Você está na página 1de 34

Unidade 7

Discussão de Estágio

República de Moçambique
Ministério da Saúde
Objectivos de Aprendizagem

No final desta unidade os participantes devem ser


capazes de:
 Listar os objectivos do seminário de discussão de
estágio
 Descrever a estrutura do seminário de discussão de
estágio
 Planificar uma discussão de estágio
 Preparar os alunos para apresentar os casos clínicos
 Utilizar métodos de ensino eficazes para facilitar as
discussões durante o estágio

2
Limitações do Ensino no
Ambiente Clínico (1)
 Apesar de sabermos de que o ensino praticado em
ambiente clínico é essencial para formar um TMG,
pois permite ao aluno a observação de casos
reais, a prática de habilidades necessárias para a
sua profissão, reconhecer dificuldades na prática
clínica etc,. Contudo nem sempre é possível
explicar e demonstrar todo o conteúdo ao aluno,
pelos seguintes motivos:

3
Limitações do Ensino no
Ambiente Clínico (2)
• Grande fluxo de pacientes
• Falta de tempo
• O doente é prioridade do clínico
• Considerações de confidencialidade

4
Descrição do Seminário de
Discussão de Estágio
Para ultrapassar estes obstáculos foram criados
seminários de discussão de estágio:
 São aulas de 2h que irão decorrer no período de
tarde no IdF nos mesmos dias do estágio
 Todos os alunos da turma devem participar nestes
seminários
 Serão facilitados pelos docentes com apoio dum
dos tutores de estágio em rotação
 Serão divididos entre apresentações de casos pelos
alunos e discussões para esclarecimento de
dúvidas e resolução de problemas
5
Objectivos dos Seminários de
Discussão de Estágio
 Dotar os alunos de habilidade de raciocínio clínico
baseado em casos reais
 Dotar os alunos de habilidade para o preenchimento
correcto de processos dos pacientes e registar duma
forma padronizada as constatações clínicas e
condutas
 Esclarecer as dúvidas das questões apresentadas
pelos alunos
 Harmonizar os conhecimentos teóricos com a prática
clínica na aquisição de competências definidas para
as várias áreas de competência do futuro TMG
6
Organização dos Seminários de
Discussão de Estágio
 Primeira semana:
• Discussão de problemas e esclarecimento de
dúvidas
• Planificação das apresentações
• Orientar os alunos como elaborar os casos
clínicos
• Atribuição dos casos (pacientes) aos alunos que
irão apresentar na semana seguinte

7
Organização dos Seminários de
Discussão de Estágio (2)
 Semanas Seguintes:
• Discussão de problemas e esclarecimento de
dúvidas
• 2 alunos / dia (10 por semana) apresentam
casos reais
• Discussão dos casos em plenária
• Atribuição dos casos (pacientes) aos alunos que
irão apresentar na semana seguinte

8
Discussão de Estágio no 2º Semestre
Planificação das Apresentações
de Casos – Passos (1)
Passo 1: Elaborar o cronograma dos seminários
• Não haverá apresentações na 1º semana
• Haverá 2-3 apresentações por dia durante
• Cada aluno irá apresentar 2 casos no decorrer
do estágio em dias diferentes
• Todos os alunos deverão apresentar uma 1 vez
antes do 1º aluno apresentar pela 2ª vez
• Deve informar aos alunos as datas em que eles
irão apresentar os seus casos

10
Planificação das Apresentações
de Casos – Passos (2)
Passo 2: Selecção dos casos
• Todos os sistemas corporais devem ter pelo menos 4
casos apresentados
• Esses casos devem representar queixas ou patologias
diferentes do mesmo sistema
• Cada aluno deve apresentar 2 casos associados a
sistemas diferentes
• Os tutores devem identificar os casos/pacientes e
entregar ao aluno uma semana antes da sua
apresentação
• O tutor que atribuiu o caso ao aluno deve estar presente
no seminário em que o aluno irá apresentar
11
Estrutura Geral do Seminário

30 minutos: Levantamento de dificuldades e dúvidas do


estágio e resolução das mesmas
15 minutos: Apresentação do 1º caso pelo 1º aluno
30 minutos: Discussão do caso em plenária
15 minutos: Apresentação do 2º caso pelo 2º aluno
30 minutos: Discussão do caso em plenária

12
Discussão: Escolha do Caso

• Qual será a base para a selecção dos casos a


serem desenvolvidos?

• Que casos serão priorizados?

13
Orientações Gerais para
Selecção de Casos
Os casos devem ser seleccionados com base nos seguintes
pontos:
 Patologias comuns no país
 Apresentações relativamente típicas da patologia em questão
 Apresentações menos típicas ou casos com complicações
 Casos que possam servir como exemplo para reforçar
tópicos ou questões importantes na formação
Ex: avaliação sistemática do paciente com febre, diagnóstico
diferencial de patologias que se apresentam com tosse etc.

14
O Papel do Docente

 Orientar os alunos acerca do processo e formato


usado na elaboração de um estudo de caso
 Facilitar o debate/discussão dos casos em sessão
plenária
 Fornecer retro-informação aos alunos sobre os caso
apresentados
 Discutir com os alunos os aspectos mais
importantes verificados durante o estágio
 Procurar soluções adequadas aos problemas
técnicos relacionados com a supervisão do estágio
apresentados durante o mesmo
15
O Papel do Tutor

 Seleccionar os casos apropriados


 Atribuir os pacientes/casos aos alunos
 Conhecer bem os casos que serão apresentados
nos dias do seminário
 Corrigir erros, esclarecer dúvidas, e explicar
conceitos chave dos casos apresentados

16
O Papel do Aluno

 Participar em todos os seminários de discussão de


estágio
 Elaborar 2 casos por semestre para apresentação
no estágio
 Apresentar 2 casos por semestre utilizando meios
visuais como papel gigante, retroprojector ou
powerpoint
 Participar na discussão/ debate dos casos
apresentados pelos colegas de estudo
 Anotar as dúvidas não esclarecidas durante o
estágio e trazê-las para a discussão de estágio
17
Elaboração e Apresentação de
Casos Clínico (1)
Observação: a “apresentação dum Caso Clínico” não
é a mesma coisa que um “Estudo de Caso Clínico”
 Um estudo de caso é um exemplo descritivo dos
sinais/sintomas e da história clínica de um
paciente específico, com perguntas que levam o
aluno a analisar o caso e a tomar decisões sobre
tratamentos e cuidados do paciente, utilizando o
conhecimento aprendido anteriormente. O estudo
de caso é normalmente elaborado e facilitado pelo
docente ou tutor.

18
Elaboração e Apresentação de
Casos Clínico (2)
 A apresentação dum caso clínico pode ser escrita
ou oral, onde o estudante resume:
• (1) a anamnese
• (2) o exame físico
• (3) os resultados e meios diagnósticos,
• (4) as suas conclusões (diagnóstico ou
diagnóstico diferencial - raciocínio clínico)
• (5) a conduta, dum paciente que o estudante
examinou / observou

19
Componentes da Apresentação
de um Caso Clínico (1)
1. Identificação do paciente
2. Motivo pelo qual o paciente está na clínica
(queixa principal)
3. História da doença actual
4. História patológica pregressa
5. História familiar, pessoal e social
6. Revisão por aparelhos ou sistemas
7. Achados do exame físico
8. Exames Diagnósticos Auxiliares solicitados e os
resultados
20
Componentes da Apresentação
de um Caso Clínico (2)
9. Hipóteses de diagnóstico: (explique o
diagnóstico e a razão pela qual acha que esse
diagnóstico está correcto)
10. Conduta (terapêutica e não terapêutica)
11. Ou plano diagnóstico se não foi possível chegar
a um diagnóstico

21
Passos para a Apresentação e
Discussão de Casos Clínicos
1. Apresentação do caso pelo aluno
2. Discussão da apresentação (pelos outros alunos,
facilitado pelo tutor ou docente)
3. Considerações finais do caso (pelo tutor)

22
1º Passo: Apresentação do Caso
pelo Aluno (1)
 Anamnese (identificação, queixa principal e dados
relevantes da história da doença actual, médica
pregressa, etc.)
 Exame físico (resultados e achados relevantes)
 Hipótese(s) diagnóstica(s) provisório mais provável
baseado na história clínica)
 Exames e testes diagnósticos pedidos (justificar)
 Resultados e interpretação dos testes diagnósticos
auxiliares

23
1º Passo: Apresentação do Caso
pelo Aluno (2)
Hipótese(s) diagnóstica(s) 2 (possivelmente
definitiva)
 Confirma ou refuta os diagnósticos mais prováveis
acima identificados, usando a interpretação dos
resultados dos meios diagnósticos pedidos
 Reelabora o diagnóstico diferencial e chega ao
diagnóstico definitivo (possivelmente) de acordo
com os resultados laboratoriais e da procura
eventual de novos dados/ achados fornecidos pela
a anamnese e o exame físico

24
1º Passo: Apresentação do Caso
pelo Aluno (3)
Conduta
 Se conseguiu chegar a um diagnóstico:
• Descreve e justifica a conduta que escolheu
• Inclui conduta geral, farmacológica, não farmacológica,
e aconselhamento (se indicado)
 Se não conseguiu chegar a um diagnóstico:
• Descreve os próximos passos / testes diagnósticos que
precisa fazer
• Indica a conduta terapêutica se for apropriada (p.ex.
para aliviar sintomas ou para um tratamento sindrómico)
e justifica

25
2º Passo: Discussão da
Apresentação (1)
 O papel do tutor é o de facilitar a discussão de
forma que:
• As decisões clínicas do aluno sejam bem analisadas
• O processo de raciocínio seja bem compreendido pelos
outros alunos
 Fazer perguntas para orientar a discussão e
certificar –se de que todos os aspectos da
apresentação foram abrangidos

26
2º Passo: Discussão da
Apresentação (2)
 Permitir que os alunos respondam livremente, sem
intervir
 Encorajar os alunos a responderem às perguntas
dos colegas e a envolverem-se activamente na
discussão
 Fazer comentários para clarificação, quando
apropriado
 Fazer perguntas para aprofundar as questões
levantadas pelos alunos

27
2º Passo: Discussão da
Apresentação (3)
Perguntas para orientar a discussão:
 O aluno identificou todos os resultados e achados
relevantes da história clínica? Se não, o que mais
deveria ter sido colhido?
 Identificou as hipóteses diagnósticas mais prováveis?
 Escolheu os meios diagnósticos apropriadas (faltavam,
tinha alguns desnecessários?)
 Interpretou os resultados correctamente?
 Concordam com o diagnóstico definitivo apresentado?
Se não porque não?
 Concordam com a conduta terapêutica recomendada?
Está correcta? Está completa?
28
2º Passo: Discussão da
Apresentação (4)
 Concordam com a conduta terapêutica
recomendada?
 Concordam com a conduta Geral:
• Priorizou as queixas mais urgentes
 Conduta farmacológica:
• Prescreveu os medicamentos correctos na dosagem
correcta
• Identificou os principais efeitos secundários
• Identificou as contra-indicações
 Conduta não farmacológica
 Aconselhamento
29
3º Passo: Considerações Finais do
Caso
 Deve ser feita pelo tutor (o tutor deve conhecer o
caso/paciente)
 Antes de acabar a discussão, o tutor deve resumir
os pontos-chave do caso:
• Qual é o diagnóstico correcto?
• Quais são as decisões clínicas chave?
• Quais foram as correctas?
• Que dúvidas os alunos ainda têm? O que é necessário
esclarecer?
• O que devem lembrar os alunos acerca deste caso e
como isso poderá ajudá-los a melhorar a sua prática
30
Elaboração Escrita do Caso
Clínico
 Após a apresentação o aluno deve finalizar a
elaboração do caso, deve preencher o Formulário
para a apresentação de casos clínicos

31
Características de um Facilitador Eficaz de
Estudo de Caso (1)

 Faz perguntas relevantes


 Não dá as respostas – deixa que os alunos
explorem as possíveis respostas através da
discussão
 Explora as respostas dos alunos com perguntas
(p. ex., “Essa é uma ideia muito interessante.... por
que você escolheria essa opção de tratamento?”)
 Explorar os prós e os contras das respostas 32
Características de um Facilitador Eficaz de
Estudo de Caso (2)

 Solicita que os alunos considerem todos os


detalhes do caso
 Fornece informação ilustrativa adicional para
tornar o caso mais claro e instrutivo
 Não permite que as respostas incorrectas passem
sem serem corrigidas
 Faz o resumo do caso apresentando a conduta
mais adequada, tendo em conta as condições de
33
Pontos-chave
 O seminário de discussão de estágio tem como
objectivos harmonizar os conhecimentos teóricos do
aluno com a prática clínica e solucionar dúvidas em
relação aos casos observados durante o estágio
 O principal método de ensino utilizado durante os
seminários de discussão de estágio será a apresentação
de casos clínicos
 O objectivo principal da apresentação do caso clínico é o
de melhorar a capacidade de raciocínio clínico do TMG
 Os alunos devem receber os pacientes para elaborarem
os casos clínicos uma semana antes da apresentação
do mesmo
34

Você também pode gostar