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Instituto Superior de Ciências de Saúde

(ISCISA)

Licenciatura em Enfermagem 2o ano


Nutrição e Dietética aplicada em enfermagem
Aula9:_Nutrição Enteral e Assistência de Enfermagem

Docente: Surage Carimo

Março, 2024
Conteúdos
• Terapia nutricional
• Nutrição enteral
• Selecção da via de acesso para nutrição
enteral
• Indicações para nutrição enteral
• Dietas líquidas (industrializadas e Artesenais)
• Possíveis Complicações das Sondas
• Complicações da Nutrição Enteral
• Monitoramento do Paciente que Recebe
Nutrição Enteral
Terapia nutricional
• Cuidados nutricionais que consiste na
administrar fórmulas de nutrientes por via oral,
enteral e parenteral;
• Com a finaldade de reduzir a incidência de
deficiências nutricionais, desnutrição e
aumentar a qualidade de vida dos do pacientes;
• Terapia nutricional deve ser considerada como
parte do plano de cuidados integrados em
doentes em estado críticos.
TERAPIA NUTRICIONAL
Nutrição enteral
Definição: Administração de
nutrientes pelo trato
gastrintestinal, quando este ainda
funciona, mesmo que
parcialmente;

O termo enteral implica o uso do


sistema GI, principalmente por
meio de um “tubo de alimentação”
porque o paciente não conseguem
se alimentar pela boca por varios
motivos clinicos.
Procedimentos pata Indicações da NE
1) Avaliação do estado nutricional do paciente,
2) Definição das necessidades energético-
protéicas do paciente,
3) Escolher a via de administração dos nutrientes,
4) Avaliar e eficácia e monitorar complicações da
terapia nutricional
Indicações para nutrição enteral
• Pacientes com trato digestivo parcial ou totalmente
funcional mas que não se pode alimentar-se por via
oral devido a várias razões patologicas;
– Estado de inconsciência, GET elevado (trauma, sepse,
queimadura)
– Alimentação VO causa desconforto/dor (doença de Crohn,
/quimioterapia, pancreatite)
• Não conseguem suprir necessidades nutricionais
através de dieta padrão por via oral, acima de 2/3 das
necessidades nutricionais diárias; e
• Com previsão de jejum superior a 3 dias em pacientes
críticos constitui indicação.
Selecção da via de acesso para nutrição enteral
Curta Duração
• Via Nasogástrica
•A nutrição enteral pode variar
entre 3 ou 4 semanas.
Longa Duração
• Vias Gastrostomia, duodenal ou
Jejunostomia
•A nutrição enteral quando for
mais de 4 semanas;
Dai requer LAUDO de um
especialista.
NUTRIÇÃO ENTERAL
Vias de administração:

1- Sonda nasal: calibre pequeno, silicone ou


poliuretano, flexíveis, radiopacas, damarcação
para facilitar o posicionamento, fio-guia (sondas
de Dubhoff); posição gástrica (nasogastrica) ou
enterica (nasoenteral)

2- Por orifício (ostomia): gastrostomia ou


jejunostomia: utilizada por longo tempo, calibre
mais grosso
NUTRIÇÃO ENTERAL

Técnicas de administração:
1- Intermitente: em períodos
fracionados (gravitacional ou
em bolos: por seringa, volume
maior, no estômago)

2- Contínua: por bomba de


infusão, gotejamento lento e
controlado; quando absorção
está comprometida ou há risco
de aspiração
NUTRIÇÃO ENTERAL
Tipos de dietas:
1- Caseiras ou artesanais: alimentos in natura
(leite, carne, ovo, açúcar, farinha de trigo, óleo,
sal, tuberculos) ou mistura de preparados
industrializados (módulos, suplementos): baixo
custo

2- Industrializadas: preparados em pó (latas ou


envelopes) ou líquidos (latas, frascos plásticos ou
de vidro, bolsas para sistema fechado); prontas
para o uso;
Dietas Caseiras ou artesanais
São feitas no hospital ou em casa com alimentos naturais
e com alteração da sua consistência para facilitar a
passagem pela sonda.
Exemplo:
• Sopa de tubérculos sem resíduo (batata ou inhame ou
abóbora ou feijão ou legumes)
• Papas menos espessa de farinha de milho enriquecidas
com amendoim, coco, carne, ovo, óleo, peixe,
• Batidos de frutas (banana, papaia, maçã, laranja, pêra,
abacata, etc.)
• Caldo de carne e vegetais;
• Batido fortificado Hiperproteico
Dietas enterais Industrializadas
– Padronizadas - fornecem proteínas intactas,
– Elementares ou prédigeridas contêm proteínas na forma de
dipeptídios, tripeptídios e aminoácidos.
– Especializadas – tem aminoácidos cristalinos para condições
clinicas como insuficiência renal e hepática.
• Proteína - varia entre 6% a 25% das quilocalorias totais
do paciente,
• Carbohidratos - Varia entre 30% a 85% de quilocalorias.
• Lipídos - variam de 1,5% a 55% das quilocalorias totais e
deste 2% a 4% da ingestão energética diária deve provir
dos ácidos linoleico e linolênico para prevenir a
deficiência de ácidos graxos essenciais que são
triglicerídeos de cadeia curta e media. Vitaminas,
Minerais e Eletrólitos
Imagens de Dietas enterais Industrializadas
Líquido
• As necessidades hídricas estima-se em
1mL de água por cada Kcal consumida ou
30 a 35 mL/kg do peso corporal atual.

• Todas as fontes de líquidos administradas


ao paciente sob alimentação enteral,
devem ser consideradas ao calcular a
ingestão do paciente.
Possíveis Complicações das Sondas
• Estenoses esofágicas;
• Refluxo gastroesofágico que causa pneumonia
aspirativa;
• Posição incorreta da sonda que causa lesão pulmonar;
• Lesão da mucosa no local da inserção;
• Irritação;
• Paralisia faríngea ou das cordas vocais;
• Rinorreia, sinusite e ulcerações ou perfurações do
sistema gastrointestinal e das vias respiratórias
Complicações da Nutrição Enteral
• Problemas no Acesso (Obstrução da sonda);
• Problemas na Administração (Contaminação
microbiana, Colocação incorreta da sonda);
• Complicações Gastrointestinais
(Esvaziamento gástrico retardado, diarreia,
resíduos gástricos elevados);
• Complicações Metabólicas (hiper-
hidratação); etc.
Trauma relacionado à sonda
Irritação e inflamação em seu trajeto
Sinusite, epistaxe

Tempo de permanência
Obstrução da sonda
Resíduos de comprimidos e alimentos
Fórmulas com alta viscosidade
Incompatibilidade com medicações

Lavar com 20 a 30 ml H2O morna após utilização

Manual de Procedimentos em Nutrologia, 2009


Complicações infecciosas
Pneumonias aspirativas
Considerar que todo paciente com sonda tem risco de
aspiração

Fatores de risco para aspiração

Elevação da dabeceira da cama < 30º quando


for administrar dieta
Glasgow < 9
Presença de vômitos e DRGE
Metheny, 2006 (Crit Care Med)
Complicações gastrointestinais
Náuseas e vômitos
Diarréia associada à dieta enteral
Incidência varia de 2 a 95%

Dieta administrada em bolus

Bolus Ao invés de intermitente ou


contínua

Bastow, 1986 (Gut)


Diarréia
• Uso de antibióticos
• Colonização por bactérias enteropatogênicas
• Alterações na flora colônica
• Hiperosmoloridade e velocidade infusão
dieta

Whelan, 2007 (Proc Nutr Soc)


Colonização bactérias
Contaminação bacteriana da dieta enteral

Adoção de sistemas
fechados  risco

Contaminação
endógena
Diarréia - complicações
Distúrbios hidroeletrolíticos (K+, Mg2+, HCO3)
Incontinência fecal  infecções feridas e escaras

Hidratação e reposição eletrólitos


Medicação anti-diarréica, infusão contínua
Raramente impede administração dieta enteral

Strout, 2003 (Gut)


Whelan, 2006 (Nutrition)
Diarréia - tratamento
•  Velocidade infusão dieta ou modo contínuo
• Introdução de fibras (solúveis)
• Recomendado 15 a 30 g / dia
• Introdução loperamida
• Descartar Infecção
• Avaliar veículos das medicações
Constipação

• Uso de dietas sem fibras


• Desidratação
• Repouso prolongado no leito
• Uso de sedativos opióides
Complicações metabólicas
• Hiperglicemia
• Diabéticos, uso de corticóides, estress
metabólico (depleção dos substratos
energéticos e consequente acúmulo de
determinados metabólicos)

• Síndrome de realimentação (caracteriza-se


por alterações neurológicas, sintomas
respiratórios, arritmias e falência cardíacas,
poucos dias após a realimentação
Cuidados nutrição enteral
• Raio x após passagem da sonda
• Utilizar sondas flexíveis
• Utilizar sonda por 4 semanas
• Lavar sonda com 20 a 30 ml H2O
• Elevação cabeceira da cama 30º
• Administração por infusão contínua
• Cuidados com hiperglicemia e realimentação
Monitoramento
• Distensão e desconforto abdominal
• Ganhos e perdas hídricas (diariamente)
• Resíduos gástricos (a cada 4 h), se adequado
• Sinais e sintomas de edema ou desidratação (diariamente)
• Frequência e consistência das evacuações (diariamente)
• Peso (pelo menos 3 vezes/semana)
• Adequação da ingestão nutricional (pelo menos 2
vezes/semana)
• Eletrólitos, creatinina e nitrogênio ureico séricos (2-3
vezes/semana)
• Glicose, cálcio, magnésio, fósforo séricos (semanalmente)

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