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FARINGITES

Casos clínicos

Prof. Dr. SERGIO HENRIQUE KIEMLE TRINDADE

Professor Doutor Curso de Medicina FOB USP


Otorrinolaringologista e Área de Atuação em Medicina do Sono
Doutor em Ciências – Área de Concentração Otorrinolaringologia – FMUSP
Pós Doutorado – Área de Concentração Distúrbios Respiratórios do Sono – FMB Unesp
Unidade de Estudos do Sono Laboratório de Fisiologia – HRAC FOB USP
Seção de Otorrinolaringologia HRAC - USP
Caso 1

• Identificação: R.A 16 anos, sexo feminino

• QD: Refere há 02 dias febre baixa, dor de garganta, dores no corpo, coriza.

• HPMA: Refere odinofagia leve. Nega anosmia, dispneia, cefaleia, disfonia,

otalgia.

• AP e AF: Nega comorbidades ou alergias


Oroscopia
Caso 1

Grasel S.S et al – Tratado de Otorrinolaringologia - 2017


Tonsilas palatinas
Tonsilas faríngeas
Tonsila lingual
Palpação cervical
Hipótese diagnóstica?

Além do exame físico, algum exame complementar?


Faringotonsilites virais

• Agentes etiológicos mais comuns:

• Adenovírus: 20%

• Rhinovírus

• Influenzae

• Parainfluenzae

• Vírus Sincicial Respiratório (VSR)


Como você trataria?
Faringotonsilites virais
Caso 2

• Identificação: PL, 21 anos, estudante, sexo feminino

• QD: Refere há 12 dias febre, dor de garganta, queda do estado geral,

emagrecimento e “’ínguas” no pescoço.

• HPMA: Refere odinofagia de leve a moderada intensidade. Foi a UPA há 6

dias sendo prescrito amoxicilina com clavulanato 500/125mg – 1 cp de 8/8

sem melhora.

• Nega disfagia, dispneia, disfonia, queixas nasais ou otológicas.

• AP e AF: Nega comorbidades ou alergias


Caso 2 - oroscopia
Caso 2
Anatomia e níveis cervicais

V
Hipótese diagnóstica?

Além do exame físico, algum exame complementar?


Caso 2 – Exames complementares

LINFOCITOSE ATÍPICA
Caso 2 – Exames complementares
Caso 2 – Exames complementares
Caso 2 – Exames complementares
Caso 2 – Exames complementares
Caso 2 – Exames complementares
Mononucleose Infecciosa
(Infecção aguda pelo EBV)
Mononucleose Infecciosa

• Epstein Baar Vírus – Família Herpesviridae

• IgG positiva em 80 a 95% da população adulta

• Países desenvolvidos – infecção segunda ou terceira década

• Em desenvolvimento – crianças menores (infecção menos sintomática)

• Transmissão: perdigotos (“Doença do Beijo”)

• Síndrome mono-like: CMV, HIV, Hepatites, Toxoplasmose


Caso 2 Período de
incubação 2
a 7 semana

• Fisiopatologia:

Proliferação
de Linfócitos

Resposta T
citotóxica
Linfócito B atípica
REMISSÃO
Existem outras manifestações e complicações da
infecção pelo EBV?
Outras manifestações clínicas

• Petéquias no palato

• Esplenomegalia (30% dos pacientes)

• Hepatomegalia (50% dos pacientes)

• Duração média 2 semanas – até 6 semanas

• Imunocomprometidos: Linfoma de Burkitt, carcinoma de nasofaringe.

• Linfomas de Hodgkin e não Hodgkin

• Hiperplasia adenontonsilar
Como você trataria?
Faringotonsilites virais
Caso 3

• Identificação: F.B 25 anos, estudante, sexo masculino

• QD: Refere há 03 dias febre alta, dor de garganta, queda do estado geral,

“’ínguas” no pescoço.

• HPMA: Refere odinofagia intensa. Já tomou dois tipos de anti-inflamatórios

sem melhora.

• Refere disfagia

• Nega dispneia, disfonia, queixas nasais ou otológicas.

• AP e AF: Nega comorbidades ou alergias


Caso 3 - oroscopia
Anatomia e níveis cervicais

II
Hipótese diagnóstica?

Além do exame físico, algum exame complementar?


Critérios Clínicos

Grasel S.S et al – Tratado de Otorrinolaringologia - 2017


Critérios Clínicos

Grasel S.S et al – Tratado de Otorrinolaringologia - 2017


Cultura e antibiograma
Teste rápido

• Hemograma: leucocitose, neutrofilia, desvio a esquerda

• ASLO: elevação de títulos


Faringotonsilite bacteriana
(estreptocócica beta hemolítico do grupo A)
Como você trataria?
Tratamento
• Sintomáticos
• Corticoesteróides
• Antibióticos:
• Penicilina Benzatina: 600.000 UI IM para crianças inferior a 20 kg
• 1.200.000 UI IM superior a 20 Kg
• Amoxicilina 50mg/kg dose diária total por 07 dias
• Resistência ou alergias
• Amoxicilina com clavulanato
• Cefalosporinas de segunda geração
• Macrolídeos
• Clindamicina
Por que tratar as faringotonsilites
bacterianas?
Febre reumática – Estrepto Beta-hemolítico do grupo A

• Países em desenvolvimento – endêmica (3% da população)


• Maior causas de valvopatias
• Sintomas após uma a quatro semanas do episódio de FTB
• Episódio prévio de FR – grande chance de recorrência
• GNDA
Grasel S.S et al – Tratado de Otorrinolaringologia - 2017
Abscesso peritonsilar
Estrepto Beta-hemolítico do grupo A
• 20% das faringotonsilites agudas

• Estrepto dos grupos C e G frequentes, sem risco de complicações autoimunes

• Mycoplasma e Clamydia pneumoniae: tosse associada

• S. aureus, M. catarrhalis, Haemophilus sp: recorrência

• GAS: 20% das FTA

• Disseminação por gotículas

• 20% da população portadora assintomático

• ASLO negativa

• Portador sadio não desenvolve FR e GNDA


Grasel S.S et al – Tratado de Otorrinolaringologia - 2017
ADENOTONSILECTOMIA

https://youtu.be/c23ElOYe_zI
Faringotonsilites específicas
Faringotonsilites específicas

• DIFTERIA:

• Corynebacterium difteriae

• Queda da cobertura vacinal (DTP)

• Mortalidade 5 a 10% - pior em crianças pequenas e demora no tratamento

• Tratamento – soro antidiférico (prevenção de miocardite, IRA, neurites)

• Penicilina G ou eritromicina
Faringotonsilites específicas

Grasel S.S et al – Tratado de Otorrinolaringologia - 2017


Faringotonsilites específicas

• ANGINA DE PLAUT VICENT

• Fusobacterium plautivicentiniae e Spirochetae dentium

• Saprófitas da cavidade oral

• Más condições dentárias

• Tratamento

• Penicilinas, metronidazol, clindamicina


Faringotonsilites específicas - ISTs
• ANGINA GONOCÓCICA – 15 A 30% COM INFECÇÃO GENITAL

• ANGINA LUÉTICA

Souza BC, RFO 2017


Faringotonsilites específicas
Faringotonsilites específicas

• HERPANGINA

• Coxsackie vírus 2,3,4,5,6,8,10

• Crianças pré-escolares e escolares

• Sintomas intensos, vômitos, diarréia, risco de desidratação

• Tratamento sintomático
Caso 5

• Identificação: GM, 13 anos, estudante.

• QD: Refere há 32 dias febre intermitente, queda do estado geral,

emagrecimento e “’ínguas” no pescoço.

• HPMA: Nega disfagia, odinofagia, disfonia, dispneia, queixas orais, nasais ou

otológicas.

• AP e AF: Nega comorbidades ou alergias


Caso 3 - oroscopia
Palpação cervical
Hipótese diagnóstica?
Caso 3

• Anatomopatológico: Linfoma de Hodgkin


sktrindade@usp.br

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