Você está na página 1de 20

PNEUMONIA Pneumonia

ADQUIRIDA NA Adquirida na
COMUNIDADE Comunidade
Laís Rodrigues
Laís Rodrigues
Fisiopatologia
Patógenos em
Aerossóis
bronquíolos
colonização do
terminais e espaços
trato respiratório
alveolares

Processo Espaços alveolares


inflamatório local e preenchidos por
sistêmico exsudato

Redução da complacência e aumento da resistência


pulmonar
Alteração da relação venAlação/perfusão
Obstrução e colapso de vias aéreas terminais
Etiologia
RECONHECER A 1. CONSIDERAR DIAGNÓSTICO DE PNEUMONIA
PROVÁVEL EM CRIANÇAS COM FEBRE, DISPNEIA,
APRESENTAÇÃO TOSSE E ALTERAÇÃO DO ESTADO GERAL.
CLÍNICA
ASPECTOS MAIS RELEVANTES DA ANAMNESE
- Idade da criança
- Duração dos sintomas
- IVAS recente
- Sintomas associados
- Pneumonia recorrente
- Uso prévio de anDbióDcos
- Condição vacinal
- Contactantes doentes
- Presença de tosse, dor torácica, dispneia
- Sinais de esforço respiratório na ausência de estridor
ou sibilos.
2. EXAME FÍSICO
Deve estar voltado para busca de sinais de
localização e de gravidade

üTaquipneia: ü Achados no exame pulmonar:


• Menores de 2m: > 60 irpm • Crepitações finas
• Entre 2m e 1ano: >50irpm • Crepitações grosseiras e roncos
• De 1 a 5 anos: > 40 irpm • Sibilos
• A parFr de 5 anos: > 20 irpm • Sinais de consolidação
• Redução de sons pulmonares, macicez a
üSinais de esforço respiratório: percussão, broncofonia, frêmito aumentado
• BaFmento de aleta nasal, retração de • Sinais sugesFvos de derrame pleural
fúrcula, Fragem intercostal e subcostal, •Ausculta pulmonar abolida, atrito pleural,
gemido
dor venFlatório-dependente
• Hipoxemia
• Alteração do estado mental
• Apneia
DIAGNÓSTICO
É CLÍNICO!

ØRADIOGRAFIA DE TORAX:
o Nã̃o deve ser considerada de roFna na invesFgação ou em pacientes sem necessidade de
internação.
o Não devem ser realizadas para acompanhamento naqueles pacientes com melhora clínica
ØEXAMES LABORATORIAIS:
o Leucograma e reagentes de fase aguda (pcr, vhs, pct) não devem ser realizados de roFna.
o InvesFgação microbiológica não deve ser roFna na PAC de tratamento ambulatorial.
o Hemocultura deve ser reservada para falha terapêuFca, casos graves com sinais de
bacteremia, sepse grave ou choque sépFco, imunossupressão.
o Swab nasal para pesquisa de vírus deve ser considerada em pacientes internados.
Síndrome clínica pode sugerir um
agente etiológico da pneumonia?

vPneumonia bacteriana Epica v Pneumonia bacteriana por Staphylococcus


- Idade: qualquer idade aureus
- Início abrupto - Idade: qualquer idade
- Início abrupto
- IVAS prévia
- Lesões de pele como porta de entrada.
- Febre, calafrios, toxemia, dor torácica - RX: AcomeDmento mulDlobar
- Achados focais na ausculta pulmonar
- Distúrbios respiratórios moderados a graves v Pneumonia viral
- Idade: < de 5 anos
- RX: padrão lobar, broncopneumonia, Pneumonia
- Início insidioso
redonda, infiltrado alveolar
- Sintomas gripais, mialgia
- Estado geral preservado
- Achados da ausculta difusos e bilaterais
- RX: infiltrado intersDcial e hiperinsuflação
Reflexão sistematizada de
conduta
Primeiro: LEMBRAR DA PREVALÊNCIA DA PAC NAS FAIXAS ETÁRIAS, EXCLUIR
OS DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS.

Segundo: PENSAR FATORES DE RISCO PARA EVOLUÇÃO DESFAVORÁVEL:


desnutrição, comorbidades, baixa idade no momento da doença, baixas
condições socioeconômicas, condições sanitárias e de higiene precárias e
baixa cobertura vacinal.

Terceiro: INICIAR IMEDIATAMENTE O TRATAMENTO COM ANTIBIÓTICO AO


NÍVEL DOMICILIAR OU HOSPITALAR.

Quarto: GARANTIR REAVALIAÇÃO APÓS 48 A 72H DO INÍCIO DO


TRATAMENTO OU A QUALQUER MOMENTO SE HOUVER PIORA CLÍNICA.

Quinto: INCENTIVAR A PREVENÇÃO: aleitamento materno exclusivo nos


primeiros meses de vida e à vacinação contra agentes importantes, como o
pneumococo e o vírus da influenza.
como devo tratar
ambulatoriamente a
criança com pneumonia?
Considerando que o soroDpo do pneumococo 19A de
maior circulação no Brasil em 2020 e que apresenta
resistência intermediária à penicilina, sugere-se:

Amoxicilina na dose de 90mg/Kg/dia, e se medicado de:

§ 12/12h cobertura contra os pneumococos sensíveis e cerca de 60% das formas resistentes.
§ 8/8h cobertura para os pneumococos sensíveis e cerca de 90% das formas resistentes, portanto,
idealmente deve ser o esquema proposto.

Lembrando que a escolha da posologia deve ser individualizada, considerando a epidemiologia


local, as condições sociais, adesão ao tratamento, estado vacinal da criança em relação à
vacina anDpneumocócica (se VPC10 ou VPC13).
Revista Médica de Minas Gerais
Pneumonia em crianças: novo desafio no ano de 2022
SOCIEDADE BRASILEIRA
DE PEDIATRIA 2022
AMOXICILINA HIPERSENSIBILIDADE À MACROLÍDEOS
(1 OPÇAO) - VO PENICILINA

v 50MG/KG/DIA COM v NÃO MEDIADAS POR IGE. A v ERITROMICINA 40MG/KG/DIA -


INTERVALO 8/8H OU PENICILINA - CEFALOSPORINAS DE 2 6/6H DOSE MAX
12/12H, DE 5 – 10 DIAS OU 3 GERAÇAO – CEFTRIAXONA 2G/DIA DE 7-10 DIAS
(DIRETRIZES SUGEREM 7 PODE SER UTILIZADA.
DIAS) v CLARITROMICINA 15MG/KG/DIA
v MEDIADA POR IGE CLINDAMICINA DE 12/12H, MAX 1 G/DIA 7-10
v DOSE MAXIMA DE 4G/DIA. OU UM MACROLÍDEO DIAS

v AZITRO 10MG/KG/DIA 1X/DIA


POR 5 DIAS
Causas frequentes de falha terapêutica no
tratamento das PAC

Presença de derrame / empiema pleural, pneumonia necrosante e abcesso


1
pulmonar

Outros agentes que não os esperados: vírus, bactérias atípicas, considerar


2
possibilidade de primeira manifestação da tuberculose.
Não cumprimento do tratamento anDbióDco proposto (doses, intervalos e tempo
3
de uso).
Doença de base do paciente: imunossupressão, fibrose císDca (FC), asma,
4
desnutrição, bronquiectasias não FC.
Ocorrência de quadros diferenciais: aspiração de corpo estranho, malformações
5
pulmonares (ex.: sequestro pulmonar), hérnia diafragmática.
Quando devo internar e
quais exames devo solicitar?
HOSPITALIZAÇÃO:
Ø Desconforto respiratórios moderado a grave: FR >70 rpm em <12
meses de idade e >50 rpm para crianças maiores
Ø Intolerância do tratamento ambulatorial
Ø Falha terapêuDca
Ø Vulnerabilidade social
Ø Casos graves ou com comorbidades
Ø Hipoxemia (Sat <92% em ar ambiente)

v Nesse cenário, sugere-se RXT (a fim de se documentar a extensão


da doença, avaliar complicações), hemograma e PCR para
acompanhamento.

v Ressalta-se a importância da coleta de hemocultura na


admissão dos pacientes hospitalizados.
No paciente internado, como devo tratar?

vSem sinais de gravidade que não toleram a via oral, sugere-se:


Ampicilina na dose de 150-200mg/kg/dia, que é eficaz contra o
pneumococo sensível à penicilina e pode atuar também em
casos de resistência intermediária.

vResposta inadequada ao tratamento inicial, possibilidade de


infecção por resistência intermediária à penicilina, como o
soroDpo 19A. Nesses casos, a dose da Ampicilina pode ser
aumentada para 300-400mg/kg/dia OU Cefalosporina de 3a
geração (CEFTRIAXONE OU CEFOTAXIMA).

v Em crianças com história de asma apresentando exacerbação


concomitante à pneumonia, a corfcoterapia deve ser indicada
de acordo com as recomendações específicas de exacerbação
asmáDca.
Revista Médica de Minas Gerais
Pneumonia em crianças: novo desafio no ano de 2022
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA 2022

vA PRIMEIRA OPÇAO TERAPEUTICA CONTINUA AMOXACILINA VO 50MG/KG/DIA DE 8/8H OU


12/12H DURANTE 7 DIAS.

vSE HOUVER RESISTENCIA A PENICILINA – AMPICILINA IV DOSE 50MG/KG/DOSE 6/6H OU


PENBICILINA CRISTALINA 150.000 UI/KG/DIA DE 6/6H.

vA ASSOCIAÇAO COM BETA-LACTAMASE (COMO CLAVULANATO OU SULBACTAM) PODEM SER


UTILIZADOS COMO 2 OPÇAO

vPARA LACTENTES MENORES DE 2 MESES A GENTAMICINA NA DOSE 7,5MG/KG/DIA DE 12/12H


DEVE SER ASSOCIADA A PENICILINA CRISTALINA OU AMPI.

vNA SUSPEITA DE PNM ATÍPICA RECOMENDA-SE AZITRO 10MG/KG/DIA 1X/DIA POR 5 DIAS OU
CLARITROMICINA 7,5MG/KG/DOSE DE 12/12H POR 10 DIAS
Qual a importância da vacinação
antipneumocócica nesse contexto?
• Pneumo 10, a qual deve ser ofertada aos 2 e 4 meses, com
posterior reforço aos 12 meses de idade, previne 70% das
formas graves de pneumonia com sua aplicação.
• Pneumo 13 permite a prevenção contra cerca de 90% das
formas graves de pneumonia. Recomenda-se sua aplicação
aos 2 meses, 4 meses e 6 meses de idade, com posterior
reforço aos 12 meses de vida.

• Nesses dois anos de pandemia, observou-se uma queda das


taxas de vacinação da população pediátrica.
A imunidade das crianças após 2 anos de
pandemia da Covid-19 mudou?
ISOLAMENTO
Transmissão/contágio por vírus e
bactérias causa diminuição da
colonização da nasofaringe pelos
pneumococos. Consequentemente
a imunidade inata em razão da
baixa colonização.

PÓS ISOLAMENTO
Crianças sem desenvolvimento da
imunidade associado a colonização
aumentam a chance de
pneumonia.
OBRIGADA!

Você também pode gostar