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Caso Clinico

iesc – aula 3

ANAMNESE Radiografia de tórax, apresentou si-


nais de hiperdensidade na base do hemitó-
Paciente do sexo feminino, 55 anos,
rax direito. O tratamento foi realizado com
branca, professora e natural e procedente
amoxicilina 500 mg, 3 vezes ao dia durante
de Salvador, Bahia, procurou a Unidade de
7 dias.
Pronto Atendimento (UPA) com queixas de
tosse e febre há 3 dias. Paciente relata ter
apresentado quadro prévio de resfriado
com cefaleia, dor de garganta e coriza há
8 dias e que foi atendida na UBS do bairro
no 3º dia do início dos sintomas. Está em uso
de analgésico e antialérgico. Refere que há
cerca de 3 dias apresenta tosse produtiva
com expectoração amarelo esverdeado,
além de febre alta (mensurada 39ºC). Evo-
luiu com dor torácica ventilatório depen-
dente à direita, difusa e de intensidade 5
em uma escala de 0 a 10, dispneia aos
grandes esforços, com palpitações, escarros
hemáticos e nega ter utilizado medicações,
radiografia de tórax
apresentando melhora quando está em re-
pouso. Relata ter artralgia, é hipertensa há
5 anos e faz uso de Losartana. Afirma ser
tabagista há 15 anos, 01 cartela/dia. ANTECEDENTES MÉDICOS E PESSOAIS
• HAS, DM e Epilepsia em tratamento. Nefa
EXAME FÍSICO Dislipidemia, Insuficiência cardíaca, Neo-
plasia, Doença respiratória, Doença he-
Ao exame físico, REG, LOTE, acianó-
pática, Doença renal.
tica, descorada +/++++, linfonodos palpá-
• Alergias: Buscopam simples e Voltarem.
veis em cadeia cervical posterior, PA =
• Cirurgias: Histerectomia radical há 12
140x90mmHg, FC = 100bpm, FR: 28ipm e fe-
anos por mioma; Amputação de 1º po-
bril (39ºC). O exame de aparelho respirató-
dodáctilo E há 14 anos e de 1º po-
rio revelou expansibilidade diminuída na
dodáctilo D há 24 anos, ambos por
base de hemitórax direito, macicez à per-
DAOP (doença arterial obstrutiva perifé-
cussão e FTV aumentado nesse local.
rica); Colecistectomia em 1989.
A paciente foi orientada a realizar
• Transplante: Não
exames laboratoriais para investigação de
Pneumonia, Tuberculose e Embolia Pulmonar. • Transfusão: Não
Os exames solicitados foram: Hemograma – • Medicações em uso prévio: Nega
Hb: 12,2 mg/dl (VR:12-16), Ht: 36,1% (VR: 35- • Outros: História de DAOP/TVP
45), Leucócitos: 14500 (VR: 4500-11000),
Plaquetas: 350.000 (VR:150.000 – 450.000);
Exame bacteriológico de escarro – Gram ANTECEDENTES SOCIAIS
mais de 25 leucócitos por campo e menos • Etilismo: 250ml de destilado (cachaça)
de 5 células epiteliais por campo, presença por dia, por 3 anos.
de cocos gram positivos aos pares; • Tabagista há 15 anos.
ANTECEDENTES MÉDICOS E GINECOLÓGICOS PERGUNTAS
G1P1A0
P1. Qual patologia mais provável da
ANTECEDENTES MÉDICOS FAMILIARES
• Mãe: DM, HAS e TVP paciente?
• Pai: Não sabe informar Pneumonia Adquirida na Comunidade
• Irmã: Câncer de mama aos 47 anos. (PAC).
• Nega Doença cardiovascular e renal.
P2. Qual o agente etiológico mais
HÁBITOS DE VIDA
provável?
• Alimentação: Balanceada
• Ingesta hídrica: 3l/dia Streptococcus pneumoniae, 12 a 85%
• Atividade física: Não realiza. dos casos. Produz pneumolisina e enzimas
• Cartão vacinal: Não sabe informar. implicadas na destruição celular e possuem
• Epidemiologia: Negativa para chagas e capsula que dificulta a fagocitose e ação
esquistossomose. de macrófagos de defesa.

P3. Qual tratamento para pneumonia?


PROBLEMAS O tratamento antibiótico inicial é de-
P1. Tosse e febre há 3 dias finido de forma empírica devido à impossibi-
P2. Cefaleia, dor de garganta e coriza há lidade de se obterem resultados microbioló-
8 dias; gicos logo após o diagnóstico da PAC, o
P3. Tosse produtiva com expectoração que permitiria escolher antibióticos dirigidos
amarelo-esverdeado a agentes específicos.
P4. Dor torácica ventilatorio dependente a
direita aos esforços
P5. Leucocitose
P6. Tabagismo e etilismo
P7. Escarro hematicos
P8. Artralgia
P9. Hipertensa há 5 anos - uso de losartana
P10. Linfonodos palpáveis em cadeia cervi-
cal posterior
P11. Taquicardia
P12. Expansibilidade diminuída em hemitorax
direito com macicez e FTV aumentando;
P13. Escarro: gram + aos pares
P14. Raio-x: hiperdensidade de base em HD
P15. DM, HAS, epilepsia
P16. Amputação dos membros do pé P4. Quais os tipos de pneumonia?
P17. História de DAOP E TVP.

Hipóteses
H1. Pneumonia
H2. Tuberculose
H3. Embolia Pulmonar
Outras pessoas que não respiram
profundamente nem tossem incluem pessoas
debilitadas, acamadas, paralisadas ou in-
conscientes. Essas pessoas também correm o
risco de desenvolver uma pneumonia.
Outra característica fundamental é o
fato de a pneumonia ocorrer em uma pessoa
saudável ou alguém com um sistema imuno-
lógico comprometido. Uma pessoa com o sis-
tema imunológico comprometido é muito
mais propensa a contrair pneumonia, inclu-
indo pneumonia causada por bactérias e
vírus incomuns e até mesmo por fungos e pa-
rasitas. Além disso, uma pessoa com o sis-
tema imunológico comprometido pode não
responder tão bem ao tratamento como
pessoas cujo sistema imune é saudável.
As pessoas com um sistema imunoló-
gico comprometido incluem aquelas que:
• Usam certos medicamentos (como corti-
costeroides ou quimioterápicos)
• Têm certas doenças, como a síndrome da
imunodeficiência adquirida (AIDS) ou vá-
P5. Quais as manifestações clínicas rios tipos de câncer
da pneumonia? • Possuem um sistema imunológico subde-
senvolvido, como no caso de bebês e
Paciente com pneumonia, geralmente, crianças pequenas
apresentam início agudo ou subagudo de • Possuem um sistema imunológico compro-
febre, tosse com ou sem expectoração e dis- metido por uma doença grave
pneia. Outros sintomas em comum, como dor • Outros quadros clínicos que predispõem
torácica, dor pleurítica e escarro com he- as pessoas a ter uma pneumonia incluem
moptoicos, além de sintomas inespecíficos alcoolismo, tabagismo, diabetes, insufici-
como mialgias, fadiga e anorexia, podem es- ência cardíaca, idade mais avançada
tar presentes. Os achados em exame físico (por exemplo, mais de 65 anos) e do-
como taquipneia, taquicardia, hipotensão, ença pulmonar obstrutiva crônica por-
crepitações localizadas e sinais sugestivos que estes distúrbios podem enfraquecer
de consolidação pulmonar, que se manifesta os mecanismos de defesa dos pulmões ou
por diminuição da expansibilidade torácica, o sistema imunológico.
podem ser encontrados. Além do aumento
do frêmito vocal, maciez à percussão, redu-
ção do som vesicular, presença de sopro
brônquico. P7. Epidemiologia da pneumonia
A pneumonia é uma das doenças in-
P6. Quais os principais riscos da fecciosas que mais matam em todo o mundo
e o Brasil é um dos países com maior inci-
doença? dência desta. Segundo a Sociedade Brasi-
A pneumonia pode ser subsequente a leira de Imunização, a pneumonia é o prin-
uma cirurgia, particularmente cirurgia abdo- cipal motivo de morte em crianças menores
minal, ou após uma lesão (trauma), particu- de cinco anos causada por doenças infec-
larmente uma lesão torácica, porque a dor ciosas. Somado a isso, dados internacionais
desses quadros clínicos impede que as pes- mostram que mais de 80% dos óbitos causa-
soas respirem profundamente ou tussam. Se dos por pneumonia é referente à pacientes
as pessoas não respirarem profundamente idosos.
nem tossirem, é mais provável que os micro- Estima-se que ocorra, aproximada-
organismos permaneçam nos pulmões e cau- mente, em 16 a 23 casos, por 1 000 pessoas,
sem infecção. por ano.
O Streptococcus pneumoniae é a P9. Quais os custos em saúde pública
causa bacteriana mais comummente identifi-
cada em todo o mundo, mas outras bacté- em relação a pneumonia?
rias e vírus são igualmente causas comuns de No Brasil, embora a taxa de mortali-
PAC. dade da pneumonia esteja em queda (re-
dução de 25,5% entre 1990 e 2015), a
P8. Quais as políticas públicas para quantidade de internações e o alto custo
do tratamento ainda são desafios para a
pneumonia? (vacinas- prevenção-ras- saúde pública e a sociedade como um
treio). todo. Entre janeiro e agosto de 2.018,
417.924 pacientes foram hospitalizados por
A vacina anti-pneumocócica é desti- causa da pneumonia, totalizando gastos
nada para menores de dois anos, pessoas totais de mais de R$ 378 milhões com servi-
com mais de 60 anos, principalmente resi- ços hospitalares.
dentes em asilos ou casas de apoio a ido- Na América Latina, o tratamento hos-
sos, indígenas, profissionais da saúde, ges- pitalar da pneumonia em menores de 5 anos
tantes e pessoas com mais de 2 anos que resultou em custos estimados entre US$
apresentem condições que predisponham 804.46 e US$ 1,076.89.
(direta ou indiretamente) às infecções pneu- Os custos estimados para os casos
mocócicas recorrentes, particularmente às de pneumonia grave variaram em função da
formas graves, como: Esplenectomia (cirúr- metodologia utilizada, resultando em custo
gica ou funcional, como na anemia falci- médio de R$ 780,70 (IC95%: 674-885) por
forme); Deficiência de imunoglobulinas; Neo- revisão de prontuários, R$ 641,90 (IC95%:
plasias malignas; AIDS; Fístula liquórica798; 639-642) por diretriz terapêutica e R$
Doenças pulmonares (enfisema, brônquite 594,80 (IC95%: 566-627) por ressarcimento
crônica, bronquiectasias); Insuficiência car- do SUS.
díaca, renal ou hepática.; Diabetes e Alco-
olismo.
As principais formas de prevenir a do-
ença são recomendações simples: lavar as
mãos, não fumar, não usar bebidas alcoóli-
cas, evitar aglomerações e se vacinar. Além
da vacina da gripe há, ainda, a vacina
anti-pneumocócica para prevenir as pneu-
monias causadas pela bactéria ‘pneumo-
coco’. Em caso de contágio, a imunização
diminui a intensidade dos sintomas, além de
evitar as formas graves da doença e a mor-
talidade para esse tipo específico de pneu-
monia.
Algumas das populações prioritárias
para receber a vacina são: adultos com
idade igual ou superior a 60 anos, portado-
res de doenças crônicas, indivíduos com de-
ficiências no sistema imunológico, gestantes,
residentes em lares de idosos, profissionais
da saúde, cuidadores de crianças, indíge-
nas, população carcerária, tabagistas e ~ EUDIANE ZANCHET ~
pessoas com asma.

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