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Resumo Diagnóstico por Imagem - 1º Bimestre

Monitora: Gabriela Salles Faria da Silva

Técnicas de imagem

Radiologia
- Radiologia simples.
- Técnicas contrastadas.
- Computadorizada.
- Digital.

O que é uma imagem?


- Pode ser definida como um registro fotográfico – mediante ação de raios x;
- Desenho da sombra

Característica da onda de raio x:


- Alta energia e comprimento curto;
- Capacidade de penetrar a matéria, possibilitando sua utilização nos estudos do
tecido do corpo humano.

Propriedades físicas do raio x


- Não apresenta carga.
- Não tem massa.
- Viaja a velocidade da luz.
- É invisível.
- Viaja em linha reta.
- Não se desvia por campos magnéticos.
- Penetra a matéria.
- Causa fluorescência em certas substâncias.
- Pode ser exposto a emulsão fotográfica.
- Causa ionização de átomos.

Como é obtida a imagem?


- Fótons resultantes da interação com o objeto, que dependem:
- - Da espessura do objeto;
- - Da sua capacidade de absorver os raio x.
- A detecção dos raios x é feita por um filme semelhante ao fotográfico;
- Esse filme é composto de sais de prata que quando sensibilizados (fótons ou luz
visível) e após neutralização viram metal – prata (escurece).

O que acontece?
- Uma parte dos raios x é absorvida pelo tecido;
- Uma parte atravessa e atinge o filme;
- Após o processo de revelação – depósito de prata nas áreas que foram expostas
pelo raio x (preto) – se forma a imagem.
Radiodensidades

Fatores de exposição
- Quilovoltagem (kVp) - Define a energia dos raios x (poder de penetração na
matéria); Responsável pelo contraste radiográfico.
- Miliamperagem (mA) - Define a quantidade de raios-x produzida; Responsável pela
densidade radiográfica.
- Tempo - Define o tempo de exposição do paciente e o filme radiográfico à radiação
x; IDEAL é ser tão baixo quanto possível.

Geometria Radiográfica
- Ampliação e distorção
- Sobreposição
- Sinal de somatória: somatória de sombra (negativo e positivo)
- Perda da percepção volumétrica
- Suavização de borda (sinal de silhueta)
- Imagem não familiar

Artefatos Radiográficos
São dividos em Reais:
- Erros na execução
- Exposição
- Processamento
- Manuseio da radiografia
E em Virtuais:
- Sobreposição de estruturas
- Iluusão de óptica

Artropatias

Enteseófitos: mineralização que ocorre em pontos de inserção de tendão, ligamento,


cápsula articular.
Osteófitos: protuberâncias ósseas periarticulares, causada pela carga anormal sobre a
cartilagem articular levando ao desgaste.

Displasia do Cotovelo
- Tríade de lesões: não união do processo ancôneo, fragmentação do processo
coronóide medial da ulna e osteocondrose do aspecto distomedial da tróclea.
- Assincronia de crescimento de radio e ulna - raças condrodistróficas.
- Incongruência articular com degrau radioulnar.
- Tomografia computadorizada melhor técnica devido à sobreposição.
- Consequência: DAD (Doença Articular Degenerativa).

Sinal radio ulnar

Displasia do cotovelo

Displasia Coxofemural
- Frouxidão articular - teste Ortoloni
- Principal causa de doença articular degenerativa em cães, principalmente de grande
porte.
- Linhas de Morgan: sinal precoce - formação de enteseófitos ao longo da região
caudal da cabeça femoral, secundária a instabilidade articular;
- Achados radiográficos: achatamento da borda do acetábulo, esclerose óssea, perda
dos contornos da cabeça femoral, osteofitose, espessamento do colo femoral,
remodelamento da cabeça do fêmur e fossa acetabular.

Displasia coxofemural unilateral

Agenesia ou Malformação de um ou Múltiplos ossos


- Identificadas no nascimento ou logo depois.
- Pode ser completa, parcial ou hipoplasia
- Normalmente em radio e ulna mas pode ocorrer em metacarpos, metatarsos e
falanges.
- Manifestações clínicas: Claudicação e dificuldade de apoio, curvatura de membros.
- Achados radiográficos: Ausência visível de ossos e, de modo geral, membro mal
formado e mais curto do que o normal; Curvatura do membro e mal formação da
articulação.

Lesões ósseos
Diferenciação de agressividade - sinais de Roentgan
- se existe ou não destruição cortical
- caráter de qualquer reação periosteal
- zona de transição, que é distinção do limite entre lesão óssea e osso normal
Fraturas
- Fratura = descontinuidade óssea.
- Radiograficamente se observa como uma ou várias linhas radiolucentes e perda da
continuidade da cortical.
- As fraturas são melhores visualizadas radiograficamente quando o feixe de raios-x é
paralelo ao plano de fratura, por isso é necessário sempre mais de uma projeção.
- Em algumas ocasiões a linha de fratura não é visível até 5-10 dias, quando já se
iniciou o processo de reabsorção óssea por parte dos osteoclastos.

ABC’s da avaliação
- Alignment - alinhamento
- Bone - osso
- Cartilage - cartilagem/articulações
- Soft tissues - tecidos moles

Localização:
- Diafisária: observada quando a fratura ocorre na diáfise, ou seja, no eixo longo do
osso; a descrição é dividida em terços diafisários proximal, médio ou distal.
- Metafisária: ocorre quando a fratura acontece na metáfise proximal ou distal.
- Epifisária: presente quando a fratura atinge a linha epifisária do osso.
- Articulares: quando a fratura envolve a superfície articular.
- Salter-Harris: é o tipo de fratura que envolve as placas de crescimento, podendo
acarretar alterações no desenvolvimento do animal, como, por exemplo,
encurtamento ou angulação de um osso. É classificada em 5 tipos: I – fratura
transversa por meio da placa de crescimento/ II – fratura por meio da placa de
crescimento e metáfise, preservando a epífise/ III – fratura por meio da placa de
crescimento e epífise, poupando a metáfise/ IV – fratura atravessa todos os três
elementos do osso (placa de crescimento, metáfise e epífise)/ V – fratura
compressiva da placa de crescimento.

Direção:
- Obliqua - presente quando a linha forma um ângulo maior ou igual a 30° em relação
ao eixo longo do osso.
- Transversa - observada quando a linha de fratura está em ângulo reto com o eixo
longo.
- Espiral - ocorre quando a linha de fratura se encontra rotacionada em relação ao
eixo longo do osso.
A - obliqua B- transversa C- espiral

De acordo com o número de linhas de fratura:


- Fratura simples: quando a linha de fratura divide o osso em apenas dois fragmentos;
- Fratura dupla ou segmentar: quando há duas linhas de fratura com um fragmento de
osso entre as linhas;
- Fratura cominutiva: alteração caracterizada pela visibilização de três ou mais
fragmentos ósseos na fratura.

Aberta ou fechada
- A divisão das fraturas em abertas ou fechadas é utilizada para descrever se estão
expostas ao meio ambiente;
- Aberta: é descrita de acordo com a origem e o grau de lesão dos tecidos moles,
incluindo fatores como defeito de pele, injúria de músculo, lesão arterial, perda
óssea e contaminação. São subdivididas em quatro graus.
- Fechada: quando não há comunicação dos fragmentos ósseos com o meio externo.

Patológica (fratura em “galho verde”):


- Quando a fratura ocorre decorrente a processo patológico, como neoplasia,
osteomielite, osteopenia, ossificação incompleta ou falhas ósseas.

Complicações de fraturas
- Mal união.
- União retardada.
- Não união atrófica.
- Não união hipertrófica.
- Não união oligotrófica.
- Não união distrófica.
- Osteopenia por desuso.
- Osteomielite (fratura aberta/ contaminação cirúrgica/ sinais radiográficos 7 a 10 dias/
diagnóstico precoce/ sinais clínicos).
- Pseudoartrose.
- Fechamento precoce de linha fisária: fraturas de Salter-Harris; colocação
inadequada do aparato de fixação.
- Osteoartrose: fraturas articulares; colocação inadequada do aparato de fixação.

Esqueleto Axial
Hidrocefalia
- Manifestações clínicas: Crises convulsivas, andar em círculos, andar compulsivo,
estrabismo ventrolateral, inteligência comprometida e menor da ninhada.
- Achados radiográficos: Aumento da calota craniana e De interior homogêneo; Seio
frontal não individualizado; Fontanela persistente; Cortical fina.

Otite
- Otite média secundária à otite externa crônica.
- Pode ser unilateral ou bilateral
- Fase avançada da doença , proliferação óssea exuberante atingindo osso temporal
e articulação temporomandibular
- Achados radiográficos: Bula timpânica espessa, opacidade aumentada.

Sinais Radiográficos condizentes com protusão do disco intervertebral


- Estreitamento do espaço intervertebral
- Estreitamento do espaço intervertebral do processo articular
- Forame intervertebral pequeno
- Maior opacidade no interior do forame intervertebral
- Material mineralizado discoide no canal vertebral

Discoespondilite
- Os achados de osteomielite podem não ser observados nas radiografias durante 10
a 14 dias após a infecção inicial, porém são eles:
- Lise.
- Proliferação óssea irregular ventral.
- Colapso vertebral.
- Enteseófito ventral.
- Alguns casos de subluxação.

Traqueia

Colapso de traqueia
- Comumente observada em animais de raças pequenas.
- Redução no diâmetro luminal da traqueia cervical e/ou intratorácica.
- Ocorre em decorrência da flacidez e do achatamento dos anéis traqueais (alteração
na matriz cartilaginosa dos anéis traqueais), provocando obstrução na passagem do
ar.
- Sinais clínicos: aumento da sensibilidade do reflexo da tosse; tosse improdutiva e
crônica, dispneia, cianose e síncope.
- A projeção radiográfica deve ser feita lateral com compressão e tangencial.

Hipoplasia traqueal
- É uma anormalidade congênita e generalizada.
- Predisposição em raças braquiocefálicas.
- Lúmen traqueal estreito por toda sua extensão.

Megaesôfago
- É caracterizado pela dilatação e hipomotilidade do esôfago, produzida por distúrbio
neuromuscular. De origem congênita ou adquirida; pode ser generalizado ou focal.
- Ocorre perda parcial ou total do peristaltismo e motilidade do órgão.
- Causas do megaesôfago adquirido: Doença da junção neuromuscular (miastenia
gravis); Doenças da musculatura estriada (miosites); Alterações em nervos
periféricos (poliradiculoneurite); Doenças inflamatórias, tóxicas ou neoplásicas do
sistema nervoso central.
- Complicação frequente: pneumonia aspirativa.
- Achados radiográficos: dilatação do esôfago cervical caudal e esôfago torácico,
decorrente do acúmulo de ar, fluido ou conteúdo alimentar – radiopacidade de
tecidos moles. A traqueia e o coração podem se deslocar ventralmente.
- Técnica contrastada (esofagograma) pode ser utilizada para confirmação da
suspeita clínica. É utilizado sulfato de bário.

Corpo Estranho
- Achados radiográficos: Material estranho distinto; Gás no esôfago contrastando com
o corpo estranho; Dilatação esofágica cranial a obstrução; Sinais perfuração (efusão
pleural ou pneumomediastino).
- A radiografia deve ser feita da região da base da língua até o diafragma.

Tórax

ABC de avaliação do tórax


- Air – Ar
- Bone - Osso
- Cardiac silhoutte - Coração
- Diaphragm - Diafragma
- Effusion - Efusão
- Fields – Campos pulmonares

Pneumotórax
- Acúmulo de ar presente no espaço pleural.
- Aumento da pressão intratorácica, colapso pulmonar ipsilateral e redução da
capacidade de oxigenação.
- Causas: traumas (perfuração torácica ou ruptura de alvéolos); ruptura de traqueia ou
esôfago; pneumomediastino; ruptura de bulas ou neoplasias pulmonares;
espontâneo.
- Fechado: ar extravasa do pulmão ou via aérea lesionada para o interior do espaço
pleural.
- Aberto: ar entra no espaço pleural por meio de ferimento aberto na parede torácica.
- Achados radiográficos: retração da superfície pleural do pulmão e presença de
radiolucência no espaço entre o pulmão e parede torácica; limites pulmonares
estendidos por toda parede torácica; parênquima pulmonar com aumento de
radiopacidade resultante de colapso e retração pulmonar e deslocamento dorsal da
silhueta cardíaca.

Enfisema subcutâneo
- É oriundo de técnicas invasivas, procedimentos cirúrgicos ou, mais comumente,
traumas.
- Achados radiográficos: oberva-se conteúdo radiolucente separando musculatura da
pele.
- Pode se apresentar isoladamente ou generalizada.

Pneumomediastino
- É a presença de ar (gás) na região do mediastinal.
- Geralmente secundário a lesões traqueais, esofágicas ou cervicais.
- Maior detalhamento dos órgãos mediastinais.
- Pode predispor a um pneumotórax.
- Achados radiográficos: estruturas que normalmente não são visualizadas podem ser
vistas pelo contraste presente pelo acúmulo de ar anormal, como por exemplo, a
adventícia da traqueia, o esôfago e a veia cava cranial.

Doenças pulmonares

Padrão bronquial
- Espessamento das paredes bronquiais (anéis e linhas radiopacas).
- Calcificação das cartilagens bronquiais.
- Infiltração celular peribronquial.
- Alterações no diâmetro das estruturas e preenchimento da luz bronquial com fluidos.
- Se caracteriza como linhas de trem e donuts
Seta branca: donuts Seta preta: linhas de trem

Principais diagnósticos diferenciais para padrão bronquial


- Bronquite
- Bronquiectasia - processo inflamatório e infeccioso
- Bronquite crônica
- Asma - felinos

Padrão Alveolar
- Aumento de radiopacidade dos alvéolos – presença de sangue, infiltrado
inflamatório, fluido (edema) ou células neoplásicas.
- Neoplasia e tromboembolismo – pouco comum.

Principais diagnósticos diferenciais para padrão alveolar


- Edema não cardiogênico - classicamente região dorsocaudal mas pode ser
generalizado.
- Edema cardiogênico - comumente dorsocaudal mas pode variar.
- Pneumonia - região ventral
- Hemorragia - localização variável
- Atelectasia - variável
- Tumor - localização variável
- Granuloma - variável
Triângulo amarelo: padrão alveolar

Diafragma

Hernia Diafragmática Traumática


- Achados Radiográficos: Órgãos abdominais deslocados cranialmente para o interior
do tórax – intestino e estômago preenchidos por gás e ingesta, estruturas
abdominais de radiopacidade de tecidos moles como fígado e baço; Deslocamento
cranial de estruturas torácicas - Silhueta cardíaca, mediastino e pulmões; Perda da
continuidade do contorno da superfície diafragmática torácica; Fluido ou formação
pleural; Fluido ou formação pulmonar; Angulação cranial ou divergência dos pilares
do diafragma.

Hernia Diafragmática Peritoneopericárdica


- Defeito congênito - principais raças cães(+ weimaraner) e gatos (+ Persa)
- Achados Radiográficos: Órgãos abdominais no saco pericárdico (gás, estruturas de
radiopacidade de tecidos moles); Silhueta cardíaca grande e arredondada; Perda do
contorno da superfície diafragmática torácica ventral e da silhueta cardíaca
caudoventral; Silhueta confluente entre diafragma e o coração.

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