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Brasília, 15 de julho de 2011
História Clínica
- Vacinação: atualizada
- DNPM: adequado
- Freqüenta a escola: 3º ano
História Clínica
Antecedentes patológicos:
- Nega internações ou cirurgias prévias. Nega uso de medicamentos ou
alergias.
Hábitos de vida:
- Reside em casa de alvenaria, com saneamento básico completo.
Possui cachorro.
- Alimentação: cardápio familiar.
- Nega tabagistas no domicílio.
Antecedentes familiares:
- Mãe, 26 anos, saudável.
- Pai, 31 anos, saudável.
- Irmão, 6 anos, saudável.
- Irmã, 3 anos, saudável.
Exame Físico
Ao exame (na entrada no HRAS )
BEG, eupnéico, hipocorado, acianótico,
desidratado, ativo, reativo, pouco irritado devido a
dor, febril (39,3°C).
AR: MVF, s/ RA
ACV: RCR 2T BNF s/ sopros.
ABD: Plano, RHA+, flácido, sem VMG palpáveis.
EXT: Sem edema, boa perfusão.
Exames Complementares
Exames
Complementares:07/06:
EAS: sangue: ausente
Cor: amarelo citrino corpos cetônicos: ausente
Aspecto: turvo glicose :ausente
pH:5 proteinúria: +
densidade:1020 pigmentos biliares : ausente
nitrito: ausente
células epiteliais: 1000
leucócitos: 3.00
bactérias: aumentas
outros elementos: muco
aumentado
células hialinas
Exames Complementares
Hemograma
Leucócito: 1850 Eritrocito:4%
Mielócitos: 0% Hemoglobina:9,8
Metamielócito: 0% Hematócrito: 29
Bastonetes:12% VCM: 74
Segmentados: 75% HCM: 24
Eosinófilos: 01% CHCM:32
Linfócitos:11%
Monócitos:01% Plaquetas:?
Exames Complementares
EAS: corpos cetônicos: ausente
glicose :ausente
Cor: amarelo citrino cristais: ausentes
Aspecto: turvo
proteinúria: +
pigmentos biliares :
Deposito: ausente ausente
pH:5 nitrito: ausente
densidade:1020 células epiteliais: 1000
hemácia: 4.000 leucócitos: 10.000
bactérias: +
muco: ++++
Exames Complementares
Hemograma
Leucócito: 31.500 Hemácia: 3,7%
Mielócitos: 0% Hemoglobina:11,6
Metamielócito: 0% Hematócrito: 35
Batonetes:12% VCM: 94,6
Segmentados: 75% HCM: 31,35
Eosinófilos: 01% CHCM:33,14
Linfócitos:11%
Monócitos:01%
NOVOS ACHADOS!!!
Caso Cínico
Ao exame físico do dia 09/06/11 foi identificado :
Rigidez de nuca
Contratura muscular vertebral
Região cervical dolorosa à palpação
Lasegue +
Sem sinais focais
Pupilas isocóricas e fotoreagentes
Febril
HIPOTESE DE
DIAGNÓSTICO??
CONDUTA??
PUNÇÃO LOMBAR
ANTIBIOTICOTERAPIA
HEMOCULTURA
Punção Lombar
Difícil realização.
Achados:
Proteína 70 mg/dL
Cloretos 101 mEq/L
Glicose 67 mg/dL
Hemácias: 55 /mm3
Células nucleadas: 905 /mm3
Neutrófilos: 85 %
Linfócitos: 15 %
exames laboratoriais
exames laboratoriais (HRAS dia 09/06)
HC: Hb 11 Ht 32
Leuco 23900/82S/4B/10L/3M/1E
PLQ 396.000
VHS 60mm
Cl 96
Gl 197
K 4,4
Na 130
Conduta
Evolução
No 4o DIH apresentou posição antálgica com
flexão de coxas sobre o tronco e extensão da
cabeça , e surgimento de edema/nódulo em região
frontal, doloroso sem sinais flogísticos
Evidencia de HIC
Comprometimento
cardiopulmonar severo
Infecção sobre o local
Trombocitopenia
(relativa)
Diagnósticos Diferenciais
Outros microorganismos podem causar meningite:
Mycobacterium tuberculosis, Nocardiaspp,
Treponema pallidum, Borrelia burgdorferi,
fungos , Toxoplasma gonddi
Infecções focais do SNC
Doenças malignas, síndromes vasculares do
colágeno e toxinas
Meningoencefalite viral
tratamento
Terapia inicial com ATB
O tratamento empírico é influenciado pela
sensibilidade do germe.
É mais frequente a resistência do pneumococo à
peniclina relativa(25%) à cefalosporina. O
meningococo costuma ser sensível a penicilina e
cefalosporina. 30% do H. Influenzae tipo B produzem
beta-lactamase- resistente a ampicilina, sendo sensível
a cefalosporina com amplo espectro
Tratamento
PROBER, Charles G. ; 602.1: Infecções do Sistema Nervoso Centra – Meningite Bacteriana Aguda após o período neonatal; Nelson-
Tratado de Pediatria; tradução 18 edição; 602:2519-2527,2009
Tratamento
PROBER, Charles G. ; 602.1: Infecções do Sistema Nervoso Centra – Meningite Bacteriana Aguda após o período neonatal; Nelson- Tratado
de Pediatria; tradução 18 edição; 602:2519-2527,2009
Duração do tratamento
Pneumococo, sem complicação, sensível a
penicilina 10 a 14 dias, cefalosporina de 3ª geração
se resistente associar a vancomicina
Meningococo: penicilina IV- 400.000U/kg/dia, a
cada 4-6horas, por 5 a 7 dias
H.nfluenzae: 7 a 10 dias
Sem definição do germe: ceftriaxona ou cefotaxima
por 7 a 10 dias
Gram negativo: 3 semanas ou 2 semanas depois da
esterelização do LCR
PROBER, Charles G. ; 602.1: Infecções do Sistema Nervoso Centra – Meningite Bacteriana Aguda após o período neonatal; Nelson- Tratado de Pediatria;
tradução 18 edição; 602:2519-2527,2009
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5 versus 10 days of treatment with ceftriaxone for bacterial meningitis in children: a double-blind randomised equivalence study.
Molyneux E, Nizami SQ, Saha S, Huu KT, Azam M, Bhutta ZA, Zaki R, Weber MW, Qazi SA; CSF 5 Study Group.
Lancet. 2011 May 28;377(9780):1837-45
ARTIGO INTEGRAL
Método - Participantes
Setembro de 2001 a Dezembro de 2006
Vários países, duplo cego, controle de placebo,
randomizado
Bangladech, Paquistão, Egito, Malásia e Vietnã
Foram admitidas crianças que realizaram punção
lombar ou com suspeita clinica
Foram realizadas punção lombar, história e exame
físico completo, pesada,exame de sangue colido,
feito pesquisa para malária, glicose, eletrólitos,
hemocultura. Foi já iniciado cefriaxona IV
1 HIV
Discussão
Os resultados mostram que o ATB em meningite por
mais de 5 dias em crianças ,além da faixa neonatal
causada pelos 3 patógenos mais frequentes, não é
necessário, em crianças com quadro clínico estável e
melhorando dia a dia
O óbito e as sequelas ao longo prazo são consequencias
do processo inflamatório e dano neural isquêmico
O diagnóstico precoce e uso imediato de ATB
influencia na diminuição da morbi-mortalidade
Diminuição da audição é a sequela mais frequente
As principais desvantagens do uso da ceftriaxona
são o elevado custo (está diminuindo pela quebra
da patente)
Menor tempo de internação reduzem os custos –
para a família e para o estado e o risco de infecções
nasocomiais
Vacina – redução drástica na Malásia - Hib
Surgimento de novas bacterias causando meningite
como salmonela não typhi
Limitações
Efeitos colaterais dos ATB
Flebite
Febre pelo medicamento
Rash
Vômitos
Candidíase oral
Diarréia
Corticóides na Meningite
Suporte na Meningite
Rigorosa monitorização dos sinais vitais, nível de
consciência, diurese e avaliação neurológica
UTI- instabilidade hemodinâmica ou choque,
alterações respiratórias e alterações da consciência
Isolamento até completar 24h de ATB
Restrição hídrica se houver SSIHAD
Suporte nutricional adequado
Hemograma e glicemia rotineiro
Complicações – Abscesso Cerebral
Em lactentes jovens: são meningite e as derivações
ventrículo-peritoneais
em crianças de 5-10 anos: infecções
otorrinolaringológicas, dentárias e as cardiopatias
congênitas cianóticas (Tetralogia de Fallot)
raros os casos pós-trauma ou pós-neurocirurgia
30% dos casos não se identifica um fator
predisponente
Quadro Clínico -Abscesso
Cerebral
> 2 semanas e pelo aumento da pressão intracraniana
dependem da localização e do tamanho do abscess0
50% dos casos está presente a tríade clássica de febre,
cefaléia e sinais neurológicos focais
60% sem febre
Ataxia e nistagmo- abscesso cerebelar
alterações do nível de consciência (50%)
Convulsões 25%
paralisia de nervo craniano ocular
Quadro Clínico- Abscesso
Cerebral
Diagnóstico- Abscesso Cerebral
A punção liquórica deve ser evitada devido ao risco
de deterioração neurológica pós-punção.
LCR alterado : quando ocorre a drenagem do
abscesso para o espaço subaracnóide ou para
ventrículo: mostrando pleocitose acentuada assim
como hipoglicorraquia. cultura do líquor é positiva
em torno de 20%
LCR - Abscesso Cerebral
Diagnóstico- Abscesso Cerebral
TC
Auxilia na diferenciação entre cerebrite (contraste
no centro da lesão) e abscesso bem encapsulado
(ausência de contraste no centro da lesão)
TC é utilizada para o acompanhamento da no
entanto, pode permanecer alterada por 4-5
meses
US - transfontanela
Causas e Locais -Abscesso
Cerebral
Abscessos múltiplos: foco à distância ou pós-
meningite e ocorrem em 6 a 22% dos casos.
Abscesso único: infecções contíguas ou pós-trauma
Sinusite : lobos frontal e o temporal
Otite e/ou mastoidite: lobo temporal e cerebelo
disseminação hematogênica: artéria cerebral média
– região fronto-parietal
cardiopatia congênita: região temporo-parietal
Agentes etiológicos- Abscesso
Cerebral
65% - agente único (sendo 20-40% anaeróbios)
até 25% é polimicrobiano
30% é estéril.
aeróbios e anaeróbicos (Streptococcusmilleri), Sthaphylococcus
aureus, Haemophylusi nfluenzae, Haemophylus aphrophiluse
Citrobacter diversus(neonatal)
Tratamento -Abscesso Cerebral
abordagem clínico-cirúrgica
Antibiótico : penetração da droga no tecido
cerebral, concentração bactericida e inibitória
mínimas.Cultura do material aspirado
antibioticoterapia seja prolongada, em média 4-6
semanas, chegando a até 10 semanas e também
depende da técnica cirúrgica
Tratamento -Abscesso Cerebral
O uso de corticosteróide no tratamento é
controverso
É útil quando há aumento de pressão intracraniana,
deterioração neurológica progressiva e quando,
pela tomografia, se evidencia efeito de massa
efeitos indesejáveis: diminuição da concentração de
antibiótico no tecido cerebral e o retardamento do
processo de formação da cápsula
Tratamento - Abscesso Cerebral
A cirurgia é o tratamento definitivo do abscesso
cerebral
permite a identificação do agente etiológico.
cirurgia estereotáxica
Sequelas -Abscesso Cerebral
Presentes na grande maioria dos casos geralmente,
são leves.
As principais são a epilepsia e as paresias
20% são incapacitantes
Complicações – Empiema
Subdural
Coleção purulenta entre a dura máter e aracnóide
70% decorrente a sinusopatias
Pode estar associada a : abscesso cerebral, meningite,
osteomielite, abscesso epidural e trombose do seio
cavernoso
Mortalidade: 10 a 20%
Seios mais acometidos: frontal, etmoidal, esfenoidal e
pansinusite
São encontrados na convexidade cerebral (70-80%) e
região inter-hemisférica (10 a 20%)
Complicações – EmpiemaSubdural
Clinica:
Deterioração neurológica progressiva. Cefaléia, febre,
rigidez de nuca, vertigem, vômitos, convulsões, alteração
do nível de consciência e sinais neurológicos focais
Diagnóstico diferencial:
Meningite, abscesso extradural e cerebral
Diagnóstico:
TC ou RMN
Complicações – Empiema
Subdural
Agentes:
S.aureus, H.influenzae, S. Epidermidis, estreptococos,
pneumococo, germes anaeróbios
Tratamento:
Clínico:
ATB de largo espectro – se pequeno, sem alteração do nível
de consciência, motitorização clínica e radiológica
Neurocirúrgico: eliminar o efeito expansivo e reação
inflamatória
Trépano-punção
Craniotomia osteoplástica
Sequelas – EmpiemaSubdural
Complicações:
Convulsões tardias 25 a 40%
Epilepsia
Deficiência mental
Prognóstico - Meningite
Neonatologia – mortalidade : 15 -20%
Pneumocócica: 10% até 40%
Meningocócica: 5- 10%
Hib: 3 - 6%
Sequelasneurológicas: 30-50% deficiência
auditiva, distúrbios de linguagem, retardo mental,
anormalidades motoras, convulsões, distúrbios do
comportamento, déficits visuais, baixos quocientes
de inteligência e hidrocefalia. Mais frequente é a
surdez neurosensorial(3-40%)
Prevenção - Meningite
Prevenção - Meningite
Profilaxia para Hib somente quando há contato
domiciliares com idade inferior a 4 anos (mesmo se
vacinada) e em creches somente quando há mais de
2 casos em menos de 60 dias – RIFAMPICINA
(20mg/dia, uma dose diária por 4 dias)
Se o paciente foi tratado com cloranfenicol ou
ampicilina também deverá receber rifampicina
Vacinação- Meningite
Pneumocócica 10 (conjugada): em crianças no
primeiro semestre de vida - 2,4,6 meses, reforço
entre 12 e 15 meses de idade
Meningocócica C (conjugada): duas doses aos 3 e 5
meses de idade, reforço entre 12 e 15 meses
Bibliografia
FARIA,Sonia M. de; FARHAT,Calil K.: MENINGITES BACTERIANAS- diagnóstico e conduta;artigo
de revisão, Jornal de Pediatria, 1999
PEREIRA,CarlosUmbertoet al.: EMPIEMA SUBDURAL DEVIDO A SINUSOPATIAS: considerações
sobre 11 casos, artigo original, J. Bras. de Neurocirurgia,11:13-16,2000
Pereira,RicardoMetal: Abscesso Cerebral na infância:relato de 10 casos,Jornal de Pediatria,1998;62-66
MOLYNEUX,Elizabeth etal: 5 versus 10 daysoftreatmentwithceftriaxone for bacterialmenigitis in
children: a double-blindrandomisedequivalencestudy; Lancetb2011, 377: 1837-45
PROBER, Charles G. ; 602.1: Infecções do Sistema Nervoso Centra – Meningite Bacteriana Aguda após o
período neonatal; Nelson- Tratado de Pediatria; tradução 18 edição; 602:2519-2527,2009
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