposta imunológica. Por
calor. Seu reduzido tamanho volta de três a quatro semanas
auxilia-o também a resistir à
de idade, a ave produz
desinfecção.
Todos os vírus da EA são de um anticorpos e apresenta uma
só sorotipo. Entretanto cepas doença clínica. Cepas de
diferentes variam em seu grau
campo – ocorre infecção
de patogenicidade. Todas as
entérica, Oral (Ocular, Nasal) há
cepas de campo têm uma
tendência a crescer nos tecidos replicação nas céls epiteliais do
dos intestinos (enterotrópicas). ID e corrente circulatória via
As cepas mais patogênicas são
Placa de Peyer e vasos
também neurotrópicas e causam
sintomas associados à EA. linfáticos tomando outros
órgãos e SNC.
do vírus.
V E T E R I N Á R I A
Foi descrito pela 1ª
vez em 1932 na Nova
Inglaterra (EUA). Os
principais sinais
clínicos são ataxia
nas primeiras
semanas de vida.
Progressiva inco-
ordenação, ointinhos sentam-se sobre as
articulações tíbio-társica, dificuldade de marcha
normal (cai em decúbito lateral), morte (sede ou
inanição) os Sobreviventes apresentam alterações
oculares (cegueira) e os sintomas nervosos
aparecem nas primeiras semanas de vida.
caracteriza-se pela alta mortalidade observada
em aves jovens infectadas, principalmente entre a
primeira e a quarta semana de idade, e também
pela relevante queda na produção de ovos.
Os principais achados macro e microscópicos são
pintos com áreas esbranquiçadas na camada
muscular da moela - infiltrado de linfócitos,
alterações no SNC e algumas vísceras,
proventrículo - densos agregados de linfócitos e
Pâncreas – folículos circunscritos em grande
quantidade
Para diagnosticar a doença podem ser usados o
teste de neutralização do vírus, teste da
imunodifusão em gel de agar, testes de
susceptibilidade do embrião e, mais recentemente,
o teste ELISA. Todos os testes mostram a presença
de anticorpos e indicam se a ave foi exposta à
doença e não necessariamente se ela está
infectada atualmente. O diagnóstico pode ser
confirmado por qualquer histopatologia,
isolamento do vírus ou pela presença de lesões
cerebrais. As doenças de Newcastle e Marek devem
ser levadas em consideração no diagnóstico
diferencial desta doença. Não existe tratamento
conhecido para a encefalomielite aviária. Nas
propriedades com casos diagnosticados, a principal
medida sanitária a ser adotada é a vacinação dos
lotes de reprodutoras durante a fase de
crescimento, o que impede a transmissão vertical