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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA

UNOESC – CAMPUS DE VIDEIRA


CURSO: ENGENHARIA QUÍMICA

VITAMINAS
LIPOSSOLÚVEIS E e K

Prof. César Milton Baratto

Acadêmicos: Eduardo Santos


Iara Rettore

Videira, Junho de 2020.


VITAMINA E
(TOCOFERÓIS)
C29H50O2

VITAMINA K
(NAFTOQUINONAS)
C31H46O2
Vitamina E
Vitamina E (Figura 1) é um termo geral empregado para designar oito
compostos lipossolúveis, os , ,  e  tocoferóis e , ,  e  tocotrienóis.
Cada um desses compostos pode apresentar a mesma ou diferentes
atividades biológicas, porém, com especificidades, sendo o -tocoferol o
mais potente antioxidante.
Há uma diferenciação no metabolismo desses compostos, embora o
processo de absorção intestinal seja o mesmo. Tal diferenciação ocorre no
fígado, no qual uma proteína específica de transferência do -tocoferol
tem maior afinidade para se ligar a esse composto na forma natural do
que aos outros isômeros ou à forma sintética.
Os tocoferóis contém um anel aromático substituído e uma cadeia lateral
longa de isoprenoide. Por serem hidrofóbicos, os tocoferóis se associam
com as membranas celulares, com os depósitos de lipídios e com as
lipoproteínas no sangue.

Fig. 1. Vitamina E
Função bioquímica
da Vitamina E:

Os tocoferóis são antioxidantes biológicos. O anel aromático reage com


as formas mais reativas de radicais de oxigênio e outros radicais livres e as
destrói, protegendo os ácidos graxos insaturados da oxidação e impedindo
o dano oxidativo (pela inativação de radicais livres e espécies reativas de
oxigênio) aos lipídios de membrana, o que poderia causar fragilidade
celular.
Como já mencionado, o interesse cada vez maior pela vitamina E é
devido, especialmente, às funções que desempenha no organismo como
agente antioxidante, envolvido no retardamento do envelhecimento e na
proteção a doenças crônicas não transmissíveis, como Parkinson,
Alzheimeir, câncer e doenças cardiovasculares.
Atualmente, além da sua ação antioxidante, são discutidas as suas
propriedades não-antioxidantes como modulação da sinalização celular e da
transcrição de genes.
Nos processo de deterioração, as membranas celulares são as estruturas
mais acometidas pela peroxidação lipídica. Esse processo provoca
alterações estruturais e, conseqüentemente, sua permeabilidade, o que
acarreta perdas da seletividade na troca iônica, liberação de compostos
citoplasmáticos e formação de produtos tóxicos.

Por ser um composto lipossolúvel e compor as membranas celulares, a


vitamina E é capaz de impedir a deterioração lipídica e,
conseqüentemente, impedir a formação de hidroperóxidos, devido à sua
capacidade antioxidante. A capacidade de essa vitamina impedir a
oxidação depende de sua concentração no tecido.

A lipoperoxidação* é uma reação em cadeia, caracterizada pelas


etapas de iniciação, propagação e terminação (Figura 2).

A reação de iniciação da lipoperoxidação é muito lenta e depende da


presença de catalisador que pode ser luz, calor, metais ou enzimas.
Fig. 2. Etapas da reação de lipoperoxidação.
Para proteger as células do processo de oxidação contra agentes óxido-
redutores, produzidos de forma endógena ou sob a ação de substâncias
exógenas, a célula possui um sistema de defesa, que pode atuar em duas
linhas:

Primeira forma de defesa: atua como detoxificadora do agente antes que


cause a lesão, a qual é constituída por glutationa reduzida, superóxido
dismutase, catalase, glutationa peroxidase e vitamina E.

Segunda forma de defesa: tem função de reparar a lesão ocorrida, sendo


constituída pelo ácido ascórbico, pela glutationa peroxidase e pela
glutationa-redutase.

A vitamina E apresenta-se como componente estrutural da membrana e


a maior parte dos demais agentes antioxidantes encontra-se no meio
intracelular. A presença da vitamina E na membrana é de extrema
importância, pois exerce um efeito protetor contra a degradação lipídica e,
conseqüentemente, contra o extravasamento de material intracelular, que
comprometeria o funcionamento do organismo.
Estudos epidemiológicos e clínicos vêm evidenciando a eficácia da
ingestão de doses de vitamina E acima das recomendações na prevenção
e no tratamento de doenças como reduzir o risco de doença cardiovascular
que podem ser obtidos apenas por suplementação. A vitamina E protege as
paredes das artérias e impede o colesterol LDL (ruim) de ser oxidado.

Por suas amplas propriedades, auxilia na prevenção de câncer, doença


cardíaca, derrame, catarata e, possivelmente, alguns sinais de
envelhecimento.

Fontes: ovos, óleos vegetais e alimentos que possuem alto teor de


gordura. A Vitamina E é especialmente abundantes no germem de trigo.
Deficiência na ingestão de vitamina E
A deficiência de vitamina E em humanos é muito rara; o principal
sintoma é a fragilidade dos eritrócitos, podendo provocar anemia hemolítica,
um problema em que os glóbulos vermelhos são tão frágeis que se rompem
(Figura 3).
Embora a deficiência de vitamina E não seja um problema de saúde
pública, a ingestão de doses maiores que a estabelecida pela atual
recomendação, tem conduzido a efeitos benéficos contra as doenças
causadas pelo estresse oxidativo, o que sugere que a fortificação dos
alimentos pode contribuir para a ingestão adequada de vitamina E.

Figura 3. Eritrócitos normais e com rompimento.


Digestão e absorção da vitamina E:

Por sua condição lipossolúvel, os tocoferóis precisam de sais biliares


para emulsificar, após isso entram na formação de micelas.

As vitaminas E e K são lipossolúveis, solúveis em


lipídeos e solventes orgânicos.
São absorvidas por mecanismos similares aos da
absorção de lipídeos.
O excesso dessas vitaminas normalmente é
armazenado nos mesmos locais onde são armazenadas
as gorduras do corpo (adipócitos e fígado).
VITAMINA K ou Naftoquinona
A vitamina K (Figura 4) foi descoberta em 1929 por pesquisadores
dinamarqueses ao observarem a síndrome hemorrágica.
Em 1935, foi relatado pelo mesmo pesquisador que o sintoma era aliviado
quando uma substância solúvel em gordura era ingerida, denominando-a de
vitamina K ou vitamina da coagulação.
O conjunto de vitaminas K, naftoquinonas, ou seja, são formadas por dois anéis planos,
sendo um deles aromático, condensados, com dois átomos de oxigênio ligados diretamente
ao anel não aromático. O anel não aromático apresenta uma cadeia lateral com unidades
repetidas de isopreno, que é uma estrutura com cinco átomos de carbono, sendo um deles
em ramificação.

Figura 4. Vitamina K
As diferentes formas da vitamina K:

A diferença básica entre uma vitamina K e outra se reside no número


de unidades de isopreno presentes na estrutura.

Vitamina K1 (Filoquinona): forma predominante encontrada nos

alimentos, encontradas em vegetais, sendo as principais fontes, os óleos e

as hortaliças. A vitamina K1  é estável ao calor e ao processamento, mas é

rapidamente destruída pela luz fluorescente e natural. 


A filoquinona apresenta quatro unidades de isopreno, sendo que apenas
uma delas é um isopreno com insaturação (ligação dupla) (Figura 5).

Figura 5. Vitamina K1 - Filoquinona


Dihidrofiloquinona (dK): é formada no processo de hidrogenação de
óleos vegetais.

Óleos vegetais hidrogenados, ricos em filoquinona, são amplamente


utilizados na indústria por suas características físicas e estabilidade
oxidativa. Durante a hidrogenação, há conversão da filoquinona a 2-3
dihidrofiloquinona (dK).

Alimentos preparados com alto conteúdo de gordura hidrogenada


contêm de 30-60 mg dK/100 g. A importância fisiológica da dK depende
de sua atividade biológica, que ainda não é conhecida; portanto, a
influência da ingestão de alimentos com elevadas concentrações de
óleos hidrogenados, no estado nutricional relacionado à vitamina K, não
é conhecida até que novos estudos sejam desenvolvidos.
Menaquinona (vitamina K2): constitui-se numa série de vitaminas designadas MKn. As
menaquinonas naturais (sintetizadas por bactérias no intestino) variam de MK4 a MK13 (onde o n
representa o número de resíduos isoprenóides na cadeia lateral). Presente em produtos animais e
alimentos fermentados (Figura 07).

Figura 7. Vitamina K2 - Menaquinona

Vitamina K3 (Menadiona): (2-metil-1,4 naftoquinona), a Menadiona é


um composto sintético (suplementação), normalmente utilizado como
fonte da vitamina para a alimentação animal (Figura 8).

Figura 8. Vitamina K3 - Menadiona


Funções bioquímicas da vitamina K:

1.Coagulação sanguínea: Além desse papel, influi ainda, na síntese de


proteínas plasmática, rins e tecidos.

2. Metabolismo ósseo: Existem atualmente diversas evidências de a


vitamina K é importante no desenvolvimento precoce do esqueleto e na
manutenção do osso maduro sadio. Isso porque, a vit. K possui a
capacidade de ajudar a produzir a proteína osteocalcina, auxiliando os
ossos a reterem o cálcio.

3. Biologia vascular: algumas proteínas dependentes da vitamina K


como a proteína produzida pelo growth-arrest-specific gene 6 (gas 6),
ligada ao controle de crescimento (crescimento celular) as proteínas Gla
ricas em prolina 1 e 2, com função potencial na transdução de sinais, e a
proteína Z, cujas funções não são conhecidas. A própria enzima
carboxilase pode ser considerada uma proteína dependente de vitamina
K. Existem estudos da probabilidade da existência de outras proteínas
dessa natureza, devido à grande distribuição tecidual da carboxilase .
1. Coagulação sanguínea
O anel aromático da vitamina K passa por um ciclo de oxidação e
redução durante a formação da protrombina ativa, proteína do plasma
sanguíneo essencial na coagulação.
Entre os anos 60 e 70, ocorreu a descoberta de fatores de coagulação
(protrombina) que continham um aminoácido, o ácido gama
carboxiglutâmico (Gla).
A protrombina é uma enzima proteolítica que quebra ligações peptídicas
na proteína sanguínea. Temos que transformar a protombina em trombina
para que essa transforme o fibrinogênio em fibrina, a proteína fibrosa
insolúvel que une os coágulos sanguíneos (Figura 9).
Nós não temos a fibrina no nosso sangue, mas temos um precursor dela
(zimogênio). É como se tivéssemos uma fibrina em potencial, que é o
fibrinogênio, presente no plasma sanguíneo e solúvel em água. A
conversão de fibrinogênio a fibrina depende da ação de uma enzima
chamada trombina. Nós também não temos a trombina em nosso plasma,
mas, temos um precursor (zimogênio) que é a protrombina.
Figura 9. O papel da fibrina na coagulação sanguínea.
(a) O coágulo de sangue consiste em um agregado de plaquetas (células
pequenas e coloridas) mantidas coesas por moléculas de fibrina ligadas entre
si por ligações cruzadas. Os eritrócitos (vermelhos) são também aprisionados
na matriz .
(b) O fibrinogênio, uma proteína solúvel do plasma sanguíneo, consiste em
dois complexos de subunidades αβγ (α2β2γ2). A remoção do peptídeo
aminoterminal das subunidades α e β (não mostrado) leva à formação de um
complexo altamente organizado e com ligações cruzadas covalentes, o que
resulta na formação de fibras de fibrina. Os “nós” são domínios globulares nas
extremidades resultantes da proteólise das subunidades.
A vitamina K é um dos fatores fundamentais para formar trombina.
Para que a protrombina se converta em trombina, a primeira tem que se ligar
a íons cálcio presentes no plasma (se complexar aos íons cálcio). Mas, por
natureza, ela não é capaz de fazer isso. Para complexar, a protrombina tem de ser
modificada. Como? Isso fica a cargo da vitamina K.
Em um mecanismo complexo, a presença da vitamina K permite que a
protrombina seja carboxilada (ou seja, se adicione o grupo carboxilato, -COO-).
Isso acontece porque a molécula de protrombina é rica em resíduos (ou seja,
partes similares) de grupos glutamato (ânions do ácido glutâmico, Figura 10).
O grupo glutamato possui apenas um grupo carboxilato, que não é capaz de se
complexar aos íons cálcio. Na presença de vitamina K, vários resíduos de
glutamato ganham um novo grupo carboxilato, com isso cada sítio modificado
passa a ter dois grupos carboxilato para se ligar aos íons cálcio (o grupo
glutamato modificado passa a ser um ligante bidentado, com maior potencial de
coordenação, ou seja, de formar ligação com o íon metálico). Os resíduos de
glutamato modificado passa então a ser chamado de γ-carboxiglutamato.  A partir
dessa complexação, mediada pela vitamina K, a trombina pode ser formada, e o
“efeito cascata” posterior pode acontecer.

Figura 10. Complexação mediada pela vitamina K para formação da


Como o sistema de coagulação entra em ação?
Como o corpo sabe, químicamente, se está ferido?

O papel disso fica a cargo das plaquetas. Quando ocorre um corte, fibras
de colágenos ficam “soltas”, servindo de ponto de adesão das plaquetas a
região ferida. Quando as plaquetas se concentram no ferimento, aderidas
através das moléculas de colágeno, começam a liberar no sangue substâncias
químicas, que servem de sinalizadores para começar o efeito cascata da
coagulação.
Outro ponto é que, para que a coagulação ocorra, precisamos de uma
harmonia entre todos os fatores, em especial os íons cálcio e a vitamina K.
Se de alguma forma esses fatores não estiverem presentes, ou forem
inibidos, a coagulação não ocorre.
Na ausência de íons cálcio a protrombina não se converte em trombina, a
coagulação não ocorre. Por outro lado, existem alguns
medicamentos/venenos que são usados como antagonistas da vitamina K, ou
seja, impedem sua ação. Um exemplo destes é a molécula de varfarina, que
pode ser usada como um fármaco no tratamento da trombose, mas também
é usada como veneno de rato.
Uma última consideração é que qualquer interferência no processo cascata
da coagulação sanguínea leva a um ineficiência do processo, e a uma
consequente hemorragia. Isso pode ocorrer por fatores externos, mas
também por problemas genéticos. A hemofilia é um exemplo disso. No
hemofílico, infelizmente, alguns fatores para a coagulação estão ausentes, o
faz com que sagramentos, por menor que sejam, possam ser convertidos em
hemorragia.
2. Vitamina k2 - Metabolismo ósseo
* A vitamina K2 promove a mineralização dos ossos.
* Atua como co-fator essencial na reação de carboxilação de resíduos de
ácido glutâmico (Glu) levando à formação da Gla - ácido gama-
carboxiglutâmico (proteína presente nos fatores de coagulação e ligada ao
cálcio), podendo, ainda, regular a disposição do elemento cálcio na matriz
óssea como parte da osteocalcina (Figura 11).
* A carboxilação capacita as proteínas de coagulação a se ligarem ao
cálcio, permitindo assim a interação com os fosfolipídios das membranas
de plaquetas e células endoteliais, o que, por sua vez, possibilita o
processo de coagulação sangüínea normal, inibindo a calcificação arterial
(deposição de cálcio nas artérias). No início dos anos 90 foi isolada e
caracterizada a enzima hepática carboxilase, envolvida na ativação dessas
proteínas.

Figura 11. Reação de carboxilação dependente da Vitamina K


Foram descobertos diversos grupos de proteínas dependentes de
vitamina K, que não têm conexão com a coagulação sangüínea, mas estão
implicados na homeostasia do cálcio. Proteínas contendo Gla são
conhecidas por ocorrerem em um grande número de tecidos e órgãos como
osso, rim, placenta, pâncreas, vesícula e pulmão. É exceção a proteína do
osso chamada osteocalcina (Figura 12) ou proteína Gla do osso.

A osteocalcina é uma proteína de baixo peso molecular, com 3 resíduos


de Gla, produzida por osteoblastos durante a formação da matriz óssea. É
uma das mais abundantes proteínas não colagenosas na matriz extracelular
do osso; sua dosagem no sangue constitui importante marcador biológico
da atividade osteoblástica. Há evidências de que a vitamina K seja
importante no desenvolvimento precoce do esqueleto e na manutenção do
osso maduro sadio (Figura 13).

Figura 12. Osteocalcina

Figura 13. Interações de funcionalidade da osteocalcina


Vitamina K

Absorção,
distribuição e
metabolismo

A vitamina K da dieta é absorvida no intestino delgado, incorporada aos


quilomícrons e transportada pelas vias linfáticas; requer bile e suco
pancreático para máximo aproveitamento. A eficiência na absorção é
mensurada em 40-80%, dependendo do veículo no qual a vitamina é
administrada e da circulação enterohepática.

Estudos demonstram que as lipoproteínas ricas em triacilgliceróis são as


principais carreadoras de filoquinona, transportando 83,0% da filoquinona
plasmática, sendo as lipoproteínas de baixa e alta densidade (LDL e HDL)
carreadoras menos importantes (7,1% e 6,6%, respectivamente).
 
  Ao alcançar o fígado, a filoquinona é reduzida a hidronaftoquinona (KH2),
que é o cofator ativo para a carboxilase. O fígado tem um papel exclusivo na
transformação metabólica que leva à excreção da vitamina K do organismo.

A fração da vitamina excretada não é dependente da dose administrada.


Assim, independentemente da dose administrada, por exemplo 1 mg ou
45 mg, aproximadamente 20% são excretados na urina dentro de 3 dias,
enquanto 40-50% são excretados nas fezes, via sais biliares. Esse extenso
catabolismo da filoquinona pelo fígado explica o rápido turnover e a depleção
das reservas hepáticas em pacientes com dieta pobre em filoquinona.
x
O acúmulo de vitamina K no coração, cérebro e pâncreas sugere funções
fisiológicas ainda desconhecidas da vitamina.

Por ser o local de síntese de proteínas da coagulação dependentes de


vitamina K, o fígado sempre é considerado o maior órgão de estoque das
vitaminas K; entretanto, o osso cortical contém tanta vitamina K quanto o
fígado, podendo funcionar como um fornecedor de filoquinona.

Pouco se sabe sobre o transporte e depuração da circulação das


menaquinonas, mas tem sido sugerido que a via de degradação metabólica
seja similar à da filoquinona.
Ciclo da vitamina K
Em essência, o ciclo de vitamina K, pode ser considerado uma via de recuperação
da vitamina, presente em quantidades nanomolares no fígado e em outros tecidos.
Sempre que um resíduo de glutamato (Glu) é carboxilado, a vitamina K é oxidada,
dando origem à forma 2,3-epoxi. Esse metabólito é convertido novamente à sua
forma ativa, pela ação da enzima microssomal, epoxi redutase de vitamina K e uma
ou mais quinona redutases de vitamina K. A ação da epoxi-redutase é inibida por
cumarínicos como a varfarina, resultando, conseqüentemente, em indução de
antagonismo à vitamina K.
Aproximadamente 40 mmol de Gla são excretados diariamente e quantidades
equimolares de vitamina K são oxidados. Os requerimentos diários, em contraste,
não são maiores do que 0,2 mmol; é razoável assumir, portanto, que, em média,
uma molécula de vitamina K é reciclada várias centenas de vezes. O resultado líquido
do ciclo (Figura 14) é a conversão da epoxi-vitamina K em hidroquinona, que se
torna disponível para novos processos de carboxilação.

Figura 14. Representação esquemática do Ciclo Vitamina K e local de atuação da Varfarina.


Deficiência da vitamina K

A deficiência de vitamina K pode causar desde inflamações, a


manifestações hemorrágicas e osteoporose. Está associada à
inadequação dietética, uso de anticoagulantes, má absorção
gastrintestinal, secreção biliar, destruição da flora intestinal, etc.

Na vigência de deficiência vitamínica, as proteínas dependentes de


vitamina K são sintetizadas com um número reduzido de resíduos de
Gla, o que condiciona menor excreção urinária de Gla nesse período (O
Gla é normalmente excretado na urina. Essa substância é liberada
durante o catabolismo das proteínas dependentes de vitamina K e
aparece na urina sem alterações). A excreção de Gla portanto, pode ser
medida como um índice do catabolismo dessas proteínas.

Durante períodos de deficiência de vitamina K, várias proteínas que


contêm Gla, entram na circulação na forma total ou parcialmente
descarboxilada, sendo, portanto, importantes indicadores do estado
nutricional relacionado à vitamina K.
Referências bibliográficas:

Batista, Ellencristina da Silva; Costa, André Gustavo Vasconcelos; Pinheiro-


Sant'ana, Helena Maria. Adição da vitamina E aos alimentos: implicações
para os alimentos e para a saúde humana. Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-5273200700050
0008
. Acesso em Junho de 2020.
Campanha, Álvaro Oscar; DÔRES, Sílvia Maria Custódio das; Paiva, Sérgio
Alberto Rupp de. VITAMINA K: METABOLISMO E NUTRIÇÃO. Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732001000300
007#figura3
. Acesso em Junho de 2020.
Carvalho, Jozélio Freire de. Klack, Karin; Vitamina K: metabolismo, fontes e interação
com o anticoagulante Varfarina. Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-50042006000600007 .
Acesso em Junho de 2020.

David L. Nelson; Michael M. Cox. Princípios de Bioquímica de Lehninger.


6ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2014.

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