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Através das vozes de cinco personagens, Natacha nos faz descobrir a realidade das

crianças de rua no centésimo e primeiro departamento francês: Mayotte. A ilha das


crianças perdidas.

Moïse, Bruce o jovem chefe da cidade, Marie a mãe amorosa. Stéphane, o humanitário,
representante de uma ONG e Olivier, o policial.

Marie é uma jovem enfermeira metropolitana, uma estrangeira de Oumizingu, como se


diz lá, que se seguiu seu grande amor para a sua ilha natal. Incapaz de lhe dar um filho,
deixou-o e refugiou-se no isolamento e num certo anseio de viver. Até que seu caminho
se cruza como o de Moïse, o bebé desembarcou de unkwassa kwassa, uma jangada
improvisada, nos braços de sua jovem mãe, que acredita que o seu filho é amaldiçoado.
Moïse é negro e num dos seus olhos verdes existe um sinal diabólico. Marie leva o bebé
abandonado de uma jovem que foge de um hospital. O bebe vive em paz com marie e
bosco.

Mayotte é um paraiso com uma lagoa onde reina violência.

Os seus olhos eram considerados um presságio. Marie adotou-o e levou-o para uma vida
na Metrópole. E como consequência Moïse leva uma vida privilegiada, longe dos
suburbúbios miseráveis que gangrenam a illha de Mayotte. Tudo muda na adolescência
quando ele descobre as suas origens, Moïse afunda-se gradualmente numa busca de
identidade caótica.

Mayotte é uma ilha paradisíaca ás lagoas pastel nos entanto regida pelas leis franceses.
São os guetos onde reina a lei do mais forte, onde os clandestinos chegam ás centenas e
onde arrastam tantas crianças famintas, drogados e entragues a si mesmo.

Maria morre e Moïse, torna-se o narrador a conta-nos a sua história. Ele ainda é uma
criança. Com medo ele junta-se a um gangue de rua no terrivel gueto de Mamoudzou,
conhecido como Gaza. Ele então enfrenta seu destino com uma lucidez e fatalismo ao
mesmo tempo admirável e gelado.

Quando ele conhece o Bruce, percebemos que nunca mais vai ser como antes.
Mas um sentido de exclusão fez Bruce tornar-se vergonha do pai e foge para viver uma
favela, composta por centenas de crianças e adolescentes abandonados e ele se torna o
chefe.

Apos a morte de marie, Moïse impelido pelo medo, pela fome, o desespero se junta á
favela e conhece Bruce que tem o poder de vida e morte sobre a tropa de crianças que
ali vivem. Roubar, extorquir, mendigar, drogar-se é a sua vida.

Mas também Stéphane, jovem metropolitano que veio com o objetivo de ajudar os
jovens mahorais que aprenderá a estas expensas que Mayotte não é apenas a lagoa mais
bonita do mundo e que se encontrará bem no meio de um drama.

O estilo de Natacha é incisivo, brutal. Sublime também em sua descrição sem sombras
da miséria e desses destinos implacáveis.

Todas as personagens são únicas e universais, contando a história desta ilha que parece
quase esquecida, rejeitada pelo mundo real.

Nathacha denuncia a incompreensão total entre os Mahorais, os imigrantes e os


franceses da metrópole.

Suas personagens expressam seus pontos de vista e agem de acordo com suas
condições, nenhum julgamento é emitido. Sente-se a vontade to autor de se aproximar o
mais possível da verdade.

Moisés nos ensina a viver em outro lugar. Tocar com o dedo (ou melhor, com os olhos)
a pobreza faz-nos perceber que ter de nos interrogar sobre que roupa vestir no dia
seguinte é um luxo que não é acessível a tantas pessoas. Mayotte e as dificuldades
identitárias dos seus habitantes permitem colocar muitas coisas em perspectiva. É
benéfico, de vez em quando, mergulhar em outros problemas para não esquecer que eles
são o cotidiano de outras pessoas. A escrita ao mesmo tempo incisiva e suave de
Natacha Appanah transporta-nos para este universo «mágico» pelos seus lados bons e
maus.

As vozes de Maria, de Moisés, de Bruce, de Stéphane, o educador cândido, e de Olivier,


o polícia desencantado, acorrentam-se e batem-nos no coração com a narração dos seus
destinos destruídos. Casando-se com o sublime cenário do Paraíso, a dor inconsolável
das mães impotentes e a abjecta brutalidade das almas corruptas, a escrita nos agarra,
Nos maltrata, nos acalma por alguns instantes antes de mergulhar em uma fúria
selvagem. Não paro de me interrogar sobre a escolha de descrever com tanta precisão
cenas de uma violência atroz e guardo uma espécie de mal-estar, reconhecendo ao
romance uma força espantosa.

Com a brevidade de um uppercut, Natacha Appanah faz-nos um retrato áspero e cruel


de Mayotte, onde a fronteira entre vida e morte é tão ténue que todos podem atravessá-
la sem regresso, onde as regras sociais são pouco a pouco abandonadas para dar lugar a
novas leis: lei do terror, lei da violência, lei do mais forte... Misturando a voz dos
mortos com a dos vivos, o autor mostra-nos uma humanidade em espera, uma agonia de
certa forma, e aponta de forma impactante as falhas do Estado em Mayotte. Emergi
desta leitura completamente atordoada, comovente e dolorosa pela história e pela escrita
que a faz viver.

A questão de passaportes e documentos legais franceses.

Trópico da Violência é um romance do "aqui e agora". Mayotte, ilha no Oceano Índico e


101.º departamento francês, terra de misturas, um lugar que sabemos que "não vai
demorar nada para se inflamar". Cinquenta e três fragmentos se sucedem que não são
propriamente capítulos nem apenas monólogos, mas cinco vozes que ecoam para contar
uma explosão de violência, cruzando história íntima e narrativa coletiva. Cada
fragmento é precedido por um primeiro nome, como seria uma linha em uma peça.
Além disso, o romance também obedece a uma unidade de lugar, tempo e ação, um nó
trágico que o dialogismo implanta e difrata. Trópico da Violência é um romance como
uma ilha, um lugar denso, cru, com uma unidade paradoxal desde que composta por
plurais, como sublinha o duplo singular do título: tudo está sujeito a tensões, a começar
pela temporalidade da história, já que tudo é recomposto a partir de um duplo fim (a
morte de Maria, o assassinato cometido por Moisés). A narrativa é uma analepse ampla
(um retorno ao que precedeu esse duplo fim) e, para o leitor, a aventura proléptica de
eventos que poderiam explicar esse duplo drama. O "Trópico" do título é, portanto,
tanto uma geografia quanto essa tensão, entre o aperto trágico e a expansão polifônica
de pontos de vista.

Tropique de la violence est un roman de l’« ici et maintenant ». Mayotte,


Cinq vies se télescopent donc dans cet âpre roman qui croise réel et légendes, poésie et
politique, cruauté et échappées.

Il y a d’abord la voix de Marie une infirmiére qui a quitté la France pour suivre Cham
dans une île appelée Mayotte.

Elle aime avec passion ce paradis avant d’y découvrir l’enfer : elle ne parvient pas à
avoir d’enfant et Cham la quitte. Mais elle pourra enfin adopter un bébé clandestin,
Moise, l’élever, le chérir jusqu’au moment où tout bascule, quand Mo se rebelle contre
son éducation de blanc….Marie parle depuis un au-delà, elle qui a succombé à un Avc.

Puis Moise évoque la mort de sa mère mais aussi la violence qui s’est soudain emparée
de lui. Il a tué Bruce, le chef du bidonville, « le roi de Gaza »

Une île obliée

Tous les personnages sont à la fois victimes et coupables. Une violence tout autant
sociale qu’intérieure, puisque chaque personnage est prisonnier des forces qui le
dépassent, d’une situation dont il hérite et qui pèse sur son destin.

Mayotte en proie à une violence endémique qui ne demande qu’à exploser est le
personnage principal du roman.

« cette île nous a transformés en chien »

« cette île a fait de moin un assassin »

La violence est d’abord liée à une situation sociale et politique explosive. Est un
territoire oublié de la Metrópole. Dans des pages qui condamnent l’inaction des
politiques et l’impuissance des associations caritatives, elle raconte les tensions liées à
l’Eldorado que représente ce département français pour des migrants qui tentent de le
rallier en kwassas kwassas, et périssent bien souvent noyés, ele dit aussi les
cambriolages, les viols et agressions sexuelles.

Le corps de Mo (cicatrice), l’avc de Marie, le meurtre de Bruce, le viol de Mo ou le


massacre de son chien.

L’enfance est l’autre territoire qui Natacha refuse on ferme les yeux face aux mineurs
isolés qui survivent par le vol et la drogue.
Tous les exclus se retrouvent à Gaza, épicentre de cette violence. « poubelle fumant que
l’on voit de loin » « bidonville, un ghetto, un dépotoir, un gouffre, une favela », « no
man’s land »

La violence réelle est doublée par celle que narrent les contes mahorais avec leurs
fântomes et superstitions, le lac comme lieu même de concentration des peurs ou Moise
dont les yeux trahissent qu’il est fils du djin.

Mayotte est cette terre de contrastes avec ses paysages sublimes et les cadavres qui
jonchent son sol et sa lagune, ses manguiers somptueux dont les fruits aigres
pourrissent, selon une image symbolique.

Le déchirement identitaire de Moise figure cet éclatement du lieu : français par sa mère
adoptive, il est arrivé sur une plague depuis une autre île comorienne : noir., il a été
élevé en occidental privilégié.

L’intrigue est ce tropique, une ligne qui unit les contraires : réalisme et fable, beauté et
violence, pour dire la réalité d’une territoire insulaire rendre la parole aux vois tues et
refuser.

Naissance des fantômes

Chaque personnage de tropique de la violence est un territoire insulaire qui comme le


corps de Mo est un « lieu clos » où s’accumulent « les mots, les pensées »

La violence du roman n’est pas celle désincarnée des stastiques, elle s’inscrit dans les
corps et les paysages, elle est lutte pour des territoires symboliques ainsi l’antagonisme
de Mo et Bruce.

L’enfant et la rivière c’est lu et relu au point d’appeler son chien Bosco, lui est comme
un refuge, le symbole de sa propre enfance perdue, en contraste avec la violence et la
brutalité de son quotidien. Mo connait de sa propre histoire comme lui a des originies
mystérieuses qu’il est comme un miracle. L’adverbe « ouvrir ce livre c’était comme une
prière que je disais et redisais » ouvrir ce livre c’était comme ouvrir ma propre vie, cette
pettite vie de rien du tout sur cette île, et j’y retrouvais Marie, la maison, et c’était la
seule façon que j’avais trouvée pour ne pas devenir fou, pour ne pas oublier le petit
garçon que j’avais été ».

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