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Cavalo, quarto de milha, 2 meses, 112kg.

Apresentou desconforto respiratório, aumento na parte caudal


da cabeça e secreções nasal. No exame inicial o potro estava
apático, desidratado, taquicardíco, febre de 39,6 º c e
taquipneico acompanhado de dilatação das narinas. Pulso da
artéria facial fraco e extremidades frias, apresentava tumefação
retofaríngeas graves bilaterais, dolorosa a palpação e secreção
nasal mucopurulenta. Tosse, disfagia eram evidentes e o potro
apresentava pescoço alongado, auscultação mostrou acúmulo de
muco traqueal e pulmões normais. A mãe que estava junto ao
potro apresentou úbere cheio de leite e abcesso retrofaringeo
esquerdo rompido.
Os sinais clínicos sugeriram empiema de bolsa gutural primária
devido á grave distensão bilateral levando a dispneia. Foi
realizado drenagem cirúrgica ei submetido a um fluido, porém
morreu durante a administração.
Na necrópsia revelou a plenitude da bolsa gutural direito e
esquerdo com exsudato mucopurulento, sem sinais de abcessos
retrofaríngeo, acumulo de muco na traqueia e congestão
pulmonar difusa sugerindo pneumonia. Constatou bactéria
Streptococcus equi.
Os sianis que determinaram o diagnóstico foram a distenção
retrofaríngea bilateral, secreção mucopurulenta abundante e
pescoço em extensão são sinais clínicos clássicos do empiema de
bolsa gutural. Os demais achados clínicos estão associados a
outra infecção.
O potro também apresentava chocalho traqueal resultado
comum do acúmulo excessivo de muco causado por doenças das
vias aéreas inferiores. Essas anormalidades podem ser
associadas a pneumonia aspirativa secundária á disfagia. Em
casos de empiema de bolsa gutural grave a disfagia é uma
manifestação de neuropatia craniana. A relação entre a bolsa de
gutural e os nervos cranianos pode levar a anormalidades
neurológicas na presença de uma doença. Embora incomum nos
casos de empiema, os nervos cranianos podem ter sido
acometidos pela compressão dentro da bolsa devido ao alto
volume de exsudato, condizem com a evolução da disfagia. Ao
primeiro exame, o potro apresentava dificuldade de deglutição e
o úbere da mãe estava cheio de leite, sugerindo redução da
ingestão. Em relação á morte súbita, sabe-se que a pneumonia
bacteriana em potros pode levar ao desenvolvimento de sepse e
a sepse grave é acompanhada de síndrome de disfunção de
múltiplos órgãos devido a fatores como aumento dos níveis
circulantes de mediadores inflamatórios, hipotensão e má
perfusão vascular. O potro apresentava sinais de choque séptico,
como letargia, taquicardia, taquipneia, pirexia, pulsos fracos e
extremidades frias, aumentou o consumo de oxigênio dos
tecidos, o potro desenvolveu isquemia miocárdica por má
perfusão, seguida de parada cardíaca.
Para este caso, não foram observados sinais de infecção dos
linfonodos retrofaríngeos durante a necropsia. Assim, o potro
não desenvolveu estrangulamentos e as bactérias
provavelmente colonizaram as vias aéreas superiores atingindo a
bolsa gutural, conforme descrição. No entanto, o
desenvolvimento de qualquer tipo de infecção em potros é
praticamente imunocompetente ao nascimento e sua resposta
imune primária confere proteção por 2 semanas. Os anticorpos
colostrais ingeridos nas primeiras 24 horas de vida atingem a
mucosa nasofaríngea proporcionando proteção. Os proprietários
relataram parto normal e ingestão de colostro normal. No
entanto, o potro a mãe apresentou abcesso do linfonodo
retrofaríngeo esquerdo, mostrando que esta égua não era
resistente a estrangulamento e, portanto, não transferia
imunidade adequada ao seu potro. Além disso, o potro vivia em
um rebanho que não foi vacinado contra estrangulamento e foi
exposto a um ambiente fortemente povoado por Streptococcus
equi. Portanto, embora incomum aos 2 meses de idade, o potro
foi infectado e desenvolveu um empiema primário de bolsa
gutural, sem abcessos linfonodos.

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