Você está na página 1de 49

Enfermidades relacionadas a

problemas metabólicos – Diabetes,


Hiperlipidemia e
Hiperadrenocorticismo
M.V. Ana Clara Bastos Rodrigues
Email: anaclara.rodriguees@hotmail.com
Diabetes
• É uma distúrbio endócrino que resulta na ineficiência do pâncreas em
secretar insulina nos tecidos!

• Isulina -> Hormônio secretado pelo pâncreas, com importante função


no metabolismo dos carboidratos no sangue – Redução dos níveis de
glicose no sangue;

É um conjunto de manifestações clínicas que afeta seres humanos e animais: o


fenômeno predisponente é o metabolismo anormal ou inadequado da glicose, em
decorrência de uma deficiência relativa ou absoluta de insulina.
(Jones, Hunt, King; 1997 p. 1275)
Função do pâncreas
• Endócrina
- Insulina e Glucagon > função
hormonal
• Exócrina
- Secreta enzimas digestivas no
duodeno através do ducto
pancreático -> gordura,
proteínas e CHO
Pâncreas
Guyton e Hall (2002) afirmam que a
diabetes mellitus é uma síndrome
que compromete o metabolismo dos
carboidratos, das gorduras, e das
proteínas, devido a, deficiência
parcial ou absoluta da secreção de
insulina dada pelas células beta,
produzidas pelas ilhotas de
Langerhans, no pâncreas ou por
redução da sensibilidade dos tecidos
à insulina.
Insulina
• Proteína composta de 2 cadeias de aminoácidos
• Sequência de Aa semelhante entre as espécies domésticas e humana
Ações da Insulina
Glucagon
• Ações opostas à insulina
- Síntese de glicogênio
- Glicogenólise
- Gliconeogênese
Diabetes Diabetes insipidus é uma condição em que os rins removem a
água do corpo inadequadamente do sistema circulatório.
Existem duas formas de diabetes insípido (ID): Diabetes
• Tipos: insípido central (ID central) Diabetes insípido nefrogênico (NDI):
devido a células renais nos rins que não respondem ao ADH.
Insipidus
Mellitus
Mellitus
• Desordem pancreática mais comum em cães e gatos.
• Caracterizada pela deficiência relativa ou absoluta de insulina.

• Este tipo de diabetes é caracterizado pelo excesso de glicose no


sangue, é o tipo mais comum da doença e é caracterizada pela pouca
produção do hormônio insulina pelo pâncreas.
Classificação
• Tipo 1: Ausência de secreção de insulina pelo pâncreas
• Tipo 2: Resistência periférica à ação da insulina
• DMID (diabetes mellitus insulina dependente) e DMNID (diabetes
mellitus não insulina dependente)
• Cães: tipo 1
• Gatos: tipo 2 (85%) e tipo
Classificação
Incidência
Fisiopatogenia
Sinais Clínicos
Diagnóstico
Tratamento
Manejo nutricional
Obesidade
Dieta
E qual o manejo nutricional mais adequado
para os cães??
FIBRA
Amido de assimilação lenta
E para os gatos?
Hiperlipidemia ou Dislipidemia
• O termo hiperlipidemia relaciona-se a
presença de valores elevados de lipídeos
no sangue;
• Aumento de moléculas de gordura no
sangue!!
• Aumento de Colesterol
Classificação
Pode ser dividida em três
subtipos:
• Hipercolesterolemia isolada
(LDL);
• Hipertrigliceridemia isolada;
• Dislipidemia mista (ambos
níveis elevados).
Colesterol e Triglicerídeos
• O colesterol e os triglicerídeos são vitais para várias funções corporais. O
colesterol é componente das membranas celulares e bainhas de mielina, e
um precursor para hormônios esteroides e sais biliares.
• A maioria do colesterol é sintetizada no corpo, principalmente pelo fígado,
sendo o restante derivado do alimento. Já o triglicerídeo é o principal
constituinte do tecido adiposo e, como tal, representa a reserva de energia
do corpo. É derivado do alimento, mas também sintetizado no fígado.
• Quando livres, o colesterol e o triglicérides são insolúveis em água. Por
isso, para seu transporte são ligados em proteínas específicas, chamadas
de apoproteínas.
• O complexo formado é denominado de lipoproteínas, então solúveis em
água e, consequentemente, no plasma, sendo assim transportados pela
corrente sanguínea.

• Existem quatro tipos gerais de lipoproteínas:


Quilomicrons;
- Lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL);
- Lipoproteínas de baixa densidade (LDL);
- Lipoproteínas de densidade alta (HDL);
Relevância Clínica
Distúrbios na concentração de lipídios são relativamente comum em cães e
fornecem pistas sobre doenças subjacentes, sendo também um fator de risco
para o desencadeamento de outras enfermidades.
Nos cães, podemos classificar os distúrbios lipídicos em primário e secundário,
sendo o secundário, sem dúvida, o mais comum em cães.

Primário - O distúrbio primário é considerado hereditário em algumas raças


caninas
Secundário - Relacionado a alimentação ou resultante de um desequilíbrio que e
o secundário pode estar relacionado a alimentação ou ser resultante do
desequilíbrio do mecanismo que regula os lipídeos plasmáticos
Principais causas de hiperlipidemia em gatos
Sinais clínicos
• Vômitos frequentes, diarreia e
desconforto abdominal;
hipertrigliceridemia com valores
elevados por acima de 1.000 mg∕dL,
tem sido associada a convulsões,
pancreatite, uveíte, cegueira.
• Em gatos com hipertrigliceridemia grave
são comuns os xantomas cutâneos.
Diagnóstico
• Medições da concentração sérica de colesterol e
triglicérides;
• Avaliação do grau de turbidez do soro –
estimativa
- Aparência opaca e leitosa;
• Após ter sido diagnosticada a hiperlipidemia, o
próximo passo é determinar se o paciente
possui uma desordem lipídica primária ou
secundária.
• Nos cães com hiperlipidemia devem ser
realizados hemograma, análise bioquímica do
sangue e urinálise.
Determinação da hiperlipidemia grave
Tratamento
• De acordo com o tipo de desordem:
primária, secundária....
• No manejo dietético podem ser
consideradas dietas com teor de gordura
menor de 20% em cães e menor de 24%
em felinos de forma contínua;
• Dietas comerciais prontas;
• Suplementação de ácidos graxos
Fonte:https://www.equilibriototalalimentos.com.br/arquivos_veterinarios/58.pdf
Hiperadrenocorticismo
• O Hiperadrenocorticismo, ou síndrome de Cushing, é uma
doença hormonal que surge como consequência da
persistência de níveis de cortisol elevados.
• É uma doença frequente em cães de idade avançada.

• Cortisol: O cortisol é um hormônio produzido pelas glândulas


adrenais, (duas glândulas que se localizam no abdómen, perto
dos rins). Possui várias ações vitais no organismo, tais como:
- manter a pressão sanguínea;
- abrandar a resposta inflamatória do sistema de defesa;
- equilibrar os efeitos da insulina promovendo a utilização dos
açúcares para a obtenção de energia;
- regular o metabolismo das proteínas, açucares e gorduras.
Regulação da secreção de cortisol
• A hipófise produz uma o hormônio
adrenocorticotrófica (ACTH) que vai
estimular as glândulas adrenais a
produzir o cortisol.
• A produção de ACTH é controlada
pela corticotropina (CRH) produzida
pelo hipotálamo. A secreção de
ACTH para o sangue provoca a
libertação de cortisol pelas glândulas
adrenais.
• As secreções de CRH e ACTH são
normalmente episódicas e pulsáteis,
resultando em concentrações de
cortisol flutuantes ao longo do dia.
Cortisol
• Três ações primárias:
• Estimula a quebra de:
- 1) proteínas, 2) gorduras e 3) providencia a metabolização da glicose no
fígado.
• Considerado o hormônio do stress, ativa respostas do corpo ante situações
de emergência para ajudar a resposta física aos problemas, aumentando
a pressão arterial e o açúcar no sangue, propiciando energia muscular.
• Ao mesmo tempo todas as funções anabólicas de recuperação, renovação
e criação de tecidos são paralisadas e o organismo se concentra na sua
função catabólica para a obtenção de energia. Uma vez que o stress é
pontual, superada a questão, os níveis hormonais e o processo fisiológico
volta a normalidade, mas quando este se prolonga, os níveis de cortisol no
organismo disparam
Como ocorre o
Hiperadrenocorticismo
Canino?
• A causa mais frequente (80-90%) do
Hiperadrenocorticismo é uma secreção excessiva
de ACTH pela glândula hipófise consequente a um
tumor ou a um defeito a nível do eixo
hipotálamo-hipófise.
• A hipófise secreta uma quantidade aumentada de
ACTH que estimula excessivamente ambas as
glândulas adrenais resultando na secreção de
quantidades exageradas de cortisol.
• O cão diabético com Hiperadrenocorticismo não
controlado não conseguirá um bom controle
glicêmico, visto que o Cortisol – que é o hormônio
com secreção descontrolada no
Hiperadrenocorticismo – compete com a insulina,
dificultando/impedindo sua ação.
Sinais Clínicos
• Como os sintomas do Hiperadrenocorticismo canino aparecem normalmente
de forma lenta e progressiva, os proprietários atribuem-nos, com frequência,
ao envelhecimento do animal.
• Os sinais clínicos mais frequentes são:
- Poliúria, Polidipsia e Polifagia;
- Distensão abdominal;
- Atrofia muscular progressiva;
- Zonas de pele sem pelo (alopécias) e a pele fina sobretudo nos flancos,
ventre, parte traseira das coxas, cauda e pescoço.
- Estes animais têm tendência para infeções de pele, infeções urinárias
recorrentes e perda da capacidade reprodutiva (ausência de cio nas fêmeas).
Poliúria
Polifagia
Polidipsia
Diagnóstico
• O hiperadrecorticismo meche com o
organismo todo e consequentemente
vários exames poderão estar alterados
também. Por isso vários exames são
feitos como hemograma, bioquímicos,
urina, radiografias e ultrassom para
observar essas alterações.
• O diagnóstico definitivo se dá por um
teste de supressão por doses baixas de
dexametasona, onde o sangue será
retirado e após 8 horas da aplicação de
dexametasona + teste do nível basal de
ACTH.
Tratamento
• O tratamento é feito com quimioterápico que
tem tropismo pelo córtex da adrenal.
• Vários exames deverão ser feitos durante o
tratamento para acompanhar se o cortisol não
está baixando muito e para ver a melhora dos
outros sistemas.
• Os casos de diabetes e outros sintomas que
não respondem só com o tratamento do
hiperadrenocorticismo deverão ser tratados.
Dietas com baixa gordura são indicadas.

Você também pode gostar