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Bullying

Cena de assédio escolar registrado no primeiro dia de aula de um aluno no Instituto


Regional Federico Errázuriz, Chile.

Bullying é um termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica,


intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (do inglês bully, "tiranete" ou
"valentão") ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro
indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender. Também existem as
vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em determinados momentos cometem
agressões, porém também são vítimas de assédio escolar pela turma.

Terminologia
Devido ao fato de ser um fenômeno que só recentemente ganhou mais atenção, o
assédio escolar ainda não possui um termo específico consensual, sendo o termo em
inglês bullying constantemente utilizado pela mídia de língua portuguesa. Existem
entretanto alternativas como acossamento, ameaça, assédio, intimidação, além dos mais
informais judiar e implicar", além de diversos outros termos utilizado pelos próprios
estudantes em diversas regiões.

Caracterização do assédio escolar


"Acossamento", ou "intimidação" ou entre falantes de língua inglesa bullying é um
termo frequentemente usado para descrever uma forma de assédio interpretado por
alguém que está, de alguma forma, em condições de exercer o seu poder sobre alguém
ou sobre um grupo mais fraco. O cientista sueco - que trabalhou por muito tempo em
Bergen (Noruega) - Dan Olweus define assédio escolar em três termos essenciais:
1. o comportamento é agressivo e negativo;
2. o comportamento é executado repetidamente;
3. o comportamento ocorre num relacionamento onde há um desequilíbrio de poder
entre as partes envolvidas.

O assédio escolar divide-se em duas categorias:

1. assédio escolar direto;


2. assédio escolar indireto, também conhecido como agressão social

O bullying direto é a forma mais comum entre os agressores (bullies) masculinos. A


agressão social ou bullying indireto é a forma mais comum em bullies do sexo
feminino e crianças pequenas, e é caracterizada por forçar a vítima ao isolamento social.
Este isolamento é obtido por meio de uma vasta variedade de técnicas, que incluem:

 espalhar comentários;
 recusa em se socializar com a vítima;
 intimidar outras pessoas que desejam se socializar com a vítima;
 ridicularizar o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos
(incluindo a etnia da vítima, religião, incapacidades etc).

O assédio escolar pode ocorrer em situações envolvendo a escola ou


faculdade/universidade, o local de trabalho, os vizinhos e até mesmo países. Qualquer
que seja a situação, a estrutura de poder é tipicamente evidente entre o agressor (bully) e
a vítima. Para aqueles fora do relacionamento, parece que o poder do agressor depende
somente da percepção da vítima, que parece estar a mais intimidada para oferecer
alguma resistência. Todavia, a vítima geralmente tem motivos para temer o agressor,
devido às ameaças ou concretizações de violência física/sexual, ou perda dos meios de
subsistência.

Características dos bullies


Pesquisas indicam que adolescentes agressores têm personalidades autoritárias,
combinadas com uma forte necessidade de controlar ou dominar. Também tem sido
sugerido que uma deficiência em habilidades sociais e um ponto de vista preconceituoso
sobre subordinados podem ser particulares fatores de risco. Estudos adicionais têm
mostrado que enquanto inveja e ressentimento podem ser motivos para a prática do
assédio escolar, ao contrário da crença popular, há pouca evidência que sugira que os
bullies sofram de qualquer déficit de autoestima. Outros pesquisadores também
identificaram a rapidez em se enraivecer e usar a força, em acréscimo a comportamentos
agressivos, o ato de encarar as ações de outros como hostis, a preocupação com a
autoimagem e o empenho em ações obsessivas ou rígidas. É frequentemente sugerido
que os comportamentos agressivos têm sua origem na infância:

"Se o comportamento agressivo não é desafiado na infância, há o risco de que


ele se torne habitual. Realmente, há evidência documental que indica que a
prática do assédio escolar durante a infância põe a criança em risco de
comportamento criminoso e violência doméstica na idade adulta".
O assédio escolar não envolve necessariamente criminalidade ou violência. Por
exemplo, o assédio escolar frequentemente funciona por meio de abuso psicológico ou
verbal. Os bullies sempre existiram mas eram (e ainda são) chamados em português de
rufias, esfola-caras, brigões, acossadores, cabriões, avassaladores, valentões e verdugos.

Os valentões costumam ser hostis, intolerantes e usar a força para resolver seus
problemas.

Tipos de assédio escolar


Os bullies usam principalmente uma combinação de intimidação e humilhação para
atormentar os outros. Alguns exemplos das técnicas de assédio escolar:

 Insultar a vítima;
 Acusar sistematicamente a vítima de não servir para nada;
 Ataques físicos repetidos contra uma pessoa, seja contra o corpo dela ou
propriedade.
 Interferir com a propriedade pessoal de uma pessoa, livros ou material escolar,
roupas, etc, danificando-os.
 Espalhar rumores negativos sobre a vítima;
 Depreciar a vítima sem qualquer motivo;
 Fazer com que a vítima faça o que ela não quer, ameaçando-a para seguir as
ordens;
 Colocar a vítima em situação problemática com alguém (geralmente, uma
autoridade), ou conseguir uma ação disciplinar contra a vítima, por algo que ela
não cometeu ou que foi exagerado pelo bully;
 Fazer comentários depreciativos sobre a família de uma pessoa (particularmente
a mãe), sobre o local de moradia de alguém, aparência pessoal, orientação
sexual, religião, etnia, nível de renda, nacionalidade ou qualquer outra
inferioridade depreendida da qual o bully tenha tomado ciência;
 Isolamento social da vítima;
 Usar as tecnologias de informação para praticar o cyberbullying (criar páginas
falsas, comunidades ou perfis sobre a vítima em sites de relacionamento com
publicação de fotos etc);
 Chantagem.
 Expressões ameaçadoras;
 Grafitagem depreciativa;
 Usar de sarcasmo evidente para se passar por amigo (para alguém de fora)
enquanto assegura o controle e a posição em relação à vítima (isto ocorre com
frequência logo após o bully avaliar que a pessoa é uma "vítima perfeita").
 Fazer que a vítima passe vergonha na frente de várias pessoas.

Bullying professor-aluno

O assédio escolar pode ser praticado de um professor para um aluno. As técnicas mais
comuns são:

 Intimidar o aluno em voz alta rebaixando-o perante a classe e ofendendo sua


auto-estima. Uma forma mais cruel e severa é manipular a classe contra um
único aluno o expondo a humilhação;
 Assumir um critério mais rigoroso na correção de provas com o aluno e não com
os demais. Alguns professores podem perseguir alunos com notas baixas;
 Ameaçar o aluno de reprovação;
 Negar ao aluno o direito de ir ao banheiro ou beber água, expondo-o a tortura
psicológica;
 Difamar o aluno no conselho de professores, aos coordenadores e acusá-lo de
atos que não cometeu;
 Tortura física, mais comuns em crianças pequenas. Puxões de orelha, tapas e
cascudos.

Tais atos violam o Estatuto da Criança e do Adolescente e podem ser denunciados em


um Boletim de Ocorrência numa delegacia ou no Ministério Público. A revisão de
provas pode ser requerida ao pedagogo ou coordenador e, em caso de recusa, por
medida judicial.

Locais de assédio
O assédio pode acontecer em qualquer contexto no qual seres humanos interajam, tais
como escolas, universidades, famílias, entre vizinhos e em locais de trabalho.

Escolas

Alguns meninos flagrados intimidando um colega. Instituto Regional Federico


Errázuriz, Santa Cruz, Chile.

Em escolas, o assédio escolar geralmente ocorre em áreas com supervisão adulta


mínima ou inexistente. Ele pode acontecer em praticamente qualquer parte, dentro ou
fora do prédio da escola.

Alguns sinais são comuns como a recusa da criança de ir à escola ao alegar sintomas
como dor de barriga ou apresentar irritação, nervosismo ou tristeza anormais.

Um caso extremo de assédio escolar no pátio da escola foi o de um aluno do oitavo ano
chamado Curtis Taylor, numa escola secundária em Iowa, Estados Unidos, que foi
vítima de assédio escolar contínuo por três anos, o que incluía alcunhas jocosas, ser
espancado num vestiário, ter a camisa suja com leite achocolatado e os pertences
vandalizados. Tudo isso acabou por o levar ao suicídio em 21 de Março de 1993.
Alguns especialistas em "bullies" denominaram essa reação extrema de "bullycídio". Os
que sofrem o bullying acabam desenvolvendo problemas psíquicos muitas vezes
irreversíveis, que podem até levar a atitudes extremas como a que ocorreu com Jeremy
Wade Delle. Jeremy se matou em 8 de janeiro de 1991, aos 15 anos de idade, numa
escola na cidade de Dallas, Texas, EUA, dentro da sala de aula e em frente de 30
colegas e da professora de inglês, como forma de protesto pelos atos de perseguição que
sofria constantemente. Esta história inspirou uma música (Jeremy) interpretada por
Eddie Vedder, vocalista da banda estadunidense Pearl Jam.

Na última década de 90, os Estados Unidos viveram uma epidemia de tiroteios em


escolas (dos quais o mais notório foi o massacre de Columbine). Muitas das crianças
por trás destes tiroteios afirmavam serem vítimas de bullies e que somente haviam
recorrido à violência depois que a administração da escola havia falhado repetidamente
em intervir. Em muitos destes casos, as vítimas dos atiradores processaram tanto as
famílias dos atiradores quanto as escolas.

Como resultado destas tendências, escolas em muitos países passaram a desencorajar


fortemente a prática do assédio escolar, com programas projetados para promover a
cooperação entre os estudantes, bem como o treinamento de alunos como moderadores
para intervir na resolução de disputas, configurando uma forma de suporte por parte dos
pares.

O assédio escolar nas escolas pode também assumir, por exemplo, a forma de
avaliações abaixo da média, não retorno das tarefas escolares, segregação de estudantes
competentes por professores incompetentes ou não-atuantes, para proteger a reputação
de uma instituição de ensino. Isto é feito para que seus programas e códigos internos de
conduta nunca sejam questionados, e que os pais (que geralmente pagam as taxas) sejam
levados a acreditar que seus filhos são incapazes de lidar com o curso. Tipicamente,
estas atitudes servem para criar a política não-escrita de "se você é estúpido, não merece
ter respostas; se você não é bom, nós não te queremos aqui". Frequentemente, tais
instituições (geralmente em países asiáticos) operam um programa de franquia com
instituições estrangeiras (quase sempre ocidentais), com uma cláusula de que os
parceiros estrangeiros não opinam quanto a avaliação local ou códigos de conduta do
pessoal no local contratante. Isto serve para criar uma classe de tolos educados, pessoas
com títulos acadêmicos que não aprenderam a adaptar-se a situações e a criar soluções
fazendo as perguntas certas e resolvendo problemas.

Local de trabalho

O assédio escolar em locais de trabalho (algumas vezes chamado de Assédio escolar


Adulto) é descrito pelo Congresso Sindical do Reino Unido como:

"Um problema sério que muito frequentemente as pessoas pensam que seja
apenas um problema ocasional entre indivíduos. Mas o assédio escolar é mais do
que um ataque ocasional de raiva ou briga. É uma intimidação regular e
persistente que solapa a integridade e confiança da vítima do bully. E é
frequentemente aceita ou mesmo encorajada como parte da cultura da
organização".

Vizinhança

Entre vizinhos o assédio escolar normalmente toma a forma de intimidação por


comportamento inconveniente, tais como barulho excessivo para perturbar o sono e os
padrões de vida normais ou fazer queixa às autoridades (tais como a polícia) por
incidentes menores ou forjados. O propósito desta forma de comportamento é fazer com
que a vítima fique tão desconfortável que acabe por se mudar da propriedade. Nem todo
comportamento inconveniente pode ser caracterizado como assédio escolar: a falta de
sensibilidade pode ser uma explicação.

Política

O assédio escolar entre países ocorre quando um país decide impôr sua vontade a outro.
Isto é feito normalmente com o uso de força militar, a ameaça de que ajuda e doações
não serão entregues a um país menor ou não permitir que o país menor se associe a uma
organização de comércio.

Militar

Um trote praticado nas Forças Armadas Aéreas da França, em que um cadete é suspenso
por um helicóptero sobre o mar. Compiegne, 1997.

Em 2000, o Ministério da Defesa (MOD) do Reino Unido definiu o assédio como : "…o
uso de força física ou abuso de autoridade para intimidar ou vitimizar outros, ou para
infligir castigos ilícitos". Todavia, é afirmado que o assédio militar ainda está protegido
contra investigações abertas. O caso das Deepcut Barracks, no Reino Unido, é um
exemplo do governo se recusar a conduzir um inquérito público completo quanto a uma
possível prática de assédio escolar militar. Alguns argumentam que tal comportamento
deveria ser permitido por causa de um consenso acadêmico generalizado de que os
soldados são diferentes dos outros postos. Dos soldados se espera que estejam
preparados para arriscarem suas vidas, e alguns acreditam que o seu treinamento deveria
desenvolver o espirito de corpo para aceitar isto.Em alguns países, rituais humilhantes
entre os recrutas têm sido tolerados e mesmo exaltados como um "rito de passagem"
que constrói o caráter e a resistência; enquanto em outros, o assédio sistemático dos
postos inferiores, jovens ou recrutas mais fracos pode na verdade ser encorajado pela
política militar, seja tacitamente ou abertamente (veja dedovschina). Também, as forças
armadas russas geralmente fazem com que candidatos mais velhos ou mais experientes
abusem - com socos e pontapés - dos soldados mais fracos e menos experientes..
Alcunhas ou apelidos (dar nomes)
Normalmente, uma alcunha (apelido) é dada a alguém por um amigo, devido a uma
característica única dele. Em alguns casos, a concessão é feita por uma característica
que a vítima não quer que seja chamada, tal como uma orelha grande ou forma obscura
em alguma parte do corpo. Em casos extremos, professores podem ajudar a popularizá-
la, mas isto é geralmente percebido como inofensivo ou o golpe é sutil demais para ser
reconhecido. Há uma discussão sobre se é pior que a vítima conheça ou não o nome
pelo qual é chamada. Todavia, uma alcunha pode por vezes tornar-se tão embaraçosa
que a vítima terá de se mudar (de escola, de residência ou de ambos).

Legislação
No Brasil, a gravidade do ato pode levar os jovens infratores à aplicação de medidas
sócio-educativas.De acordo com oo código penal brasileiro, a negligência com um
crime pode ser tida como uma coautoria. Na área cívil, e os pais dos bullies podem,
pois, ser obrigados a pagar indenizações e podem haver processos por danos morais.

A legislação jurídica do estado brasileiro de São Paulo define assédio escolar como
atitudes de violência física ou psicológica, que ocorrem sem motivação evidente
praticadas contra pessoas com o objetivo de intimidá-las ou agredi-las, causando dor e
angústia.

Os atos de assédio escolar configuram atos ilícitos, não porque não estão autorizados
pelo nosso ordenamento jurídico, mas por desrespeitarem princípios constitucionais (ex:
dignidade da pessoa humana) e o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que
cause dano a outrem gera o dever de indenizar. A responsabilidade pela prática de atos
de assédio escolar pode se enquadrar também no Código de Defesa do Consumidor,
tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por
atos de assédio escolar que ocorram nesse contexto.

No estado brasileiro do Rio de Janeiro, uma lei estadual sancionada em 23 de setembro


de 2010 institui a obrigatoriedade de escolas públicas e particulares notificarem casos de
bullying à polícia. Em caso de descumprimento, a multa pode ser de três a 20 salários
mínimos (até R$ 10.200) para as instituições de ensino.

Na cidade brasileira de Curitiba todas as escolas têm de registrar os casos de bullying


em um livro de ocorrências, detalhando a agressão, o nome dos envolvidos e as
providências adotadas.

Condenações legais

Dado que a cobertura da mídia tem exposto o quão disseminada é a prática do assédio
escolar, os júris estão agora mais inclinados do que nunca a se simpatizarem com as
vítimas. Em anos recentes, muitas vítimas têm movido ações judiciais diretamente
contra os agressores por "imposição intencional de sofrimento emocional" e incluindo
suas escolas como acusadas, sob o princípio da responsabilidade conjunta. Vítimas
norte-americanas e suas famílias têm outros recursos legais, tais como processar uma
escola ou professor por falta de supervisão adequada, violação dos direitos civis,
discriminação racial ou de gênero ou assédio moral.

No Brasil

Uma pesquisa do IBGE realizada em 2009 revelou que quase um terço (30,8%) dos
estudantes brasileiros informou já ter sofrido bullying, sendo maioria das vítimas do
sexo masculino. A maior proporção de ocorrências foi registrada em escolas privadas
(35,9%), ao passo que nas públicas os casos atingiram 29,5% dos estudantes.

No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com 5.168 alunos de 25 escolas públicas e
particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª
e 6ª séries. Entre todos os entrevistados, pelo menos 17% estão envolvidos com o
problema - seja intimidando alguém, sendo intimidados ou os dois. A forma mais
comum é a cibernética, a partir do envio de e-mails ofensivos e difamação em sites de
relacionamento como o Orkut.

Em 2009, uma pesquisa do IBGE apontou as cidades de Brasília e Belo Horizonte como
as capitais brasileiras com maiores índices de assédio escolar, com 35,6% e 35,3%,
respectivamente, de alunos que declararam esse tipo de violência nos últimos 30 dias.

Casos célebres

Na Grande São Paulo, uma menina apanhou até desmaiar por colegas que a perseguiam
e em Porto Alegre um jovem foi morto com arma de fogo durante um longo processo de
assédio escolar.

Em maio de 2010, a Justiça obrigou os pais de um aluno do Colégio Santa Doroteia, no


bairro Sion de Belo Horizonte, a pagar uma indenização de R$ 8 mil a uma garota de 15
anos por conta de assédio escolar. A estudante foi classificada como G.E. (sigla para
integrantes de grupo de excluídos) por ser supostamente feia e as insinuações se
tornaram frequentes com o passar do tempo, e entre elas, ficaram as alcunhas de tábua,
prostituta, sem peito e sem bunda. Os pais da menina alegaram que procuraram a
escola, mas não conseguiram resolver a questão. O juiz relatou que as atitudes do
adolescente acusado pareciam não ter "limite" e que ele "prosseguiu em suas atitudes
inconvenientes de 'intimidar'", o que deixou a vítima, segundo a psicóloga que depôs no
caso, "triste, estressada e emocionalmente debilitada". O colégio de classe média alta
não foi responsabilizado.

Na USP, o jornal estudantil O Parasita ofereceu um convite a uma festa brega aos
estudantes do curso que, em troca, jogassem fezes em um gay. Um dos alunos a quem o
jornal faz referência chegou a divulgar, em outra ocasião, estudantes da Farmácia
chegaram a atirar uma lata de cerveja cheia em um casal de homossexuais, que também
era do curso, durante o tradicional happy hour de quinta-feira na Escola de
Comunicações e Artes da USP. Ele disse que não pretende tomar nenhuma providência
judicial contra os colegas, embora tenha ficado revoltado com a publicação da cartilha.
Também em junho de 2010, um aluno de nona série do Colégio Neusa Rocha, no Bairro
São Luiz, na região da Pampulha de Belo Horizonte, foi espancado na saída de seu
colégio, com a ajuda de mais seis estudantes armados com soco inglês. A vítima ficou
sabendo que o grupo iria atacar outro colega por ele ser "folgado e atrevido", sendo
inclusive convidada a participar da agressão.

Em entrevista ao Estado de Minas, disse: Eles me chamaram para brigar com o menino.
Não aceitei e fui a contar a ele o que os outros estavam querendo fazer, como forma de
alertá-lo. Quando a dupla soube que contei, um deles colocou o dedo na minha cara e
me ameaçou dentro de sala, durante aula de ciências. Ele ainda ligou, escondido, pelo
celular, para outro colega, que estuda pela manhã, e o chamou para ir à tarde na
escola.

Durante o ano de 2010, Bárbara Evans, filha de Monique Evans e estudante da


Universidade Anhembi Morumbi (onde cursava o primeiro ano de Nutrição), em São
Paulo, entrou na Justiça com um processo de assédio escolar realizado por seus
colegas.No dia 12/06/2010, um sábado à noite, o muro externo do estacionamento do
campus Centro da referida Universidade foi pichado com ofensas a ela e a sua mãe.

Em recente caso julgado no Rio Grande do Sul (Proc. nº 70031750094 da 6ª Câmara


Cível do TJRS), a mãe do bullie foi condenada civilmente a pagar indenização no valor
de R$ 5 mil (cinco mil reais) à vítima. Foi um legítimo caso de cyberbullying, já que o
dano foi causado por meio da Internet, em fotolog (flog) hospedado pelo Portal Terra.
No caso, o Portal não foi responsabilizado, pois retirou as informações do ar em uma
semana. Não ficou claro, entretanto, se foi uma semana após ser avisado informalmente
ou após ser judicialmente notificado.

Alguns casos de assédio escolar entre crianças têm anuência dos próprios pais, como um
envolvendo um garoto de 9 anos de Petrópolis. A mãe resolveu tirar satisfação com a
criança que constantemente agredia seu filho na escola e na rua, mas o pai do outro
garoto, em resposta, procurou a mãe do outro garoto chamado de "boiola" e "magrelo".
Ela foi empurrada em uma galeria, atingida no rosto, jogada no chão e ainda teve uma
costela fraturada. O caso registrado em um vídeo foi veiculado na internet e ganhou os
principais jornais e telejornais brasileiros.

Em 2011, a 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro condenou uma
escola privada a pagar indenização a uma vítima de bullying.

Em 2011, o Massacre de Realengo, no qual 12 crianças morreram alvejadas por tiros,


foi atribuído, por ex-estudantes da escola e ex-colegas do atirador, a uma vingança por
bullying.O atirador, que se suicidou durante a tragédia, também citou o bullying como a
motivação para o crime nos vídeos recuperados pela polícia durante as investigações.

Um garoto de Campo de Grande (MS) do oitavo ano de ensino fundamental foi


obrigado por outro garoto a passar por diversas situações vexatórias, como fazer
atividades escolares e pagar lanches para ele na escola para ser poupado de agressões
físicas. O caso avançou para a extorsão de dinheiro, causando à vítima a subtração de
cerca de R$ 500 em em ano. O caso foi parar na 27º Promotoria da Infância e Juventude
do município que apurou, por meio de ligações telefônicas, que realmente ocorria a
extorsão, e a um flagrante feito pela polícia, quando o garoto daria mais R$ 50 ao
agressor. Condenado, o garoto foi submetido a ações previstas no programa contra
violência e evasão escolar, o Procese, em desenvolvimento no município há dois anos.
O valor subtraído pago pela mãe do Valentão aos pais dao garoto agredido. O bullie de
13 anos foi obrigado pela promotoria a levar os pratos utilizados durante a merenda e a
lavar o pátio escolar durante 3 meses, além de poder ter de frequentar um curso sobre
bullying.

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