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Sibilância recorrente em lactentes e pré-escolares (SRLP)

A sibilância recorrente no lactente e pré-escolar é uma síndrome que abrange um grupo heterogêneo de patologias,
contemplando várias entidades nosológicas. Como ela tem uma grande possibilidade de etiologias, a investigação da
causa se faz necessária, através da anamnese e exame físico.

As causas mais frequentes são bronquiolite viral aguda e asma. Outras possíveis causas comuns são doença do
refluxo gastroesofágico, bronquiolite obliterante, fibrose cística, displasia broncopulmonar, entre outras.

 Lactentes: Persistência de chiado no peito por mais de 30 dias ou 3 ou mais episódios de sibilância em período de 6
meses.
 Pré-escolares: três ou mais episódios de sibilância em < 5 anos.

 Fatores de risco: infecção precoce por vírus respiratório (VSR e Rinovírus), desmame precoce, uso de antibiótico e
outras medicações, tabagismo materno durante a gestação e tabagismo passivo, sexo masculino, prematuridade
(via aérea mais estreita) e baixo peso ao nascer.

Condição Características sugestivas


Bronquiolite Viral  Vírus Sincicial Respiratório.
 Obstrução nasal, rinorreia hialina, tosse e febre, que evolui em cerca de 48h
Aguda com dispneia, taquipneia e sibilância.
 Doença inflamatória crônica que produz hiper-reatividade das vias aéreas,
levando a obstrução brônquica reversível.
 Sibilância recorrente, tosse e dispneia.
Asma  Diagnóstico pelos critérios de Castro  1 critério maior (pais com asma,
dermatite atópica e sensibilização a aeroalérgeno) e ou 2 menores (sibilância
sem sinais de infecção viral, eosinofilia maior que 4% e sensibilização a ovo, leite
ou amendoim).
 Sibilantes persistentes ou de início tardio tem maior risco de tornarem-se
asmáticos.
 Irritabilidade que piora a noite e melhora com a alimentação.
 Regurgitação e vômitos frequentes.
Doença do Refluxo  Anemia e baixo ganho de peso.
Gastroesofágico  Choro constante.
 Sibilância recorrente.
 Arqueamento do tronco.
 Tosse durante alimentação e infecções respiratórias de repetição.
 DIAGNÓSTICO  Clínica, endoscopia, EED, pHmetria, etc.
 Anóxia neonatal.
Síndrome  Crise convulsiva.
Aspirativa  Dificuldade para engolir (incoordenação a deglutição).
 Sibilância.
 Pneumonias de repetição.
Aspiração de  Episódio abrupto de tosse ou engasgo ou estridor relacionados à dieta ou
brincadeira.
corpo estranho  Instalação aguda, com sibilo unilateral (normalmente).
 Ausência de história de chiado.
 Prematuridade e baixo peso ao nascer.
Broncodisplasia  Necessidade de ventilação mecânica ou oxigenoterapia prolongada, resultando
em agressão ao parênquima pulmonar.
pulmonar
 Esforço respiratório desde o nascimento.

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 Sopros cardíacos importantes.
Cardiopatia de  Cianose durante alimentação  Cansaço ao mamar.
hiperfluxo pulmonar  Taquicardia, taquipneia.
 Dificuldade de ganho de peso.
 Estertores em ambas as bases pulmonares e sibilos difusos.
- CIA, CIV, PCA ou DSAV.
 Introdução precoce de fórmulas ou leite integral.
Alergia a proteína do  Sangramento nas fezes.
leite de vaca  Diarreia crônica explosiva.
 Baixo ganho pondero estatural.
 Sibilância recorrente.
 Eczema atópico.
 Fezes volumosas, espumosas e mal-cheirosas  pesquisar gordura nas fezes
(esteatorréia).
Fibrose cística  Histórico de obstrução intestinal (ílio meconial).
 Sibilância recorrente.
 Dificuldade de ganho de peso.
 Baqueteamento digital (hipocratismo digital).
 Teste do pezinho alterado, suor com alto teor de Na e Cl, teste genético
positivo.
 Pneumonias de repetição, atelectasias, bronquiectasias crônicas.
 Atrofia de pâncreas e lesão hepática.
Anel vascular  Duplo arco aórtico.
 Subclávia anômala.
 Lesão inflamatória das pequenas vias aéreas pelo adenovírus.
 Sintomatologia persistente.
Bronquiolite  Estertores finos persistentes.
obliterante  Resposta insatisfatória ao uso de broncodilatador.
 Alterações radiológicas:
- Rx  atelectasia e bronquiectasia.
- TC  padrão em mosaico.
Deficiência de α 1  Doença pulmonar obstrutiva.
antitripsina  Pneumonias de repetição.
 Doença hepática progressiva.
Síndrome de  Comprometimento pulmonar por discinesia ciliar primária (cílios não batem).
Kartagener  Pansinusite crônica, bronquiectasia e situs inversus com dextrocardia.

EXAMES LABORATORIAS:
 Hemograma completo.
 RX de tórax  detectar a presença de malformações congênitas, infecções ou quando há suspeita de aspiração de
corpo estranho.
 Dosagem de imunoglobulinas.
 EED.
 PPFs.
 PPD.

 Para quadros graves  TC de tórax; Na e Cl no suor; Broncoscopia com lavado.

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TRATAMENTO:
 Tratar a causa de base, se houver.
 Tratar as crises  Beta 2 agonista e/ou corticoterapia sistêmica.
 Intercrítico  Medidas para DRGE; Controle dos desencadeantes; Corticóide inalatório; Inibidor de leucotrieno
(montelucaste).

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