Você está na página 1de 5

CASO CLÍNICO NÚMERO 1 – QUINTO PERÍODO.

Identificação: P.B.S., 69 anos, sexo feminino, secretária aposentada, natural de Campos Gerais,
residente em Alfenas há 15 anos, casada, leucoderma.
Q.P.: “falta de ar e inchaço ”
HDA: Paciente refere que há 8 anos vem apresentando dispnéia de intensidade progressiva.
Procurou auxílio médico sendo prescrito teofilina e inalações com beta 2 agonistas. Nesse período
foi internada 4 vezes devido a acentuação da dispnéia e pneumonia. Há 3 meses vem
apresentando edema de membros inferiores e aumento do volume do abdome que se acentuam à
tarde. Procurou o PS de clínica médica devido ao aumento do edema sendo internada. No
momento refere melhora discreta do quadro.
ISDAS: NDN.
APF: Nascida de parto natural, domiciliar, à termo. Desenvolvimento normal na infância e
adolescência. Bom aproveitamento escolar, 2º grau completo e profissionalizante. Menarca aos 12
anos. Primeira relação sexual aos 17 anos, vida sexual inativa. GII, PII, A0, Neo0, Nat0.
Menopausa aos 46 anos. Não faz TRH.
APP: Refere varicela, caxumba e rubéola. Nega hipertensão, diabetes, hepatopatias e nefropatias.
Alérgica à picada de inseto e poeira. Nega cirurgias e traumatismos.
AF: Pai falecido de problema de pulmão aos 75 anos. Mãe diabética falecida aos 62 anos. Cônjuge
e irmãos hígidos. Tem dois filhos, hígidos.
HVCSEC: Dieta balanceada. Reside em casa de alvenaria, com condições básicas de higiene.
Tabagista de 4 a 6 cigarros de papel ao dia. Fumou dos 12 aos 61 anos 1 a 2 maços de cigarro ao
dia. Etilista social. Nega uso de drogas. Heterossexual, único parceiro. Religião católica. Renda
familiar aproximada de R$920,00 ao mês. Não coabita com animais.
Ao exame físico: Paciente em regular estado geral, fácies atípica, plectórica, hidratada, anictérica,
levemente cianótica, afebril, estado nutricional normal, dispneica, taquipneica, musculatura
normotrófica, ausência de lesões elementares na pele, fâneros sem alterações, paniculo adiposo
normal, distribuição isossexual, ausência de adenomegalias e circulação colateral, edema de
membros inferiores ++/4+. Ausência de varizes. Estase jugular à 90 o . Pulsos periféricos arritmicos
palpáveis e simétricos, boa perfusão capilar.
Aparelho gastrointestinal: de positivo, hepatomegalia a 5 cm do RCD, ascite de moderado volume.
Aparelho cardiovascular: ictus cordis não visível e não palpável, impulsão sistólica de VD palpável
na linha paraesternal esquerda, bulhas ritmicas normofonéticas, sem sopros.
Aparelho respiratório: Expansibilidade diminuída nas bases. Som claro pulmonar à percussão.
Murmúrio vesicular rude, presença de estertores subcrepitantes no terço médio bilateralmente,
roncos difusos.
PA: 130x80mmHg; Pulso: 92bpm; T.ax.: 36,3o C; FR: 34rpm.
Hemograma: Eritrograma:Hemácias: 6,4 milhões/mm3(4,5 a 5,2 milhões/mm3); Hemoglobina:
18,8g/dl(13,5 a 17,5g/dl); Hematócrito: 54% (41 a 53%); Leucograma: leucócitos: 5.200/ mm 3.
Neutrófilos: 62% (55 a 65%), linfócitos: 28% (20 a 30%). Plaquetas: 228.000/ mm 3 (150.000 a
200.000/ mm3 ).
Gasometria arterial: pH: 7,21 (7,35 a 7,45); PO2: 68mmHg (80 a 100mmHg); PCO2: 75mmHg (35
a 45 mmHg); HCO3: 38 mmol/L (18 a 24 mmol/L); BE: +14 (-3 a +3).

1) Hipóteses diagnósticas. DPOC + Cor pulmonale descompensado.

2) Etiopatogenia e fisiopatologia.

a) Etiopatogenia: tabagismo.

b) Fisiopatologia: A circulação pulmonar é um circuito de grande


distensibilidade e baixa resistência, sendo capaz de acomodar o mesmo
fluxo sanguíneo que a circulação sistêmica, e ainda, com uma pressão média
aproximadamente cinco vezes menor. Os mecanismos envolvidos no
aumento da resistência vascular pulmonar são vasomotores e/ou
anatômicos. A hipóxia alveolar aguda ou crônica é um estímulo potente para
vasoconstricção pulmonar e é o estímulo mais importante na fisiopatologia
do cor pulmonale crônico. A hipóxia pode resultar de ventilação inadequada
de alvéolos bem perfundidos ou da diminuição difusa da ventilação alveolar.
Ao lado dos estímulos vasomotores, as alterações anatômicas também
concorrem para hipertensão pulmonar. A camada íntima das artérias
submetidas a regime de hipóxia crônica sofre
acúmulo de células musculares lisas, que leva a seu espessamento. A
camada média das artérias pulmonares também sofre hipertrofia, podendo
haver necrose fibrinóide concomitante. Estes vasos hipertrofiados
respondem com vasoconstricção a estímulos hipóxicos subsequentes. Pode
ainda ocorrer trombose secundária a processos inflamatórios.

3) Explique as alterações encontradas no eritrograma.


A hipóxia crônica da córtex renal leva a um aumento da produção de
eritropoietina que leva a um aumento na produção de glóbulos vermelhos. A
policitemia secundária leva a um aumento na viscosidade sanguínea.

4) Distúrbio ácido-básico presente.


Acidose respiratória crônica agudizada ou descompensada.
CASO CLÍNICO NÚMERO 2 – QUINTO PERÍODO.

Identificação: P. L., 38 anos, sexo masculino, pedreiro, natural e residente em Areado, casado,
leucoderma.
Q.P.: “Dor no peito e febre”
HDA: Paciente iniciou há 1 semana quadro de dor torácica de moderada intensidade, tipo peso, de
localização imprecisa, ventilatório dependente acompanhado de tosse produtiva com expectoração
amarelada, febre não termometrada, astenia, hiporexia e dispnéia. Foi levado pelos familiares no
pronto socorro da sua cidade, realizou raio x de tórax, foi medicado com sintomáticos e antibiótico;
após 3 dias de evolução, o paciente apresentou acentuação da dor torácica, dispnéia intensa e
sudorese sendo transferido para o CTI do HUAV. Após avaliação inicial e realização de gasometria
arterial, o paciente foi submetido a intubação orotraqueal e iniciado ventilação mecânica.
ISDAS: Ambliopia bilateral. Tosse seca esporadicamente.
APF: Nascido de parto natural à termo. Desenvolvimento normal na infância e adolescência.
Primeira relação sexual aos 16 anos, vida sexual ativa.
APP: DCI: caxumba, rubéola. Nega HAS, diabetes, pneumopatias, nefropatias, alergias. Nega
cirurgias.
AF: Pai falecido aos 56 anos de infarto. Mãe, irmãos, esposa e filhos hígidos.
HVCSEC: Dieta balanceada. Reside em casa de alvenaria, com condições básicas de higiene.
Tabagista 30 cigarros/dia, há 15 anos. Etilista de final de semana. Nega uso de drogas.
Heterossexual não promíscuo. Religião católica. Renda familiar em torno de R$800,00 ao mês.

Na admissão na UTI, o paciente encontrava-se sudoreico, cianótico++/4+, anictérico,


corado, desidratado de 1o grau, torporoso, confuso, taquipneico, dispneico, taquicárdico, febril. PA:
70x40mmmH; Pulso: 146bpm; FR: 42rpm; Tax.: 38,7o C.
Aparelho respiratório: Taquidispneico, tiragem intercostal à direita, batimento de asas do nariz,
submacicez à percussão do pulmão direito, crepitações difusas à direita, FTV aumentado à direita.
Demais aparelhos e sistemas sem alterações

Hemograma: Hemácias: 4,8 milhões/mm3 (4,5 a 5,2milhões/mm3); Hemoglobina: 14,6 g/dl (13,5 a
17,5g/dl); Hematócrito: 44% (41 a 53%); HCM: 29 (27 a 31picogramas); CHCM: 34 (32 a 36%);
VCM: 86 (80 a 98micra3); Leucócitos: 27.600/mm3 (4.000 a 10.000/mm3) – (Bastonetes: 12% [até
5%] Segmentados:75%[55 a 65%]; Linfócitos: 12%% [20 a 30%]; Monócitos: 2% [4 a 8%];
Eosinófilos: 1% [2 a 4%].
Gasometria arterial: pH: 7,15 (7,35-7,45); PO2: 45mmHg (80-100mmHg); PCO2: 28mmHg (35-
45mmHg); HCO3: 8mmol/L (22 a 26mmol/L); BE: -18 (-3 a +3), Saturação de O2: 75%. FIO2
(fração inspirada de O2) na ventilação mecânica de 90%.

1) Hipóteses diagnósticas.
Sepse foco pulmonar - SARA grave – Insuficiência respiratória aguda.

2) Diagnósticos diferenciais.
Pneumonia viral; TEP; IAM. Não poderia ser doenças respiratórias de evolução
arrastada como tuberculose pulmonar, infecção fúngica, sarcoidose, ...

3) Distúrbio ácido-básico presente: Acidose mista descompensada (aumento de


lactato pelo choque distributivo associado a resposta inadequada do tampão
CO2 devido a complacência pulmonar ruim - SARA).

4) Tipo de insuficiência respiratória. Hipoxêmica ou tipo I.


5) Grau de injúria pulmonar. SARA grave. Relação PO2/FIO2 de 50.

6) Justifique as alterações presentes no leucograma.


Leucograma: leucocitose com desvio à esquerda - sugere infecção bacteriana
aguda grave.
CASO CLÍNICO NÚMERO 3 – 5o período

Identificação: L.F., 15 anos, sexo feminino, estudante, solteira, natural e residente em Alfenas,
leucoderma.
QP: sonolência.
HMA: Paciente admitida no Pronto socorro da clínica médica com quadro de obnubilação de início
súbito. A mãe relata que a paciente vem apresentando emagrecimento acentuado nos últimos 2
meses associado a polidipsia, astenia, leucorréia esbranquiçada e prurido vulvar.
APF: Nascida de parto natural à termo; desenvolvimento normal na infância e adolescência; ainda
não teve a primeira relação sexual. Menarca aos 11 anos.
APP: VCI: rubéola e caxumba. Nega diabetes, cardiopatia, hipertensão arterial, pneumopatias,
nefropatias e hepatopatias.
AF: Pai hipertenso. Mãe e 2 irmãos hígidos.
HVCSEC: Reside em casa de alvenaria com saneamento básico completo. Dieta balanceada.
Nega tabagismo e etilismo. Nega toxicomania. Não coabita com animais domésticos. Religião
católica. Renda familiar: R$ 680,00 por mês.
Ao exame: REG, corada, acianótica, anictérica, afebril, panículo adiposo diminuído,
distribuição ginecóide, musculatura normal, brevilínea, fácies atípica, ausência de edema,
circulação colateral e estase de jugulares. Obnubilada, taquipneica (respiração de Kussmaul),
desidratada de 2o grau. IMC: 17. Pulsos periféricos filiformes, perfusão capilar diminuída. PA:
90x60mmHg, P:126 bpm.
ACV: taquicárdica.
AR: sem alterações.
AGI: sem alterações.

Exames laboratoriais:
Glicemia capilar: 586mg/dl; EAS: glicosúria++++ e cetonúria: +++
Gasometria arterial: pH: 7,1; PCO2: 18 mmHg; PO2: 90mmHg; HCO3:6; BE: -22; saturação: 98%.

1) Hipótese diagnóstica.
Cetoacidose diabética. Critérios: pH < 7,3; bicarbonato<18; cetonúria; glicemia >
350mg/dl.

2) Laudo da gasometria arterial. Justifique. Acidose metabólica descompensada.


(PCO2 dentro de esperado).

Deficiência ou ausência de insulina →↓glicose intracelular→catabolismo


lipídico→liberação de cetoácidos→acidose metabólica.

Você também pode gostar