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PRÁTICAS

INTEGRATIVAS E
COMPLEMENTARES
EM SAÚDE
Terapia tradicional
chinesa
Tainá Nazareth da Silva Castro

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

>> Reconhecer a historicidade e a atemporalidade das terapias orientais.


>> Explicar técnicas pertencentes à terapia tradicional chinesa.
>> Relacionar terapias específicas às necessidades terapêuticas do paciente.

Introdução
Terapias tradicionais chinesas (TTC) abrangem técnicas terapêuticas criadas na
China há quase cinco milênios. Desde sua criação, passaram por períodos de
grande valorização e desenvolvimento, e até mesmo por momentos de estag-
nação e questionamento do seu valor. Durante quase toda sua história, foram
mantidas exclusivamente em território chinês. Suas origens estão ligadas à
filosofia chinesa e à forma como ela encara o corpo humano e sua definição. Para
as TTC, menos importa a anatomia e mais a forma como a energia vital circula no
organismo e como esse interage com o ambiente. Suas técnicas visam equilibrar
energeticamente o organismo do indivíduo tratado e, assim, minimizar sintomas
e manifestações.
Neste capítulo, você vai conhecer a origem histórica das TTC. Também vai
entender quais são as suas principais técnicas e como se deu sua inserção no
Ocidente. Por fim, verá aplicações dessas terapias e seus benefícios para os
pacientes.
2 Terapia tradicional chinesa

Origens e sua inserção na sociedade


contemporânea
As relações saúde–doença da forma como entendidas nas práticas de saúde
ocidentais são apenas uma das formas de se enxergar o funcionamento do
corpo humano e seus processos de adoecimento. Estudando as origens
históricas das práticas de cuidado em saúde, percebemos as mais diversas
formas de pensamento. Porém, com a globalização e fusão de saberes, pas-
saram a integrar a medicina ocidental como conhecida atualmente. A Grécia,
por exemplo, que é tida como o berço das práticas de saúde ocidentais,
praticava no período anterior ao nascimento de Hipócrates (460 a.C.—377 a.C.)
— conhecido como o pai da medicina moderna — ritos de cura baseados
no poder de deuses e semideuses presentes em sua cultura. Na Itália, em
contrapartida ao movimento de entender a saúde de forma racional, os
processos de adoecimento eram tratados com base em saberes populares,
religiosos e folclóricos. Ao avaliar as origens das terapias características de
cada região e povo, é nítida a semelhança nas suas raízes mística, religiosa
e popular (FRÓIO, 2006).
No que diz respeito às TTC, é perceptível que se mantiveram como técnicas
mais próximas do tradicional e com menor influência do saber ocidental.
Dentre as terapias consideradas naturais e não medicamentosas, são as que
possuem, até hoje, maior divulgação e cada vez mais respeito dentro das prá-
ticas de saúde. Suas origens são muito antigas e, de acordo com os registros
históricos, as técnicas sofreram pouca ou nenhuma influência das práticas
ocidentais até meados do século XIX (CONTATORE; TESSER; BARROS, 2018).
A história das TTC mescla-se à história política da própria China, atra-
vessando períodos de menor expressão e até mesmo de proibição de suas
práticas. Os governos chineses são conhecidos como dinastias, ou seja,
momentos de dominação política exercida por uma família ou grupo. Cada
dinastia trouxe uma forma diferente de entender as práticas terapêuticas tra-
dicionais e a influência das práticas ocidentais sobre elas. O ano de 2838 a.c.,
durante o Reino Xia, é relatado como o de criação das TTC por Cheng Nong
(FRÓIO, 2006).
Passados milênios, até o ano de 1644, durante a Dinastia Manchú, as TTC
se desenvolveram e incorporaram novas práticas e conhecimentos cada vez
mais amplos sobre as ervas terapêuticas. A partir disso, as práticas de saúde
ocidentais passaram a ser inseridas na China mais amplamente, levando a
uma estagnação das terapias tradicionais em detrimento da apropriação
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dos saberes ocidentais. O exercício das terapias tradicionais chegou a ser


proibido no ano de 1822, mas, por ser a China um país de grande extensão
territorial, elas continuaram a ser praticadas, principalmente em áreas rurais
e comunidades afastadas dos grandes centros.
A partir daí, porém, as terapias tradicionais passaram a ser cada vez menos
prestigiadas e até mesmo vistas como ineficazes e enganadoras. Em 1929,
durante a Era Guomindang, o governo fez uma tentativa de banir as terapias
tradicionais, o que não obteve sucesso, devido aos protestos da população.
Finalmente, em 1949, foi instituída a República Popular da China e, com ela, as
TTC foram enfim reconhecidas e formalizadas. Os profissionais tradicionais
foram estimulados a intercambiar saberes com o Ocidente, tornando as duas
linhas de pensamento integradas e complementares (FRÓIO, 2016).
A integração entre as terapias tradicionais e as práticas ocidentais levou
a um rigor científico cada vez mais expressivo na documentação das antigas
práticas chinesas. Em 1955, por exemplo, a acupuntura, a moxabustão e a
fitoterapia chinesa foram reconhecidas como técnicas independentes e
pertencentes ao universo amplo das TTC. O avanço da sistematização das prá-
ticas tradicionais e seu estudo à luz das abordagens científicas da sociedade
contemporânea trouxe, cada vez mais, uma aproximação dos profissionais de
saúde ocidentais e gerou mais visibilidade e maior aplicação das práticas fora
do território chinês. As terapias tradicionais atingiram, portanto, o patamar
de ciência, sendo entendidas como uma forma diferente e complementar
de enxergar o processo saúde–doença. Assim, atualmente, temos as TTC
convivendo com as práticas de saúde ocidentais de forma harmônica. Ao
mesmo tempo, os profissionais de saúde têm a liberdade de utilizar as duas
abordagens de forma paralela.
No Brasil, a inserção das TTC converge com o movimento da contracultura
e da valorização de um novo estilo de vida em meados dos anos 1960 (CINTRA;
PEREIRA, 2012). Já na década de 1980, com a mudança no modelo de atenção
à saúde no país e o advento do Sistema Único de Saúde (SUS), as terapias
tradicionais passaram a ser legitimadas e reconhecidas. Tal legitimação fez
parte de um movimento maior de alteração na forma como se fazia saúde no
país, dando espaço a um conceito ampliado, que entende saúde como algo
muito além da ausência de doença. Porém, foi apenas por meio da Portaria
Nº 971, de 3 de maio de 2006, que o Ministério da Saúde instituiu a Política
Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PNPIC) e
reconheceu, no âmbito do SUS, a oferta de terapias tradicionais. A portaria
reconhece, dentre as TTC, a acupuntura e:
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[...] práticas corporais (lian gong, chi gong, tui-na, tai chi chuan); práticas mentais
(meditação); orientação alimentar; e o uso de plantas medicinais (fitoterapia tra-
dicional chinesa), relacionadas à prevenção de agravos e de doenças, a promoção
e à recuperação da saúde (BRASIL, 2006, documento on-line).

As terapias tradicionais, portanto, estão disponíveis no SUS e como política


pública de saúde, extrapolando a oferta por serviços privados.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece as práticas


tradicionais e sua importância. Em 2002, publicou um documento
intitulado “Estratégia da OMS sobre Medicina Tradicional 2002–2005”, no qual
são listadas as principais práticas reconhecidas. No documento, também são
reforçadas as estratégias para valorização das técnicas tradicionais no sentido
amplo, respeitando a pluralidade de saberes e práticas ao redor do mundo. As
terapias tradicionais chinesas recebem destaque no documento pois possuem
o reconhecimento das práticas manuais, de acupuntura, espirituais e corporais
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2002).

Fundamentos e técnicas das TTC


Para compreender as TTC, é necessário conhecer seus fundamentos. Dife-
rentemente das práticas de saúde ocidentais, que se baseiam no estudo das
patologias, as TTC possuem bases filosóficas e não tão ligadas à fisiologia
organicista. Para os terapeutas tradicionais, o corpo humano é um grande fluxo
de energia que flui em canais denominados meridianos. A saúde individual, por
sua vez, está relacionada ao equilíbrio entre a dicotomia yin–yang, duas forças
opostas, a dualidade presente no organismo e que precisa estar balanceada
na relação dos indivíduos com a natureza. Os desarranjos nos organismos, ou
seja, as manifestações sintomáticas, são na verdade desequilíbrios no fluxo
dessas energias opostas. De acordo com Cintra e Pereira (2012), o yang é o
aspecto da energia que representa a produção de calor, ou seja, o aumento
de atividades e expansão; o yin, por sua vez, é a energia que produz o frio, o
repouso, a escuridão. O objetivo das TTC, portanto, é equilibrar o fluxo das
energias yin–yang e as relações do indivíduo com os cinco elementos da
natureza para reestabelecer o equilíbrio orgânico.
Mas, então, como são feitos os diagnósticos e indicações terapêuticas
de acordo com as TTC? Na tradição chinesa, compreende-se por doença
o desequilíbrio de energia que se manifesta como sinais e sintomas das
síndromes energéticas.
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Os exames físicos para diagnóstico baseiam-se na avaliação da


língua, unhas e dedos, cabelo e palpação do pulso. Além disso, são
investigados os padrões de apetite, paladar, eliminações fisiológicas e até
mesmo estado emocional, atividade sexual, hábitos alimentares e histórico
sociocultural (CINTRA; PEREIRA, 2012).

A partir da anamnese realizada e dos desconfortos relatados, os desarran-


jos energéticos são mapeados com o elemento da natureza relacionado. Como
exemplo, pode-se citar o metal, um dos cinco elementos da natureza, e que
está diretamente relacionado, de acordo com a tradição chinesa, à pele, aos
pulmões e aos intestinos. No Quadro 1, você pode ver um resumo dos cinco
elementos e a quais órgãos, vísceras e sentimentos eles estão interligados.

Quadro 1. As relações entre os cinco elementos da natureza e as manifes-


tações orgânicas

Madeira Fogo Terra Metal Água

Sabor Ácido Amargo Doce Picante Salgado

Cor Verde Vermelho Amarelo Branco Preto

Energia Vento Calor Umidade Secura Frio


celeste

Evolução Nascimento Crescimento Transformação Declínio Estagnação/


morte

Estações Primavera Verão Fim de verão Outono Inverno

Órgãos Fígado Coração Baço Pulmão Rins

Vísceras Vesícula Intestino Estômago Intestino Bexiga


biliar delgado grosso

Sentidos Olhos Língua Boca Nariz Orelhas

Camada do Tendões Vasos Músculos Pele e Osso


corpo (carne) pelo

Sentimentos Raiva Alegria Reflexão Tristeza Medo

Fonte: Adaptado de Souza ([201-).

O objetivo de qualquer uma das TTC é reestabelecer o equilíbrio energético


no organismo do indivíduo atendido. Para tal, é necessário conhecer, além dos
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elementos e suas relações com o yin–yang, o fluxo existente no organismo e


seus meridianos relacionados a cada manifestação de sintomas. Na Figura 1,
são ilustrados os cinco elementos e seus movimentos.

Figura 1. Os cinco movimentos energéticos.


Fonte: Tabela Prática dos 5 Elementos (2011, documento on-line).

Na Figura 2, estão ilustrados os meridianos, ou canais de energia do corpo


humano. Tais canais são os condutores do fluxo yin–yang no organismo do
indivíduo. Ao longo dos meridianos, existem pontos conhecidos como pon-
tos de acupuntura. Esses pontos e sua estimulação consistem em uma das
principais técnicas dentro das TTC.
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Figura 2. Meridianos, ou canais de energia.


Fonte: Meridianos ([201-]).

Porém, as TTC vão muito além da estimulação dos pontos de acu-


puntura. Suas técnicas são divididas em corporais (lian gong e tai chi
chuan), mentais (meditação, dietoterapia e fitoterapia chinesa), terapias
manuais (tui-na) e terapias espirituais (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE,
2002). Nos próximos tópicos, examinaremos mais a fundo as principais
TTC aplicadas no Brasil.

Lian gong
O lian gong (pronúncia correta lian kun) é uma das terapias corporais dentre
as TTC. Sua criação é mais recente, datando do ano de 1974, e é fruto da
interseção entre a tradição chinesa e as práticas ocidentais modernas. Seu
criador foi Zhuang Yuan Ming, médico ortopedista. Segundo Cordeiro (2015,
p. 22), a técnica consiste em uma série de exercícios sistematizados a partir
da junção entre “[...] movimentos adaptados das artes marciais, do dao-in
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(ginástica terapêutica chinesa), do tui-na (massagem terapêutica), do tu na


gong (técnica de respiração)” e a prática clínica do ortopedista. No Brasil,
o lian gong foi inserido em 1987 e regulamentado em 2006 como prática
integrativa e complementar no SUS.
A técnica é dividida em três partes com 18 exercícios, resultantes de com-
binações feitas com os 54 exercícios descritos. Todos os exercícios utilizam os
princípios de uma movimentação corporal com ritmo específico, com objetivo
de promover alongamento e força nas articulações. Envolve movimentos
contínuos, porém suaves.

Tai chi chuan


Foi originalmente criado como uma arte marcial. Após a percepção dos seus
benefícios para o corpo, começou a ser adotado como atividade física. Se
assemelha ao lian gong por seus exercícios serem de execução lenta. Po-
rém, são muito mais vigorosos e, portanto, o tai chi chuan é considerada
uma atividade física aeróbica de moderada intensidade. Baseia-se em uma
combinação de exercícios físicos, técnicas de respiração e relaxamento e é,
por isso, considerada uma das TTC (KASAI et al., 2010).

Tui-na
Essa é a técnica de massagem da TTC, que trabalha o corpo junto com a
energia. Suas bases são o trabalho dos fluxos de energia vital (qi) ao longo
dos meridianos energéticos. Utiliza o toque com variações de intensidade de
moderado a vigoroso, podendo ter como instrumentos as mãos, cotovelos,
antebraços e joelhos.

A massagem tui-na é praticada no exterior do corpo, produzindo efeitos no seu


interior, contribuindo para a desobstrução dos condutos, promovendo a circulação
da energia e do sangue, que regula as funções dos órgãos internos e lubrifica os
tendões e ossos, permite prevenir e tratar algumas patologias e melhorar o bem-
-estar físico e psicológico da pessoa (IHA et al., 2019).

Moxabustão e ventosaterapia
A moxabustão é uma das formas de terapia por meio dos pontos de acupun-
tura. Utiliza a queima de moxas, ou pequenos buquês, de artemísia e trata
por meio do calor terapêutico. Pode ser utilizada isolada ou como técnica
auxiliar da acupuntura.
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A ventosaterapia é outra forma de estimulação dos pontos de acupuntura.


Sua técnica utiliza ventosas, ou seja, pequenas cúpulas de acrílico ou vidro
que produzem sucção terapêutica e uma estimulação vigorosa dos pontos
desejados. Em geral, é utilizada isolada ou acompanhada de outras técnicas
de massoterapia (WEGNER, 2013).

Fitoterapia chinesa
A fitoterapia é a ciência que estuda terapias com ervas e plantas, seus
princípios ativos e benefícios. Faz uso de várias técnicas para extração
das substâncias, realizando combinações entre elas para chegar às inú-
meras fórmulas terapêuticas. A técnica da fitoterapia não é exclusiva
da tradição chinesa, mas faze parte de várias práticas tradicionais de
cuidado em saúde.
Atualmente, vários medicamentos fitoterápicos já possuem eficácia cienti-
ficamente comprovada. É importante ressaltar que fitoterápicos também são
medicamentos e, desse modo, não estão isentos de riscos. Por isso, devem
ser utilizados sob a orientação de profissional capacitado.

Benefícios das TTC


Agora que você já conhece as principais TTC, deve estar se perguntando:
como tais técnicas serão aplicáveis ao meu cotidiano como professional de
saúde? Vamos conhecer, portanto, os benefícios de cada uma das técnicas
para a saúde e a prevenção de doenças e como usá-las mesmo sem ser um
especialista.
Ao contrário do que muitos podem pensar, hoje já existem evidências
científicas e estudos clínicos que comprovam os benefícios das terapias tra-
dicionais para a saúde dos pacientes. A acupuntura e suas variantes, por sua
popularidade mundial, são aquelas cujos benefícios potenciais aos pacientes
são mais conhecidos e estudados. Isso, porém, não quer dizer que as outras
terapias não tragam benefícios e contribuam para a promoção da saúde e
prevenção de doenças à população em geral. Dentre as técnicas terapêuticas
já estudadas neste capítulo, daremos ênfase a duas delas: lian gong e tui-na.
A escolha dessas técnicas para enfatizar os benefícios se dá devido ao fato
de sua execução não requerer equipamentos ou técnicas mais avançadas.
Além disso, podem ser executadas em pessoas de diversas faixas etárias e
praticamente sem restrições.
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Lian gong — aplicações e benefícios


Como já examinamos o conceito técnico de lian gong, veremos agora quais
benefícios a terapia pode trazer para quem a pratica. Cada uma das três partes
do lian gong é focada em trabalhar um conjunto de músculos e articulações.
Seus exercícios são leves, ritmados, suaves e contínuos.
O lian gong anterior é a primeira parte (Figura 3), com 18 exercícios focados
em trabalhar “[...] dores no pescoço, ombros, costas, região lombar, glúteos
e membros inferiores” (CORDEIRO, 2015, p. 23).

Figura 3. Ilustração da primeira parte de exercícios do lian gong.


Fonte: Mendes (2013, documento on-line).
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A segunda parte, chamada de lian gong posterior (Figura 4), é focada na


prevenção de dores articulares, tendinites e disfunções orgânicas internas.

Figura 4. Ilustração da segunda parte de exercícios do lian gong.


Fonte: Mendes (2013, documento on-line).

A terceira parte, por sua vez, é chamada de lian gong continuação (Figura 5).
Seus exercícios são focados nos benefícios para o sistema respiratório e
cardiovascular.
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Figura 1. Ilustração dos exercícios da terceira parte do lian gong.


Fonte: Mendes (2013, documento on-line).

Juntas, as três partes trazem benefícios para todo o corpo. Por envolver
exercícios de baixa intensidade e impacto e por não exigir vestimentas ou
equipamentos elaborados, o lian gong configura-se uma atividade terapêutica
com nenhuma ou quase nenhuma contraindicação.

Tui-na — aplicações e benefícios


Na seção anterior já conhecemos as bases teóricas do tui-na, a massagem
terapêutica integrante da tradição chinesa. Seus movimentos vigorosos e
aplicados em pontos-chave dos meridianos trazem benefícios para o corpo
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físico e energético. Mediante a estimulação dos pontos, obtêm-se resultados


como a diminuição de dores crônicas — a exemplo da fibromialgia — e melhoria
da insônia e da ansiedade.
Como você pode ver, os benefícios das TTC são amplos e muitas vezes
comprovados com rigor científico. Sendo assim, é importante conhecer as
terapias, onde são ofertadas e quais pacientes se beneficiariam delas, para
que, durante sua prática professional, você possa diversificar as opções
terapêuticas e aumentar a autonomia dos pacientes na escolha de alterna-
tivas. Hoje, com a intensa democratização de acesso a informações, cada
vez mais os pacientes procuram por opções complementares de tratamento
que tenham como enfoque a saúde e o bem-estar em seus termos globais.

Referências
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Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde.
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view/2734. Acesso em: 9 dez. 2020.

Leitura recomendada
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Política nacional de práticas integrativas e complementares no SUS: atitude de
ampliação de acesso. 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2015.

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