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Microbiologia e Parasitologia (RCG 245)

Seminário de Casos Clínicos de Virologia - 2016

FORMATO: Em trabalho individual prévio à atividade, os alunos deverão estudar todos os


casos clínicos e responder as perguntas. No dia do seminário, a classe de 50 estudantes será
dividida em grupos e cada grupo será encarregado de discutir apenas UM dos casos durante 60 a
90 minutos, com auxílio de livros, cadernos, etc. Cada grupo entregará uma folha de respostas
assinada por todos os membros do grupo e apresentará (em no máximo 15 minutos!!) suas
respostas à classe. ESSA ATIVIDADE VALE 10% DA NOTA TEÓRICA DE
VIROLOGIA.

Caso 1.
Um homem de 75 anos em tratamento para linfoma apresenta dores e sensação de “fisgada” na
região do olho esquerdo há 5 dias. No dia seguinte apresenta alteração de sensibilidade na pele
do mesmo local, e dois dias depois desenvolve vermelhidão e aparecem pequenas bolhas na
mesma região, com redução da acuidade visual e intensa dor no olho. Ao exame físico: paciente
magro, abatido, com eritema acentuado na região periocular esquerda da linha média até a
fronte. Pequenas vesículas, úlceras e crostas presentes sobre pele eritematosa. Linfonodos retro-
e pre-auriculares à esquerda aumentados e dolorosos à palpação. Responda:
a. Qual o mais provável agente etiológico envolvido? Quais as principais características
definidoras desta família de agentes?
b. Qual a história natural e os mecanismos patogênicos de sintomas e sinais?
c. Que tratamento você instituiria e qual seu mecanismo de ação?
d. Qual a profilaxia mais adequada?

Caso 2.
Uma senhora de 80 anos é trazida ao PS com história de 3 dias de duração, com início súbito de
calafrios, febre, tosse improdutiva, prostração e um pouco de falta de ar. No dia seguinte não
conseguiu realizar suas atividades cotidianas, ficou de cama com muita fraqueza, febre, piora
da falta de ar e a tosse se tornou produtiva de expectoração amarelada. Mora só e tem
dificuldades para se deslocar na cidade. Exame físico: estado geral comprometido, adinâmica,
desidratada, com temperatura de 39ºC, 50 respirações por minuto, cianose discreta de
extremidades, pulso fino a 120 bpm. Ausculta pulmonar: roncos e estertores nas bases
pulmonares. R-X do tórax: infiltrado intersticial bilateral do 1/3 inferior. Responda:
a. Qual o diagnóstico mais provável e por quê? Quais as principais características
epidemiológicas do agente.
b. Resuma as causas de morte celular por este agente.
c. Explique os sinais e sintomas da paciente.
d. Que tratamento pode ser usados e qual a prevenção?

Caso3.
Uma auxiliar de enfermagem de 33 anos tem anorexia, náuseas e adinamia associadas com
icterícia, episódios irregulares de febre moderada, progressiva colúria e fezes mais claras nos
últimos 10 dias. Está ictérica, com fígado aumentado e levemente doloroso, de consistência e
textura normais. Há três meses se feriu com agulha após puncionar veia de um paciente. Era
vacinada para hepatite B. Níveis sanguíneos elevados de TGP, TGO, bilirrubinas e fosfatase
alcalina, com linfocitose discreta. Testes sorológicos positivos para anticorpo anti-HBs, anti-
HCV e anti-HAV, e negativos para anti-HBc e anti-HBe.
1. Qual é o diagnóstico clínico mais provável? Qual a mais provável via de transmissão?
2. Como é a patogênese dessa doença? Como explicar os resultados laboratoriais?
3. Você quantificaria o agente no sangue da paciente? Por qual método? Para quê?
4. Como você trataria esta paciente? Quais as chances de cura?
Caso 4:
Na enfermaria de transplantados há um homem de 45 anos em tratamento para leucemia
mielóide aguda, que recebeu quimioterapia e transplante de células tronco hematopoiéticas há
três semanas e agora tem tosse, dispnéia e febre. Tomou já várias transfusões de sangue e
recebeu corticosteróides em alta dose para doença enxerto-versus- hospedeiro. O paciente tem
temperatura de 38,6C, pulso de110 bpm, e está taquipneico com respiração laboriosa e redução
de murmúrio vesicular e estertores à ausculta pulmonar. Radiografia do tórax revela infiltrado
interstício-nodular predominante nos terços inferiores de ambos os pulmões. Exame do lavado
bronco-alveolar mostra flora bacteriana mista e células gigantes com grandes corpúsculos de
inclusão nucleares. Exame de fundo de olho mostra exsudatos nas retinas. O sangue periférico
testado por imuno-histoquímica há 5 dias mostrava positividade em leucócitos para um antígeno
de um certo vírus.
a. Qual o vírus mais provável? Quais as principais características da sua patogênese?
b. Qual a mais provável história natural da infecção desse paciente? Por que há
positividade em leucócitos do sangue periférico?
c. Que outras possíveis manifestações da infecção devem ser buscadas no paciente?
d. Cite possibilidades de tratamentos para esta infecção e seus mecanismos de ação.

Caso 5.
Um homem de 29 anos tem perda de 20% do peso corporal nos últimos três meses, com febre
recorrente, diarréias frequentes de mais de 14 dias de duração, falta de ar, e lesões
esbranquiçadas na boca. Usa drogas injetáveis. Ao exame físico: consumido, pálido, lesões em
placas esbranquiçadas compatíveis com candidíase oral. Radiografia do tórax mostra infiltrado
pneumônico difuso bilateral. Hemograma mostra 1300 leucócitos/mm3 sendo 80% de
neutrófilos, hemoglobina de 7mg/100 ml e citometria de fluxo revela 180 linfócitos CD4(+)
/mm3.
a. Qual a mais provável etiologia? Quais as características mais importantes do ciclo do
agente etiológico na sua relação com o hospedeiro?
b. Qual a patogênese das manifestações clínicas? Destaque os aspectos que você considera
serem mais fundamentais na patogênese.
c. Quais os principais mecanismos de ação das drogas que você usará no seu tratamento?
d. Como a resposta ao tratamento deve ser monitorada?

Caso 6.
Um adolescente de 15 anos, filho de um borracheiro morador da periferia de Ribeirão Preto está
com mal-estar, dor de cabeça, dores musculares generalizadas e febre. Está adinâmico com
temperatura de 39C, discreto exantema máculo-papular não-pruriginonso, linfadenomegalias
pequenas difusas, sem artrites. Hemograma revela linfocitose e hematócrito elevado.
a. Qual a hipótese diagnóstica mais provável? Como confirmá-la?
b. Quais as características epidemiológicas principais do possível agente?
c. Quais os mecanismos de patogênese das manifestações clínicas?
d. Diante do hematócrito elevado, você faz uma prova do laço que se revela positiva. Que
mecanismos justificam esses resultados?

Caso 7.
Um rapaz de 19 anos até então hígido tem febre, fadiga intensa e dor de garganta. Está com
discreto exantema máculo-papular difuso e com sinais inflamatórios na garganta, além de
apresentar linfadenomegalias pequenas generalizadas. Fígado e baço palpáveis, com
consistência normal. Sangue periférico com leucócitos em 20.000/mm3, sendo 80% de
linfócitos, a grande maioria deles atípicos. Um MonoTeste revela-se positivo.
a. Qual o agente etiológico mais provável? Quais os mais prováveis mecanismos de
sua aquisição?
b. Explique a patogênese dos achados laboratoriais.
c. Como pode ser confirmado o diagnóstico?
d. Suponha que depois de 15 anos o paciente retorna com aumento doloroso do arco
mandibular esquerdo. Qual seria o mais provável diagnóstico e qual a patogênese
dessa manifestação?

Caso 8.
Um paciente de 31 anos com anemia falciforme em acompanhamento no ambulatório de
hematologia vinha bem, com poucas intercorrências e sem crises falcêmicas, com hemoglobina
de 8 mg/dL. Agora queixa-se de fraqueza e falta de ar aos mínimos esforços há 4 dias. Relata
que há 10 dias antes o seu filho de 2 anos teve febre e lesões avermelhadas na pele e no rosto,
sarando em cerca de 4-5 dias sem complicações. Ao exame físico palidez intensa, baço 6 cm
abaixo do rebordo costal esquerdo, com 45 respirações por minuto, pulso fino com frequência
de 120bpm. Exame de sangue: anemia grave com hemoglobina de 4 mg/dL, ausência de
reticulócitos, hematócrito baixo.
a. Qual a mais provável causa dos sintomas do pai e como sua doença se relaciona
com o quadro do filho?
b. Quais as mais importantes características biológicas desse agente e qual a
patogênese das manifestações clínicas e laboratoriais do paciente?
c. Como confirmar esse diagnóstico?
d. Ao saber que a esposa do paciente está grávida, que preocupações lhe vêm à
mente?

Caso 9.

Criança de quatro anos vem à U.E. com febre há 3 dias, dizendo que a cabeça dói. Ao exame
físico: criança eutrófica, inquieta, com rigidez de nuca, sinais de irritação meníngea, sem
confusão mental aparente. O exame de fundo do olho é normal. Punção lombar revela líquor
cristalino, com discreto aumento de linfócitos, glicose normal e proteínas discretamente
elevadas.
1. Qual o agente etiológico mais provável e a que família pertence? Como é seu ciclo
replicativo?
2. Descreva a patogênese da infecção.
3. Como as características do líquor ajudam o diagnóstico? Que teste adicional pode ser
feito no líquor já colhido?
4. Que outras manifestações clínicas poderiam ser vistas no paciente? Discuta o
prognóstico deste paciente.

Caso 10.

Um bebê masculino de 11 meses vem à UE com falta de ar e febre. Ao exame físico: taquipnéia,
temperatura de 38,4ºC, corrimento nasal esbranquiçado, discreta cianose perioral e de
extremidades, com tiragem intercostal, batimentos de aletas nasais e ausculta pulmonar com
sibilos e crepitações na base do pulmão esquerdo. R-X de tórax: condensação interstício-
alveolar na base E com sinais de hiperaeração.
a. Qual o diagnóstico clínico mais provável? Quais as mais frequentes causas deste quadro
clínico?
b. Qual o principal fator de virulência do agente em questão?
c. Que alterações anátomo-patológicas você esperaria encontrar no pulmão?
d. Que possíveis métodos de tratamento e prevenção podem ser usados?

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