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- Pterígio

- Distúrbios da órbita
- Lesões oculares
- Distúrbios das pálpebras

Intacua, MD
PTERÍGIO

Definição
 É uma doença degenerativa da conjuntiva
caracterizada pela proliferação de células da
conjuntiva que formam nódulos amarelos, de forma
triangular na conjuntiva bulbar que podem chegar
até cobrir a córnea e a pupila.
Etiologia
 Factores irritativos determinam um aumento da
proliferação das células do tecido hialino e elástico
da conjuntiva
Factores de Risco
 Exposição a luz solar: raios ultravioletas.
 Exposição ao vento
 Exposição a poeira, areia
 O Pterígio é portanto comum nos indivíduos
que têm têm alta exposição a luz do sol, como
pescadores, agricultores ou indivíduos que
trabalham ao ar livre.
Quadro Clínico

 Aparece um nódulo de cor amarela que inicia na parte


nasal da conjuntiva e prolifera até chegar na córnea e
pupila.
 A forma benigna do pterígio é quando a lesão fica
localizada na conjuntiva bulbar; a forma progressiva é
quando a lesão invade a córnea e a pupila.
 O paciente refere visão ofuscada quando o Pterígio
recobre a pupila. Além do comprometimento da visão,
presença de ardor, prurido, sensação de areia nos
olhos, lacrimejamento, fotofobia e hiperemia ocular
PTERÍGIO

Diagnóstico
 O diagnóstico é feito através do exame físico do olho,
inspecção do bulbo ocular, em particular da conjuntiva,
córnea e pupila
Conduta
 Evitar a exposição aos factores de risco e uso de óculos
escuros protectivos na forma benigna e progressiva.
 Na forma progressiva é necessária a remoção cirúrgica,
caso o pterígio tenha invadido a córnea pelo menos 2 mm.
Neste caso, refira/transfira para o oftalmologista
LESÕES OCULARES

Traumas Oculares
Definição
 O trauma ocular é um termo geral que indica
uma lesão que pode afectar diferentes partes
do olho: o globo ocular na sua totalidade, a
cavidade orbitária, a conjuntiva, a córnea, as
pálpebras, as estruturas adjacentes.
 Os traumas representam uma causa comum de
cegueira mono lateral
Etiologia
Podem ser classificadas em:
 Trauma por corpos estranhos: com consequente lesão da
conjuntiva e córnea
 Trauma por corpo estranho penetrante: como a
penetração de um lápis. Este tipo de trauma constitui uma
emergência
 Lacerações e contusões: em caso de caída, brigas, prática
de desporto, abuso de menores.
 Queimaduras: podem ser causadas por contacto com
água ou líquidos quentes (queimaduras térmicas) ou com
substâncias químicas (queimaduras químicas).
Trauma Ocular de Causa Química

Definição
• Este tipo de trauma é causado por substâncias
químicas em contacto com o olho e suas estruturas.
• O agente químico pode ser de natureza básica ou
ácida, e a lesão varia de acordo com a natureza do
agente:
• Substância básica - penetra em profundidade e
continua a danificar os tecidos em profundidade.
• Substância ácida - determina uma lesão superficial
com limitação do dano.
Quadro Clínico

 O contacto com uma substância química


provoca uma dor intensa imediata.
 O paciente não consegue abrir o olho afectado
por causa do espasmo da musculatura das
pálpebras (blefaroespasmo).
 Pode haver hiperemia da conjuntiva com
hemorragia conjuntival, dependendo da
entidade e profundidade da queimadura
Complicações e Diagnóstico

 Perfuração do globo ocular com perda


permanente parcial ou total da visão
 Malformação permanente da pálpebra
afectada
 O diagnostico e baseado na história clínica
(anamnese e exame físico) completo do
aparelho visual
Conduta

 O tratamento deve ser imediato


 Lavagem (irrigação) com abundante (vários litros) água estéril
ou soro fisiológico por um mínimo de 30 minutos, anestesia
prévia do olho com gotas de proparacaina 1% (1 ou 2 gotas), se
disponível.
 Gotas de atropina 1%: 1 gota a cada 8-12h para o tratamento da
dor até a dor desaparecer
 Pomada antibiótica local como a tetraciclina oftálmica: 1
aplicação com bandagem compressiva
 Se a dor é muito intensa dar codeína cpr 30-60mg por via oral
dose única
 Referir sempre o paciente para o nível superior ou o especialista
Dacriocistite
Definição:
 É a infecção do saco lacrimal, geralmente
secundária à obstrução do ducto lacrimonasal.
Etiologia:
 O agente causal da dacriocistite aguda é o
staphylococcus aureus e estreptococos ß-
hemolíticos.
 Na crónica, S. epidermidis, estreptococos
anaeróbicos, ou Candida albicans.
Dacriocistite
Quadro clínico
 Aparece dor, hiperemia e edema nas áreas do saco
lacrimal(na área da pele adjacente ao canto interno do
olho); lacrimação abundante, conjuntivite e infecção da
mucosa palpebral e febre.
 Muitas vezes apresenta com pus no olho.
 Na dacriocistite crónica está presente somente uma
tumefacção da área do saco lacrimal
Diagnóstico
 O diagnóstico é clinico observando os achados acima
descrito
Dacriocistite
Diagnóstico Diferencial
 Conjuntivite: na conjuntivite há hiperemia conjuntival,
secreções purulentas caso a origem seja bacteriana, e não
apresenta edema, dor e hiperemia da área do canto nasal do
olho.
Conduta
 Amoxicilina (500mg) e ácido clavulânico (125 mg): 1 cpr por via
oral 3 vezes por dia para 7 dias
 Aplicação de compressas húmidas e mornas sobre a pálpebra
afetada durante 10-15 minutos, 3 vezes ao dia.
 Caso haja uma condição mecânica pre-existente é necessário
tratar esta condição.
Patologias das Pálpebras

Intacua, MD
Hordéolo (ou terçolho)
Definição
 O hordeolo é uma infecção aguda com
formação de um abscesso das glândulas de Zeis
(hordéolo externo) ou da glândula de
Meibomius (hordéolo interno)
Etiologia:
 O staphylococcus aureus determina a infecção
secundária das secreções das glândulas que
ficam estagnadas nos ductos das glândulas.
Quadro Clínico

 Aparece como um nódulo hiperémico, edematoso,


doloroso e com pele sobreposta quente na borda da
pálpebra afectada.
 É geralmente centrado na base de um cílio.
 O nódulo é geralmente único e unilateral, mas pode
ser bilateral ou múltiplos nódulos podem coexistir.
 A evolução consiste em maturação do abcesso e
drenagem externo espontâneo.
 O hordéolo interno pode evoluir para um calázio
Diagnóstico Diferencial e conduta

 Calázio: o nódulo do calázio aparece como fixo e duro e não


doloroso com localização mais interior na pálpebra
 Celulite pré-orbital: esta apresenta um edema de toda a pálpebra e
não limitada a área do nódulo
 Conduta
 O hordéolo cura-se espontaneamente em 1-2 semanas.
 lavagem do olho afectado e removendo as secreções
 colocar compressas húmidas e mornas e fazer massagem da lesão
por 10 minutos 4 vezes ao dia até a drenagem espontânea.
 aplicação de uma pomada antibiótica (bacitracina) em caso de
ruptura do abcesso
 Clavamox via oral em caso de celulite pre-orbital
Calázio

Definição
• É a inflamação crônica da glândula de Meibomius ou de Zeis.
Etiopatogenia
• O calázio aparece espontaneamente após obstrução do orifício da
glândula ou pode evoluir de um hordéolo interno.
• Acontece uma resposta inflamatória granulomatosa como reacção a
retenção das secreções.
Quadro Clínico
• Desconforto/incómodo da pálpebra afectada, com edema local .
• Depois há o surgimento de um nódulo, geralmente único (raramente
múltiplo), duro, fixo e não doloroso na parte tarsal da pálpebra.
• As pálpebras superiores são as mais afectadas
Diagnóstico Diferencial
 Hordéolo: o nódulo é mole e doloroso com sinais
inflamatórios
 Celulite pré-orbital: esta apresenta um edema de toda a
pálpebra e não limitada à área do nódulo
 Celulite orbital: o edema é generalizado, há dor do globo
ocular, redução dos movimentos dos olhos, febre
 Sarcoma de Kaposi nas pálpebras: nesta manifestação não há
sinais de inflamação
 Dacriocistite / Obstrução do ducto lacrimonasal: sinais
inflamatórios na área do saco lacrimal
 Tracoma: nesta patologia há formação de pano e papilas
Conduta

 Manter a higiene das pálpebras lavando o olho afectado e


tirando as eventuais secreções;
 Por compressas húmidas e mornas durante 10-15 min, 2 vezes
ao dia
 Fazer massagem da pálpebra com o dedo indicador acima do
nódulo por 10 minutos, 4 vezes ao dia;
 Hidrocortisona 0,5%-1%: 1 gota 4 vezes ao dia até o calázio
desaparecer.
 Caso haja sobre infecção bacteriana é necessário administrar
pomada antibiótica local como a tetraciclina ou cloranfenicol
oftalmico ou em casos mais graves: Doxiciclina cpr 100mg por
via oral: 1 cpr por dia por 10 dias.
PONTOS-CHAVE

 O Pterígio é uma doença degenerativa da conjuntiva


caracterizada por formação de nódulos amarelos de forma
triangular que cobrem a conjuntiva bulbar até chegar na córnea
e pupila; neste caso fala-se de forma progressiva e precisa de
remoção cirúrgica.
 Exoftalmia ou exoftalmo é a protrusão do globo ocular para fora
da órbita. Tem várias causas que são doenças locais e sistêmicas
 A celulite orbital é uma inflamação dos tecidos da orbita de
origem infecciosa a partir dos seios paranasais, dos dentes ou
após um trauma.
 A queimadura química causada pelo contacto com uma
substância química, provoca logo uma dor intensa, o paciente
não consegue abrir o olho afetado.
PONTOS-CHAVE

 A dacriocistite é a infecção do saco lacrimal geralmente


secundária à obstrução do ducto lacrimonasal.
 O hordéolo é uma infecção aguda com formação de um
abscesso das glândulas de Zeis (hordeolo externo) ou da
glândula de Meibomius (hordeolo interno) sendo este
último mais raro. É geralmente centrado na base de um
cílio.
 O calázio é a inflamação crônica de uma glândula de
Meibomius ou de Zeis. Consiste em um nódulo
geralmente único, duro, fixo e não doloroso na
parte tarsal da pálpebra

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