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O que é Bulimia?

A bulimia é um distúrbio alimentar que se caracteriza pela vontade extrema de


comer e, logo em seguida, provocar o vômito ou tomar laxante exageradamente
para eliminar os alimentos ingeridos. Isto acontece, pois a pessoa com este
problema apresenta sentimento de culpa ou vergonha após a alimentação.
Mesmo magra, a pessoa com bulimia se vê no espelho como sendo gorda. Este
distúrbio é mais comum em mulheres.

Bulimia nervosa é uma disfunção alimentar. Tem incidência maior a partir da


adolescência e prevalência de 3 a 7% da população, embora seja difícil mapear o
real número de pessoas que sofrem da doença, uma vez que ela está cercada de
preconceitos e é difícil para o próprio doente confessar seu problema. Cerca de
90% dos casos ocorre em mulheres. A pessoa bulímica, de acordo com os critérios
diagnósticos do CID 10, tende a apresentar períodos em que se alimenta em
excesso, muito mais do que a maioria das pessoas conseguiriam se alimentar em
um determinado espaço de tempo, seguidos pelo sentimento de culpa. Exite
também trabalhos acadêmicos recentes relatando que a ingestão alimentar
excessiva caracteriza-se muitas vezes pelo sentimento subjetivo de excesso do que
excesso propriamente dito. Mas, de toda forma, o CID 10 conceitua a questão de
uma ingesta excessiva objetiva para fins diagósticos.

Para "compensar" o ganho de peso, o bulímico exercita-se de forma desmedida,


vomita o que come e faz uso excessivo de purgantes, diuréticos e enemas. Essas
pessoas podem ainda jejuar por um dia ou mais também na tentativa de
compensar o comer compulsivo, muitas vezes entrando em um repetivivo ciclo de
intensa restrição alimentar alternadas com farras culposas que o levam ao sistema
compensatório. A própria restrição alimentar excessiva pode ser uma das
desencadeadoras dos episódios compulsivos. O bulímico geralmente se encontra
com peso normal, levemente aumentado ou diminuído (mas não chegando à
magreza da anorexia). Essa aparência de normalidade muitas vezes dificulta que se
identifique o problema, o que muitas vezes leva a uma demora em se procurar
ajuda.

Pacientes bulímicos costumam envergonhar-se de seus problemas alimentares e,


assim, buscam ocultar seus sintomas. Dessa forma, as compulsões periódicas
geralmente ocorrem sem o conhecimento dos pais, dos amigos ou das pessoas
próximas.

Após a bulimia ter persistido por algum tempo, os pacientes podem afirmar que
seus episódios compulsivos não mais se caracterizam por um sentimento agudo de
perda de controle, mas sim por indicadores comportamentais de prejuízo do
controle, tais como dificuldade a resistir em comer em excesso ou dificuldade para
cessar um episódio compulsivo, uma vez que iniciado.

A bulimia costuma causar sofrimento psíquico e afeta áreas diversas do sujeito. O


bulimíco não tem prejuízo somente da sua relação com a comida ou da sua relação
com seu corpo. Ele se vê afetado em suas relações sociais - uma vez que festas e
confraternizações envolvem alimentação. Ele se vê atormentado por uma questão
que lhe é cotidiana (alimentação) e que não pode ser evitada, uma vez que todo
indivíduo precisa se alimentar.Isso demonstra a dificuldade de se lidar com o
transtorno alimentar (tanto para o sujeito que se vê afetado, quanto pelos demais à
sua volta) É o transtorno alimentar caracterizado por episódios recorrentes de
"orgias alimentares", no qual o paciente come num curto espaço de tempo grande
quantidade de alimento como se estivesse com muita fome. O paciente perde o
controle sobre si mesmo e depois tenta vomitar e/ou evacuar o que comeu, através
de artifícios como medicações, com a finalidade de não ganhar peso.
Pode ser causada por diversos fatores como, por exemplo:

a) problemas biológicos / orgânicos;


b) distúrbios psicológicos;
c) questões culturais (influências de pessoas) relacionadas ao desejo de ficar magra
ou não engordar.

Por ser um problema de saúde sério, a família deve ficar atenta e levar a pessoa
com bulimia para tratamento médico. Caso contrário, esta pessoa pode ter graves
conseqüências e até mesmo ser levada a óbito.

O que se sente?

Ingestão compulsiva e exagerada de alimentos.


Vômitos autoinduzidos, uso de laxantes e diuréticos para evitar ganho de peso. 
Alimentação excessiva, sem aumento proporcional do peso corporal. 
Depressão.
Obsessão por exercícios físicos. 
Comer em segredo ou escondido dos outros.

Complicações médicas

Inflamação na garganta (inflamação do tecido que reveste o esôfago pelos efeitos


do vômito).
Face inchada e dolorida (inflamação nas glândulas salivares).
Cáries e lesão sobre o esmalte dentário. Desidratação. 
Desequilíbrio eletrolítico.
Vômitos com sangue.
Dores musculares e câimbras.

Como se previne?

Uma diminuição na ênfase da aparência física, tanto no aspecto cultural como


familiar, pode eventualmente reduzir a incidência desses quadros. É importante
fornecer informações a respeito dos riscos de regimes rigorosos para obtenção de
uma silhueta "ideal", já que eles desempenham um papel fundamental no
desencadeamento dos transtornos alimentares

Tratamento

A abordagem multidisciplinar é a mais adequada no tratamento da bulimia nervosa,


e inclui psicoterapia individual ou em grupo, farmacoterapia e abordagem
nutricional em nível ambulatorial.
As técnicas cognitivo-comportamentais têm se mostrado eficazes.
As medicações antidepressivas também têm se mostrado eficazes no controle dos
episódios bulímicos.
A abordagem nutricional visa estabelecer um hábito alimentar mais saudável,
eliminando o ciclo "compulsão alimentar/purgação/jejum".
A orientação e/ou terapia familiar faz-se necessária uma vez que a família
desempenha um papel muito importante na recuperação do paciente.

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