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DISCIPLINA: OTORRINOLARINGOLOGIA

PATOLOGIAS DO OUVIDO EXTERNO


1- MALFORMAÇÕES CONGÉNITAS
Em associação ou não com:
- Ouvido externo
- Ouvido médio
- Ouvido interno
a) Ausência parcial ou total do pavilhão auricular
b) Fístula e quisto pré-auricular
c) Ouvido acessório
d) Atrésia do conduto
e) Anormalidade do tamanho ou da forma do pavilhão
f) Anormalidade de implantação: agnatia
2- CERÚMEN
DEFINIÇÃO: Produto das glândulas sebácias e ceruminosas da porção cartilaginosa do
CAE (conduto auditivo externo)
IMPORTÂNCIA: Protecção do ouvido
PATOLOGIA: É assim considerado quando acumula-se no OE (ouvido externo),
provocando otalgia ou hipoacúsia de transmissão
TRATAMENTO: Remoção com cureta ou lavagem com água morna Muitas vezes há
tendência de limpar o ouvido com cotonetes ou outros objectos, isto pode provocar a
impactação do cerúmen e provocar otalgia ou hipoacúsia
Outro tipo onde tratamento é a aspiração, colocando óleo vegetal ou um produto que
provoque a lise do cerúmen como o otoceril ou ceruminol que têm efeito de amolecer
ou dissolver o cerúmen.
CONTRAINDICAÇÃO PARA A LAVAGEM:
 Perfuração timpânica
 Eczema do conduto
 Antecedentes de OMC
 Otite externa
 Traumatismo do CAE

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3- CORPOS ESTRANHOS
Tipos de objectos: Animal, vegetal, mineral
- Duros
- Moles
- Hidroscópicos ex: água da praia, da piscina
- Insectos vivos (mosquitos, moscas, baratas, formigas)
- Larvas (provocam otorreia)
SINTOMAS/ CARACTERÍSTICAS:
 Se bloqueio do CAE (ex: um corpo sólido)
- Surdez de transmissão
- Acufenos (ruídos)
- Otalgia, otorragia
 Se insectos vivos
- Irritação
- Ruídos
TRATAMENTO: depende do corpo estranho
a) Corpo estranho redondos e lisos
- Lavagem com seringa
- Extracção com gancho
Usa-se quando o corpo não obstruiu por completo.

b) Insectos
- Matar com álcool a 95% ou éter ou um anestésico spray para imobiliza-lo depois
- Lavagem ou remoção com pinça.

c) Corpos estranhos vegetais (ex: feijão, milho)


- Aplicar álcool para desidratar o corpo estranho
- Depois lavar ou tirar com gancho
Obs: Crianças e adultos sensíveis dar anestesia geral. Por x necessitam de cirurgia,
porque o corpo estranho pode ser muito compacto, que não se consegue tirar com
gancho, ou corpos estranhos que atingem o ouvido médio.

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4- OTITE EXTERNA
Factores Predisponentes:
 Locais:
{infecção bacteriana (otite externa)
{infecção micótica (otomicose)

 Gerais:
-modificação do pH (5,0-6,8) do CAE (pH ácido para um pH alcalino, favorece a
infecção).
-modificação das condições do ambiente.
-traumatismo do CAE devido a:
* Natação (barotraumatismo).
* Limpeza excessiva (uso de palito, penas, gancho de cabelo, agulha de
crochet, tampa de lapiseira, com sabonete, com champô etc.).

FISIOPATOLOGIA DA OTITE EXTERNA


Dermatite seborreica----------------→------Prurido
↓ ↓ ↓
Desenvolvimento de Raspadura Medicamentos locais
Microorganismos
↓ ↓ ↓
Maceração ---------------------------infecção dérmica aguda ou atite externa

QUADRO CLÍNICO
Edema, eritema, sinéquias
TRATAMENTO
a) Antibiótico:
Floxapen ou flucloxacilina ou cloxacilina (orbenim) ou Augmentim (amoxacilina +
ácido clavulâmico) ou cotrimoxazol
b) Antiinflamatório:
Ibuprofeno
c) Desinfecção local:
- Álcool ou timerosal ou betadine

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- Gase ou algodão embebido na solução acima e colocar ao nível do ouvido. O
álcool para além de desidratar, tem ligeiro papel antiinflamatório. Pode durar 48h
- Pode-se usar gotas com corticoides (3 gotas 3x/dia x 48h), colocar gotas por cima
do algodão embebido na solução (não retirar o algodão), nem ultrapassar 7 dias.
Obs. não aconselhável usar as gotas com antibióticos para evitar ototoxicidade
d) Regra de ouro: evitar entrada de água no ouvido

5- FURUNCULO DO CAE (otite externa circunscrita)


LOCALIZAÇÃO: Porção fibrosa do meato auditivo externo (MAE)
AGENTE: estafilococos aureus e albus
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
- Prurido é o 1º sintoma
- Otalgia intensa agravando-se com a mobilização do Pavilhão auricular do lado
afectado e também com abertura da boca para mastigação
- Hipoacúsia de transmissão se o edema obstruir o CAE
TRATAMENTO:
- Antibiótico: penicilina é de eleição
- Desinfecção local: timerosal, álcool
- Antiinflamatório e analgésico: Ibuprofeno
- Antipirético
- Aplicação de calor
- Punção por vezes é suficiente
- Limpeza do CAE depois da supuração espontânea
- Evitar entrada de água no ouvido

6- OTITE EXTERNA ECZEMATOSA


DEFINIÇÃO: é a dermatite alérgica do OE
FACTORES desencadeantes
 Extrínsecos:
Gerais: alergia alimentar, inalação
Locais: conhecidos por dermatite de contacto ex: eczema por aplicação local de
antibiótico (cloranfenicol, gentamicina); eczema devido a persistência de infecção
bacteriana e/ou micótica

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 Intrínsecos:
Tipo psicomotor
CARACTERISTICAS CLÍNICAS
Ao fazer otoscopia vê-se:
- Irritação, congestão, edema (da pele do CAE e as x do pavilhão auricular)
- Vesículas, exsudados, crostas (a nível da face, com extensão no pescoço pela
tendência de coçar)
- Infecção 2rª (ex: furúnculos)
- Escamas e fissuras
- Estenose mais ou menos permanente do CAE:
TRATAMENTO
Fase aguda:
- Aplicar pomada de acetato de hidrocortizona
- Antihistamínicos por via geral para aliviar a irritação
- Gotas e tiras de gaze ou algodão no CAE
Fase crónica:
- Aplicar nitrato de prata a 10% nas fissuras
- Na estenose, fazer a dilatação do CAE, com tubos de polietileno
- Cirurgia plástica se haver grande estenose

7- OTITE EXTERNA MALIGNA


DEFINIÇÃO: Infecção por pseudomonas com evolução podendo ser fatal em doentes
diabéticos velhos, e nos imunodeprimidos. Raramente por estafilococos.
CARACTERISTICAS CLÍNICAS:
- Otalgia intensa e resistente aos analgésicos
- Otorreia seropurulenta (serosa + pus esverdeado), cheiro nauseabundo, simula o
colesteatoma
- Granulações ao nível do MAE ou de parte do pavilhão
- Paralisia dos pares cranianos VII, IX, X, XI e XII. Raramente o V e VI. A paralisia dá-
se nos casos avançados.
TRATAMENTO
Médico:
- Controle da diabetes

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- Antibioterapia: carbenicilina 5g EV 4/4h + gentamicina 3mg/kg/dia repartidos em 3
doses (+ como este é ototóxico, usar cefalosporinas + antiinflamatórios). Gentamicina
tópica
Cirúrgico:
- Excisão larga de tecidos necróticos e de granulações do CAE
- Mastoidectomia microscópica

8- OTITE EXTERNA DIFUSA


DEFINIÇÃO: Dermatose infecciosa do CAE e que estende-se a todo o pavilhão
SINÓNIMO: Swimmer´s Ear ou ouvido do nadador.
FACTORES:
- Manobras instrumentais do CAE
- Calor e humidade (mudança brusca de tº)
- Piscina (devido aos produtos de desinfecção que usam em água)
ETIOLOGIA:
Pseudomonas, estafilococos albus, E.Coli, estreptococos e proteus
CARACTERISTICAS CLÍNICAS
- Prurido é o 1º sintoma
- Otalgia contínua
- Otoscopia: Vê-se hiperémia, edema e transudação serosa da pele do conduto
(diagnóstico diferencial com otite externa maligna e na eczematosa)
- Infiltração, crostas, descamação e supuração em grau variável
- Sintomas toxémicos em casos graves com febre e linfadenites retroauricular e
sobretudo laterocervicais.
TRATAMENTO:
Geral: antibióticos
Local: igual aos demais (otite externa)

9- PERICONDRITE DO PAVILHÃO
DEFINIÇÃO: Inflamação do pericôndrio
ETIOLOGIA
- Hematoma auricular
- Operações afectando a cartilagem ex: OMC com infecção a pseudomonas piociarea

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- Furúnculo do CAE
- Outras formas de otite externa
TRATAMENTO:
- Antibioterapia
- Incisão e drenagem do hematoma
- Excisão da cartilagem necrótica (se haver)
- Cirurgia plástica em SOS

10- EXOSTOSE
DEFINIÇÃO: É o tumor benigno mais frequente do OE, caracterizado por nova
formação óssea do CAE. Outros tumores são raros: Papilomas, angiomas, fibromas,
adenomas (ceruminosas)
ETIOLOGIA: Desconhecida. Muitos têm história de mergulhadores
INCIDÊNCIA: em nadadores e mergulhadores
CARACTERISTICAS CLÍNICAS:
- Evolução lenta e progressiva
- Hipoacúsia por obstrução do CAE progressiva com o aumento da exostose.
TRATAMENTO
- Cirurgia do CAE ou
- Repermeabilização (calibragem) do CAE

11- TUMORES MALIGNOS (raros)


a) ADENOCARCINOMA
1rº
2rº (transformação maligna de adenoma/ ceruminosa
Diagnóstico: É histológico
TRATAMENTO: Cirúrgico + radioterapia

b) CARCINOMA
O mais frequente ao nível e especialmente em países tropicais
Diagnóstico: È histológico
Tratamento: Cirurgia + radioterapia

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