Você está na página 1de 22

TÉCNICA CIRÚRGICA E ANESTESIOLOGIA

Procedimento cirúrgico ou intervenção cirúrgica:

Qualquer tipo de procedimento no qual o cirurgião realiza uma intervenção manual ou


instrumental no corpo do paciente para diagnosticar, tratar ou curar doenças ou traumatismo,
ou para melhorar a funcionalidade ou aparência de parte do corpo.

DIÉRESE: Incisão, divulsão, dissecação, separação, acesso, corte

EXÉRESE: Remoção de um tecido, formação ou orgão

HEMOSTASIA: manobras que visam prevenir, conter ou deter hemorragia

SINTESE: restabelecer a forma e a função dos tecidos manipulados. Sutura.

PREFIXO + SUFIXO

• Blefaro: Pálpebra

• Cisto: Bexiga

• Colo: Colon

• Entero: intestino

• Espleno: Baço

• Gastro: estômago

• Hepato: fígado

• Histero: útero

• Lobo: Cérebro

• Mio: Músculo

• Nefro: Rim

• Orqui: Testículo

• Osteo: Osso

• Oto: conduto

• Rino: narina

• Teno: tendão

• Traqueo: Traquéia

SUFIXO
• Tomia: Incisão

• Ectomia: Retirada, remoção

• Stomia: novo caminho , nova abertura. Abertura de fístula

• Pexia: Fixação

• Anastomose: comunicação entre dois canais

• Rafia: Sutura

• scopia: Visualização, observação

• Plastia: Reparo ou reconstrução

• Centese: punção ou aspiração

• Stasia: detenção, parada

EXEMPLOS

• Gastrotomia, Gastropexia, gastrectomia,

• Enterotomia, enterectomia, enteropexia

• Cistectomia, cistotomia, cistostomia

• Uretrotomia, uretrostomia

• Caudectomia

• Nefrotomia, nefrectomia

• Colostomia, colonpexia ou colopexia

• Traqueostomia

• Gastrocentese, toracocentese, cistocentese, abdominocentese

CIRURGIA ASSÉPTICA: conjunto de processos, medidas ou meios para impedir o contato de


microorganismos com a ferida operatória.

Assepsia: é o conjunto de medidas que utilizamos para impedir a penetração de


microrganismos num ambiente que logicamente não os tem, logo um ambiente asséptico
é aquele que está livre de infecção. Prevenção.

Antissepsia: Processo de eliminação ou inibição do crescimento de microorganismos na


pele ou em outros tecidos vivos

Degermação: Remoção de sujeira, suor, oleosidade, pelos, células descamativas e


microorganismos da pele, interrompendo a transmissão de infecções veiculadas ao
contato; prevenção e redução das infecções.
Desinfecção: é o processo pelo qual se destroem particularmente os germes patogênicos
e/ou se inativa sua toxina ou se inibe o seu desenvolvimento. Os esporos não são
necessariamente destruídos.

Esterilização: é processo de destruição de todas as formas de vida microbiana (bactérias nas


formas vegetativas e esporuladas, fungos e vírus) mediante a aplicação de agentes físicos e ou
químicos.

Esterilizantes: são meios físicos (calor, filtração, radiações, etc) capazes de matar os esporos e
a forma vegetativa, isto é, destruir todas as formas microscópicas de vida.

Germicidas: são meios químicos utilizados para destruir todas as formas microscópicas de vida
e são designados pelos sufixos “cida” ou “lise”, como por exemplo, bactericida, fungicida,
virucida.

Infecções do sítio cirúrgico são definidas por ocorrerem no local ou próximo à incisão cirúrgica
relacionada a procedimentos realizados nos últimos 30 dias. Em caso de implantes, a cirurgia
pode ter sido realizada até 1 ano.

Sua ocorrência depende de fatores relacionados ao procedimento cirúrgico e ao estado de


saúde do paciente.

As bactérias Gram positivas são os principais agentes isolados (Staphylococcus aureus) porém
atualmente observa-se aumento de agentes multirresistentes.

Aplicação de antissépticos imediatamente antes da cirurgia, higienização das mãos, uso de


dispositivos de barreira e, principalmente, o emprego de uma técnica cirúrgica meticulosa
associada a cobertura antimicrobiana por um período adequado.

Campo Iodoforado: Possui barreira microbiana; impermeável; aderência sobre a pele; incisão
sobre o campo e pele

Fatores que determinam a infecção cirúrgica: quantidade de microorganismos; coágulos,


seroma e hematoma; aporte sanguíneo deficiente; conteúdo do TGI.

- Cirurgião; tempo; destreza; fio menor calibre; corpos estranhos; ferimentos traumáticos;
desvitalização; tratamento protelado; fratura exposta.

Precauções para diminuir o risco: cirurgião; tempo de cirurgia; tamanho do fio; corpos
estranhos.

CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS CIRÚRGICAS

LIMPA: técnica apurada, cirurgia eletiva

LIMPA-CONTAMINADA: TGI invadido sem extravasamento; trato urinário, sem grande


extravasamento; pequena quebra da técnica
CONTAMINADA: grande quebra da técnica cirurgica; TGI com extravasamento considerável.

SUJA: infectada; presença de pus.

Fatores relacionados à cirurgia ou práticas perioperatórias que aumentam o risco de ISC


(infecção do sítio cirúrgico):

Tricotomia particularmente com uso de barbeadores; Tráfego desnecessário de pessoas


durante a cirurgia; Uso excessivo dos eletrocautérios cirúrgicos; Presença de próteses ou de
corpo estranho; Cirurgias prolongadas com dano tecidual elevado.

Esterilização: Destruição de todos os microrganismos (bactéria, vírus, fungos e esporos);


Refere-se a objetos: panos de campo, aventais, instrumental, compressas, luvas.

Desinfecção: Destruição da maior parte dos microrganismos patogênicos presentes em


objetos: piso, mesa cirúrgica e calha cirúrgica.

Esterilização por calor

Calor úmido – autoclave: utiliza calor úmido sob pressão para destruição dos microorganismos

Calor seco – utiliza calor seco para desidratar e destruir microorganismos; esterilização de
vidros e metais. Ex: estufa.

Esterilização por agentes químicos

Óxido de etileno; plasma de peróxido de hidrôgenio.

Esterilização por radiação

Radiação ionizante (radioação gama, raio x); radiação ultravioleta; esterilização por filtração;
esterilização por vapor de peróxido de hidrôgenio.

Preparo do paciente

Banho 1 dia antes; Tricotomia (máquina e NÃO lâmina e barbeador) – Priorizar realizar fora do
centro cirúrgico; Degermação ou escovação da pele. Sempre com parte macia da esponja ou
gaze, porém, não esfregar com força e sim com bastante clorexidine degermante (2% ou 4%)
ou iodo degermante por várias vezes; Antissepsia do paciente: após degermação, aplicar
clorexidine alcoolico ou iodo + álcool. NUNCA utilizar iodo e clorexidine.

Campo cirúrgico

1º campo – 4 panos de campo


2º campo – 2 panos de campo

Estrutura do centro cirúrgico

Vestuário de todos: pijama, gorro, propé e máscara

Sala de preparo anestésico e cirúrgico

- Próximo ao centro cirúrgico

- Preparo do paciente: MPA, tricotomia, acesso venoso, indução e intubação.

TEMPOS CIRURGICO E INSTRUMENTAIS

Cirurgião lado esquerdo da mesa, em relação a cabeça do paciente; Sempre com auxiliar; Se
possível, instrumentador.

DISPOSIÇÃO DA MESA DE INSTRUMENTAÇÃO

Atraumáticos para traumáticos (entre as diferentes classificação e mesmo dentro de uma


mesma categoria)

Primeiro curvo depois o reto

Presença de instrumentador

Ponta dos materiais voltada para a parte superior da mesa (instrumentador

DIÉRESE: Conjunto de manobras manuais ou instrumentais que visam obter uma via de acesso
ao campo operatório; Visualização e exposição adequada torna o procedimento mais seguro;
Incisão: corte ou secção de tecido com instrumental cortante, com a finalidade de obter
acesso aos planos profundos. Feita com bisturi, tesouras; Punção: solução de continuidade
puntiforme, profunda, feita com instrumental perfurante ( trocarte, agulha, lâmina bisturi).
Pode ser diagnóstica, evacuatória, ou terapêutica; Dilatação : afastamento dos tecidos já
incisados para melhorar a visualização das estruturas. Exemplo: endoscopias.

Curetagem: usada para eliminar tecidos neoformados ou indesejáveis. Promove-se a raspagem


do tecido com instrumentos denominados curetas ( diferentes tamanhos); Debridamento :
tecido fibroso ou cicatricial é removido para auxiliar a função de estruturas ou para reativar o
processo de cicatrização.(tesoura / bisturi); Divulsão: separação das fibras do tecido conjuntivo
sem incisá-las, respeitando a integridade e funcionabilidade dos tecidos. Usa instrumentos
rombos ou o dedo do cirurgião.

Outros tipos: Bisturi elétrico: através da passagem de correntes elétricas de alta frequência.
Produz cauterização dos vasos simultânea ao corte dos tecidos; Laser: corte preciso e mínimo
sangramento. Cirurgias oftálmicas, nasais e cavidade oral. Incisão de mucosas; Criocirurgia:
ressecção do tecido por meio do congelamento e morte das células presentes.

Regras gerais :

Incisão em um único movimento; Extensão adequada da incisão; Bordas regulares;


Planejamento dos planos a serem atingidos; Respeitar os planos anatômicos; Evitar formação
de espaço morto; Acompanhar linhas de tensão da pele; Manipular delicadamente os tecidos.

INSTRUMENTAIS DE DIÉRESE

Tecidos moles: bisturi; bisturi elétrico; tesoura; trocarte; agulha; criocirurgia; laser; cureta;
pinça hemostática

Tecidos duros: pinça Goiva; cisalha; serra óssea; osteótomo; cureta; broca.

BISTURI

Nº do cabo bisturi (3 e 4); Número da lâmina; Lâmina 9 a16 – procedimento delicados – cabo
n°3; Lâminas 22 a 24 – mais usadas - cabo n°4; Colocação e retirada da lâmina; Lâmina fixa

A – Incisão corretamente executada


B – Incisão denteada

C – Incisão em bisel

TESOURAS

Cortar: tecidos orgânicos, materiais (gaze, fios, drenos) Ex. Tesouras rombas

Dissecação. Tesoura Íris

Divulsão. Tesoura Metzembaum

Tesoura Mayo. Corte de musculatura

Tesouras fina fina, romba romba ou romba fina. Tecidos Orgânicos e fio.

Tesoura Metzembaum

Tesoura Íris

INSTRUMENTOS DE PREENSÃO

Destinados a apreender ou segurar tecidos; Instrumento auxiliar – mão esquerda (cirurgião


destro); Pinça anatômica (tecidos delicados); Pinça dente de rato (pele, panos e outros
materiais).

PINÇAS DE PREENSÃO COM DENTE (DENTE DE RATO)

PINÇAS PREENSÃO SEM DENTE (ANATÔMICA)


PINÇA ADSON

HEMOSTASIA

Hemostasia Direta: Ligadura; Clampeamento; Cauterização; LigaSure – Coagular e selar vasos,


em seguida corte do vaso (diérese e hemostasia).

Hemostasia Indireta: Pressão direta ao redor do tecido; Agentes hemostáticos. Esponjas, géis
hemostáticos. Irão promover a coagulação, inibir a fibrinólise.

Hemostasia Farmacológica: Agentes antifibrinoníticos: irão inibir a dissolução de coágulos


sanguíneos e prevenir o sangramento excessivo; Ácido tranexamico, ácido épsilon-
aminocapróico; Medicamentos vasoconstritores: Constrição dos vasos, diminuindo fluxo.
Adrenalina, fenilefrina; Vitamina K: Síntese de fatores do coagulação do fígado.

Temporária: Reduz ou suprime o fluxo sanguineo em determinado momento operatório;


Compressão circular (garrotes); Faixa de Esmarch; - Bandagem elástica; Compressão digital
direta ou indireta; Pinças bulldog (clampeamento temporário).

PINÇA BULLDOG
HEMOSTASIA DEFINITIVA: Pinças hemostáticas; Ligaduras (simples, em massa); Transfixação;
Sutura hemostática.

Cera óssea (cera de abelha semi sintética + agente amolecedor).

Laser : Amplificação de raios luminosos fora do espectro da luz visível. (diérese e hemostasia);
Incisão precisa, fornecendo hemostasia durante o corte.

REGRAS: Plano por plano; Capilares; Vasos maiores, fios mais calibrosos; Mínimo tecido.

Procedimentos realizados para controlar sangramentos

Hemostasia temporária = pinças, garrotes, fármacos

Hemostasia permanente = ligadura, cauterização

Pinças hemostáticas – destinada ao pinçamento de vasos para a ligadura, pinçar fios de sutura
e tecidos orgânicos.

Pinça rochester: robusta, usada para o pinçamento de pediculos e órgãos circundados com
vasos. Serrilhado total forte e mais grosseiro que o das pinças anteriores.

SINTESE

“Manobras manuais ou instrumentais destinadas a reconstruir o tecido, sua forma e função,


mantendo –os unidos até sua cicatrização.”

Hemostasia perfeita; Abolição do espaço morto; Bordas coaptadas; Ausência de tecido


necrosado ou de corpos estranhos; Suturas adequadas para cada região.

Tração moderada sobre os fios e os tecidos orgânicos; Manipulação delicada dos tecidos;
Evitar excesso de fios ou de nós; Evitar nós frouxos ou corrediços.

INSTRUMENTOS DE SÍNTESE

Materiais destinados a realização de manobras necessárias para a reunião dos tecidos entre si.
Materiais empregados:

Fios de sutura; Agulha; Porta agulhas; Instrumentais auxiliares – Pinças anatômicas e Dente de
rato.

 Sempre os três tempos cirúrgicos serão utilizados para qualquer tipo de intervenção,
considerando-se sempre o tecido ou órgão abordado.

Outras formas: Material adesivo; Grampo cirúrgico; Cola cirúrgica: cianoacrilato; Cerclagem e
hemicerclagem .

AGULHAS

Agulhas cirúrgicas: instrumentos nos quais os fios cirúrgicos são acoplados, a fim de serem
introduzidos nas bordas da ferida; Fundo, corpo e ponta.

Classificação das agulhas

Traumática: Trauma tecidual (diferença entre diâmetro da agulha e fio); Não tem fio acoplado.

Atraumática: Fios acoplados (sem diferença entre diâmetro da agulha e fio); Tecidos mais
delicados.

Pinça Backaus - pinça de campo, prender a pele e entre si

Pinça Allis – pinça de preensão – maior preensão

Pinça Doyen – pinça ou clampe intestinal atraumática

PINÇA BACKAUS
PINÇA ALLIS

AFASTADORES / EXPOSIÇÃO

Afastadores dinâmicos: Afastador de Farabeuf


Afastadores auto-estáticos: Afastador de Balfour; Afastador de Weitlaner; Afastador de Gelpi;
Afastador de Finochietto.

PINÇA DOYEN – MATERIAL ESPECIAL – PINÇAS ACESSÓRIAS

MATERIAL ESPECIAL: Material Ortopédico; Material Oftalmológico; Material Odontológico;


Material para Neurocirurgia.

PINÇA GOIVA – ORTOPÉDICA PINÇA CISALHA – ORTOPÉDICA

PINÇA FOERSTER

SUTURAS
Papel importante na síntese: reparo de feridas e suporte para a cicatrização do tecido.

Hemostasia: ligaduras.

A sutura pode variar de acordo com o tipo de tecido e da duração prevista da cicatrização.

Alguns tecidos precisam de suporte por apenas alguns dias (por exemplo, músculo, tecido
subcutâneo, pele), enquanto outros requerem semanas (fáscia) ou meses (tendão) para
cicatrizar.

A variação individual do paciente afeta ainda mais a escolha da sutura .

Fatores que retardam a cicatrização: Infecção; Obesidade; Desnutrição; Neoplasia; Drogas (por
exemplo, esteróides, quimioterápicos); Distúrbios do colágeno.

Sutura ideal: tal material para isso não existe.

Tamanho da sutura

Ideal: sutura de MENOR diâmetri que PRENDA o tecido; minimiza o trauma quando a sutura
passa pelo tecido; menor quantia de material estranho é deixado na ferida.

United States Pharmacopeia (USP), que denota dimensões de fino à grosso (em polegadas) de
12-0 a 7 .

Quanto menor o tamanho da sutura, menos resistência à tração ela tem.

FLEXIBILIDADE: O nylon e o categute são mais rígidos em comparação com a seda; Enquanto o
poliéster trançado têm rigidez intermediária.

CARACTERÍSTICAS: A superfície do fio influencia a facilidade com que ele é puxado, assim como
a quantidade de trauma causado

Ásperas causam mais lesões do que lisas

Lisas: usadas em tecidos mais delicados (olho), mas requerem maior tensão para garantir
aposição dos tecidos, e apresentam menor segurança dos nós

Trançados são mais ressistentes, por isso são normalmente revestidos (reduzir a capilaridade),
com teflon, silicone, cera, parafina e estearato de cálcio

CAPILARIDADE: Processo pelo qual o fluido e as bactérias são transportados para os interstícios
das fibras multifilamentares; Materiais trançados têm graus de capilaridade;
Monofilamentares são não capilares; Revestimento reduz a capilaridade mas não devem ser
usados em locais contaminados ou infectados.

MATERIAIS DE SUTURA

Monofilamentares: um único fio de material; menos resistência; ausência de interstícios;


cuidado maior, mais chance de cortar ou danificar o material porta-agulhas.

Multifilamentares: vários fios de sutura torcidos ou trançados; mais maleáveis; mais flexiveís;
revestidos: ajuda a reduzir o arrasto do tecido, e melhora o manuseio.
COMPORTAMENTO NO TECIDO

Absorvíveis: dois mecanismos diferntes – orgânica: gradualmente digeridas por enzimas


teciduais e fagocitadas; fabricadas: quebradas por hidrólise.

A maioria perde sua resistência a tração em 60 dias, e desaparecem; mas o tempo para perder
a força e para ser completamente absorvido varia entre os materias.

Inabsorvíveis: finalmente encapsuladas ou isoladas por tecido fibroso.

Absorvíveis

CATEGUTE (intestino cirurgico) – feito a partir da submucosa do intestino ovino ou serosa do


instetino bovino; 90% de colágeno; é absorvido por fagocitose (inflamação ou fibrose); notável
reação inflamatória, alta capilaridade, nó pode soltar quando molhado; não utilizar em feridas
contaminadas, suturas de estômago ou regiões muito vascularizadas.

Simples: perde força rapidamente; o crômico (revestido): retarda a absorção, promove força
prolongada e reduz a reação tecidual; tempo de absorção – simples: 3 a 7 dias; cromado: 67%
tensão em 28 dias – absorção completa em 60 dias.

Fios absorvíveis sintéticos: Decompostos por hidrólise; Mínima reação tecidual; O tempo de
perda de força e a absorção é (razoavelmente) constante em diferentes tecidos; Processos
infecciosos ou exposição à enzimas digestivas não influencia significativamente a taxa de
absorção.

POLIGLACTINA 910 (VICRYL): Multifilamentoso trançado; Absorvido entre 60 e 90 dias (sem


alteração por contaminação); Boa resistência, fácil de manipular; Reação tecidual mínima;
Revestida com estearato de cálcio .

ÁCIDO POLIGLICÓLICO (DEXON): Multifilamentoso trançado; Mínima capilaridade; Boa


segurança do nó, fácil manipulação ; Bem tolerado em suturas contaminadas; Menor reação
tecidual; Fios sintéticos absorvíveis.

ÁCIDO POLIGLECAPRONE : Monofilamentar; Boa resistência à tração inicial que se deteriora


em 2 a 3 semanas; Completamente absorvidas em 120 dias.

ÁCIDO POLIDIAXANONA: Monofilamentar; Resistência à tração por mais tempo; Absorção


completa ocorrendo em 6 meses.

Polysorb (poliéster sintético composto) - Mantém 80% de sua resistência à tração em 2


semanas e 30% em 3 semanas; Absorção variando de 56 a 70 dias.

Velosorb Fast - Retém a maior resistência à tração até aproximadamente 5 dias; Absorção
completa de 40 a 50 dias.

INABSORVÍVEIS

SEDA - Comumente usado?

Multifilamentar trançada ou torcido; Não revestida ou revestida; Barato, fácil manipulação;


Reação tecidual moderada; Baixa resistência; Evitado em locais contaminados; Calculogênico
em vesículas biliar e urinaria; Alta capilaridade .
ALGODÃO: Muito barato; Multifilamentar; Alta capilaridade ; Reação tecidual acentuada;
Potencializa infecções .

NYLON: Monofilamentoso; Mínima reação tecidual; Biologicamente inerte, sem capilaridade;


Estável em feridas contaminadas; Difícil manipulação (memória) e tem baixa segurança do nó (
4 A 5 laçadas).

POLIPROPILENE (PROLENE): Monofilamentoso; Mínima reação tecidual; Sem capilaridade,


resistente à contaminação; Maior segurança do nó ; Menos resistente (quando comparado ao
Nylon).

POLIÉSTER (MERSILENE): Multifilamentoso torcido; Revestido (teflon, silicone e outros) para


reduzir lesão tecidual; Boa resistência; Revestimento reduz segurança do nó; Reação tecidual
importante, contraindicado em regiões contaminadas.

Outros materias: O uso de abraçadeiras de nylon no corpo (por exemplo, para ligar pedículos
ovarianos), É CONTRAINDICADO pois substâncias tóxicas são liberadas durante a degradação;
Resultar em abscesso ou neoplasia.

FIO DE AÇO INOXIDÁVEL: Sintético; Fio trançado multifilamento ou monofilamento; Forte e


inerte, isento de capilaridade; Estável em feridas contaminadas; Útil em tecidos de cicatrização
lenta (ossos); Mínima reação tecidual (pontas dos nós – reação inflamatória) .; Risco de
fragmentação e migração.

AGULHAS CIRÚRGICAS

Extremidade de fixação x Corpo x Ponta ; O olho da agulha ou orifício podem ser fechado ou
francês ; Agulhas com orifícios são pouco usadas na prática cirúrgica; Agulhas com orifícios
geram um trauma maior quando comparado ao material forjado; Agulhas forjadas, são uma
unidade contínua -> minimiza o trauma tecidual.

- Agulhas retas (Keith): locais acessíveis (manipulação com os dedos ).

- Agulhas curvas: manipuladas porta-agulhas.

Um quarto de círculo: procedimentos oftálmicos; 1/6 : mais usadas na medicina veterinária;


Três oitavos: mais facilmente manipuladas; Meio círculo: locais profundos ou inacessíveis;
Cinco oitavos: mais pronação e supinação do punho.

Agulhas de corte têm duas ou três arestas -> tecidos de difícil penetração (pele)

Convencionais (regular cutting): terceira aresta na curvatura interna -> mais corte ao tecido
Corte reverso (reverse cutting): terceira aresta na curvatura externa -> ainda mais fortes e
reduz a quantidade de tecido cortado. Tecidos resistentes.

Ponta da agulha: Agulhas Tapercut: que são uma combinação de extremidade triangular e
corpo espatulada ou cilíndrica. Usadas para tecido fibroso denso e resistente, como um
tendão; Agulhas de ponta romba: ponta arredondada e romba que pode dissecar o tecido
friável sem cortar. Usadas em órgãos moles e parenquimatosos, como fígado, rim e baço.

SUTURAS

Classificação de suturas: Suturas interrompidas ou contínuas.

Aposição ao tecido (aposição, eversão ou inversão): Suturas aposicionais aproximam o tecido;


Suturas de eversão viram as bordas do tecido para fora; Suturas invaginantes desviam a borda
do tecido em direção ao lúmen de um órgão.

SIMPLES SEPARADO ou SIMPLES INTERROMPIDO

Inserção da agulha através do tecido em um lado de uma incisão ou ferida, passando-a para o
lado oposto e atando o nó; Nó deve ser afastado da incisão; Pontas cortadas, exceto na pele
(deixadas longas para a remoção); Intervalo de 2 a 3 mm de distância da borda da pele;
Destros: direita para a esquerda; canhotos: oposto.

Simples separado - VANTAGEM: Fáceis e rápidas, e a interrupção não causa a falha de toda a
linha de sutura (seguro); DESVANTAGEM: levam mais tempo, mais material estranho (nós) na
ferida, além de aumentar o custo; INDICAÇÕES: pele, subcutâneo, fascia, vasos sanguíneos,
trato gastrointestinal.

Simples contínuo - Técnica semelhante à Simples Separado, diversos simples sem interromper.
Nós nas extremidades; VANTAGEM: Fáceis e rápidas. Menos material utilizado;
DESVANTAGEM: menos resistente que a Simples Separada, risco de franzir o tecido e maior
risco de deiscência devido apresentar apenas dois nós; INDICAÇÕES: regiões com baixa tensão,
pele, subcutâneo, fáscia, trato gastrointestinal (estômago).

Sutura Intermédica - Podem substituir suturas de pele, sem necessidade de remoção??; Nó é


enterrado na derme; Sutura avança no tecido dérmico paralelas à incisão; A sutura é
completada com outro nó enterrado; Materiais absorvíveis com agulha cortante.

SUTURA FESTONADA ou REVERDIN - Padrão simples contínuo no qual cada passagem através
do tecido é parcialmente bloqueada; Maior resistência e força quando comparada com a
simples contínua; VANTAGEM: aplicação rápida, mais estável que o padrão simples continuo;
DESVANTAGEM: maior gasto de material, mais difícil remover; INDICAÇÕES: diafragma, fáscia
e pele.

SUTURAS DE TENSÃO

SULTAN - Duas suturas simples interrompidas colocadas paralelas, e depois amarradas na


incisão; São aposicionais e podem aliviar a tensão; VANTAGENS: Menor uso de material de
sutura, menos tempo, muito seguras; INDICAÇÕES: Pele, fáscia, musculatura.
COLCHOEIRO ou WOLFF (ou “U” horizontal) – SIMPLES OU CONTINUO - Inserção da agulha
no lado oposto da incisão, passando-a através da incisão e saindo no lado próximo, a agulha
avança de 6 a 8 mm ao longo da incisão e reintroduzida através da pele no lado próximo, cruza
a incisão, saindo da pele do outro lado, e o nó é feito; VANTAGENS: rápidas, suportam maior
tensão; DESVANTAGENS: podem causar eversão do tecido (cuidado na execução) ->
necrose da borda; INDICAÇÕES: Pele, subcutâneo, fáscia, músculo e tendões.

DONATTI (ou “U” vertical) - A agulha é introduzida aproximadamente 8 a 10 mm da borda da


incisão de um lado, passada através da linha de incisão e saindo a uma distância igual no lado
oposto, depois é invertida e inserida através da pele do mesmo lado e sai do outro lado (longe-
longe perto-perto); VANTAGENS: mais fortes que as horizontais, usadas em áreas de tensão,
causam menor interrupção no suprimento de sangue das bordas; DESVANTAGENS: mais
demorada; INDICAÇÕES: Pele, subcutâneo e fáscia.

SUTURAS INVAGINANTES

LEMBERT - Variação do padrão Donatti aplicado de forma contínua (ou separada); Agulha
penetra a serosa e muscular (8 a 10 mm da borda), e sai do mesmo lado. Depois de passar
sobre a incisão, a agulha penetra aproximadamente 3 a 4 mm da margem da ferida e sai 8 a 10
mm da incisão (longe-perto perto-longe); VANTAGENS: não invade órgãos cavitários;
INDICAÇÕES: sutura de órgãos cavitários (ocos), imbricação de fáscia.

CUSHING (ou Conell) - Padrão Connell entra no lúmen, sushing se estende apenas até a
camada submucosa; Inicio com uma sutura separada, agulha é avançada paralelamente à
incisão e introduzida na serosa, passando pelas superfícies muscular e submucosa, a agulha
avança paralelamente ao longo da incisão e retorna através do tecido até a superfície serosa,
após isso, a agulha e o fio são passados pela incisão e introduzidos em um ponto que
corresponde ao ponto de saída do lado contralateral; A sutura cruza a incisão
perpendicularmente; Quando a sutura é apertada, a incisão se inverte (menos que Lembert);
INDICAÇÕES: órgãos cavitários e subcutâneo.

SCHMIEDEN - Agulha sempre entra pela ferida; Invade o lúmen; Menos invaginantes que as
demais; INDICAÇÕES: órgãos cavitários.

SUTURA CAPTONADA: - Wolff passando fio por dentro de uma estrutura cilíndrica; Sonda
uretral, equipo, botão; Função da estrutura: diminuir tensão do fio na pele. Dissipar pressão
para não lesionar tecido cutâneo; Utilizada em suturas com grandes tensões; Otohematoma;
Prolapso vaginal.

ANESTESIOLOGIA
Usos da anestesia: proedimentos cirúrgicos; procedimentos diagnósticos e terapêuticos;
contenção química; procedimentos ambulatoriais. Entre outras situações: eutanásia;
transporte animal...

Analgesia: é a ausência de dor em resposta à estimulaçãoque normalmente seria dolorosa. O


termo costuma serreservado para descrever um estado em um paciente consciente.

Tranquilização: resulta em uma alteração do comportamento sempre que a ansiedade é


aliviada e o paciente fica relaxado, mas continua ciente do que estáacontecendo em torno
dele.

Sedação: é um estado que se caracteriza por depressão central, acompanhadapor sonolência e


algum relaxamento induzido centralmente. Em geral, o paciente não tem consciência do que o
rodeia, mas pode despertar e responder a algum estímulo nocivo. Os sedativos não são
recomendados para imobilizarum paciente durante um período em que há probabilidade de
ocorrerem estímulos dolorosos.

Anestesia geral é a inconsciência induzida por um fármaco e que se caracterizapor depressão


controlada, mas reversível, do SNC e da percepção. Em tal estado, o paciente não é despertado
por qualquer estimulação nociva.

Estágio I. O estágio do movimento voluntário é definido como o que dura desde o início da
administração até a perda da consciência. Animais excitados e apreensivos podem debater-se
violentamente e prendervoluntariamente a respiração por curtos períodos. A liberação de
epinefrina causa batimento cardíaco forte e rápido e dilatação pupilar. Salivação é frequente
em alguns pacientes, bem como micção e defecação.

Estágio II. O estágio de delirium oumovimento involuntário. À medida que ocorre a depressão
do SNC, os pacientes perdem todo o controle voluntário. Por definição, este estágio vai a partir
da perda da consciência ao início de um padrão respiratório regular. A liberação contínua de
catecolamina causa um batimento cardíaco rápido e forte. Durante este estágio, os animais
podem gemer, chorar, rugir ou relinchar, dependendo da espécie em questão. Em algumas
espécies, principalmente ruminantes e gatos, a salivação é abundante; em cães, gatos e
caprinos, pode ocorrer vômito.

Estágio III. O estágio de anestesia cirúrgica caracteriza-se por inconsciência, com depressão
progressiva dos reflexos. Sobrevém relaxamento muscular, e a ventilação torna-se lenta e
regular.

Estágio IV. Depressão extrema do SNC. A respiração cessa e o coração continua a bater apenas
por pouco tempo. A morte sobrevém rapidamente, a menos que sejam instituídas as medidas
para a reanimação imediata.Se a administração do anestésico for interrompida e a respiração
artificial for iniciada antes do colapso miocárdico, estes efeitos podem ser superados e os
pacientes passarão de novo pelos vários estágios na ordem inversa.

AVALIAÇÃO PRÉ ANESTÉSICA

Morbidade e mortalidade anestésica pequenos animais

Complicações respiratórias de 0,5 a 16%


Complicações cardiovasculares: bradicardia 0,6%; hipotensão 7%;arritmias cerca de 2%

Regurgitação: 0,5 a 5%

Hipotermia: comum (80%)

Equinos: Fraturas (25%) e miopatias (7%)

Avaliação Pré Anestésica

Consentimento do proprietário; Expor as possíveis complicações; Explicar todos os


procedimentos que serão realizados; Termo de consentimento; Identificação do paciente;
Anamnese; Exame físico; Exames complementares; Tipos de procedimento.

Consentimento informado

Informações pertinentes; fatores de risco; decisão de aceitar os riscos; comunicação


adequada; controle da dor.

Anormalidades hematológicas e bioquímicas

Anemia: capacidade de oxigenação; Alteração renal: sistema renal menos tolerante à


alterações; Doenças neurológicas: convulsão; Doença hepática: alteração de resposta à
anestesia.

Jejum

Cães e Gatos: 8-12horas alimentar e 3 horas hídrico; paciente pediátrico: 1-2h; neonato: s/
jejum.

Equinos: 12h alimentar e 4h hídrico

Ruminantes: 72h meia ração; 48h meia ração; 24h jejum total; 6h dieta hídrica.

Exames físico

Condição Geral; Obesidade / caquexia / gestação / hidratação / temperatura; Pele e anexos;


Turgor pele; Neoplasias; Enfisema subcutâne ou trauma.

Classificação de risco ASA

alguma forma de avaliação das condições físicas de saúde é uma consideração pré-anestésica
importante.
PIOMETRA

Sabrina; SRD; 6 anos; Creatinina 3,4 (⇧); Hipotermia; Hipotensão; Nível de consciência
reduzido; Dor; Qual a classificação ASA?

Cálculos e doses

Peso x Dose ÷ Concentração

Peso: do paciente

Dose: estipulada e verificadaem literatura

Concentração: apresentaçãodo fármaco

Medicação pré anestésica,tranquilizantes e sedativos

A MPA deve promover tranquilização ou sedação, facilitando manuseio pré-operatório,


potencializar agentes de indução anestésica, e promover decúbito suave e seguro pós indução.

Objetivos da MPA

Alívio da ansiedade; Sedação; Amnésia; Analgesia; Redução de secreções das vias aéreas;
Prevenção de de respostas reflexasautonômicas; Efeitos anti-eméticos; Redução das
necessidades anestésicas; Facilitação da indução suave da anestesia.

Grupos Farmacólogicos

Tranquilizantes; benzodiazepínicos; opióides; anticolinérgicos; alfa – 2 agonistas.

Anticolinérgicos: Atropina; Escopolamina; Glicopirrolato

Tranquilizantes: Acepromazina; Levomepromazina; Clorpromazina


Benzodiazepínicos: Midazolan; Diazepan

Sedativos: Xilazina; Medetomidina; Dexmedetomidina

Opióides: Morfina; Meperidina; Metadona; Tramadol; Butorfanol; Fentanil

Cetamina – Buprenorfina

Tranquilizantes: Diminui a ansiedade sem causar sedação. Sem perda ou redução de


consciência. São denominados neurolépticos.

Você também pode gostar