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PSICOENDOCRINOLOGIA - NELSON ASNIS

Porque psicoendócrino no curso?

1) sintomas psicológicos
- doença somente de causa psicológica?
- doença de causa orgânica > doenças endócrinas

2) tratamento multidisciplinar de doenças

Normal testosterona: 50 - 150

Diabetes Mellitus
(sacarino)

Diabetes é uma doença crônica (contínua) que se caracteriza pelo excesso de


glicose/açúcar/carboidratos no sangue (hiperglicemia). É uma deficiência de insulina absoluta ou
relativa.

Diabetes Tipo 1 - 1ª característica: É uma doença autoimune; uma doença na qual os anticorpos
do nosso corpo atacam órgãos do próprio corpo. A função fisiológica dos anticorpos é a defesa,
eles atacam bactérias, vírus, corpos estranhos, etc.
Atinge: Pâncreas > células beta do pâncreas > produtoras de insulina.

2ª característica: Pâncreas > células beta do pâncreas destruídas > produtoras de insulina.
3ª característica: Deficiência absoluta de insulina.
4ª característica: Inside com maior frequência em crianças e adolescentes.
5ª característica: Início súbito (abrupto), às vezes a pessoa lembra do começo da fase de diabetes.
6ª característica: Paciente em geral muito emagrecido quando do diagnóstico.

Principal foco do tratamento: reposição diária de insulina.

Diabetes Tipo 2 - 1ª característica: Não é uma doença autoimune.


2ª característica: Pâncreas íntegro.
3ª característica: Deficiência relativa de insulina. Relativa: existe a insulina, mas ela não está
agindo.
4ª característica: Adultos e idosos com maior frequência.
5ª característica: Início arrastado.
6ª característica: Em maior parte dos casos, na apresentação geral e inicial, a pessoa está obesa.
As células de gordura "sequestram" a insulina fabricada pelo pâncreas.

Principal foco do tratamento: perda de peso.


Observação: Nem todos os obesos se tornam diabéticos tipo 2.
Diabetes Gestacional - 1ª característica: Ela ocorre no período gestacional ou puerpério (após a
gestação) imediato (máximo 2 meses). Problemas na mãe ou no bebê.
2ª característica: Sofrimento fetal agudo.
3ª característica: Risco de abortamento espontâneo.
4ª característica: Má formação fetal.
5ª característica: Recém nascido com peso excessivo.
6ª característica: Imaturidade pulmonar.
7ª característica: Partos de risco.
8ª característica: Risco de sangramento uterino.
Tudo isso pode ser evitado com tratamento adequado de diabetes. Dieta e/ou dieta e injeção de
insulina. Esse tipo de diabetes, costuma deprimir muito a mulher.

Diabetes Secundário ao Uso Excessivo de Álcool (Diabetes do Alcoolista) - 1ª característica: Ação


tóxica (destrutiva) do álcool sobre o pâncreas.
2ª característica: Causa de cirrose no fígado.
3ª característica: Pâncreas não produz insulina quando destruído.
4ª característica: Não é autoimune.
5ª característica: É preciso reproduzir insulina.
Observação: Muitos alcoolistas não são diabéticos, é necessária uma pré-disposição genética.
Neste caso, também há destruição das células beta, como na diabetes tipo 1.

A glicose sai pelos rins e também muita água.

Poliúria: Vontade excessiva de ir ao banheiro.


Poli: excesso - Uri: urina.
Polidipsia: Sentimos muita sede na tentativa de repor o que sai.
Polifagia: Excesso de fome.

A insulina é fundamental para que os aminoácidos sejam utilizados pelas células como fonte
energética. Se a insulina não estiver agindo, os aminoácidos não entram para dentro da célula, e
em consequência, estas células ficam ávidas(carentes/necessitas) por substrato (fontes)
energético (energéticas).

Balanço Hídrico Negativo


BH - sai mais água do que entra = desidratação das células do sistema nervoso central (SNC).
Células do SNC = neurônios. Neurônios não recebem: glicose, aminoácidos e água.

Sintomas da desidratação intracerebral:


- sonolência > se não houver tratamento da sonolência, a pessoa pode entrar em estado de coma
> se não houver tratamento do estado de coma, a pessoa poderá morrer.
- apatia
- confusão mental
- dor de cabeça
- tonturas
- convulsões
- depressão < causa orgânica

Sintomas da diabetes em geral:


- cansaço excessivo
- fraqueza muscular
Falta de nutrientes dentro da célula.

Sintomas decorrentes das complicações em diabetes:


- cegueira
- insuficiência renal

O DIAGNÓSTICO DE DIABETES

É feito através de um exame chamado Glicemia de Jejum. O normal da Glicemia é entre 70-110mg
%, se tiver acima de 126mg% em dois exames, é considerado diabético. Dois exames são feitos,
por que no primeiro pode ocorrer algum erro de laboratório.

Principais pilares do tratamento do diabetes:


1º) Dieta pobre em carboidratos e deve ter como objetivo normalizar o peso, os pacientes de tipo
1 precisam engordar (dieta hipercalórica), os de tipo 2 necessitam perder peso (dieta
hipocalórica);

2º) Insulinoterapia, existem dois tipos: insulina de ação rápida, usada em urgências e para uma
diminuição rápida da glicose; insulina de ação lenta, usada para encobrir as necessidades do dia.
Insulina em diabético tipo 1 é usada insulina diária, de 2 a 4 aplicações via subcutânea (em média
2 ou 3 aplicações). Insulina em diabético tipo 2 é usada por vezes, quando as outras formas de
tratamento não surtirem efeito.

Não existe insulina via oral, tampouco chás.

3º) Hipoglicemiantes orais: são remédios/comprimidos usados com o objetivo de “desaprisionar” a


insulina sequestrada pelas células de gordura. Para usar esse tipo de remédio, é necessário que
haja insulina no organismo.

Diabetes de tipo 2: se o diabético emagrecer, ele poderá normalizar os níveis de glicose, por vezes,
é necessário usarmos junto os hipoglicemiantes orais e se nada disso colaborar para normalizar a
glicose, vamos ter que lançar mão do uso de insulina diária.

4º) Atividade física: exercícios. O paciente diabético tipo 1: os exercícios ajudam a queimar açúcar,
diminuindo as necessidades de insulina (usando, porém em quantidade menor). O paciente
diabético tipo 2: auxiliar na perda de peso e fundamental no controle de glicose.

A principal arma do tratamento é a insulina no diabético tipo 1.


A principal arma do tratamento é a perda de peso no diabético tipo 2.

Evitar nos diabéticos: exercícios físicos exaustivos, excessivos. Por que podem acarretar em
quadros de hipoglicemia (queda excessiva do açúcar).

5º) Suporte psicológico: o principal objetivo é colaborar para que o paciente aceite o que tem;
admitir que ele possui um problema de saúde chamado diabetes e que necessita aderir ao
tratamento.

É fundamental que uma pessoa com diabetes faça o tratamento adequado: insulina, monitoria da
glicose, dieta adequada, etc. Possíveis causas de um tratamento inadequado: qualidade de vida
afetada, bem como a sua longevidade, depressão e complicações (agudas e crônicas).

Complicações agudas: são aquelas que aparecem rapidamente, crises. Essas crises poderão ser
hiperglicêmicas ou hipoglicemicas.

Quais são as principais causas das crises hiperglicêmicas (quando a glicose sobe muito
rapidamente)?
Dieta: poderá estar fazendo uso excessivo de carboidratos e açúcar.
Insulina ou hipoglicemiantes orais: não aderência do tratamento ou uso de doses aquém das
necessárias.
Infecções: uma infecção poderá levar a uma crise hiperglicêmica.
Estressores emocionais:

Quais são as principais causas das crises hipoglicemicas (quando a glicose desce muito
rapidamente)?
Dieta: não comer. O diabético deve comer várias vezes durante o dia.
Insulina ou hipoglicemiantes orais: uso excessivo de insulina ou hipoglicemiantes orais.
Exercícios físicos excessivos: fraqueza, tontura, dor de cabeça, enjoo, tremores, taquicardia,
sudorese (suor excessivo), em casos mais sérios: desmaios, perda de consciência e convulsões;
Estressores emocionais:

O diabético pode ter quadros delirantes por hipoglicemias mais sérias.


Sempre ter: bombons, sucos ou fanta uva quando for atender um paciente diabético.

Hipoglicemia severa poderá __________ os neurônios. (????)

Complicações crônicas: são aquelas que aparecem em média de 5 a 10 anos de doença.

Danos que a diabetes poderá provocar:


Danos aos rins: nefropatia diabete. Poderá ter desde uma leve diminuição da função renal, até o
caso de perda total (Insuficiência Renal Crônica).
Nefro = rins Patia = doença.
Forma de tratamento: hemodiálise ou transplante renal.

Afetar os olhos, principalmente a retina: retinopatia diabética. Poderá ir de uma leve diminuição
da acuidade visual (leve perda de visão) até o caso de cegueira (em casos extremos).

A diabetes é a principal causa de cegueira adquirida em jovens.

Afetar os vasos: vasculopatia diabética. Obstruções vasculares, entupimentos dos vasos,


provocado pelo depósito de gordura. Podem acometer vasos dos rins, olhos, coração (infarto no
miocárdio), cérebro (podendo acarretar AVC), aparelho genital (disfunção erétil ou problema na
qualidade do espermatozóide nos homens e infertilidade ou dificuldades de engravidar nas
mulheres) e também os vasos dos membros inferiores (tromboses), sendo assim, não chega
sangue adequado aos membros inferiores, os fatores de cicatrização também não chegam ao
locais.

Neuropatia diabética: lesão nas fibras nervosas da sensibilidade.

Depressão: as alterações hormonais contribuem para o aparecimento da depressão tanto quanto


as questões psicológicas ligadas ao aparecimento deste diagnóstico.

Diabéticos apresentam 4x maior a chance de infartos.


Essas complicações poderão ocorrer em qualquer tipo de diabetes.

Pé diabético: Recomendado que diabético olhe a planta do pé cada vez que for tomar banho, por
que poderá ter pequenos ferimentos. O antibiótico tem dificuldade de acesso por que os vasos
estão obstruídos.

Reações Emocionais
Choque
Negação
Revolta
Depressão
Aceitação Ativa

IMC P/A²
-18,5 Baixo Peso
18,5 - 24,9 Peso Normal
>25 - 30 Sobrepeso
>30 - 40 Obesidade
>40 Obesidade Mórbida
PSICOTERAPIA DA OBESIDADE

ATUAL
PASSADO
\/

- Traumas
- Aprendizado

Realidade Objetiva
x
Realidade Psíquica

Muitas pessoas com obesidade procuram terapia.

Obesidade: sintoma psicológico que se expressa no corpo, ou ainda um sintoma somático física
representante de um problema psicológico.

1º passo para o tratamento: buscar as múltiplas etiologias (causas) da obesidade.

Múltiplas Etiologias da Obesidade


(Etiologia Multifatorial)

Fatores emocionais
- Ansiedade
- Depressão
Fatores médicos
- Síndrome Metabólico
- Transtornos Alimentares
Fator genético
- Pré-disposição
Fator neurológico
- Desregulação do centro hipotalâmico da fome e saciedade
Doenças endócrinas
- Hipotireoidismo
- Supra renal
- Diabetes Tipo 2
Remédios que aumentem peso
- Alguns Anti-Depressivos
- Alguns Anti-Psicóticos
- Remédio Lítio (Bipolaridade)
- Cortisona
- Anticoncepcionais
Fatores conhecidos
- Sedentarismo

Tratamento multidisciplinar: tratar as situações/causas psicológicas que estão acarretando a


obesidade.

Fome: fisiológico, instintivo, necessidade vital, animal;


Apetite: é gula, olho, satisfação;

Problemas nas primeiras experiências de satisfação oral


Mães com dificuldades para distinguir diferentes estados de desconforto dos seus bebês;
A noção de fome não se desenvolve como uma tensão diferente das outras necessidades;
Quando tem um medo ou ansiedade, acaba comendo.

Exemplo 1: Foi para a Austrália e engordou.


- Reeducar para a rotina antiga.

Exemplo 2: Sempre foi obesa.


- Problema nas 1ªs experiências de satisfação oral;
- Fazer o paciente pensar se é fome realmente;

Exemplo 3: Começou a poucos anos, após um trauma.


- Cria uma culpa inconsciente em si própria.

1) Entender os motivos nos quais estão por trás da obesidade.


2) Ajudar a discriminar seus afetos.
3) Modificar o funcionamento psíquico (dele com ele próprio).
4) Ajudar a pessoa a compreender os funcionamento de auto-estima e baixa auto-estima.
5) Tratar os traumas e os fatores estressores que estão intimamente relacionados com o
aparecimento e/ou manutenção de um funcionamento obeso.

Respeitar um processo psicológico que não pode ser rápido demais; dietas excessivas em curto
espaço de tempo (remédios) podem trazer consequências gravíssimas, tanto fisicamente quando
psicologicamente.

Aspectos Psicológicos da Glândula Tireóide

1. Regulação Fisiológica
2. Doenças
2.1 Hipotireoidismo - Conceito
2.2 Hipertireoidismo - Tipos
- Quadro Clínico
- Diagnóstico
- Tratamento
SNC
|
Hipotálamo {FLTSH} Fator Liberador do TSH
|
Hipófise {TSH}
(Pituitária)
|
Tireóide {T3, T4}

A glândula tireóide se localiza na região cervical, logo acima do osso externo. Ela não é palpável,
exceto quando está crescida. Ela fabrica dois importantes hormônios: T3 e T4. Se estes hormônios
estiverem alterados para mais ou para menos, em mais de 80% dos casos acarretam sintomas
emocionais como: depressão, insônia...

A glândula tireóide é regulada por Hipófise (TSH); o TSH vai pelo sangue até a tireóide.
O hormônio da tireóide regula o metabolismo corporal.

Mecanismo de Feedback

Quando um hormônio ao se elevar promover o aumento de um segundo hormônio, denominamos


mecanismo de feedback + (positivo).

- Aumento do FLTSH > Aumento do TSH.


- TSH aumenta > Aumenta T3 e T4.

Quando um hormônio ao se elevar promover a diminuição de um segundo hormônio,


denominamos mecanismo de feedback - (negativo).

- Aumento do T3 e T4 > Diminuição do FLTSH.


- Aumento do T3 e T4 > Diminuição de TSH.

1. Regulação Fisiológica
A regulação normal pressupõe uma contínua alternância de feedbacks positivo, negativo, positivo,
negativo e assim sucessivamente.

2. Doenças
- Bócio (aumento de volume da tireóide, também chamada de papo).
Tratamento: remédios;
- Câncer de Tireóide (um dos tipos de câncer com melhor prognóstico, maior a chance de cura se
detectado precocemente).
Tratamento: cirúrgico;

-----> Falta de iodo faz com que a tireóide cresça.

Suspeita de câncer: alteração de corda vocal, aumento do nódulo, falta de ar, dificuldade de
engolir alimentos sólidos.

2.1 Hipotireoidismo
Conceito:
Hipo = Deficiência. T3 e T4 estão baixos/deficientes.
O problema inicial está na tireóide. Sem a fabricação de FL TSH, não há produção de TSH e logo, não
produz T3 e T4.

Tipos:
Chamamos de Hipotireoidismo Primário quando o problema inicial se localizar na própria tireóide.
Ex: destruição da tireóide.
Chamamos de Hipotireoidismo Secundário quando o problema inicial for na hipófise.
Chamamos de Hipotireoidismo Terciário quando o problema inicial for no hipotálamo. Os
hormônios estarão com baixa produção de FLTSH, em consequência, baixa produção de TSH e baixa
produção de T3 e T4.

A principal causa de Hipotireoidismo Primário é uma doença chamada "Doença de Hashimoto",


essa doença é autoimune na qual os anticorpos se voltam contra a tireóide, destruindo-a. Ela
atinge 5% da população adulta.

A segunda causa de Hipotireoidismo Primário é o Hipotireoidismo Congênito (também chamado


de cretinismo), a pessoa já nasce com agenesia (ausência total da glândula) ou hipogenesia
(ausência parcial), isso acontece a cada 4.000 nascimentos. A falta de hormônio da tireóide não
permitirá o amadurecimento do SNC, acarretando retardo mental irreversível. O teste do pezinho
detecta doenças congênitas, sendo uma delas o Hipotireoidismo Congênito e precisa ser tratado
no 1º mês de vida.

A terceira causa de Hipotireoidismo Primário é a Tireoidite Pós-Parto, atinge de 5 a 9% das


mulheres nesta etapa, é uma inflamação da tireóide (de causa autoimune). Acarretará uma
diminuição de T3 e T4. Sintoma: Depressão Pós-Parto.

A última causa de Hipotireoidismo Primário é a falta de Iodo. O Iodo é a matéria prima para a
tireóide fabricar os seus hormônios. T3 tem 3 moléculas de Iodo, sendo assim, o T4 tem 4
moléculas de Iodo.

Hipotireoidismo Secundário: destruição da glândula hipófise.


Hipotireoidismo Terciário: deficiência na produção de T3 e T4 e destruição do hipotálamo.

Sintomas do Hipotireoidismo em geral:


- Depressão (em mais de 80% dos casos);
- Diminuição da atenção e da memória;
- Distúrbio cognitivo;
- Retardo psicomotor;
- Apatia;
- Sonolência;
- Fala arrastada (lenta);
- Confusão mental;
- Desorientação;
- Em casos mais graves: sintomas psicóticos.
- Sintomas físicos como: constipação (prisão de ventre);
sensação de frio excessivo;
diminuição do apetite;
aumento de peso;
distúrbios menstruais;
infertilidade;
bradicardia (diminuição da frequência cardíaca);
retardo de crescimento em crianças.

Não necessariamente a existência de todos estes sintomas, às vezes pode ter apenas um ou dois.

Crianças apáticas, com retardo de crescimento ou retardo psicomotor podem ter doença de
Hashimoto ou Hipotireoidismo.
Mulheres com distúrbios menstruais, sintomas psicológicos (apatia, depressão), pensar
claramente em hipotireodismo.
Idoso com depressão com/sem causa aparente, investigar T3 e T4.

T3 e T4 TSH FL
Primário Não há produção Aumenta TSH Aumenta FL
Secundário Não há produção Não há produção Aumenta FL
Terciário Não há produção Não há produção Não há produção

O tratamento do Hipotireodismo se dá com reposição do hormônio da tireóide.

TEMA DE CASA

1) Quais são os hormônios secretados pela pituitária?


2) Quem regula a hipófise (pituitária)?
3) Cite as 3 principais glândulas endócrinas reguladas pela hipófise.
4) Conceitue hipopituitarismo.

2.2 Hipertireoidismo
Conceito:
É uma doença endócrina que se caracteriza com excesso de T3 e T4.

Tipos:
Existem dois tipos fundamentais de hipertireoidismo:
A primeira causa de hipertireoidismo e mais frequente é a Doença de Graves, que também é uma
doença autoimune (como a Doença de Hashimoto), porém, nesse caso os anticorpos atacam a
tireóide e ao invés de destruí-la, estimulam-na a produzir mais T3 e T4. Na Doença de Graves a
tireóide se hipertrofia, cresce, existindo o Bócio Atóxico.
No Bócio Atóxico a tireóide cresce toda ela = Bócio Difuso + Exoftalmia (olhos saltados).

A segunda causa de hipertireoidismo se chama Bócio Nodular Tóxico: Nódulo ou nódulos se


formam dentro da tireóide e passam a hiperproduzir T3 e T4. Essa causa não é autoimune. O
crescimento da tireóide não é parelho.

Quadro clínico:
Em mais de 80% apresentam sintomas psicológicos, tais como:
- Agitação psicomotora;
- Nervosismo constante;
- Agressividade;
- Impulsividade;
- Instabilidade emocional;
- Labilidade emocional (mudanças brusca de afeto);
- Crises de choro;
- Insônia constante;
- Perda constante da atenção;
- Problemas de memória;
- Estágio de taquipsiquismo (aceleração do psiquismo).

Sintomas físicos mais importantes:


- Emagrecimento importante (causando um aumento de apetite [5 a 10kg em um mês]);
- Taquicardia (coração acelerado);
- Falta de ar (podendo chegar a insuficiência cardíaca);
- Tremores de extremidades;
- Excesso de calor;
- Sudorese excessiva (transpiração);
- Distúrbios menstruais;
- Infertilidade;
- Diarréia (intestinos trabalham demais);

Diagnóstico:
A partir da dosagem dos hormônios: T3 e T4 muito elevados e TSH muito baixo.

Tratamento:
Necessitará remédios anti-tireoides, agindo dentro da tireóide inibindo o excesso. Se o Bóssio for
muito volumoso ou a custas de nódulos, esse crescimento da tireóide poderá comprimir
estruturas vizinhas e daí o tratamento passará a ser cirúrgico.

Comprimi a traquéia = Falta de ar.


Comprimi o estômago = Dificuldade de engolir.
Podendo ter que fazer cirurgia, retirar os nódulos que está comprimindo. Às vezes, a cirurgia pode
trazer problemas, por que se retira uma boa parte da glândula e o paciente poderá passar a ter
hipotireoidismo.

Se o hipertireodismo for muito grave poderá ter sintomas psicóticos da mesma forma que o
hipertireodismo poderá gerar uma agitação que se confundirá com TAB (transtorno bipolar).

Hipófise (Pituitária)

Se divide em duas porções: anterior e posterior.


É regulada pelo SNC através do hipotálamo e produzir vários hormônios como:

- Adeno-Hipófise (anterior)
TSH
ACTH (regula as glândulas supra-renais)
LH } gonadotrofinas
FSH } gonadotrofinas
GH
Prolactina (produção do leite)

- Neuro-Hipófise (posterior)
Ocitocina (ejeção de leite)
ADH (quando aumenta se opõe a diurese, quando diminui favorece a saída de líquidos)

Para que os hormônios da hipófise sejam produzidos, precisa de estímulo do hipotálamo através
da fabricação de FL's (fatores de liberação). Para cada hormônio da hipófise teremos um FL
hipotalâmico correspondente.

Hipopituitarismo é diminuição em 1 ou mais hormônios da hipófise.


O problema inicial poderá estar na própria hipófise ou hipotálamo.

Principais causas:
- Tumores;
- Isquemia;
- Infecções cerebrais (ex: meningite);
- Traumatismo craniano;
- Cirurgias no cérebro;
- Radioterapia na cabeça.

Sintomas:
Depende das áreas destruídas.
Área das gonadotrofinas: Não produz LH e FSH (não produz estrogênio e progesterona);
Atrofia vaginal e mamária;
Perda de libido;
Infertilidade;
Depressão;
Perda dos pelos axilares e pubianos.
No homem: Não produz testosterona;
Disfunção erétil;
Atrofia genital;
Afinamento da voz;
Infertilidade;
Depressão.

Tratamento:
Reposição hormonal.

Aspectos Psicológicos da Glândula Supra-Renal

Introdução
Regulação "Normal" (fisiológica)
Doenças: - Insuficiência SR
- Síndrome de Cushing

Quando faltar ACTH (hipófise anterior) em consequência, faltará Cortisol por falta de estímulo
para supra-renais fabricarem Cortisol.

Sintomas de falta de Cortisol:


- Depressão;
- Apatia;
- Cansaço;
- Sonolência;
- Perda de pêlos axilares;
- Perda de pêlos pubianos;
- Perda de libido;
- Diarréia;
- Vômitos;
- Emagrecimento;
- Hipotensão;
- Hipoglicemia.
Em casos graves:
- Sintomas psicóticos.

"Saber todos os sintomas de cada alteração hormonal."

Ocitocina (estimular o útero a contrair no parto; estimular a mama na ejeção de leite) e ADH
(hormônio antidiurético: regular os líquidos corporais [água no organismo]). Diurese = xixi.

Se a hipófise for destruída, o ADH terá uma deficiência na produção, ou seja, perda de bastante
líquido.
Quando faltar ADH, teremos uma doença chamada Diabetes Insipdus.

Poliúria ADH
| |
Diabetes Diabetes
Mellitus Insípidos
|
Insulina

Se houver deficiência de prolactina: ausência de lactação pós-parto.


Quando falta LH e FSH em homem, falta o testosterona.
Quando falta LH e FSH em mulher, faltam progesterona e estrogênio.
Quando falta GH em criança, se repõem com injeções de GH.
Prolactina e Ocitocina não se repõem.
TSH = T3 e T4 = Hormônio da Tireóide.
ACTH = Cortisol Sintético = Cortisona.
Diabetes Insipdus = ADH.

Supra (acima) - Renal (rins): regulada por ACTH da hipófise, que por sua vez, é estimulado pelo
Hipotálamo através FLACTH.

Ela se divide em duas porções:


Zona Medular (zona central): fabrica adrenalina e noradrenalina.
Adrenalina e Noradrenalina são "hormônios de estresse".

Zona Cortical (zona da córtex) : aldosterona, andrógenos e cortisol.


Aldosterona tem como função regular o metabolismo do sódio e do potássio.
Andrógenos são hormônios sexuais, co-responsáveis pelos hormônios sexuais.
A principal fabricação dos hormônios sexuais (ovários e testículos) é feita pelas Gônadas.
Cortisol é o principal hormônio da supra-renal, tratando-se de "hormônio de estresse". Ele é
liberado nas situações de estresse, para que possamos lidar com elas. Também apresenta ação
anti-inflamatória, ação imunológica, dentre outras ações.

Estresse
|
SNC
|
Hipotálamo
|
+ FLACTH promoverá o aumento do ACTH, se o ACTH aumentar promoverá o aumento do Cortisol.
Doenças
- Insuficiência Suprarrenal
Pressupõe uma diminuição patológica de cortisol. O problema estará no hipotálamo (falta FL >
falta ACTH), na hipófise (falta ACTH > falta cortisol) ou na supra-renal (falta cortisol).

Insuficiência Supra-renal Primária é quando a destruição inicial ocorre na supra-renal.


As duas principais causas são: Doença de Addison e Tuberculose.

Doença de Addison: é uma doença autoimune (os anticorpos atacam as supra-renais, destruindo-
as).

Promove hipofunção gandular: diminuição de hormônios.

Tuberculose: é provocada por um bacilo de Koch. Ele ataca vários locais do corpo, dentre eles: os
pulmões, ossos, rins, cérebro (meningite) e supra-renais.

Sintomas:
- Depressão;
- Apatia;
- Cansaço;
- Sonolência;
- Perda de pêlos axilares;
- Perda de pêlos pubianos;
- Perda de libido;
- Diarréia;
- Vômitos;
- Emagrecimento;
- Hipotensão;
- Hipoglicemia.
Em casos graves:
- Sintomas psicóticos.

Insuficiência Supra-renal Secundária é quando a destruição inicial ocorre na hipófise.


Insuficiência Supra-renal Terciária é quando a destruição inicial ocorre no hipotálamo.
São decorrentes de causas que destroem as glândulas: hipófise e hipotálamo.

Doenças chamadas:
Insuficiência supra-renal secundária: sempre que faltar ACTH pela destruição da hipófise.
Insuficiência supra-renal terciária: sempre que faltar FL's.
Hipopituitarismo: quando a hipófise não funciona.

As causas da insuficiência supra-renal secundária e insuficiência supra-renal terciária são as


mesmas causas do Hipopituitarismo.

Sintomas:
- Depressão;
- Apatia;
- Cansaço;
- Sonolência;
- Perda de pêlos axilares;
- Perda de pêlos pubianos;
- Perda de libido;
- Diarréia;
- Vômitos;
- Emagrecimento;
- Hiportensão;
- Hipoglicemia.
Em casos graves:
- Sintomas psicóticos.

Tratamento:
Se dá por reposição de cortisol, através do remédio "cortisona". Trata-se juntamente a causa que
gera a insuficiência supra-renal.

Cortisol ACTH FLACTH


Insuficiência supra-renal primária Falta Aumenta Aumenta
Insuficiência suprarrenal secundária Falta Falta Aumenta
Insuficiência suprarrenal terciária Falta Falta Falta

QUESTÕES DE REVISÃO

1) Cite quatro diferenças entre Diabetes Tipo 1 e Diabetes Tipo 2.


2) A hipófise regula três principais glândulas endócrinas, explique essa regulação.
3) O paciente A, 35 anos, consulta você com depressão importante associado apresenta sintomas
de diarréia, vômitos, emagrecimento, hipotensão e hipoglicemia. O paciente apresentou os
sintomas após trauma craniano com destruição da pituitária. Podemos aceitar como hipótese(s)
diagnóstica(s):
a) hipopituitarismo
b) insuficiência supra-renal terciária
c) insuficiência supra-renal secundária
d) A e B estão corretas.
e) A e C estão corretas.
Justifique a escolha.

4) Como estão os hormônios T4 e TSH:


a) na doença de Hashimoto
b) no hipotireodismo secundário
c) na doença de Graves

5) Conceitue com suas palavras:


a) doença autoimune
b) mecanismo de feedback
c) diabetes insipdus
d) hipotálamo
e) IMC

Síndrome de Cushing

1. Conceito
2. Causas
3. Quadro Clínico
4. Diagnóstico
5. Tratamento
 
Conceito:
Uma doença que ocorre em decorrência do excesso patológico de cortisol.
Hipófise (ACTH) aumenta e ativa as supra-renais para fabricar Cortisol.
 
Causas:
1ª: tumor secretor (hiper secretor) de ACTH, localizado na hipófise.
2ª: tumor secretor (hiper secretor) de Cortisol, localizado na glândula supra-renal.
3ª: uso excessivo e prolongado do Cortisol Sintético (cortisona/corticóide).
A cortisona é um remédio usado em muitas situações médicas como: anti-inflamatório,
antialérgico, bronquite nasal (severa) para evitar falta de ar, evitar rejeição de
transplantes.
 
Quadro Clínico:
- Depressão severa;
- Depressão alternada com euforia (se parece com transtorno bipolar);
- Diminuição da concentração;
- Diminuição da memória;
- Perda de libido;
- Instabilidade emocional;
- História de tentativa de suicídio;
Sintomas Físicos:
- Obesidade;
- Rosto inchado e arredondado (face de lua cheia);
- Pressão alta;
- Diabetes (o excesso de cortisol se opõe à ação da insulina);
- Hirsutismo (excesso de pêlos nas mulheres principalmente no rosto e abdômen);
- Distúrbios menstruais;
- Estrias de coloração violeta;
- Excesso de acne;

Sintomas psicológicos:
- Depressão;
- Perda de auto-estima;
- __________ ?
- Fratura no narcisismo;
 
Diagnóstico:
É feito pela história (uso seguido de cortisona; por meses).
Uso de medicamentos, dosagens hormonais de cortisol e ACTH no sangue.
Exame de imagem (tomografia ou ressonância magnética das supra renais ou da hipófise).
ACTH muito alto: tomografia (?) da hipófise;
ACTH muito baixo: tomografia das supra renais;
 
Tratamento:
Se for tumor: realizar a retirada do tumor.
Uso de cortisona: diminuição e se possível, retirada da cortisona. Se não for possível a
retirada da cortisona, trata os sintomas do Cushing.

Hormônios e Sexualidade Feminina

1. Puberdade
2. SPM ("TPM")
3. Distúrbio Disfórico
4. Climatério/Menopausa
5. Hipogonadismo

1. Puberdade
Quando a capacidade sexual adulta se completa e a partir desta etapa a mulher é capaz de
gerar/procriar/reproduzir.

Ponto de vista hormonal: A puberdade começa pelo amadurecimento do Hipotálamo. Ele


passa a aumentar a produção do FLG (gonadotrofinas). FL aumentado estimulará a Hipófise a
produzir as Gonadotrofinas.

(LH e FSH)
(Estrógeno e Progesterona)

Aparecimento de:
Telarca: Broto mamário (seios);
Pubarca: Pêlos pubianos e axilares;
Menarca: A primeira menstruação.
 
A puberdade ocorre em média entre 8 e 13 anos, algumas moças podem entrar na
puberdade após os 13 e outras um pouco antes dos 8 anos.

Ponto de vista psicológico: A puberdade ocorre de forma concomitante a uma etapa de


ciclo vital denominada adolescência. Muitas moças nessa parte buscarão psicoterapia.

Psicoterapia de apoio: em situações nas quais essa moça não está encontrando suporte
no seu entorno para lidar com os inevitáveis conflitos, fantasias, medos e desafios neste
período, no entanto, ela vem se desenvolvendo bem, porém busca no terapeuta o apoio
da busca do sentido de atravessar essa etapa de um modo menos angustiante.

Sintomas frequentes da puberdade vista em consultórios:


- Depressão;
- Transtorno de ansiedade;
- Conflito de identidade corporal;
- Conflito a nível de sexualidade;
- Transtornos alimentares (anorexia nervosa, bulimia ou obesidade);
- Abuso de álcool e/ou drogas;
- Transtornos psicóticos (principal: esquizofrenia).

Nesses casos citados acima, indicaremos a psicoterapia sistemática (duas a três sessões
por semana) e por vezes em transtornos de personalidade ou pacientes que tiveram
traumas/conflitos muito precoces (abuso sexual, perdas precoces, separação dos pais
muito precoce) poderá ser interessante um tratamento psicanalítico. Dependendo da
gravidade destas psicopatologias poderemos ter que associar a psicoterapia com
psicofarmacos (terapias combinadas).

Depressão: antidepressivos.
Transtorno de Ansiedade: ansiolíticos.
Esquizofrenia: antipsicóticos.

Se houver riscos (de suicídio, de morte na anorexia nervosa, necessidade de


desintoxicação em abuso de álcool e/ou drogas, surto psicótico ou automutilação) temos
indicação de psicoterapia, psicofarmaco e de internação.

 
2. SPM (síndrome pré menstrual)

O termo TPM é incorreto por que nem todas as mulheres apresentação "tensão" ou nem
todas mulheres apresentação somente "tensão" pré-menstrual. O termo "síndrome"
abarca todos os sintomas, não somente a tensão, que uma mulher poderá experimentar
no período pré-menstrual.

Os sintomas começam logo após a ovulação, aumentam gradualmente alcançando o


máximo de intensidade cerca de 3 a 5 dias antes do período menstrual.

Sintomas principais da SPM:


- Irritação;
- Dor de cabeça;
- Cólica;
- Inchaço;
- Oscilação de humor (depressão, ansiedade, labilidade emocional);
Labilidade emocional: grau excessivo de emoção.
- Alteração de sono (insônia ou excesso de sono);
- Dores nas mamas;
- Dores na região lombar;
- Aumenta a incidência de dores;
- Aumento do apetite, particularmente para doces (por causa da serotonina que poderá
diminuir a situação de SPM);

Em geral não há necessidade de tratamento psicológico ou fitoterápico nessas situações


desde que haja tolerância da mulher com ela mesma e dar pessoas ao redor nesses dias.

Se necessário remédio, somente nos dias de incômodo.


Remédio para cólica, dor de cabeça, dores em geral, etc.

O que ajuda: boa noite de sono, exercícios...


 
3. Distúrbio Disfórico

É uma patologia.

Os sintomas aparecem bem como vimos na SPM (após a ovulação, aumentando


gradualmente, grau de intensidade de 3 a 5 dias), porém a intensidade dos sintomas é
maior.

Nesta fase a mulher tem uma depressão severa com risco de suicídio. A irritabilidade terá
uma agressividade extrema com risco de homicídio. O distúrbio disfórico acarreta um
acentuado prejuízo no funcionamento global desta mulher. Como em: relações afetivas ou
no trabalho.

Teremos obrigatoriamente que usar psicofarmacos diariamente:


- Antidepressivos;
- Estabilizadores de humor;
- Ansiolíticos;
Em situações mais graves:
- Antipsicóticos;
- Internação.

4. Climatério/Menopausa

É uma etapa de ciclo vital que muitas mulheres têm buscado psicoterapia.

Climatério: É a transição da idade reprodutiva para a não reprodutiva. Ocorre antes da


menopausa.
Menopausa: Término dos períodos menstruais e em consequência, perda da capacidade
de reprodução. Ocorre em média entre 48 e 55 anos (com variações).

Ponto de vista hormonal: a menopausa inicia a partir da falência ovariana com a


consequente diminuição da produção dos ovários (estrogênio e progesterona).

25% das mulheres na menopausa terão sintomas importantes (moderados ou severos).


20% das mulheres na menopausa terão sintomas mínimos (leves).
As demais poderão ter uma menopausa bastante profícua (saudável) quebrando uma
idéia que por vezes possamos ter em associar menopausa com problemas emocionais.

Sintomas principais da Menopausa:


- Calorões;
- Alteração de humor;
- Depressão;
- Dor de cabeça;
- Dores nas costas;
- Dores em geral;
- Ganho de peso;
- Irritabilidade;
- Sintomas parecidos com bipolaridade (algumas mulheres entram em estado de euforia);
- Insônia;
- Diminuição de libido;
- Atrofia vaginal e mamária;
- Crises de identidade;
- Osteoporose (enfraquecimento da massa óssea com risco maior de fraturas);
- Labilidade emocional;

A presença ou não de sintomas na menopausa dependerá de 3 fatores:


1: Fator psicológico;
2: Fator sócio cultural (como a sociedade/meio/família considera essa mulher);
3: Fator ovariano ou hormonal ligado a diminuição de estrogênio e progesterona.

Ponto de vista psicológico: desaguadouro das outras etapas vividas por essa mulher.
Esta mulher vivenciará a menopausa na dependência de como caminhou
psicologicamente até a chegada da menopausa (como foi a trajetória psíquica até essa
chegada).

Eventualmente uso de remédios:


- Antidepressivos.
- Tranquilizantes.
- TRH: Terapia de Reposição Hormonal (ginecologista) para mulheres com sintomas
emocionais muito severos, osteoporoses graves ou problemas cardiovasculares.
 
5. Hipogonadismo

Estrogênio e progesterona estarão diminuídos.

Tipos
Chamamos de Hipogonadismo Primário quando o problema inicial se localizar na própria
gônadas.
Chamamos de Hipogonadismo Secundário quando o problema inicial se localizar na
própria hipófise.
Chamamos de Hipogonadismo Terciário quando o problema inicial se localizar na própria
hipotálamo.
Sintomas
- Atrofia vaginal e mamária;
- Perda de libido;
- Infertilidade;
- Depressão;
- Ausência da menstruação;
- Perda dos pêlos axilares e pubianos.

Hormônios e Sexualidade Masculina

Disfunção Erétil - Causas orgânicas > Doenças genéticas


- Causas psicológicas                         > Doenças Neurológicas
                                                                 > Doenças Endócrinas
                                                                 > Doenças Vasculares
                                                                 > Doenças Hepáticas
                                                                 > Doenças Álcool/Drogas
                                                                 > Efeitos Colaterais
                                                                 > Hipogonadismo
Doenças genéticas:
- Ausência de caracteres sexuais secundários (sinais de viabilização próprios da
adolescência: barba, musculatura, voz mais grave)
- Corpo sem pêlos/infantilizado

Doenças neurológicas:
- Comprometem os sistemas simpático e parassimpático que a nível genital são
responsáveis pela ereção e ejaculação

Doenças endócrinas:
- Diabetes
- Tireóide
- Supra-renal

E principalmente:
- Doenças que afetam a produção de testosterona

Doenças vasculares:
- Doenças que obstruem os vasos com prejuízo a chegada de sangue em todo o aparelho
genital (sem sangue = sem ereção)
Doenças hepáticas:
- Se o fígado não funcionar corretamente, terá uma diminuição de testosterona no
organismo
- Cirrose

Doenças álcool/drogas:
- O álcool é uma causa importante de disfunção erétil
- Drogas como a maconha podem acarretar infertilidade

Efeitos colaterais:
- Alguns antes depressivos e alguns antipsicóticos poderão acarretar disfunção erétil

 O que nos faz pensar em problemas de causas orgânicas:


- A história do paciente (uso de remédios/cirrose/hepatite)
- Ausência de ereção noturna
- Diminuição da frequência do barbear
- Perda de pêlos
- Atrofia muscular
- Cansaço excessivo
- Fraqueza muscular
- Afinamento da voz
- Diminuição do tamanho do pênis e/ou dos testículos
- Histórico de infertilidade

O que nos faz pensar em problemas de causas psicológicas:


- Ansiedade de performance (medo de não satisfazer a parceira)
- Depressão (auto-estima baixa, sensação global de impotência)
- Neuroses obsessivas graves (associar sexo à sujeira)
- Dissociação de sexo x amor/sexo x afeto
- Fixação materna (homens muito fixados em suas mães)
- Falta de pai (figura masculina)
- Traumas (separações traumáticas)
- Expectativa de ser provedor

Anorexia Nervosa

Os 4 principais critérios que nos farão pensar que uma paciente que nos procura
apresentará o quadro de anorexia nervosa:

1) IMC muito baixo (recusa de manter o peso acima do mínimo adequado).


2) Pânico de engordar (o medo de engordar independe do IMC).
3) Distorção da imagem corporal.
4) Ausência de menstruação (amenorréia).
Avaliar com o mini exame de estado mental: atenção, senso-percepção, memória,
orientação, lucidez, pensamento, linguagem, nível cognitivo (inteligência), afeto e
conduta.

O distúrbio da imagem corporal é a distorção da função chamada senso-percepção.


Alucinação: percepção de um objeto inexistente (ex: ver uma cadeira onde ela não existe).
Ilusão: percepção distorcida de um objeto (ex: ver a imagem do corpo distorcida).

Bulimia

Um comportamento repetitivo (constante) que se caracteriza por:


1) Hiper ingesta-alimentar (comer tudo o que vê pela frente, até mesmo papel ou cabelo).
2) Comportamento purgativo (métodos utilizados a serviço de eliminar tudo o que
comeu).
3) Vômitos auto induzidos.
4) Abuso de laxantes e diuréticos.

Anorexia
(falta de apetite)
x
Anorexia Nervosa
(doença)

 
A maioria das pacientes (em geral são mulheres) com anorexia nervosa não apresenta
anorexia, salvo nos estágios terminais da doença.

As pacientes, diferentemente do que se imaginava, tem muita fome; no entanto, exercem


um rigoroso (obsessivo) controle sobre a fome.

Anorexia Nervosa subtipo Restritivo


x
Anorexia Nervosa subtipo Bulimico
x
Bulimia

Anorexia Nervosa subtipo Restritivo se caracteriza por uma drástica restrição alimentar e
por consequência, uma severa perda de peso.
Anorexia Nervosa subtipo Bulimico se caracteriza por um rigoroso controle sobre a fome
e drástica restrição alimentar, porém ela quebra isso com um episódio bulimico (comer
tudo o que vê pela frente), depois lança mão de métodos purgativos para num momento
seguinte, voltar à restrição severa.
As principais causas da anorexia envolvem tais combinações:
- Fatores genéticos;
- Fatores neuroquímicos;
- Fatores psicológicos;
- Fatores psicossociais;
- Fatores culturais;
- Fatores religiosos;
- E até mesmo fatores envolvendo a própria sexualidade.

Anorexia x Bulimia
(diferenças clínicas entre uma e outra)

Anorexia: Menor frequência de vômitos, uso de diuréticos e laxantes


Bulimia: Vômitos auto induzidos, abuso de laxantes e diuréticos
Anorexia: Perda de peso severa
Bulimia: Peso normal, acima do normal ou peso abaixo (não como peso de anoréticas)
Anorexia: Distorção da imagem corporal severa
Bulimia: Quando existe, menos acentuada
Anorexia: Pacientes mais jovens (13/14 anos)
Bulimia: Pacientes mais velhos (18/20 anos)
Anorexia: Mais introvertidas
Bulimia: Mais extrovertidas
Anorexia: Comportamento alimentar considerado normal pelo paciente
Bulimia: Comportamento alimentar
Anorexia: Sexualidade negada, sexualmente inativa
Bulimia: Mais ativas sexualmente
Anorexia: Traços obsessivos de personalidade podem estar presentes
Bulimia: Traços obsessivos e histriônicos podem estar presentes
Anorexia: Comorbidade sugerida com doenças afetivas
Bulimia: Comorbidade sugerida com doenças afetivas, cleptomania, abuso de álcool e
drogas, automutilação

Na Anorexia Nervosa, obviamente o corpo denuncia a doença, na bulimia não. O que


poderá denunciar a presença deste diagnóstico é:
1) Sinal de Russell (ferimentos no dorso da mão)
2) Dentes em estado precário (enfraquecimento do esmalte dentário)
3) Hipertrofia das Parótidas

Tratamento multidisciplinar
Necessidades de vários profissionais: profissionais da área da nutrição, psicoterapeuta,
psiquiatra (para psicofarmaco: antidepressivos e até antipsicóticos), profissional de
atividade física, clínico (médico para avaliar as complicações médicas destas patologias).

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