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A confissão da leoa

(Mia Couto)
PUBLISHED ON : FEVEREIRO 25, 2013  BY LUCAS DESCHAIN

Tenho encontrado ótimas surpresas na literatura africana. Desde Coetzee até


Achebe, há uma porção de bons prosadores e cronistas a retratar o percurso
histórico da África em suas generalidades e peculiaridades, dando visibilidade a
questões presentes e passadas sob diferentes vieses e pontos de vista. Havemos
de concordar que, ainda que lhes pese um estigma comum, existe uma
complexidade e uma vastidão de culturas e povos na África que nem a literatura
consegue dar conta de retratar, embora Mia Couto – bem como os demais
escritores – esteja fazendo sua parte em trazê-las a lume.

Lendo A confissão da leoa, romance publicado em 2012, é possível perceber uma


porção de pontos em comum com outros escritores africanos. A presença das
culturas tribais e das milenares tradições é um desses pontos, e a forma como os
caracteres mitológicos – oriundos de crenças longamente sedimentadas – se
entrelaçam com os rumos históricos desses povos parece também ser uma
questão recorrente e de primeira importância.

Conforme Mia Couto nos esclarece ao início do livro, a história foi inspirada
numa viagem que ele empreendeu a uma região que estava sendo assolada por
ataques de leões. Por conta disso é que, também na trama, o palco dos
acontecimentos é a aldeia Kulumani, numa região do Moçambique que sofre do
mesmo mal. E, tendo em vista a preocupação do autor em retratar esses
eventos, é que a narração cabe a dois personagens: Arcanjo Baleiro, o caçador
contratado para dar cabo dos leões; e Mariamar, uma moça da aldeia.
Curiosamente, Mia Couto pouca participação concede ao personagem escritor,
Gustavo Regalo, cujo papel é brevíssimo e totalmente coadjuvante.

Cada personagem enfrenta seus conflitos particulares. Baleiro tem um histórico


familiar traumático, o irmão entrou em estado de choque e permanece numa
casa de cuidados especiais, onde conta com o alento de Luzilia, sua noiva, pela
qual Baleiro tem uma paixão. Mariamar tem o mesmo fardo das mulheres de
Kulumani, que é o de serem tiranizadas pelos maridos e viverem num silêncio
cruel e macambúzio. Mariamar perdeu a irmã num dos ataques dos leões, evento
que aprofundou o desalento familiar e doméstico em que ela vivia.
A presença dos leões nas redondezas enseja o encontro dos dois narradores,
sendo na contraposição dos dois pontos de vista narrativos – a partir dos olhos
de alguém “de fora” e de alguém “de dentro” – que se encontra a riqueza da
história de Mia Couto. Arcanjo Baleiro é mais realista e durão, sua formação num
contexto externo ao da aldeia faz com que ele encare os fatos de forma mais
objetiva, tendo em sua interpretação da realidade, seja dos hábitos das feras ou
dos comportamentos dos habitantes de Kulumani, uma precisão que se espera
também de sua espingarda na hora do tiro. Mariamar, por sua vez, criou-se no
seio da aldeia, entrelaçada nas tramas míticas que compõem o tecido da
realidade tanto quanto os fatos, motivo pelo qual enxerga a realidade de uma
maneira muito distinta de Baleiro, porém não menos fascinante.

As duas narrativas se interseccionam na medida em que Baleiro vai sendo


estranhamente influenciado pelos aspectos tradicionais e míticos da visão de
mundo da aldeia: naquelas circunstâncias e naquele contexto, a textura dos
mitos, da magia e das histórias fabulares ganha uma solidez que desafia seu
ceticismo. Quanto à Mariamar, o processo é quase inverso: a natureza mística da
realidade continua existindo – seja por meio do espírito do avô, seja nas
experiências transcendentais pelas quais passa -, mas ela vai revelando, pouco a
pouco, seu aspecto social e historicamente condicionado, ou seja, sua
factualidade. Desse modo, A confissão da leoa vai se encaminhando para o que
parece ser seu ponto central – ou pelo menos nevrálgico -: a vida cotidiana das
mulheres na aldeia Kulumani.

O título do livro não é A confissão da leoa à toa: trata-se da fêmea e não do
célebre “rei dos animais”. Mia Couto dá voz às mulheres de Kulumani para contar
a história de suas vidas de um ponto de vista não tão comum: o delas próprias. O
autor faz isso com uma prosa sensível, que valoriza o potencial simbólico das
cenas e da utilização dos personagens e das situações. Podemos aludir, por
exemplo, ao sonho de Mariamar, no qual ela tenta fugir da aldeia – e da tirania
masculina – por meio do rio, encontrando a leoa a beber na sua margem. A água
se mancha de vermelho, sangue cuja procedência é propositalmente
desconhecida: trata-se do sangue das vítimas da leoa que bebe ou da
transformação de Mariamar em mulher? Ou ambas? A rica confluência de mitos,
sonhos e realidade é o recurso de uma expressividade tão política quanto
literária.

Não ignorando o passado de colonização portuguesa nem a influência católica


na formação da cultura de Kulumani, Mia Couto nos conduz por um passeio pela
realidade moçambicana, uma realidade misteriosa e fascinante, na qual a
literatura encontra um fértil terreno para crescer, florescer e, quiçá, produzir
frutos que não se restrinjam somente ao universo das letras.
“Sinto que não sou o autor do livro, que apenas transcrevo e a minha mão é usada para dar
expressão a outras vozes.” Mia Couto

Pela epígrafe, percebemos o compromisso de Mia Couto em recriar uma prosa poética que
estabeleça elos com a vivência de seu país. Em diferentes entrevistas, o escritor reafirma a
necessidade de materializar, nas páginas dos seus livros, as histórias individuais e coletivas,
que ecoam por suas andanças em Moçambique. Tal fato é percebido, na explicação inicial, em

  A confissão da leoa:

Em 2008, a empresa em que trabalho enviou quinze jovens para atuaremcomo oficiais
ambientais de campo durante a abertura de linhas de prospeçãosísmica em Cabo Delgado, no
Norte de Moçambique. Na mesma altura e namesma região, começaram a ocorrer ataques de
leões a pessoas. Em poucas semanas, o número de ataques fatais atingiu mais de uma dezena.
(...)Sugerimos à companhia petrolífera que tomasse em suas mãos a superaçãodefinitiva dessa
ameaça: a liquidação dos leões comedores de pessoas. Doiscaçadores experientes foram
contratados e deslocaram-se de Maputo para aVila de Palma, povoação onde se centravam os
ataques de leões. (...)Vivi esta situação muito de perto. Frequentes visitas que fiz ao local onde
decorria este drama sugeriam-me a história que aqui relato, inspirada emfactos e personagens
reais.

(COUTO, 2012, p. 7- 8

CRÍTICA | A CONFISSÃO DA LEOA,


DE MIA COUTO
por LUIZ SANTIAGO 18 de maio de 2020 
Baseado em uma história real – tendo o próprio Mia Couto estado presente em uma
aldeia moçambicana onde se dava caça a leões comedores de gente – A Confissão da
Leoa é um misto de elementos da cultura de Moçambique e características políticas do
continente africano como um todo, focando na oposição entre a tradição e o novo
modelo sociopolítico, a memória histórica — nesse caso, trazida à tona como feridas
da Guerra da Independência — e por fim, a problematização do papel social e do
direito (jurídico, humano) da mulher.
O livro é narrado sob dois pontos de vista, um pelo diário do caçador Arcanjo Baleiro,
que acompanhado pelo escritor Gustavo Regalo (alter-ego de Mia Couto), pelo
administrador do distrito e pela Primeira Dama, vão à aldeia de Kulumani a fim de
resolver o “problema com o leão”. O outro ponto de vista é pelo diário de Mariamar
(Mar – i – Amar), uma nativa que encarna a dor e a vida da mulher presa a uma cultura
tradicional, uma mulher que se crê Leoa, uma prova viva de que milagres, magia,
metamorfose e o contato com ancestrais não são apenas lendas.
Dada a ideia geral do argumento, o leitor desavisado pode pensar que se trata de uma
série de visões sobre um fato ocorrido, algo nada novo na literatura e que foi trabalho
por outros escritores em formatos até menores que um romance (tenho em mente o
conto No Matagal, também conhecido como  Dentro de um Bosque, de Rynosuke
Akutagawa, mas este é apenas um dentre vários exemplos). Mas aí é que entra a prosa
rica de Mia Couto. Lançado o conflito e estabelecido o grupo de pessoas de ambos os
lados para lidar com ele, o escritor arruma vias paralelas, atalhos oníricos, descrição
de rituais, cenas do passado, alucinações, desejos e incômodos para a maior parte dos
protagonistas: todos são contemplados com alguma mudança, ninguém sai isento das
garras dos leões, seja direta ou indiretamente; metafórica ou fisicamente.
Nessa linha tênue entre a fantasia e a realidade temos em destaque o papel da
mulher. Aliás, a feminilidade é a alma do livro, tendo já no seu início uma declaração
linda, desenvolvida com a visão da mitologia africana, claro, mas que sabemos
também ser real para as outra civilizações: “Deus já foi mulher“. Desse ponto em diante,
acompanhamos a queda livre da personalidade, da alma e da própria existência da
mulher na sociedade, de Deusa a Ninguém. Os papéis sociais violentamente definidos
são o cerne dessa deposição, o que faz com que tenhamos acesso aos diferentes
modos dessas ex-deusas lidarem com a sua atual condição de não serem nem pessoa
(se não puderem ter filhos) e de serem completamente despidas de palavra, de ação
própria, de liberdade de vida.
O desfecho do livro é doloroso mas muito real e coerente com a proposta geral,
trazendo o assumir de uma personalidade forte, mortal e amedrontadora para
Mariamar e sua mãe Hanifa Assula, ao mesmo tempo colocando em pauta a loucura e
outros patamares de realização para diferentes mulheres: a imensa Naftalinda e a
indecisa Luzilia. Todas elas atormentadas por diferentes demônios e saciadas a grande
custo e de alguma forma. O mais curioso é que mesmo com essas realizações de
desejos individuais, temos a permanência de toda a estrutura que provocou marcas
no passado e que evidentemente continuará marcando a alma e o corpo dessas e de
outras mulheres no futuro. Uma luta que só mesmo leoas assassinas, reais ou
imaginárias, podem ter coragem de enfrentar.

A Confissão da Leoa é uma espécie grito sussurrado em louvor e em denúncia a todas


as confissões taxadas de loucura, a todos os sofrimentos e rejeições, a todo o peso
carregado pelas mulheres desde que deixaram de ser deusas. Há uma certa confusão
na abertura à interpretação dada pelo autor na reta final, algo que poderia ser
remediado se ele desse um pouco mais de elementos para que os caminhos fossem
melhor traçados por quem lesse. Essa escolha, no entanto, não retira o valor e a
qualidade do livro, que deveria ser um tipo de leitura obrigatória para todos.
A Confissão da Leoa (Moçambique, 2012)
Autor: Mia Couto
Lançamento no Brasil: 2012
Editora: Companhia das Letras
260 páginas 

Os leões de Kulumani: patriarcalismo em A confissão da


leoa de Mia Couto

O romance A Confissão da leoa (2012), de Mia Couto, discorre sobre ataques de leões
que aterrorizam Kulumani, uma aldeia moçambicana, os quais têm vitimado,
principalmente, mulheres. No entanto, a narrativa não é uma história de caçadas, uma vez
que o autor utiliza os leões como metáfora para denunciar os discursos de poder que
regem aquela sociedade e que se refletem, sobretudo, na vida das mulheres. Violência,
amor, silêncio, resistência, submissão, luta, invisibilidade, subversão são alguns dos
elementos que constituem as personagens femininas desta obra, personagens que nos
levam a refletir sobre a realidade de muitas mulheres africanas. Muitas delas têm suas
vidas marcadas pela opressão, pela violência inerente ao sistema patriarcal, responsável
por uma série de mecanismos que inferiorizam as mulheres e violentam seus corpos. A
partir dos pressupostos da crítica feminista e de obras como Dicionário de Crítica
Feminista (2005), de Ana Gabriela Macedo e Ana Luísa Amaral, Um amor conquistado: o
mito do amor materno (1984), de Elizabeth Badinter, Eu, mulher (2013), de Paulina
Chiziane, Teoria Feminista e as Filosofias do Homem (1995), de Andrea Nye entre outros,
este trabalho discute o patriarcalismo e a construção das personagens do romance e
também como se configuram dentro desse sistema. A leitura, a partir de pressupostos
teóricos da crítica literária feminista, possibilita a análise e a investigação do discurso
patriarcal, cuja universalidade e perpetuação através dos tempos fazem com que este se
imponha como natural. O romance de Mia Couto utiliza a história da caçada aos leões
como alegoria para denunciar o verdadeiro assassino das mulheres de Kulumani: o
patriarcalismo.
"Escrever é perigosa vaidade. Dá medo aos outros".
(A Confissão da Leoa, de Mia Couto, página 88)

Certa vez ouvi um crítico literário dizendo que a África de Mia Couto é inventada e
quem vai a sua procura se frusta por não encontrá-la. Se ele estava certo, não sei;
contudo, ao ler A Confissão da Leoa, percebi que existe uma África cheia de mistério e
magia dentro de todos nós, basta que queiramos descobri-la.

A obra nos apresenta o seguinte panorama: os moradores da aldeia Kulumani estão


aflitos pois suas mulheres estão sendo atacadas por leões. Eles veem na figura de
Arcanjo Baleiro a única possibilidade de fim deste tormento: o homem é um caçador
renomado e vai até lá para se livrar das feras.

A narrativa em primeira pessoa é alternada entre dois personagens: Baleiro, que tem
uma perspectiva do homem que veio da cidade, ainda que preserve de uma forma ou
de outra suas origens, e Mariamar, uma das residentes da aldeia. É justamente nesta
alternância de falas e pontos de vista que os leitores são conduzidos pelos fatos e, ao
mesmo tempo, levados a sérias provocações relativas ao direito de voz, ao papel das
tradições e das mulheres na sociedade.

Embora os assuntos intrínsecos sejam fortes e duros, Mia Couto mantém sua forma
doce, poética e carregada de um realismo fantástico que nos acalenta o coração. A
metalinguagem também é um dos recursos extremamente bem empregado que dá
um toque de encantamento à obra.

Se destacarmos os interesses políticos do administrador - que envia o caçador à aldeia


com a pura intenção de arrecadar votos para a sua campanha -, veremos que, de certo
modo, o tal continente do escritor moçambicano é aqui também. Se observarmos a
opressão feminina, a influência do que dita "a moral e os bons costumes", também
não nos sentiremos afastados dos africanos. Realismo fantástico? Até que ponto estas
questões são apenas ficção?!
Doce, intenso e reflexivo, definitivamente este livro me cativou e me fez admirar ainda
mais a literatura nascida do Mia Couto. Uma leitura de deleite puro e de profundidade
intensa, na certa!

APONTAMENTO DE UMA TESE SOBRE A CONDIÇÃO DA MULHER NA OBRA DE MIA COUTO

A Confissão da Leoa é um livro sobre a condição da mulher. Compreender o papel


desempenhado pela mulher na literatura sempre foi de extrema importância, na medida em
que acaba por representar a forma como ela é vista na sociedade em geral. Nesta perspectiva,
trabalhos que estudem sua representação em obras são fundamentais, porque as percebendo
dentro do universo literário, pode-se ter acesso à sua realidade fora dele. A Confissão da Leoa
é uma tentativa de Mia Couto de colocar essa temática em evidência. Foi publicado no Brasil
pela Companhia das Letras em 2012. O autor retrata a condição histórica e social das mulheres
rurais em Moçambique. Baseando-se em um fato presenciado por ele, ataques de leões no
norte de Moçambique, criou um romance que denuncia o sistema de patriarcado, que
condena as mulheres a uma situação de submissão. Narrado em primeira pessoa por duas
personagens, Mariamar e Arcanjo Baleiro, o livro mostra a vida sofrida que a mulher precisa
enfrentar todos os dias. A prosa poética e a recriação da linguagem estão presentes neste livro
também.

BIOGRAFIA DO AUTOR

António Emílio Leite Couto, conhecido como Mia Couto, nasceu em 5 de julho de 1955 na
cidade de Beira, província de Sofala, em Moçambique. Em 1971, ao mudar-se para a cidade
Lourenço Marques, o então estudante de medicina entra em contato com a ideologia da
FRELIMO, que passa a seguir até o período pós-independência. Abandona o curso e começa a
escrever em jornais. Seu primeiro livro, Raiz de orvalho, data de 1983. Forma-se em biologia.
Trabalha como biólogo e escritor. Tem diversas obras publicadas de poesia, contos, crônicas,
romances, ensaios. Seus livros foram publicados em mais de 20 países, sendo traduzidos para
várias 9 línguas. O romance Terra Sonâmbula é considerado um dos dez melhores livros
africanos do século XX. É ganhador de diversos prêmios literários, entre eles o Prêmio Camões
2013, o mais prestigioso da língua portuguesa. É membro correspondente da Academia
Brasileira de Letras. De maneira geral, o autor retrata em sua obra Moçambique, buscando
uma identidade ainda em construção. É recorrente a representação da história e da realidade
do país, com seus mitos, lendas, a criatividade no uso da linguagem, no uso de uma prosa
poética. A situação da mulher na África é fortemente relacionada à cultura, que
tradicionalmente trata-a como inferior, deixando-a subjugada. Por isso, para entender melhor
sua posição, é imprescindível perceber seu papel ao longo da história, para ver como o
presente se relaciona com o passado.

https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/95001

VER ESTA TESE

Na sua mais recente obra, o escritor moçambicano Mia Couto parte de uma história real e com
consequências dramáticas, levando-nos numa viagem de reflexão e observação sobre as
condições extremas em que estas pessoas vivem no seu quotidiano, o impacto que a guerra
colonial teve e os efeitos que continua a exercer, a forma como a cultura e tradição deste
povo, marcadas por um carácter supersticioso, condiciona as suas decisões e acções,
dominando a forma como interpretam o que os rodeia.

Em «A Confissão da Leoa» temos acesso a dois pontos de vista: Mariamar e Baleiro, que se
revezam e complementam no relato da história central, acrescentando os seus receios
pessoais, motivos e angústias, dando-nos também a conhecer episódios do seu passado.

Tudo isto é realizado com e manobrado de forma magnífica e muito inteligente por Mia Couto,
traduzindo-se num livro bonito e simples que, embora por vezes confuso, pouco óbvio e
surrealista, guarda em si muita sabedoria camuflada.

Todo o livro segue de forma muito intrigante, prendendo o interesse do leitor. Penso, contudo,
que o fim está fracamente consolidado e ligeiramente apressado. Também a linguagem de Mia
nos troca por vezes o passo, quebrando o ritmo da leitura, mas nenhum destes pontos menos
positivos chega para tirar as mais do que merecidas cinco estrelas a este livro.

Mia Couto escreve-nos como já muito poucos o fazem!

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