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UNIVERSO

NUTRIÇÃO CLÍNICA II

TRASNTORNOS
ALIMENTARES

Prof. Alice varejao

https://www.tuasaude.com/anorexia-e-bulimia/
CONCEITO: TRANSTORNO ALIMENTAR
É uma disfunção alimentar, caracterizada por
uma rígida e insuficiente dieta alimentar
(baixo peso corporal) e stress físico.

É uma doença complexa, envolvendo


componentes psicológicos, fisiológicos e
sociais.
FATORES DE RISCO: TA
A causa da anorexia é multifatorial, ou seja, diversos
fatores estão envolvidos para que alguém desenvolva a
doença.

• Mídia
Culto a magreza
• Ambientes social
(GONÇALVES ET AL, 2013)

PRESSÃO SOCIAL PADRÃO IDEAL DE BELEZA

PREVALÊNCIA: 0,3 a 3,7% (mais prevalente no sexo


feminino)
(SCHEBENDACH, J, 2014)
FATORES DE RISCO: T. A.
• Ambiente familiar: comportamento alimentar e no
desenvolvimento de seus transtornos.

• Fatores biológicos: como circuitos cerebrais menos


adaptados ao stress e circuitos de noção corporal
alterados.
• Fatores psicológicos: como traumas de infância,
separações, perdas.
• Fatores socioculturais: como exigência de corpos
extremamente magros em alguns círculos sociais e pelos
meios de comunicação.

(GONÇALVES ET AL, 2013)


SINTOMAS: T. A.
• Distorção da imagem corporal vista como um distúrbio da
paciente
• Receio exagerado de ganhar peso
(Russell, 1970 apud Abreu & Filho)

• Baixa autoestima;
• Sentimento de desesperança;
• Desenvolvimento insatisfatório da identidade;
• Tendência a buscar aprovação externa;
• Extrema sensibilidade a críticas;
• Conflitos relativos aos temas autonomia vs dependência.
(Abreu & Filho, 2004)
TRANSTORNOS ALIMENTARES
O diagnóstico do transtornos alimentares só pode ser realizado por
instrumento, entrevista clínica estruturada ou semiestruturada.
Os questionários autorrespondíveis são utilizados para o
rastreamento e a avaliação subsequente do tratamento.

TIPOS DE TRASNTORNOS ALIMENTARES:

1- ANOREXIA NERVOSA

2- BULIMIA

CORDAS, 2004
CONCEITO: ANOREXIA NERVOSA:
A anorexia nervosa caracteriza-se por perda de peso
intensa e intencional às expensas de dietas extremamente rígidas
com uma busca desenfreada pela magreza, com alterações do
ciclo menstrual.
(Abreu e Filho, 2004)

TIPOS:
-Restritivo: dietas extremamente rígidas e distorção da imagem.
- Purgativo: existe episódio de comer compulsivamente e/ou purgação
(vômito auto-induzido, uso de laxantes, diuréticos, enemas).
DIAGNÓSTICO: ANOREXIA
1- Recusa em manter o peso dentro ou acima do mínimo
normal adequado à idade e à altura;
EX: perda de peso, levando à manutenção do peso corporal
abaixo de 85% do esperado.
2. Medo intenso do ganho de peso ou de se tornar gordo,
mesmo com peso inferior.
3. Perturbação no modo de vivenciar o peso,; negação da
gravidade do baixo peso.
4.Ausência de pelo menos três ciclos menstruais
consecutivos, quando é esperado ocorrer o contrário
(amenorréia primária ou secundária).
DIAGNÓSTICO:PRÁTICA CLÍNICA
SINAIS:

• Alteração da imagem corporal


• Recusa alimentar

- Agir como se não tivesse fome;


- Pulos de refeições ;
- Consumo em quantidades mínimas;
- Preocupação com a alimentação dos outros
- Pesar-se com frequência;
- Exercitar-se excessivamente.
• Quadro clínico incluía emagrecimento, amenorréia,
bradicardia, baixa temperatura corporal, edema nos
membros inferiores, obstipação e cianose periférica.
Teste: AUTOIMAGEM
ESCALA DE SILHUETA

1-Qual a figura que melhor representa o seu corpo hoje?

2- Qual a figura que melhor representa o corpo que gostaria de


ter?
ESCALA DE SILHUETA
CAQUEXIA
Dicas de um site pró-Ana qualquer:
Tenha sempre por perto revistas de modelos magras, quando sentir
vontade de desistir, olhe para as fotos...
Fuja de padarias, mercados, festas ou qualquer lugar que tenha a sua
maior inimiga: a comida!
Ande sempre com uma garrafinha de água na bolsa, se sentir vontade ou
fome, beba água.
Adquira nojo da comida. Guarde fotos de magras lindas e de gordas nuas e
pense que aquela comida que você comer vai fazer você ficar igual a ela.
Em vez de comer, mastigue e cuspa! É a melhor solução!
Não pense nos dias que você vai ficar sem comer, mas pense nas banhas
que você tem na barriga e precisa perder .
CONCEITO: BULIMIA
TIPOS:
- Purgativo: auto-indução de vômitos, uso indevido de laxantes e
diuréticos, enemas.
- Sem purgação: sem práticas purgativas, prática de exercícios
excessivos ou jejuns.

MÉTODOS COMPENSATÓRIOS INADEQUADOS:

-Vômitos auto-induzidos;

- Uso de medicamentos (diuréticos, inibidores de apetite, laxantes);

- Dietas e exercícios físicos exaustivos.


DIAGNÓSTICO: BULIMIA
1- Características EPISÓDIOS BULÍMICOS:
- Ingestão em pequeno intervalo de tempo (CERCA DE 2 horas)
- Sensação de perda de controle sobre o comportamento alimentar
durante os episódios (i.e., a sensação da não conseguir parar de
comer ou controlar o quê e quanto come).

2-Comportamentos compensatório, como vômito auto-induzido,


abuso de laxantes, diuréticos ou outras drogas, dieta restrita ou jejum
ou, ainda, exercícios vigorosos.
3- Os episódios bulímicos e os comportamentos compensatórios
ocorrem, em média, duas vezes por semana, por pelo menos três
meses.
4- A auto-avaliação é indevidamente influenciada pela forma e peso
corporais.
COMPLICAÇÕES BULIMIA
• Alterações hidroeletrolíticas importantes;
• Alterações gastrointestinais;
• Problemas dentários como aumento da frequência do desenvolvimento
de cáries e perda dos dentes;
• Aumento dos triglicérides plasmáticos;
• Alterações hematológicas e comprometimento muscular e cardíaco.
• Saúde bucal (queilose, erosão dental, periodontites e hipertrofia das
glândulas salivares);

(Carney & Andersen, 1996 - Salvy & McCargar, 2002 apud Borges et al)
COMPLICAÇÕES: T.A.

• Problemas nutricionais;

• Déficit no crescimento e ganho de peso;

• Prejuízos sociais.

(Gonçalves et al, 2013)


TRATAMENTO: T.A.

• Multidisciplinar envolvendo os seguintes


profissionais:

• Médicos psiquiatras;
• Psicólogos;
• Nutricionistas;
• Família
MEDICAMENTOSO:T.A.
• Não existe nenhum remédio – pílula- que faça o
paciente parar com as ideias de perder peso, o
medo de engordar ou os comportamentos
direcionados ao controle do peso e do corpo.
• Os únicos “remédios” para a AN são:
• voltar a se alimentar adequadamente,
• recuperar a faixa de peso compatível com a idade
• não obedecer aos seus comandos de controle de peso
• Para compulsões e/ou vomitar na BN:
• Fluoxetina, Sertralina e Citalopram.
(American Dietetic Association, 2001
apud Alvarenga & Larino 2002)
DIETOTERÁPICO: T. A.
• A reabilitação nutricional se propõe a alcançar uma

dieta balanceada e suficiente para atender às

necessidades do paciente e recuperar o estado

nutricional debilitado pela doença.

• Alta ingestão cal p/ recuperação de peso: AN > BN


CUIDADO!

OFERTA CALÓRICA GRADUAL


(American Dietetic Association, 2001 apud
Alvarenga & Larino 2002)
DIETOTERÁPICO: T. A.
ESTADO HIPOMETABÓLICO SINDROME DA REALIMENTAÇÃO
Taxa metabólica basal que pode atingir uma redução de até 50%
nos casos de desnutrição acentuada e prolongada.
DIETA VIA ORAL NUTRICIONALMENTE COMPLETAS: deve ser
.
tentada como primeira opção respeitando-se as preferências
alimentares individuais dos pacientes.

DIETAS INICIAIS: líquidas e concentradas (hipercalóricas e


hiperprotéicas) distribuídas em pequenas refeições administradas
em curtos intervalos de tempo.
Alimentos gelados ou na temperatura ambiente são preferíveis aos
aquecidos por diminuírem o tempo de esvaziamento gástrico e
evitar a saciedade precoce e a sensação
de empachamento.
( TEIXEIRA NETO, 2009)
DIETOTERÁPICO: T. A.
TERAPIA TEM DUAS FASES: A EDUCACIONAL E A
EXPERIMENTAL.

1-FASE EDUCACIONAL objetiva à coleta e transmissão


de informações:

-História alimentar do paciente;


-O estabelecimento de uma relação de colaboração;
-Definição de conceitos relevantes sobre alimentos;
-Apresentação de exemplos de padrões de fome e de
consumo alimentar;
-Orientação básica para a família (American Dietetic Association, 2001 apud
Alvarenga & Larino 2002)
DIETOTERÁPICO: T. A.
2-FASE EXPERIMENTAL

-Separar comportamentos relacionados ao alimento e ao


peso; sentimentos e questões psicológicas;

-Incrementar as mudanças de comportamento


alimentar;

-Aumentar ou diminuir o peso gradativamente;

-Orientar a manutenção de um peso adequado e o


comportamento com o alimento em ocasiões
(American Dietetic Association, 2001 apud
Alvarenga & Larino 2002)
DIETOTERÁPICO: T. A.

• a TN visa à recuperação do padrão alimentar saudável e ao

tratamento das complicações clínicas e físicas da doença. Nem

sempre este objetivo é atingido com a TN oral.

• O ganho de peso normalmente recomendado durante a

internação hospitalar é de 0,5 a 1,0 kg/semana.

• Quando o caso for muito grave pode-se optar por TNE ou TNP.

De 10-20kcal/kg/dia. A fórmula enteral deve ser fórmula-

padrão isotônica, com 1,0 kcal/ml


(projeto diretrizes, 2011)
DIETOTERÁPICO: T. A.
• CALORIAS: 30 kcal/kg/dia – 40 kcal/kg/dia (1.000 kcal/dia a
1.600 kcal/dia, promovendo um ganho de peso entre 200 g e
500 g por semana).

• A seguir, a oferta deve ser aumentada gradativamente até 100


kcal/kg/dia, até se atingir o peso ideal.

• Suplementos alimentares são indicados, principalmente cálcio


(500 mg/dia a 1.000 mg/dia) e vitaminas em doses baixas.

• Níveis séricos de fósforo e potássio devem ser monitorados,


e, quando necessário, indica-se a reposição desse dois íons.
Entretanto, deve-se lembrar que a hipofosfatemia pode levar
à morte durante a realimentação,
Guediline disordes, 2000
DIETOTERÁPICO: T. A.

• Em BN, TN oral visa à redução ou à eliminação do ciclo

de voracidade alimentar e purgação. O planejamento

nutricional, fornecimento energético e proteico regular

adequado às necessidades nutricionais do paciente.

• Para o BN, a prática de atividade física é recomendada.

(projeto diretrizes)
DIETOTERÁPICO: T. A.
DIÁRIO ALIMENTAR: instrumento de registro- horário, o
local das refeições, a qualidade e a quantidade dos
alimentos ingeridos, além da ocorrência de episódios de
compulsão alimentar e compensações.

É uma técnica comportamental de automonitoração, na


qual os sentimentos associados àquele momento são
também registrados. O uso do diário alimentar é prática
recomendada e de bom resultado no tratamento dos
transtornos alimentares. (Ferreira C. L et al , 2009)
PROGNÓSTICO: T.A.
Maior parte dos pacientes continua a ter problemas com a imagem
corporal, transtornos alimentares e também dificuldades
psiquiátricas.

Cerca de 40% dos pacientes apresentaram boa evolução, mantendo


peso maior que 85% do esperado para estatura, sexo e idade;

Quanto ao risco de morte, os pacientes portadores de distúrbios


alimentares têm um índice de mortalidade 12 vezes maior que o da
população normal.
Os pacientes que apresentam melhor prognóstico são os mais jovens.

Ser uma mulher casada apresenta-se como um fator para obter mau
prognóstico;

IMC menor que 17; vômitos; e falha de tratamentos anteriores.


Referências:
Guidelines for the nutritional management of norexia nervosa. The Royal College of
sychiatrists. Julh 2005. Review by 2008.
Borges VC, Cordás TA, Waitzberg DL. Terapia Nutricional no Paciente com Transtornos
Alimentares. Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral Associação Brasileira de
Nutrologia, 2001.
ALVARENGA M; LARINO M.A. Terapia nutricional na anorexia e bulimia nervosas. Rev. Bras.
Psiquiatr. vol.24 suppl.3 São Paulo Dec. 2002
GONÇALVES J.A; MOREIRA E.A.M; TRINDADE E. B. S. M; FIATES G.M.R. Anorexia nervosa –
Abordagem cognitivo-construtivista de psicoterapia, 2013.
SOUZA A.C; PISCIOLARO F; POLACOW V.O; CORDÁS T. A; ALVARENGA M.S. Atitudes em relação
ao corpo e à alimentação de pacientes com anorexia e bulimia nervosa. 2014
ABREU C.N; FILHO R.C. Anorexia nervosa e bulimia nervosa – abordagem cognitivo-
construtivista de psicoterapia. 2004
CENCI M; PERES K.G; VASCONCELOS F.A.G. Prevalência de comportamento bulímico e fatores
associados em universitárias. Rev Psiq Clín. 2009;36(3):83-8
GONÇALVES J.A; MOREIRA E.A.M; TRINDADE E. B. S. M; FIATES G.M.R. Transtornos
alimentares na infância e na adolescência, 2013.
WORK GROUP ON EATING DISORDES. Guidelines for the Treament of Patients witf Eating Disorders.
Am J Psychiatry, 2000.supl:157–

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