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Universidade Nilton Lins

Enfª Janaína dos Santos Dias


 Os primeiros instrumentos cirúrgicos eram feitos
de pedra, pontiagudos e pequenos dentes de
animais à 2500 anos a.C.
 Utilizados por gregos, egípcios e hindus e muito
parecidos com os instrumentos contemporâneos.
 Um número enorme de instrumentais foram
idealizados com o advento da cirurgia moderna em
1846,na SO do hospital Massachutts, em Boston.
 Sua utilização depende dos tipos e tempos
cirúrgicos.

Janaína dos Santos Dias


TEMPOS CIRÚRGICOS
1.DIÉRESE
 É o rompimento da continuidade dos tecidos, ou
planos anatômicos, para atingir uma região ou orgão.
Classifica-se em:
-Mecânica: punção, secção, divulsão, curetagem e
dilatação. -
Física: térmica, crioterapia e laser.
1.1. MECÂNICA
 Punção: introdução de uma agulha ou trocarte nos
tecidos, sem cortá-los, para drenagem de coleção
líquida das cavidades ou do interior dos órgãos,
colheita de fragmentos de tecidos e líquidos a fim de
exame diagnóstico, injeção de contraste e
medicamentos.
1.1. MECÂNICA
 Secção: consiste na segmentação dos tecidos com
o uso de material cortante.
 Divulsão: consiste no afastamento dos tecidos nos
planos anatômicos, com tesouras de bordas
rombas, tentacânulas ou afastadores
 Curetagem: é a raspagem da superfície de um
órgão com auxílio de cureta
 Dilatação: objetiva ampliar a luz de um órgão
tubular.
1.2. FÍSICA
 Térmica: feita com o uso do calor, por intermédio
do bisturi elétrico.
 Crioterapia: resfriamento intenso e repentino da
área que vai ser realizada a intervenção cirúrgica
 Laser: bisturi que emprega um feixe de radiação
infravermelha de alta intensidade. Podem ser
obtidos através de materiais em estado sólido,
líquido e gasoso. O mais utilizado é o laser de
dióxido de carbono.
2. HEMOSTASIA
• Consiste em impedir, deter ou prevenir sangramento,
simultâneamente ou individualmente por meio de
pinçamento e ligadura dos vasos, eletrocoagulação ou
compressão. Classifica-se em:
• Preventiva: pode ser medicamentosa ou cirúrgica
• Urgência: realizada em condições desfavoráveis e com
material improvisado.EX.: GARROTES
2. HEMOSTASIA
 Curativa: realizada durante a intervenção cirúrgica e
pode ser medicamentosa (drogas vasoconstrictivas),
mecânica (compressão e esponjas sintéticas
(sangramentos capilares)), física (bisturi ) ou biológica
(esponjas biológicas ou cera de osso).
3. EXÉRESE
 Ocorre a remoção cirúrgica de um tecido ou órgão mal
funcionante ou doente.
 É a cirurgia propriamente dita. Exige habilidade e
conhecimento científico por parte do cirurgião.
4. SÍNTESE
 É a união dos tecidos, que será mais perfeita quanto
mais anatômica for a separação, para facilitar o
processo de cicatrização e restabelecer a continuidade
tecidual por primeira intenção.
4.SÍNTESE : CLASSIFICAÇÃO
• Cruenta: é realizada por meio de instrumentais
apropriados como agulhas de suturas e fios cirúrgicos
permanentes ou removíveis.
• Incruenta: é a união ou aproximação dos tecidos,
realizada em toda a extensão da incisão cirúrgica
• Incompleta: aproximação incompleta em toda a
extensão da ferida, devido a inserção de dreno
4. SÍNTESE : CLASSIFICAÇÃO
 Imediata: a união dos tecidos ocorre imediatamente
após a segmentação deles por traumatismos.
 Mediata: consiste na união dos tecidos após algum
tempo depois do rompimento da continuidade deles.
ETAPAS DA CIRURGIA
 -1. Preparo da área operatória: consiste na limpeza da
área e a antissepsia (cheron com gase, cuba com
antisséptico).
 -2.Delimitação da área operatória. Usa-se campos
estéreis presos com pinças backaus.
 -3.Incisão cirúrgica
ETAPAS D A CIRURGIA
 -4.Hemostasia: feita com o auxílio de pinças
hemostáticas (Kelly, Halstead, Kocher….)
 -5.Cirurgia propriamente dita: é o tempo principal,
onde ocorre isolamento do órgão, secção, revisão,
etc..São usados instrumentos especiais, de acordo com
o tipo de cirurgia e/ou especialidade.
ETAPAS DA CIRURGIA
 -6.Sutura da incisão: é o fechamento da incisão por
planos,em ordem: músculos,subcutâneo e por último a
pele.
 -7. Confecção do curativo: limpeza e cobertura da
incisão, juntamente com nova revisão do local.
INSTRUMENTAL CIRÚRGICO
 DIÉRESE: grupo constituído pelos
bisturis,tesouras(Mayo,Metzenbaum,Joseph, Fomon,
Boyd,), serra, agulhas, trépano, rugina e outros,
utilizados nas cirurgias gerais, assim como nas
especiais. Obs:os cabos de
bisturi sào designados por números e quanto menor o
número menor a lâmina ou vice-versa.
INSTRUMENTAL CIRÚRGICO
 HEMOSTASIA: é constituído por todos aqueles
destinados ao pinçamento de vasos sangrantes. Pinças
retas e curvas (Kelly,Rochester, Halstead) preferidas
por serem de manuseio mais fácil; mais longas (Mixter,
…) ou atraumáticas (Potts, Debakey, Bulldogs,
Satinsky) usadas para hemostasia temporária.
INSTRUMENTAL CIRÚRGICO
 PREENSÃO: é destinado a segurar e suspender vísceras
e órgãos como as pinças elásticas (Potts, Smith,
Adson,etc.) e pinças com anéis e cremalheiras
(Babcock, Allis, Collin, Duval,etc).
INSTRUMENTAL CIRÚRGICO
AFASTADORES
 é destinado à exposição, permitindo melhor
visualização da cavidade operatória. Dividem-se em:
 -Auto-estáticos: usados para abertura das cavidades
abdominal(Gosset, Balfour),torácica (Finochietto) e
em operações mais superficiais (Weitlaner, Gelpi).
INSTRUMENTAL CIRÚRGICO
AFASTADORES
 -Dinâmicos: separação e abertura do campo operatório
em diversas áreas do corpo: abdominais( Valvas de
Doyen e Suprapúbicas), torácicas( Harrington, Deaver,
Allison,) e nas superficiais( Farabeuf, Langenbeck);
existem outros para usos diversos, em formas
laminares, rígidos ou maleáveis (espátulas de
Reverdin).
INSTRUMENTAL CIRÚRGICO
SÍNTESE
 É formado basicamente pelas agulhas de sutura, porta-
agulhas (Hegar, Mathieu, etc) e principalmente pelos
fios cirúrgicos, grampos e fitas adesivas de pele.
SÍNTESE
FIOS CIRÚRGICOS
 Referenciado pelos egípcios no séc.XVI a.C.
 Feitos de ouro, tendão de canguru, crina de
cavalo,tântalo, linho, arame, tecido intestinal, algodão,
seda e no momento de origem sintética.
 A sutura ideal ainda não foi alcançada, mesmos com os
avanços científicos.
 Existem critérios para a escolha dos fios.
FIOS CIRÚRGICOS
CRITÉRIOS PARA ESCOLHA
 Manter a força de tensão por tempo suficiente até que
a cicatriz adquira sua própria resistência frente aos
estímulos mecânicos habituais.
 Portar-se como material inerte,provocando o mínimo
de reação tecidual.
 Tipo de tecido a ser suturado.
FIOS CIRÚRGICOS
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
• Configuração física: monofilamentar ou
multifilamentar.
• Capilaridade: é a capacidade de captar e absorver
líquidos ao longo do fio cirúrgico. Os
multifilamentares apresentam maior aderência
microbiana em relação aos monofilamentares.
• Diâmetro:é determinado em milímetros e expresso
em tamanhos com zeros.Quanto menor o
diâmetro maior o número de zeros. A numeração
varia de sete até dez zeros
FIOS CIRÚRGICOS
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
 Força de tensão: é a quantidade de peso necessária
para ruptura do fio cirúrgico. A força de tensão
varia de acordo com o tipo do material de
constituição do fio cirúrgico.
 Força do nó: é a força necessária para fazer um
certo tipo de nó deslize parcial ou completamente
Os multifilamentares permitem uma fixação mais
segura de nó e os monofilamentares não possuem,
necessitando de reforço.
FIOS CIRÚRGICOS
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
• Elasticidade: é a capacidade inerente do fio de
recuperar a forma e o comprimento originais depois de
um estiramento. Contribui para diminuir a
possibilidade de romper as bordas da incisão cirúrgica
ou favorecer uma estenose em sutura vascular.
• Memória: é a capacidade do fio retornar à sua forma
original após ser deformado,após um nó.
FIOS CIRÚRGICOS
CARACTERÍSTICAS DE MANUSEIO
 Está relacionado com a facilidade com que ele
pode ser dobrado ou quão facilmente o fio
cirúrgico se desliza e dá o nó.
 Um fio com alto coeficiente de fricção tende a
deslizar com dificuldade através dos tecidos e não
mantém o nó.
 Alguns fios são revestidos para reduzir o
coeficiente de fricção , mas este não pode ser
muito baixo para não desfazer os nós.
FIOS CIRÚRGICOS
CARACTERÍSTICAS DE REAÇÃO TECIDUAL

 Começa quando o fio agride o tecido durante a sua


introdução e pode persistir conforme sua composição.
 Os leucócitos se infiltram na área de agressão,
posteriormente aparecem os macrofágos e os
fibroblastos e por volta do sétimo dia,um tecido fibroso
com inflamação crônica.
FIOS CIRÚRGICOS
REAÇÃO TECIDUAL
 A reação persiste até que o fio cirúrgico seja
encapsulado,quando ele é constituído de material não-
absorvível ou seja absorvido pelo corpo quando
constituído de material absorvível.
FIOS CIRÚRGICOS : CLASSIFICAÇÃO
ABSORVÍVEIS
 São fagocitados(origem animal), hidrolisados
(sintéticos), degradados e assimilados pelo tecido em
que são implantados.
 Absorvíveis biológicos:categute simples (absorvido em
oito dias) e cromado (em torno de vinte dias) sendo
utilizado em estruturas do aparelho GI ou no útero.
FIOS CIRÚRGICOS : CLASSIFICAÇÃO
ABSORVÍVEIS
 Os naturais são mantidos em solução alcoólica,
protegidos da luz e das grandes variações de
temperatura (envelope primário aluminizado).
 Absorvíveis Sintéticos: Ácido poliglicólico é um
material de fácil manuseio, forte, flexível e de boa
tolerância. Indicado em anastomoses GI, cirurgias
ginecológicas, geral e urológicas;
FIOS CIRÚRGICOS : CLASSIFICAÇÃO
ABSORVÍVEIS
 Polímeros sintéticos monofilamentares: maleáveis e
mantêm a resistência de tensão por período
prolongado que os sintéticos multifilamentares.
Indicado no fechamento de tecido facial ou para idosos
ou oncológicos.
 Embalados em envelope primário aluminizado,
seco,protegidos da luz,umidade e variações de
temperatura.
FIOS CIRÚRGICOS : CLASSIFICAÇÃO
INABSORVÍVEIS
• São resistentes à digestão enzimática em tecido animal
vivo. São classificados em:
• Biológicos: seda( origem animal) com facilidade de
manuseio, resistência à tração e segurança na fixação
do nó e; algodão, fio de baixo custo, fácil esterilização e
de pouca reação tecidual. Indicado para tecidos de
rápida cicatrização e contra-indicado para suturas
cutâneas.
FIOS CIRÚRGICOS : CLASSIFICAÇÃO
INABSORVÍVEIS SINTÉTICOS
 Poliamida: caracteriza-se pela elasticidade e resistência
à água; de pouca reação, difícil manipulação duro e
corrediço e pouca segurança na fixação do nó;
 Poliéster: revestido de teflon ou siliconizado; difícil
manejo e utilizado em estruturas que requerem grande
resistência à tração;
FIOS CIRÚRGICOS : CLASSIFICAÇÃO
INABSORVÍVEIS
 Polipropileno: não biodegradável, baixa
capilaridade, mínima reação tissular e com alta
resistência à tração. Utilizado em cirurgias
cardiovasculares;
 Metálicos: constituídos de aço inoxidável e tântalo.
Utilizados em tenorrafias, esporadicamente em
neurorrafias e fechamento de paredes
abdominais.Fácil esterilização, bem tolerados, de
espessura variável, mono e multifilamentar.
AGULHAS CIRÚRGICAS
CARACTERÍSTICAS DE ESCOLHA
 Não deve interferir no processo de cicatrização, ser
suficientemente larga, penetrante para ultrapassar a
resistência tecidual, resistente para não dobrar, ao
mesmo tempo flexível, resistente à corrosão, de
tamanho, forma, calibre apropriados à aplicação a que
se destina.
CARACTERÍSTICAS DAS AGULHAS
 Utilizadas na reconstrução, com a finalidade de
transfixar os tecidos aos fios de sutura;
 Corpo: retas, curvas(3/8,1/4,1/2 e 5/8) e semicurvas
específicas para cirurgia laparoscópica;
 Ponta: cílindricas (não-cortantes), espatuladas,
rombas ou triangulares;
 Fundo: traumáticas (fios montados na hora) ou
atraumáticas (trazem o fio montado).
CARACTERÍSTICAS DAS AGULHAS
 Retas: geralmente cilíndricas ou triangulares,
utilizadas na reconstrução de vísceras ocas, tendões,
nervos e suturas intradérmicas.
 Curvas: cilíndricas ou triangulares; raio de curvatura
variável ,utilizadas com porta-agulhas; As cortantes
são utilizadas em sutura de pele e periósteo e as
cilíndricas em estruturas e órgãos mais profundos.
CARACTERÍSTICAS DAS AGULHAS
 Espatuladas: achatadas, bordas laterais cortantes.
Utilizadas principalmente em cirurgias oftalmológicas.
SÍNTESE
 Grampos de pele: usados para fechamentos da pele;
diminuem o tempo de cirurgia e oferecem excelentes
resultados estéticos, se utilizados corretamente.
 Fitas adesivas de pele: sua escolha se baseia na
capacidade adesiva e força tensiva para manterem as
bordas da ferida intimamente ligadas e em sua
porosidade.
INSTRUMENTAL ESPECIAL
ESPECIAL
 Sua indicação depende do tipo de cirurgia a ser
realizada. Exs. Pinça Satinsky (vascular), Randal
(extração de cálculos das vias biliares),Duval e Allis
(histerectomia).
INSTRUMENTAL AUXILIAR
 Auxilia em várias etapas da cirurgia. Compostas por
pinças de dissecção anatômica e dente de rato, em
vários tamanhos conforme o procedimento.
INSTRUMENTAL DE CAMPO
 É constituído por pinças que se destinam à fixação dos
campos estéreis para delimitação do campo
operatório.Exs.: Backaus,etc.
MONTAGEM DA MESA
 Compõe-se de doze áreas:
 Área 1- coloca-se o bisturi com a lâmina para baixo e o
corte para a esquerda;
 Área 2- colocam-se tesouras curvas, delicadas
(Metzembaum) e forte (Mayo), pontas viradas para a
instrumentadora e curvatura para baixo, contra a
mesa;
MONTAGEM DA MESA
 Área 3- pinças hemostáticas tipo Kelly (retas e curvas)
colocadas como as tesouras em um número de seis a
oito;
 Área 4- área versátil colocam-se os instrumentos do
tipo Mixter,outros conforme a cirúrgia;
 Área 5- Kocher reto;
 Área 6- pinças com e sem dente (auxiliares)
MONTAGEM DA MESA
 Área 7- porta-agulhas com os anéis voltados para baixo
(exceção);
 Área 8- pinças de preensão Babcock, Allis e Duval ou
outros instrumentos complementares.
 Área 9- Backaus;
 Área 10- pinças, tesouras e porta-agulhas longos;
MONTAGEM DA MESA
 Área 11- uma compressa dobrada com fios pré-
cortados, agulhas e fios já agulhados;
 Área 12- uso versátil (cubas rim, cúpulas, manoplas,
seringas, etc.
Mesa Auxiliar
Mesa de Mayo
REGRAS PARA A MONTAGEM DAS MESAS
 Mais próximo da mesa operatória: os instrumentos
usados com mais frequência na cirurgia.
 Quem irá montar a mesa deverá estar devidamente
paramentado.
 Sobre a mesa deverá ser colocado um campo
impermeável,estéril e descartável.
INSTRUMENTAL
INSTRUMENTAL
INSTRUMENTAL
INSTRUMENTAL LAPAROSCÓPICO
 Irrigador/aspirador: utilizado para irrigação e
aspiração de fluídos orgânicos ou não.
 Pinças,tesouras,ganchos,afastadores: instrumentos
de 5 e de 10mm de diâmetro que são introduzidos
na cavidade abdominal através dos trocartes.
 Trocartes: compostos de cânulas de 5,10,12,23 e de
33mm no interior das quais um mandril é
introduzido. Utilizado para perfurar a parede
abdominal ou torácica, sendo retirado o mandril e
a cânula fica postada para introdução dos
instrumentos.
INSTRUMENTAL CIRÚRGICO
OBRIGADA

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