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Uma situação muito desagradável para a criança pode ser a perda do seu
animal de estimação, a morte desse animal pode ser o primeiro adeus enfrentado pela
criança, ou seja, a primeira experiencia com a morte que a criança pode ter,
dependendo da idade da criança ela já consegue associar que o animal não mais
voltara. Tanto para a criança como para o adulto, enfrentar a morte do seu animal,
pode ser muito dramático dependendo do grau de envolvimento que o individuo tem
com o seu animal de estimação, para os adultos esse fator é ainda mais relevante,
pois em muitos casos o animal era tido como um membro da família e o vinculo se
tornou ainda mais forte (Oliveira, 2013).
De acordo com Lagoni (1994) o elo que liga um ser humano a um animal de
estimação é muito forte, que traz inúmeros benefícios tanto físico, emocional quanto
social, talvez por isto as pessoas estão cada vez mais procurando um amigo de patas
para fazer companhia. O luto pela perda de um animal ainda ao é visto pela
sociedade, não possuímos um sistema que reconheça a perda de um animal de
estimação como um luto, igual como quando perdemos um parente humano, com
todos os direitos que que os seres humanos após a morte possuem, (parentes
necessitam ficar alguns dias afastados após a perda de um ente querido). Geralmente
o ser humano não está preparado para a morte, mas o processo de perda de um
animal é muito doloroso pelo fato do animal ter convivido com o dono tempo
significativo.
Os animais e o ser humano são seres sociais, estão sempre se relacionando,
os animais esta entre nos desde os tempos primitivos, na atualidade eles participam
das nossas conquistas, batalhas, colaboram para o desenvolvimento da ciência, sendo
nossos companheiros fies, nos últimos anos o uso dos animais para terapia tem se
transformado e aumentado oferecendo uma grande melhora na saúde e qualidade de
vida humana (DOTTI, 2005).
Ao longo da vida passamos por muitas perdas, muitas vezes irreparáveis a
medida que vamos construindo nossa caminhada, passamos por vários
acontecimentos e os mais dolorosos são quando perdemos alguém importante. E isso
não é diferente de acordo com Franco (1999) quando perdemos um animal de
estimação, sentimos tanto quanto se estivéssemo perdido um parente humano, ainda
mais quando essa relação humano-animal se torna uma relação ao longo do tempo
amigos inseparáveis. Isso pode acometer o indivíduo enlutado pela perda de seu
animal um imenso isolamento, modificando esse círculo familiar, desentendimento e
estresse. Assim como existe as cinco fases do luto quando se perde um parente
humano (negação, raiva, berganha, depressão, aceitação), existe também as fases do
luto quando se perde um animal de estimação.
Dence e Vyse (2004) destacam as fases para o luto dos tutores ao receber a
notícia da morte dos seus pests:
choque, descrença: Nos primeiros momentos eles tem uma
sensação de paralização, ou seja, momento em que não sentem
nada pela perda. O autor explica que é um meio de bloquei
emocional.
Saudade: o tutor pode achar que viu seu animal, sonha, passa o
tempo pensando no animal que já não está mais com ele, há uma
grande tristeza, e depressão.
Culpar: achando que poderia ter evitado a morte de animal, essa
é a fase do arrependimento e da culpa.
Raiva: O enlutado pode vir culpar o veterinário pela morte do
animal, acusando de que ele poderia ter feito algo, talvez ele não
tenha feito, que não curaram o animal, ou ate mesmo sentir raiva
do próprio animal morto por ter abandonado o seu tutor.
solidão esta fase a pessoa se sente, desamparada,
incompreendida.
Depressão essa é a fase em que a pessoa não sente vontade de
viver, apenas quer ficar sozinha, isolada e sem nenhuma
expectativa de mudança, onde os cuidados e atenção com a
pessoa enlutada deve ser mais rigoroso.
alivio vem quando a pessoa percebe que o animalzinho poderia
estar interferindo de alguma maneira na sua vida, negativamente
Injustiça: pode ser confundido com a raiva, o animal não fez nada
para merecer a morte e o sofrimento.
Waligora, (2006), afirma que quando um animal morre é natural essa
sensação de vazio e perda, os animais de estimação são partes de seus donos,
passam a ser mais que um bichinho de estimação, são os companheiros de vivencia,
de momentos de alegria e quando morrem deixam um vazio imenso e irreparável. Um
momento de despedida deve ser priorizado para os tutores se despedirem de seus
animais, isso é importante para eles, a morte é inevitável e não há um controle sobre
ela e isso é normal, mas pode ser suavizada quando se há um lugar adequado onde o
seu tutor possa se despedir do seu animal.
DOMINGOS e MALUF, (2003) explica que quando a morte de um animal
envolve uma criança como tutora, os pais ficam com a missão de dar a noticia e
explicar para a criança o que é a morte e que seu animal não mais voltará. Ao
contrario dos adultos as crianças ao perder seu animal de estimação são as mais
protegidas pelos adultos. As crianças têm os animais de estimação como
companheiros de brincadeiras, são amigos e importante para as elas, quando uma
criança perde seu animal ela precisa viver e expressar esse luto.
Os idosos, porém, são os que mais podem sofrer com a morte do seu
animal, pois pode ser que esse animal era o único companheiro, muitos idosos vivem
sozinhos as vezes o animal falecido era a única ligação do passado desse idoso com
o parente já falecido (marido, esposa, filho).
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