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PSICOENDOCRINOLOGIA
Prof. Nelson Asnis
DIABETES
TIPOS DE DIABETES
Características:
• Deficiência absoluta de insulina
• Incide com maior freqüência em crianças e adolescentes
• Início súbito (abrupto)
• Paciente em geral emagrece rápido
Tratamento:
• Reposição diária de insulina
Características:
• Deficiência relativa de insulina. É relativa porque existe insulina no organismo,
porém ela não está agindo.
• Mais frequente em adultos e idosos.
• Início arrastado (aos poucos)
• Na maioria dos casos, o paciente apresenta um nível de obesidade. As células de
gordura “sequestram” a insulina fabricada pelo pâncreas.
Tratamento: O principal foco neste caso é a perda de peso. Obs: Nem todo o
paciente obeso se torna um diabético do tipo 2.
Características:
• Sofrimento fetal agudo
• Risco de aborto espontâneo
• Risco de malformação fetal
• Recém nascido com peso excessivo
• Imaturidade pulmonar
• Partos de risco
Tratamento:
• Dieta e/ou dieta com injeção de insulina
• Este tipo de diabetes costuma deprimir muito a mulher, podendo ser recomendado
psicoterapia.
Características:
• Causa de cirrose no fígado
• Não é autoimune
• Poliúria - vontade excessiva de urinar
• Polidipsia - sentir muita sede, na tentativa de repor a água e manter-se hidratado.
• Polifagia - excesso de fome
Tratamento:
• Buscar ajuda para parar de beber
• Regular a insulina
• Fazer dieta, se necessário
• Psicoterapia para lidar com os efeitos do alcoolismo
Diagnóstico de Diabetes
É feito através de um exame chamado Glicemia de Jejum. Exames normais de
glicose devem apresentar quantidades entre 70 e 110 mg/dl no sangue. Se estas
quantidades estiverem acima de 126 mg/dl no sangue em dois exames seguidos, a
pessoa será considerada diabética. É necessário dois exames para confirmar, pois o
primeiro pode ser erro do laboratório.
Tratamento do diabetes:
1) Dieta pobre em carboidratos e deve ter como objetivo normalizar o peso,
os pacientes de tipo 1 precisam engordar (dieta hipercalórica), os de tipo 2
necessitam perder peso (dieta hipocalórica).
2) Insulinoterapia, existem dois tipos: insulina de ação rápida, usada em
urgências e para uma diminuição rápida da glicose; insulina de ação lenta, usada para
encobrir as necessidades do dia. Insulina em diabético tipo 1 é usada insulina diária,
de 2 a 4 aplicações via subcutânea (em média 2 ou 3 aplicações). Insulina em
diabético tipo 2 é usada por vezes, quando as outras formas de tratamento não
surtirem efeito. Não existe insulina via oral, tampouco chás.
3) Hipoglicemiantes orais: são remédios/comprimidos usados com o objetivo
de desaprisionar a insulina sequestrada pelas células de gordura. Para usar esse tipo
de remédio, é necessário que haja insulina no organismo.
4º) Atividade física: exercícios. O paciente diabético tipo 1: os exercícios
ajudam a queimar açúcar, diminuindo as necessidades de insulina (usando, porém
em quantidade menor). O paciente diabético tipo 2: auxiliar na perda de peso e
fundamental no controle de glicose.
5º) Suporte psicológico: o principal objetivo é colaborar para que o paciente
aceite o que tem; admitir que ele possui um problema de saúde chamado diabetes e
que necessita aderir ao tratamento.
Reações Emocionais:
Choque, negação, revolta, depressão, aceitação ativa.
OBESIDADE
IMC P/A²
-18,5 Baixo Peso
18,5 - 24,9 Peso Normal
>25 - 30 Sobrepeso
>30 - 40 Obesidade
>40 Obesidade Mórbida
Fatores conhecidos
Sedentarismo
Fome: fisiológico, instintivo, necessidade vital, animal;
Apetite: gula, olho, satisfação;
GLÂNDULAS
HIPÓFISE (PITUITÁRIA)
É uma glândula endócrina do tamanho de uma ervilha e se localiza na base do
cérebro em uma estrutura óssea que se denomina sela tursica. Seria um maestro no
jogo de relações com outras glândulas. É regulada pelo SNC através do hipotálamo e
regula outras três glândulas: tireóide, supra renal e gônadas. Se divide em duas
porções: anterior (adenohipófise) e posterior (neurohipófise).
Adeno-Hipófise (anterior):
TSH (função de sair da hipófise e ir pelo sangue até a tireóide, que promove a
fabricação dos seus dois hormônios T3 e T4)
ACTH (regula as glândulas supra-renais a fabricar seus hormônios)
LH (gonadotrofinas - estimular gônadas a fabricarem seus hormônios)
FSH (gonadotrofinas - estimular gônadas a fabricarem seus hormônios)
GH (hormônio do crescimento)
Prolactina (produção do leite)
Neuro-Hipófise (posterior):
Ocitocina (ejeção de leite)
ADH (antidiurético, quando aumenta se opõe a diurese, quando diminui favorece a
saída de líquidos)
Principais causas:
- Tumores;
- Isquemia;
- Infecções cerebrais (ex: meningite);
- Traumatismo craniano;
- Cirurgias no cérebro;
- Radioterapia na cabeça.
2. Doenças
- Bócio (aumento de volume da tireóide, também chamada de papo).
Tratamento: remédios;
- Câncer de Tireóide (um dos tipos de câncer com melhor prognóstico, maior a
chance de cura se detectado precocemente).
Tratamento: cirúrgico;
- Suspeita de câncer: alteração de corda vocal, aumento do nódulo, falta de ar,
dificuldade de engolir alimentos sólidos.
Hipotireoidismo
Conceito:
Hipo = Deficiência. T3 e T4 estão baixos/deficientes.
O problema inicial está na tireóide. Sem a fabricação de FLTSH, não há produção de
TSH e logo, não produz T3 e T4.
Tipos:
Primário quando o problema inicial se localizar na própria tireóide.
Secundário quando o problema inicial for na hipófise.
Terciário quando o problema inicial for no hipotálamo. Os hormônios estão com
baixa produção de FLTSH, em consequência, baixa produção de TSH e baixa produção
de T3 e T4.
● diminuição do apetite;
● aumento de peso;
● distúrbios menstruais;
● infertilidade;
Não necessariamente a existência de todos estes sintomas, às vezes pode ter apenas
um ou dois. Crianças apáticas, com retardo de crescimento ou retardo psicomotor
podem ter doença de Hashimoto ou Hipotireoidismo. Mulheres com distúrbios
menstruais, sintomas psicológicos (apatia, depressão), pensar claramente em
hipotireodismo. Idoso com depressão com/sem causa aparente, investigar T3 e T4.
Hipertireoidismo
É uma doença endócrina que se caracteriza com excesso de T3 e T4.
Existem dois tipos fundamentais de hipertireoidismo:
A primeira causa de hipertireoidismo e mais frequente é a Doença de Graves,
que também é uma doença autoimune (como a Doença de Hashimoto), porém,
nesse caso os anticorpos atacam a tireoide e ao invés de destruí-la, estimulam-na a
produzir mais T3 e T4. Na Doença de Graves a tireóide se hipertrofia, cresce,
existindo o Bócio Atóxico.
A segunda causa de hipertireoidismo se chama Bócio Nodular Tóxico: Nódulo
ou nódulos se formam dentro da tireóide e passam a hiperproduzir T3 e T4. Essa
causa não é autoimune. O crescimento da tireóide não é parelho.
Quadro clínico:
Em mais de 80% apresentam sintomas psicológicos, tais como:
- Agitação psicomotora;
- Nervosismo constante;
- Agressividade;
- Impulsividade;
- Instabilidade emocional;
- Labilidade emocional (mudanças brusca de afeto);
- Crises de choro;
- Insônia constante;
- Perda constante da atenção;
- Problemas de memória;
- Estágio de taquipsiquismo (aceleração do psiquismo).
Diagnóstico:
A partir da dosagem dos hormônios: T3 e T4 muito elevados e TSH muito baixo.
Tratamento:
Necessitará remédios anti-tireoides, agindo dentro da tireóide inibindo o excesso. Se
o Bóssio for muito volumoso ou a custas de nódulos, esse crescimento da tireóide
poderá comprimir estruturas vizinhas e daí o tratamento passará a ser cirúrgico.
Comprime a traquéia = Falta de ar.
Comprime o estômago = Dificuldade de engolir.
Podendo ter que fazer cirurgia, retirar os nódulos que está comprimindo. Às vezes, a
cirurgia pode trazer problemas, por que se retira uma boa parte da glândula e o
paciente poderá passar a ter hipotireoidismo e o hipertireodismo for muito grave
poderá ter sintomas psicóticos da mesma forma que o hipertireodismo poderá gerar
uma agitação que se confundirá com TAB (transtorno bipolar).
Doenças: - Insuficiência SR
- Síndrome de Cushing
Quando faltar ACTH (hipófise anterior) em consequência, faltará Cortisol por falta de
estímulo para supra-renais fabricarem Cortisol.
Se a hipófise for destruída, o ADH terá uma deficiência na produção, ou seja, perda
de bastante líquido.
Doenças
- Insuficiência Supra-renal
Pressupõe uma diminuição patológica de cortisol. O problema estará no hipotálamo
(falta FL >
falta ACTH), na hipófise (falta ACTH > falta cortisol) ou na supra-renal (falta cortisol).
Insuficiência Supra-renal Primária é quando a destruição inicial ocorre na supra-
renal.
As duas principais causas são: Doença de Addison e Tuberculose.
Tuberculose: é provocada por um bacilo de Koch. Ele ataca vários locais do corpo,
dentre eles: os pulmões, ossos, rins, cérebro (meningite) e supra-renais.
Sintomas:
- Depressão;
- Apatia;
- Cansaço;
- Sonolência;
- Perda de pêlos axilares;
- Perda de pêlos pubianos;
- Perda de libido;
- Diarréia;
- Vômitos;
- Emagrecimento;
- Hipotensão;
- Hipoglicemia.
Em casos graves:
- Sintomas psicóticos.
Sintomas:
- Depressão;
- Apatia;
- Cansaço;
- Sonolência;
- Perda de pêlos axilares;
- Perda de pêlos pubianos;
- Perda de libido;
- Diarréia;
- Vômitos;
- Emagrecimento;
- Hiportensão;
- Hipoglicemia.
Em casos graves:
- Sintomas psicóticos.
Tratamento:
Se dá por reposição de cortisol, através do remédio "cortisona". Trata-se juntamente
a causa que
gera a insuficiência supra-renal.
SÍNDROME DE CUSHING
Conceito:
Uma doença que ocorre em decorrência do excesso patológico de cortisol.
Hipófise (ACTH) aumenta e ativa as supra-renais para fabricar Cortisol.
Causas:
1ª: tumor secretor (hiper secretor) de ACTH, localizado na hipófise.
2ª: tumor secretor (hiper secretor) de Cortisol, localizado na glândula supra -ren al.
3ª: uso excessivo e prolongado do Cortisol Sintético (cortison a/corticóide).
A cortisona é um remédio usado em muitas situações médicas como: anti-
inflamatório,
antialérgico, bronquite nasal (severa) para evitar falta de ar, evitar rejeição de
transplanetes.
Quadro Clínico:
- Depressão severa;
- Depressão alternada com euforia (se parece com transtorno bipolar);
- Diminuição da concentração;
- Diminuição da memória;
- Perda de libido;
- Instabilidade emocional;
- História de tentativa de suicídio;
Sintomas Físicos:
- Obesidade;
- Rosto inchado e arredondado (face de lua cheia);
- Pressão alta;
- Diabetes (o excesso de cortisol se opõe à ação da insulina);
- Hirsutismo (excesso de pêlos nas mulheres principalmente no rosto e abdômen);
- Distúrbios menstruais;
- Estrias de coloração violeta;
- Excesso de acne;
Sintomas psicológicos:
- Depressão;
- Perda de auto-estima;
- Fratura no narcisismo;
Diagnóstico:
É feito pela história (uso seguido de cortisona; por meses).
Uso de medicamentos, dosagens hormonais de cortisol e ACTH no sangue.
Exame de imagem (tomografia ou ressonância magnética das suprarenais ou da
hipófise).
ACTH muito alto: tomografia (?) da hipófise;
ACTH muito baixo: tomografia das suprarenais;
Tratamento:
Se for tumor: realizar a retirada do tumor.
Uso de cortisona: diminuição e se possível, retirada da cortisona. Se não for possível
a
retirada do cortisona, trata os sintomas do Cushing.
1. Puberdade
2. SPM ("TPM")
3. Distúrbio Disfórico
4. Climatério/Menopausa
5. Hipogonadismo
1. Puberdade
Quando a capacidade sexual adulta se completa e a partir desta etapa a mulher é
capaz de
gerar/procriar/reproduzir.
Aparecimento de:
Telarca: Broto mamário (seios);
Pubarca: Pêlos pubianos e axilares;
Menarca: A primeira menstruação.
Psicoterapia de apoio: em situações nas quais essa moça não está encontrando
suporte no seu entorno para lidar com os inevitáveis conflitos, fantasias, medos e
desafios neste período, no entanto, ela vem se desenvolvendo bem, porém busca no
terapeuta o apoio da busca do sentido de atravessar essa etapa de um modo menos
angustiante.
Depressão: antidepressivos.
Transtorno de Ansiedade: ansiolíticos.
Esquizofrenia: antipsicóticos.
O termo TPM é incorreto por que nem todas as mulheres apresentação "tensão" ou
nem todas mulheres apresentação somente "tensão" pré-menstrual. O termo
"síndrome" abarca todos os sintomas, não somente a tensão, que uma mulher
poderá experimentar no período pré-menstrual.
3. Distúrbio Disfórico
É uma patologia.
4. Climatério/Menopausa
É uma etapa de ciclovital que muitas mulheres têm buscado psicoterapia.
Ponto de vista psicológico: desaguadouro das outras etapas vividas por essa mulher.
Esta mulher vivenciará a menopausa na dependência de como caminhou
psicologicamente até a chegada da menopausa (como foi a tragetória psiquica até
essa chegada).
5. Hipogonadismo
Estrogênio e progesterona estarão diminuidos.
Tipos
Chamamos de Hipogonadismo Primário quando o problema inicial se localizar na
própria gonadas.
Chamamos de Hipogonadismo Secundário quando o problema inicial se localizar na
própria hipófise.
Chamamos de Hipogonadismo Terciário quando o problema inicial se localizar na
própria hipotálamo.
Sintomas
- Atrofia vaginal e mamária;
- Perda de libido;
- Infertilidade;
- Depressão;
- Ausência da menstruação;
- Perda dos pêlos axilares e pubianos.
Doenças genéticas:
- Ausência de caracteres sexuais secundários (sinais de viabilização próprios da
adolescência: barba, musculatura, voz mais grave)
- Corpo sem pêlos/infantilizado
Doenças neurológicas:
- Comprometem os sistemas simpático e parassimpático que a nível genital são
responsáveis pela ereção e ejaculação
Doenças endócrinas:
- Diabetes
- Tireóide
- Supra-renal
E principalmente:
- Doenças que afetam a produção de testosterona
Doenças vasculares:
- Doenças que obstruem os vasos com prejuízo a chegada de sangue em todo o
aparelho genital (sem sangue = sem ereção)
Doenças hepáticas:
- Se o fígado não funcionar corretamente, terá uma diminuição de testosterona no
organismo
- Cirrose
Doenças álcool/drogas:
- O álcool é uma causa importante de disfunção erétil
- Drogas como a maconha podem acarretar infertilidade
Efeitos colaterais:
- Alguns antes depressivos e alguns antipsicóticos poderão acarretar disfunção erétil
O que nos faz pensar em problemas de causas orgânicas:
- A história do paciente (uso de remédios/cirrose/hepatite)
- Ausência de ereção noturna
- Diminuição da frequência do barbear
- Perda de pêlos
- Atrofia muscular
- Cansaço excessivo
- Fraqueza muscular
- Afinamento da voz
- Diminuição do tamanho do pênis e/ou dos testículos
- Histórico de infertilidade
ANOREXIA NERVOSA
Os 4 principais critérios que nos farão pensar que uma paciente que nos procura
apresentará o quadro de anorexia nervosa:
Anorexia
(falta de apetite)
x
Anorexia Nervosa
(doença)
A maioria das pacientes (em geral são mulheres) com anorexia nervosa não
apresenta anorexia, salvo nos estágios terminais da doença.
ANOREXIA X BULIMIA
(diferenças clínicas entre uma e outra)