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NUTRIÇÃO CLÍNICA EM ANIMAIS

HOSPITALIZADOS: DA
ESTIMULAÇÃO DO APETITE À
NUTRIÇÃO PARENTERAL
MV Ana Clara Bastos Rodrigues
Introdução
• Intuito: prevenir ou corrigir deficiências
nutricionais, minimizar alterações
metabólicas e prevenir o catabolismo
do tecido muscular;

• Animais hospitalizados com alterações


metabólicas presentes;
Ambiente Hospitalar
• O suporte nutricional terapêutico fornece, via enteral ou parenteral,
os nutrientes necessários para manutenção e recuperação do
paciente;

• A inapetência, hiporexia e anorexia são condições comuns em


animais enfermos, principalmente naqueles em ambiente hospitalar
e, muitas vezes, acarretam severos quadros de desnutrição com
consequente agravamento da enfermidade primária
Tipo de intervenção a ser estabelecida
• Condição Clínica do paciente

• Evolução do quadro clínico

• Possíveis complicações

• Causar o mínimo de estresse ou trauma adicional ao paciente,


iniciando-se o suporte nutricional com métodos de estimulação do
apetite, evoluindo, quando necessário, para técnicas de nutrição
enteral e/ou parenteral
Suporte nutricional adequado
• Favorece o estado metabólico na doença

• Otimiza a resposta a tratamentos clínico-cirúrgicos

• Impede a deterioração da função imune

• Minimiza a perda de massa corpórea magra

• Favorece a cicatrização e reparação tecidual

• Diminui o tempo de permanência em ambiente hospitalar


Respostas Metabólicas à infecção
Respostas Metabólicas à infecção
Respostas Metabólicas à infecção
Respostas Metabólicas à infecção
Como a infecção afeta a nutrição
• Diarreia

• Anorexia
Metabolismo e Anorexia
• Anorexia simples = adaptação metabólica;

• Anorexia prolongado = aumento da necessidade energética para


manutenção e reparação tecidual;

• O desgaste físico e estresse levam o organismo a uma condição inicial


hipometabólica, seguida por uma fase prolongada hipermetabólica,
na qual as reservas orgânicas são esgotadas => Lipólise => Lipidose
Hepática
Diarreia
Como a infecção afeta a nutrição
Como a nutrição afeta a imunocompetência
Como a nutrição afeta a imunocompetência
Como a nutrição afeta a imunidade
Vitaminas do complexo B

• Def. de piridoxina imunidade celular: Produção de anticorpos específicos

• Def. de ac. Pantotênico: Resposta antigênica

• Def. de piridoxina + Ác. Pantotênico >>> Inibição quase completa da


imunidade. Recupera-se com a suplementação

• Def. cianocobalamina: Replicação de leucócitos e formação de anticorpos


Como a nutrição afeta a imunidade
Minerais
➢Funcionamento Cél.B / resposta humoral -----------------------Fe Zn Cu Mg
➢Imunoglobulinas ------------------------------------------------------ Fe Zn Cu Mg
➢Resposta dos linfócitos T -------------------------------------------- Fe Zn Cu Mg
➢Hipersensibilidade cutânea tardia -------------------------------- Fe Zn
➢Atividade fagocitária ------------------------------------------------- Fe Zn Cu Mg
➢Produção e funcão de linfocinas e citoquinas ------------------ Fe Zn Cu Mg
➢Imunidade mediada por células ----------------------------------- Zn Cu Mg
Resposta à infeção/reparação tecidual
• Localmente
oxigênio, aminoácidos, glicose, minerais e vitaminas para a síntese de colágeno,
metabolismo e replicação celular.

• Fígado
síntese de glicose, fibronectina e complemento.

• Sistêmico
atividade muscular cardíaca, respiratória e renal envolvidas no transporte de
oxigênio e nutrientes, remoção e excreção de produtos e manutenção do
equilíbrio ácido-básico.
Metabolismo de drogas
• Diminui a biotransformação hepática de
alguns fármacos

• Diminui a concentração de proteínas


plasmáticas que se unem e transportam
drogas pelo organismo

• Diminui o fluxo sanguíneo renal --- diminui


a excreção das drogas aumentando o risco
de overdose
Suporte Nutricional
• O suporte nutricional ameniza estes
efeitos.

• Reduz o catabolismo proteico, dá


suporte ao aumento das necessidades
energéticas e favorece o metabolismo
celular pelo fornecimento de nutrientes
essenciais às reações metabólicas.
O animal crítico
Desnutrição – “Simples”
• Não acompanhada por doença;

• Elevação da lipólise e cetogênese


• Reduzida degradação protéica
• Hipometabolismo

• Economiza-se energia e nutrientes


Desnutrição – “Estresse”
• Acompanhada por doença e hipermetabolismo;

• Não ha supressão da degradação proteica, esta se acelera!!


• Tecidos estruturais são convertidos em energia (gliconeogênese)
• Funções vitais podem ser afetadas

• Tecidos de alta performance são mais prejudicados > mucosa


intestinal e sistema imune!
O animal crítico
Não mais do que 24h sem se
alimentar:

Palatabilizantes
Alimentação induzida
manualmente
Tubos enterais / parenteral
Perda de Peso
Seleção da dieta Suplementação Proteica
Gordura
Suplementos

Orexígeno = Estimulante de apetite


Estimulação do apetite
O primeiro passo é estabelecer
• Fazer com que o animal retorne a ingestão a causa da anorexia e as
limitações da alimentação oral,
oral de alimentos, antes de submetê-lo a se não houver contra
técnicas específicas de suporte nutricional; indicações, a estimulação do
apetite deve ser iniciada

Alguns animais voltam a comer


• Animais sob internação sofrem com algum pela simples presença do
proprietário, por insistência do
grau de estresse, e podem deixar de ingerir clínico, pelo oferecimento de
alimentos quando hospitalizados. “pratos favoritos” ou alimentos
com alta palatabilidade
Estimulação do apetite
• O aquecimento moderado da comida
e, algumas vezes, a limpeza das
narinas ou a colocação de uma
porção do alimento na boca do
paciente, podem servir de estímulo
para o início da alimentação.

• Uma vez que o cão ou gato tenha


ingerido alimento, comumente, o
apetite prossegue voluntariamente
Estimulação Química
• Falha das alternativas principais;
• Deve-se ter cautelo na ação
Seleção do paciente Perda de peso aguda (menos de cinco dias) maior do que 10%
do peso corporal em animais adultos, ou maior do que 5% em
filhotes;
• 1º - Pelo Histórico
Ingestão alimentar diminuída há mais de cinco dias;
fluidoterapia nos últimos 10 dias, sem ingestão de alimentos;
uso de medicamentos como imunossupressores e antibióticos

• 2º - Pelo Exame Peso anormal ou escore corporal igual ou menor que dois;
Clínico subdesenvolvimento; emaciação; atrofia muscular...

Confirmação de quadros de subnutrição ou desnutrição, sendo


• 3º Por exames os achados comuns: anemia, leucopenia, linfopenia e
laboratoriais diminuição das proteínas totais.
Regras básicas
• 1º Cálculo de calorias – necessidade energética

• 2º Seleção da dieta e vias de administração – enteral ou parenteral

• 3º Início do programa de suporte nutricional e monitorização -


avaliação

• 4º Retorno à alimentação oral – indução espontânea


Reabilitação Pós-Jejum
Reabilitação nutricional pós-jejum
Hipermetabolismo
Hipermetabolismo
Alimentação Intensiva
Alimentação Intensiva
Alimentação Intensiva
Nutrição Enteral
• Quando a anorexia persiste, ou o animal não
ingere quantidades suficientes de alimento
para sua manutenção, um programa de
suporte nutricional enteral poderá ser
iniciado;

• Este tipo de alimentação é preconizado para


pacientes que, apesar da inapetência,
apresentam o trato gastrintestinal, ou pelo
menos parte dele, capaz de digerir e
absorver os alimentos;

• Sondas posicionadas no interior do TGI.


Nutrição Enteral
• É considerada mais simples que
a alimentação parenteral, mais
rápida, de fácil execução, menos
onerosa e mais segura, sendo,
portanto, sempre a primeira
escolha;
Taxa metabólica basal
Métodos
Colocação da Sonda
Quanto fornecer
Complicações da nutrição enteral
• Origem mecânica, gastrintestinal, metabólica ou séptica.

• Problemas mecânicos comuns referem-se à colocação e manutenção da


sonda, como obstruções luminares ou a retirada precoce da mesma pelo
paciente.

• Esofagite de refluxo, vômitos ou intolerância a algum componente da


alimentação.

• Já as complicações sépticas estão relacionadas à contaminação e infecção


do procedimento cirúrgico, quando este é necessário
Fluidoterapia Microenteral
Fluidoterapia Microenteral
• Volume de Solução
Nutrição Parenteral
Nutrição Parenteral - NPT
• A nutrição parenteral total (NPT) trata-se de um recurso terapêutico,
pelo qual são administrados nutrientes essenciais diretamente na
corrente sangüínea, fornecendo principalmente a energia necessária
à manutenção do organismo através de fontes de carboidratos,
aminoácidos e lipídeos
Nutrição Parenteral
Nutrição Parenteral
Compliações da NPT
• Principal: introlerância à glicose >> observada pela glicosúria.
Causas primárias podem decorrer de diabetes, pancreatite, hiperadrenocorticismo e
peritonite séptica >>> A dose de glicose pode ser então reduzida para metade.

Na persistência da glicosúria poderá iniciar-se terapia com insulina .

• Hipocalemia

Aceleração do movimento de potássio intracelular


Convalescença
• Recomposição da condição corporal do animal

• Massa corporal magra


• Reserva funcional
• Imunocompetência

Devem continuar recebendo nutrição de melhor


qualidade!!!
Convalescença
• 40 a 65% peso ganho na
convalescença é massa corporal
magra;

Dieta com alta proteína por tempo


suficiente
Exercício físico

Na recuperação, o animal de início ganha água e gordura. A proteína


é recuperada no final da convalescença.
Considerações Finais
• O suporte nutricional oferece aos animais hospitalizados benefícios
que melhoram sua capacidade de resposta, otimizam o tratamento e,
consequentemente, diminuem o período de permanência em
ambiente hospitalar.
• O suporte nutricional não se trata de tratamento emergencial e a
tentativa de fornecer “hiperalimentação” poderá acarretar distúrbios
metabólicos graves, com risco à vida do paciente.
• É importante levar em consideração que o tempo decorrido sem
ingestão de alimento, dependendo da severidade da injúria, pode ser
fatal.

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