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Instituto de Ciências e Saúde - ICS

Faculdades Unidas do Norte de Minas

OTITES
Ligante: Anna Elisa Braz Vieira Soares
Fevereiro, 2023
Otite Externa
Quadros inflamatórios da orelha externa (pele e anexos, tecido subcutâneo,
pericôndrio, cartilagem e osso)
Essas condições têm causa predominantemente infecciosa --> sobretudo bactérias
gram-positivas pertencentes aos gêneros Staphylococcus e Corynebacterium
(Turicella otitidis), além do Alloiococcus otitis. Gram-negativos são raros, sendo
Pseudomonas aeruginosa o mais comum
O cerúmen desempenha papel fundamental na manutenção da flora microbiana
normal na superfície do CAE, com efeito antimicrobiano
Otite externa difusa
A otite externa difusa (ou ''orelha de nadador") é uma celulite da pele e do tecido
subcutâneo do CAE
Agentes etiológicos: P. aeruginosa, S. aureus, Streptococcus e Proteus
mirabilis.
Fatores predisponentes:
1. Exposição à umidade
2. Traumas
3. Composição do manto lipídico
Otite externa difusa
Quadro clinico:
Estágio clínico inicial: pré-inflamatório, caracteriza-se por prurido, edema e
sensação de plenitude.
Estágio inflamatório agudo: otalgia, podendo ter otorreia, que geralmente é clara
e inodora.
Em quadros mais graves, os sintomas intensificam-se e a otorreia se toma mais
intensa, espessa e seropurulenta.
A otalgia manifesta-se à digitopressão do trágus ou durante a mastigação, e
pode haver linfadenopatia cervical e febre.
Casos com resolução incompleta podem progredir para um estágio inflamatório
crônico com pouca dor, mas com prurido intenso e secreção persistente.
Nesse estágio, a pele encontra-se espessada ou hipertrofiada, levando à
obliteração parcial ou total do conduto. Em geral não há mais produção de
cerúmen.
Otite externa difusa
Diagnóstico: eminentemente clínico
Tratamento:
Medicações Tópicas: POLIMIXINA B + NEOMICINA + HIDROCORTISONA.
Gentamicina deve ser evitada em casos de perfuração da membrana timpânica
– risco de OTOTOXICIDADE.
CIPROFLOXACINO ou OFLOXACINA são eficazes contra patógenos comuns e
podem ser administradas 2x/dia.
O uso de antimicrobianos sistêmicos (Quinolonas ou Cefalosporinas de 3ª
geração) é indicado em casos de celulite ou extensão do processo aos tecidos
periauriculares.
O paciente também deve ser orientado a proteger o ouvido contra a entrada de
água no CAE durante o tratamento.
Caso não haja melhora após 48 a 72 horas, deve-se considerar a possibilidade de
extensão da infecção para sítios adjacentes (pavilhão, mastoide).
Otite externa circunscrita
(foliculite)
Inflamação da unidade pilossebácea na porção cartilaginosa do conduto, geralmente
causada pelo S. aureus.
Sintomas: o principal é a dor que se intensifica à compressão do trágus. Prurido é
comum no início, mas otorreia e perda auditiva são pouco frequentes.
Tratamento: casos leves – tratamento local com mupirocina tópica e AINEs. Caso
haja ponto de flutuação --> drenagem do conteúdo.
Se presença de coleção purulenta, celulite ao redor da lesão, febre ou
linfadenopatia reacional --> necessidade de antimicrobiano sistêmico com
atividade contra estafilococo – dicloxacilina e a eritromicina
Otomicose
Infecções fúngicas do CAE correspondem a até 20% dos casos de otite externa.
Ocorrem com mais frequência em regiões tropicais.
Agentes etiológicos: Aspergillus (A. niger, A. fumigatus) e Candida são os mais
frequentemente isolados.
Fatores de Risco: uso contínuo de gotas otológicas, DM, imunossupressão e
cirúrgia otológica prévia.
Sintomas: são similares aos das infecções bacterianas, principalmente prurido
e otorreia.
Tratamento: limpeza completa do conduto e no uso de gotas acidificantes e
antifúngicos tópicos, como o cetoconazol.
Otite externa
necrosante
Osteomielite do osso temporal e da base do crânio, com potencial letal, devido ao
quadro inicial de otite externa difusa.
Idosos, diabéticos e imunodeprimidos são os mais suscetíveis a esse processo,
Agentes etiológicos: P. aeruginosa, S. aureus, Staphylococcus epidermidis, Proteus
mirabilis e Klebsiella oxytoca.
Sintomas: otalgia (mais intensa à noite) e otorreia. Com a progressão da doença, a
otalgia toma-se mais intensa e pouco responsiva aos analgésicos comuns. A otorreia
costuma ser purulenta e fétida.
Edema e hiperemia do CAE, sensibilidade e edema periauricular podem ocorrer.
Paralisia de pares cranianos pode ocorrer – nervo facial é o mais afetado (75%
Otite externa
necrosante
Critérios obrigatórios para o diagnóstico de OEN:
1. Sinais de otite externa que não respondem à terapia adequada por 2 a 3
semanas;
2. Tecido de granulação ou microabscessos no nível da junção
osteocartilaginosa no CAE;
3. Ausência de carcinoma no exame microscópico após biópsia incisional do
tecido de granulação.
Exames Diagnósticos:
TC do osso temporal com contraste: é o 1º exame realizado na suspeita de OEN.
Tratamento: internação hospitalar é recomendada para a realizar
antibioticoterapia endovenosa, controle do DM e limpeza do CAE.
Tempo de tto é de 4 a 8 semanas, mas ainda não há consenso na literatura
quanto a isso.
Otite Média Aguda
É, na maioria das vezes, secundária a IVAS e processos inflamatórios/alérgicos das
vias aéreas superiores. Nessas situações, há edema mucoso e disfunção na tuba
auditiva, favorecendo a estase de secreção na orelha média
Observa-se 2 picos de incidência: entre 6 e 24 meses e entre 4 e 7 anos.
Agentes etiológicos:
Bacterianos: Após a 6ª semana de vida: S. pneumoniae , H. influenzae e M.
catarrhalis; Em recém-nascidos e até a 6ª semana de vida: pode ser causada,
também, por S. aureus ou micro-organismos intestinais, como E. coli, Klebsiella spp.
e Enterobacter spp
Virais: vírus sincicial respiratório, adenovírus, influenza A ou B.
Otite Média Aguda
Quadro clínico: otalgia, otorreia, plenitude auricular, toxemia e febre. Em
crianças menores, diarreia, prostração e dificuldade para mamar
OMAs virais: a MT está hiperemiada (sinais de aumento da vascularização
timpânica) e com transparência diminuída
OMAs bacterianas: além dos sinais anteriores, observa-se MT abaulada (devido
à secreção contida no interior do ouvido médio
Tratamento:
1ª escolha: amoxicilina. Em caso de falha terapêutica em 48 horas, deve ser
aumentada a dose. Alternativa para alérgicos: claritromicina ou clindamicina;
2ª escolha: amoxicilina + ácido clavulânico ou axetilcefuroxima – na presença de
falha terapêutica, deve ser usada para eliminar Haemophilus influenzae e
Moraxella catarrhalis resistentes;
3ª escolha: ceftriaxona por 3 dias consecutivos intramuscular em casos de
vômitos persistentes ou em outras situações que não possa receber
medicação oral. ou em pacientes sem resposta a amoxicilina com ácido
clavulânico
Otite Média Aguda
Otite Média Crônica
Processo inflamatório crônico da orelha média associado à perfuração da MT
Quadro clínico: otorreia recorrente, principalmente ao molhar o ouvido, hipoacusia
e zumbido; sintomas menos comuns são plenitude auricular, otalgia e otorragia
Fatores de risco: disfunções da tuba auditiva, mau estado nutricional, distúrbios
imunológicos, hiperplasia adenoidiana e malformações craniofaciais. Nesses
pacientes, o médico deve investigar cuidadosamente fatores predisponentes de otite
e tratá-los
Tipos: divide-se em 3 subtipos: simples, supurativa e colesteatomatosa
Tratamento:
OMCNC: se infecção --> limpeza + antibiótico tópico + corticoide tópico. Se infecção
--> cirúrgico.
OMCC: cirúrgico
Instituto de Ciências e Saúde - ICS
Faculdades Unidas do Norte de Minas

Obrigada pela atenção!

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