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Nome: Danielle Dias de Almeida.

Causas metabólicas

• Uremia:
Uremia é a síndrome tóxica polissistêmica que resulta de uma função renal anormal em animais
com azotemia, e ocorre simultaneamente com uma quantidade aumentada de constituintes
urinários no sangue. A uremia inclui as manifestações extra-renais da insuficiência renal. O
histórico do paciente e achados do exame físico incluem perda de peso, caquexia, inapetência
ou anorexia, redução da atividade, depressão, fadiga, fraqueza, vômito, diarréia, halitose,
respiração urêmica, constipação, pelame opaco e descuidado, desidratação, palidez, petéquias e
equimoses, estomatite urêmica, congestão escleral e conjuntival. As úlceras orais ocorrem
devido a transformação da uréia presente na saliva em amônia, por bactérias orais. O odor
amoniacal (respiração urêmica) é causado pela presença de diletilamina e triletilamina.

Ùlceras na língua de cão causadas por uremia.

• Doença hepática:
O fígado é o maior órgão do corpo e é responsável por muitas e complexas funções. Devido
ao seu papel chave em muitos processos metabólicos, o fígado está sujeito a muitas
alterações através de variadas doenças e processos degenerativos.

Os sintomas mais comuns de doença hepática são:

 Falta de apetite e perda de peso


 Depressão
 Icterícia (coloração amarelada das gengivas, olhos e até a pele)
 Aumento do consumo de água
 Escurecimento da urina
Outros sintomas de doença associados com o fígado poderão também ser ascite (acumulação
de líquido na barriga), mucosas pálidas associado com problemas de hemorragias, etc.

Existem muitas causas possíveis de doença hepática. Por vezes um diagnóstico definitivo não
pode ser realizado. Algumas das causas incluem:

 Infecções bacterianas e virais


 Ingestão de substâncias tóxicas
 Alterações na distribuição de sangue para o fígado resultante de doença cardíaca
ou anomalia congénita

O tratamento de doença hepática tem 4 objectivos:

 Eliminar ou remover, se possível, o agente causador de doença


 Minimizar os efeitos negativos do agente causador da doença no fígado
 Favorecer a cura e a regeneração hepática
 Manter a vida do animal até as funções do fígado voltarem à normalidade

As doenças do fígado causam alterações e destruição das células hepáticas. Quanto maior for
a destruição das células, maior será a diminuição da função hepática que poderá causar uma
insuficiência hepática. Felizmente o fígado possui uma grande capacidade de reserva e, ao
contrário de outros orgãos no corpo, tem a habilidade de regenerar.

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• Cetoacidose diabética
A cetoacidose diabética é a emergência médica mais frequente em cães e gatos diabéticos. Os sinais clínicos
inicialmente observados são decorrentes da deficiência absoluta ou relativa de insulina que ocorre no
paciente com diabetes melito, como poliúria e polidipsia compensatória, polifagia e perda de peso. Com a
evolução do diabetes melito, sem tratamento e/ ou associado à condições de desenvolvimento de resistência à
insulina e secreção de hormônios contra-reguladores (glucagon, cortisol, hormônio do crescimento), ocorre o
estímulo à cetogênese hepática e produção excessiva de corpos cetônicos. A confirmação de hiperglicemia,
glicosúria, cetonemia e cetonúria caracteriza a cetoacidose diabética, ocorrendo acidose metabólica,
desidratação e desequilíbrio de eletrólitos.

Hipoadrenocorticismo:
O hipoadrenocorticismo é uma doença endócrina pouco comum em cães, resultado da produção
adrenal deficiente de mineralocorticóide e/ou glicocorticóide. A destruição do córtex adrenal
caracteriza o hipoadrenocorticismo primário (doença de Addison), que é a causa mais comum da
doença em cães. Esta destruição pode resultar de várias causas; entretanto, um distúrbio auto-
imune ou idiopático parece ser o principal fator.

No hipoadrenocorticismo primário, a maioria das manifestações clínicas é atribuída à deficiência


de aldosterona e cortisol. Na insuficiência adrenal secundária, a deficiência na secreção do ACTH
resulta, na maioria das vezes, apenas em inadequada produção de glicocorticóide, sem alterar a
produção de mineralocorticóide.

A deficiência de cortisol leva a letargia, fraqueza, tolerância reduzida ao estresse e a várias


alterações gastrintestinais, como anorexia, vômito, diarréia, dor abdominal e perda de peso.

O tratamento consiste em restabelecer a volemia, principalmente na crise adrenal aguda, pela


administração de fluidoterapia intravenosa, de preferência de solução de cloreto de sódio 0,9% e
glicocorticóide. Este procedimento melhora a condição do animal na medida em que restaura a
perfusão renal, o que geralmente é suficiente para estabilizar o paciente.

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• Hipopotassemia:
A hipopotassemia geralmente é multifatorial, ou seja, diversos fatores contribuem para sua
ocorrência. Dentre eles:
- Redução na entrada de potássio: nutrição deficiente, anorexia, reposição de fluidos sem
potássio ou que não supre a necessidade diária, ingestão de bentonita (substrato de argila em
caixas higiênicas);
- Perda de potássio: diarreia, vômito, excreção urinária (doenças renal e hepática crônicas,
medicamentos que aumentam a produção de urina, acidificantes urinários, produção de urina
após desobstrução uretral, antibióticos -anfotericina B, aminoglicosídeos,
penicilinas), hipomagnesemia, acidose
metabólica, hipertireoidismo, hiperadrenocorticismo, hiperaldosteronismo, terapia com
bicarbonato de sódio.
- Entrada do potássio na célula: situações estressantes com liberação de adrenalina endógena ou
com uso de medicamento similares exógenos/ externos ao organismo (noradrenalina e
adrenalina), fármacos inibidores da enzima conversora de angiotensina (Enalapril e
Benazepril), heparina, fluido rico em glicose, hipotermia (redução da temperatura corporal),
hiperinsulinemia (aumento da insulina sanguínea), alcalose respiratória e metabólica e nutrição
parenteral (alimentação por via sanguínea com aporte de macro e micronutrientes), miopatia
hipopotassêmica (gatos da raça Burmês).
Geralmente não apresenta sintomatologia clínica, porém gatos são mais sensíveis a
hipocalemia.

Tratamento
Inicialmente deve-se controlar o fator que está levando o desequilíbrio para em seguida realizar a
reposição e manutenção dos níveis de potássio sanguíneo por meio da administração de fluidos
ricos em potássio.

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• Hipertiroidismo(gatos):
O hipertireoidismo felino é a doença endocrinológica mais comum em gatos mais velhos e de meia idade. Ela
ocorre em cerca de 10% dos pacientes felinos com mais de 10 anos. O hipertireoidismo é uma doença causada por
uma glândula de tireoide muito ativa que libera o hormônio de tireoide em excesso. Os gatos normalmente têm
duas glândulas de tireoide, uma em cada lado do pescoço. Uma ou ambas as glândulas podem estar afetadas. O
excesso do hormônio de tireoide causa um metabolismo hiperativo que força o coração, o trato digestivo e muitos
outros sistemas dos órgãos.

SINAIS CLÍNICOS

• perda de peso apesar de apetite normal ou elevado

• aumento na micção, mais urina na caixa de areia

• aumento na ingestão de líquidos ou sede

• defecar fora da caixa de areia

• aumento nos sons vocais

• aumento de atividades, animal incansável

• vômito

• diarreia

• raramente, letargia e falta de apetite

• baixa pelagem, pelo irregular

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Tratamento

Existem três opções de tratamento do hipertireoidismo: Medicamentos de administração diária, remoção


cirúrgica do tecido glandular e tratamentos com iodo radioativo. Das três opções, apenas a cirurgia e a aplicação
de iodo radioativo levam a cura. O uso de medicamentos apenas mantém a enfermidade sob controle.

Causas químicas

Produtos químicos, medicamentos humanos e alimentos tóxicos são as


principais causas de intoxicação em cães e gatos, seja pela acessibilidade que os
animais têm aos agentes ou pelo desconhecimento dos tutores em relação ao perigo
que essas substâncias oferecem.

• Metais pesados, pesticidas e dissolventes:


Alguns dos principais agentes responsáveis por intoxicações identificadas na rotina de urgência
veterinária:
Organoclorados
Grupo composto por inseticidas, onde grande parte já se encontra proibido no país. Os
componentes permitidos são utilizados no controle de pragas na agricultura e em saúde pública.
Organofosforados
Inseticidas e acaricidas, muito utilizados para controle de pragas agrícolas.
Carbamatos
Utilizado no controle de pragas (artrópodes em geral).

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Piretróides
Inseticidas, e muito utilizados no controle de pulgas e carrapatos.
Alcaloides
Presente em alimentos humanos (chocolate, cafeína), entre outros.
• Medicamentos:
Uma das principais causas de intoxicação nos pets é pela ingestão acidental de medicamentos
humanos. Embora boa parte dos princípios ativos utilizados na medicina humana faça parte
também da rotina veterinária, a dosagem comercializada ou a quantidade que o animal possa vir
a ingerir são fatores que influenciam no grau de toxicidade. Portanto, mantenha qualquer
medicamento fora do alcance dos animais.
Os felinos possuem uma metabolização diferente dos cães, sendo mais sensíveis à alguns
medicamentos. É importante saber que princípios ativos como ácido acetilsalicílico (Aspirina) e
paracetamol (Tylenol) são altamente tóxicos para gatos.

Em casos de suspeita de intoxicação o animal deve ser conduzido ao médico veterinário


para devido atendimento e estabilização.
Tratando-se de intoxicação por agentes específicos, como os citados acima, é possível tomar
medidas emergenciais até que se consiga atendimento veterinário. O uso de substâncias
adsorventes é um exemplo.
A adsorção é o processo de fixação de moléculas a uma superfície de outra substância,
impedindo que sejam absorvidas pela mucosa gástrica, e facilitando a eliminação sem que haja
comprometimento do organismo. Nesse caso, a substância mais utilizada, e de maior eficácia
em grande parte dos agentes tóxicos é o carvão ativado.

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