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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA

FACULDADE DE MEDICINA

EIXO HABILIDADES MÉDICAS E PROFISSIONAIS II

Turma XI

Docente: Leandro Oliveira

SUTURA

● O QUE É SUTURA?

Sutura é a aproximação das bordas de tecidos seccionados ou

ressecados, visando pela manutenção dos tecidos, para facilitar as

fases iniciais da cicatrização, a fim de reestabelecer à continuidade

tecidual.

● OBJETIVOS

1. Evitar infecção na ferida. Feridas abertas são mais propensas a

infecção, devido ao contato dela com o meio.

2. Promover a hemostasia. Hemostasia é o processo que visa prevenir,

deter ou impedir o sangramento.

3. Diminuir o tempo de cicatrização. Como dito anteriormente, a

aproximação das bordas do tecido auxilia no processo de cicatrização

4. Favorecer um resultado estético. É também um fator importante

priorizar a autoestima do paciente, logo, uma sutura bem-feita, sem

cicatrizes, deve ser um dos objetivos.


● NORMAS BÁSICAS PARA REALIZAR UMA SUTURA

Diversos fatores contribuem para a eficácia da sutura dos tecidos:

1. Antissepsia adequada ao redor da lesão para evitar infecções e,

consequentemente, impedir a deiscência dos pontos.

2. Lavagem da ferida com soro fisiológico para retirada de corpos

estranhos.

3. Boa captação das bordas permite uma sutura sem irregularidades ou

falhas de aproximação, facilitam a cicatrização, reduz a formação de

queloides e favorecem a estética.

4. A hemostasia prévia diminui a possibilidade de infecções e infiltração

dos tecidos, além de evitar a perda da sutura por formação de

hematomas. Porém, excesso de hemostasia pode gerar isquemia e

promover necrose tecidual.

5. Evitar espaços mortos e remover corpos estranhos ou tecidos

desvitalizados previne complicações e necessidades de intervenções

futuras.

6. A anestesia local diminuirá a dor e trará mais conforto para o paciente,

permitindo a realização da técnica corretamente.

7. A escolha do material adequado (instrumental, fios, agulhas) contribui

substancialmente para o sucesso do procedimento. Deve-se escolher

o instrumental mais delicado possível para cada tipo de sutura, porém

que cumpra sua utilidade de maneira eficaz. Por regra, fios e agulhas

menos calibrosos produzem menos trauma aos tecidos, agredindo

menos a fisiologia cicatricial.


8. Observar o tipo de ferida, se há ou não possibilidade de suturá-la,

considerando sempre o tamanho, gravidade e risco de infecção. Nem

toda lesão é passível de suturas.

● INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES

● MATERIAIS

o AGULHAS: São utilizadas na reconstrução, com a finalidade de

transfixar tecidos, servindo de guia aos fios de sutura. Existem

diversos tipos, usados para suturas diferentes, sendo de

fundamental importância a ponta da agulha, uma vez que deve

favorecer uma penetração adequada no tecido, com o mínimo


de traumatismo. As pontas devem ser cilíndricas, cortantes ou

rombas.

As agulhas podem ser retas ou curvas e classificadas em traumáticas

(o fio deve ser inserido na agulha) ou atraumáticas (o fio já vem

montado na agulha). As agulhas atraumáticas proporcionam orifícios

de entrada e saída uniformes, além de assegurar uma fácil penetração

no tecido sem realizar lacerações.

1. Quais são as indicações para utilizas as agulhas retas? Qual a técnica de utilização

desse tipo de agulha?

2. Quais são as indicações para utilizar as agulhas curvas? Qual a técnica de utilização

desse tipo de agulha?

3. Quais as indicações dos diferentes tipos de ponta de agulha?


o PINÇAS: São instrumentos importantes para manuseio dos

tecidos. Pinças de dissecação anatômica são menos

traumatizantes ao apreenderem as bordas para uma sutura.

Pinças de dissecação com dentes são úteis na aproximação da

pele e de aponeuroses, favorecendo a boa captação.

Pinça de dissecação anatômica Pinça dente de rato

o PORTA-AGULHAS: Usados na condução da agulha curva. São de

uso corrente os porta-agulhas de cabo tipo pinça (Mayo-Hegar)

e os que se fixam em cremalheiras colocadas no extremo dos

ramos longos (Mathieu). A técnica de sutura com o uso do

porta-agulha consiste em pinçar primeiramente a borda

distante tracionando-a, passando-se, então, a agulha. O

mesmo é feito com a borda próxima, sendo que neste momento

o antebraço direito do médico (destro) evolui de pronação a

supinação; por fim, a agulha é retirada no sentido de sua

curvatura.
Porta-agulha Mathieu Porta-agulha Mayo-Hegar

● FIOS CIRÚRGICOS

Os fios de suturas são materiais utilizados para unir a pele, fechar

músculos e selar vasos sanguíneos. Hoje em dia existem fios de sutura

ideais para cada tipo de situação.

✓ TIPOS DE FIOS:

1. ABSORVÍVEIS:

o CATEGUTE: Fio biológico obtido a partir da submucosa do

intestino delgado de ovelhas ou da serosa de bovinos. Pode ser

classificado em simples ou cromado, dependendo do tempo de

absorção. De fácil manipulação, não devem ser empregados

em suturas superficiais, em vista da sua grande permeabilidade.

São muito utilizados em suturas gastrintestinais, amarraduras

de vasos na tela subcutânea, cirurgias ginecológicas e

urológicas.

o ÁCIDO POLIGLICÓLICO (Dexon): Fio sintético, possui resistência

tênsil maior que o categute. Muito usado na sutura de músculos,

fáscias, tecido muscular subcutâneo, ocasiona pouca reação

anti-inflamatória. É multifilamentar, portanto, pode acumular

bactérias em seu interior.


o ÁCIDO POLIGALÁCTICO (Vycril): Fio sintético, tem comportamento

semelhante ao ácido poliglicólico. É utilizado em cirurgias

gastrintestinais, urológicas, ginecológicas, oftalmológicas e na

aproximação do tecido celular subcutâneo.

o POLIDIOXANONA (PDS, Maxon): Fio sintético monofilamentado de

absorção lenta com manutenção da resistência tênsil por longo

período. Devido a isto, é utilizado na sutura de tendões, cápsulas

articulares e fechamento da parede abdominal.

2. NÃO ABSORVÍVEIS:

o SEDA: Filamento proteico obtido a partir do bicho-da-seda. Fácil

de ser manuseado, produz nós firmes. Apesar de ser classificado

como não absorvível, é degradado ao longo dos anos, perdendo

sua resistência tênsil.

o ALGODÃO: Processado a partir de fibras de algodão, é

multifilamentar, maleável e agradável ao tato, o que propicia um


nó forte. Por ser multifilamentar, pode perpetuar um processo

infeccioso.

o POLIÉSTER: Sintético, multifilamentar. São fios resistentes e de

grande durabilidade, excelentes para suturas de aponeuroses,

tendões e vasos. Os fios de poliéster causam pouca reação

tecidual, com pouca resposta inflamatória. Os fios de poliéster

requerem um mínimo de cinco nós para uma fixação segura.

o NYLON: Derivado de poliamidas, caracteriza-se pela elasticidade

e resistência à água. Pode ser mono ou multifilamentar, causam

pouca reação tecidual, porém são de difícil manipulação, duros

e corrediços, não produzem nós firmes. Perde resistência tênsil

ao longo do tempo, é absorvido em torno de 2 anos (embora

seja classificado como não absorvível).

o POLIPROPILENO (Prolene): Sintético, monofilamentado, produz

pouca reação tecidual. Incolor ou azul, mantém sua resistência

tênsil ao longo dos anos. Muito usado em suturas vasculares,

facilmente removível, é ideal para suturas intradérmicas

✓ CARRACTERÍSTICAS DE FIOS E TECIDOS QUE DEVEM SER

LERVADOS EM CONSIDERAÇÃO HORA DA SUTURA

o O tipo de tecido a ser suturado

o A espessura do tecido

o A localização do tecido

o O tamanho da incisão

o Tempo necessário de cicatrização

o Se há tensão sobre tecido

o Condições clínicas (idade, doenças, estado nutricional)

o O fio precisa ser mais resistente do que o tecido suturado.


o Força tênsil adequada ao tempo de cicatrização dos diferentes

tecidos onde for aplicada (as feridas viscerais cicatrizam

rapidamente, sendo os fios absorvíveis mais indicados. A fáscia

e a pele cicatrizam mais lentamente, sendo os fios inabsorvíveis

mais indicados)

o Facilidade de manutenção

o Baixa reação tecidual (hipoalergênicos)

o Fios sintéticos são superiores aos naturais

o Fios multifilamentares estão mais sujeitos a contaminação do

que os monofilamentares.

Outro ponto a se levar em consideração na escolha dos fios é o

diâmetro/calibre. Esse fator é importante pois cada calibre de fio

realiza uma determinada tensão na sutura. Os fios apresentam

diâmetros ou calibres variados expressos em número de zeros (#-0),

por exemplo 2-0 (dois-zeros) ou 6-0 (seis-zeros). O número de zeros

corresponde a um diâmetro capaz de determinar a resistência tênsil.

Quanto maior o número de zeros, mais fino é o fio. Usam-se fios menos

calibrosos em tecidos mais delicados ou locais sem tensão e fios mais

calibrosos em tecidos mais grosseiros ou que exijam muita tensão.


Fio 6-0 Fio 5-0 Fio 4-0 Fio 3-0 Fio 2-0
Utilizado em Utilizado Utilizados Utilizado Couro
face e em para reparo para cabeludo
áreas com suturas de planta do
importância da mão extremidades pé e
estética e dedos proximais e escalpo
tronco

Importante mencionar que os principais fios utilizados nos

prontos-socorros são o náilon ou poliamida (3-0) para suturas em

pele e o categute (2-0) para sutura de mucosas.

FIO IDEAL: O fio de sutura, seja ele absorvível ou inabsorvível, deve

apresentar grande resistência; ser capaz de manter a força tênsil por

tempo suficiente (até que a cicatriz se torne resistente); ser mole,

flexível e pouco elástico; comportar-se como um material inerte, com

o mínimo de reação tecidual; ter pouco risco infeccioso; ser de baixo

custo. Assim, todas as propriedades inerentes devem ser avaliadas

para a escolha do fio ideal.

● ANESTESIA LOCAL

Todo o procedimento deve ser executado de forma indolor,

minimizando o desconforto do paciente. Anestésicos locais do grupo

amida (p. ex., lidocaína) são seguros na maioria dos casos; todavia, é

recomendável perguntar ao paciente se existe a experiência prévia

com anestesia local e se surgiram alergias ou reações adversas

graves.

➢ Realizar anestesia local: utiliza-se, normalmente, lidocaína a 2%;

➢ Respeitar a dose máxima do anestésico local (p. ex., para lidocaína,

a dose máxima em adultos é de 5 mg/kg sem vasoconstritor e de 7

mg/kg com vasoconstritor)


A técnica mais adequada para a anestesia local é o bloqueio de campo,

no qual a infiltração do anestésico é realizada delimitando uma área

circunscrita em torno da lesão. Isso deve ser feito por meio da infiltração

de botões anestésicos em pelo menos dois pontos opostos. Deve-se

introduzir a agulha obliquamente até os planos mais profundos

respeitando a área circunscrita. Deve-se aspirar a seringa previamente

à administração do anestésico para verificar se há retorno de sangue e

se certificar que não ocorra aplicação dele na corrente sanguínea.

● ESCOLHA DE SUTURA

As suturas podem ser divididas basicamente em dois tipos: As

descontínuas (interrompidas) e as contínuas (não há interrupções).

Cada tipo de sutura tem tipos de pontos que variam conforme a

necessidade ou tipo de ferimento.

❖ As suturas descontínuas têm como principal característica a fixação

dos pontos separadamente, podendo variar a tensão de acordo com

a necessidade em cada ponto.

❖ As suturas contínuas têm como principal característica a execução

ininterrupta de um único fio passado do início ao fim, tendo a mesma

tensão em todo percurso.


sutura contínua sutura descontínua
vantagens desvantagens vantagens desvantagens
É mais Pode ser É considerada Possui uma
hemostática estenosante e a mais segura, elaboração
impermeável pois se houver mais lenta e
o rompimento trabalhosa
de um dos
pontos o
restante da
sutura não será
inviabilizado

É mais rápida O rompimento É menos


que a de um ponto isquemiante
descontínua pode
comprometer
toda a sutura

Tem a tendência Confere maior


de reduzir a permeabilidade
microcirculação à ferida
das bordas da
ferida,
prolongando a
fase destrutiva da
cicatrização e
aumentando a
formação de
edemas

Consegue força
tênsil maior e
de modo mais
rápido

Tipos de interrompidas:

1. Simples: No ponto simples, a derme deve ser transposta pela agulha

em sua totalidade. A agulha penetra a pele a 90º e, na outra derme em

sua totalidade, sai através da pele. A distância entre a entrada da


agulha e a incisão em uma borda e a saída na outra deve ser a mesma.

Sutura simples: a distância entre a borda e a entrada ou saída do fio

deve ser a mesma. Deve incluir a epiderme e derme de forma

homogênea entre os lados.

É o tipo de sutura de mais rápida e fácil execução e pode ser aplicada

em qualquer tecido com bordas não muito espessas. É muito usada

em suturas de vasos, porque faz boa hemostasia e pode ser usada

também em peritônio, músculos aponeurose e tela subcutânea. Link do

vídeo: https://youtu.be/7izZe70E6hQ

2. Simples invertido: O nó encontra-se invertido, ou seja, para dentro da

ferida. Para iniciar, deve-se tracionar o tecido com a pinça e realizar o

movimento de dentro para fora com a agulha. Na outra borda é

realizado o movimento contrário ao primeiro, colocando-se a agulha

de fora para dentro de modo que as pontas do fio saiam da cavidade

da ferida. Em seguida realiza-se o nó. Link:

https://www.youtube.com/watch?v=k7kfU5-tg7c

3. Donatti (“longe-longe, perto-perto”): Permite uma aproximação

uniforme das bordas mesmo quando for uma incisão incorreta ou

quando as bordas forem irregulares, apesar de ser mais trabalhosa. O

início da sutura não difere do ponto simples; após isso, antes do nó, o

fio retorna à borda inicial em plano superficial e à frente do anterior.


Não é recomendado quando o objetivo é estético. Link do vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=65koTg6Nt1s

4. Falso Donatti (allgower): é uma sutura semelhante ao donatti, só que

ao invés da agulha sair pela parte superior da pele, ela sai pelo lado da

ferida. A vantagem é que essa técnica permite um maior fluxo

sanguíneo, então, um possível processo de morte tecidual se torna

menos provável. Além disso, ela permite uma maior estética e, assim

como o ponto Donatti, uma boa tensão. Link do vídeo:

https://youtu.be/MmzO_gfDM2I

5. Wolf (U horizontal): É semelhante ao Donatti, diferindo na posição

horizontal das alças. É usado para produzir hemostasia e em suturas

com alguma tensão (como cirurgia de hérnias, suturas de

aponeurose), que impede a coaptação perfeita das bordas. Provoca a

eversão das bordas da ferida. Constitui uma sutura com pontos mais

fortes que o simples separado, mas a cicatriz é maior.

Link do vídeo: https://youtu.be/dCeBYdBBpbg


6. X: A sutura em X, com componente de força de tensão e hemostasia, o

fio é passado em um lado da incisão e, após, a um nível abaixo nas

duas bordas, iniciando pela borda contrária à inicial. Ao final, para

finalizar a sutura, o fio é passado em mesmo nível ao inicial, em borda

oposta. Há também o X invertido ou interno, onde o X é formado

internamente. Ao invés de cruzar internamente, se cruza por fora.

Link do vídeo sutura X: https://youtu.be/rVB2S9erto4

Link do vídeo sutura X invertido: https://youtu.be/q-q07zynZxo

Tipos de contínua:

1. Intradérmico: A sutura intradérmica é realizada por passagem do fio

de forma horizontal, em plano mais superficial possível. A passagem do

fio contralateral deve ser realizada no mesmo nível do término da

passagem imediatamente anterior. O fio deve ser cruzado. O fio pode

ser exteriorizado, com ou sem nó externo, nas duas extremidades.


É um tipo de sutura que tem um ótimo resultado estético. Nessa técnica

a agulha passa horizontalmente através da derme superficial, paralelo

à superfície da pele, aproximando as bordas. Por isso não deixa

impressões de sutura no tecido externo. Deve ser usado em feridas com

pouca tensão.

Link do vídeo: https://youtu.be/LlQ_qYm4ihY

2. Chuleio contínuo ou simples: É o tipo de sutura de mais rápida e fácil

execução e pode ser aplicada em qualquer tecido com bordas não

muito espessas. É muito usada em suturas de vasos, porque faz boa

hemostasia e pode ser usada também em peritônio, músculos

aponeurose e tela subcutânea. Link do vídeo:

https://youtu.be/tFMO8lYFJhA

3. Chuleio ancorado: O chuleio ancorado é realizado da mesma forma

que o chuleio simples. Realiza-se a confecção de pontos simples,

seriados e sem interrupção, porém com o cruzamento do fio entre os


nós. É utilizado para dar firmeza à sutura, principalmente nas suturas

longas, conferindo maior fixação das bordas.

Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=k7kfU5-tg7c

4. Barra Grega (ou colchoeiro): Sutura realizada em U, horizontalmente,

transfixando a pele em suas bordas. A entrada e a saída dos fios são

realizadas lado a lado de forma contínua . Link do vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=734MgEthYHg
• NÓ CIRURGICO E TIPOS DE NÓ

O nó cirúrgico deve ser de fácil execução e tem por finalidade evitar

que o fio entrelaçado se solte. O principal é que não se afrouxe,

permitindo perfeito ajuste das bordas a serem afrontadas. Para que

isto ocorra devem ser levados em consideração o tipo de nó, o treino

do cirurgião, o grau de tensão dos tecidos a serem suturados e a

natureza do fio. Os fios sintéticos monofilamentares, como o nylon e o

poliéster, tendem a se afrouxar. O nó cirúrgico, em geral, consta de uma

primeira laçada, que aperta, e uma seguida fixadora, que impede o

afrouxamento da primeira. Quando há necessidade de maior

segurança acrescenta-se um terceiro nó, também utilizado quando

existe tendência de os anteriores afrouxarem-se. Cada laçada deve ser

feita no sentido oposto ao da anterior; caso contrário, o nó tende a se

afrouxar. Não existe, contudo, inconveniente em se utilizar nós no

mesmo sentido quando se trata de ligadura sem tensão.

Link do vídeo: https://youtu.be/4GhqsYaoQak (Técnica de Pouchet).

Link do vídeo: https://youtu.be/wixRQchlqmY (Técnica de sapateiro).


OBS: Para a realização de qualquer sutura é necessário a lavagem simples

das mãos (com clorexidina, iodopovidona ou outros), além da utilização de

luvas cirúrgicas e campo estéril. Além disso, é importante que o curativo

seja feito da maneira correta (higienização com soro fisiológico e

iodopovidona, limpeza com gaze e a cobertura ideal). Outro ponto de

atenção é questionar se o paciente está com a vacinação anti-tétano

atualizada.

● RETIRADAS DOS FIOS DE SUTURA CUTÂNEA

Os fios devem ser mantidos apenas enquanto úteis. Como

norma, devem ser retirados o mais breve possível, logo que a cicatriz

adquira resistência. Incisões cutâneas pequenas (4cm), os pontos são

retirados entre 4 a 5 dias. Nas incisões mais extensas, deve-se

aguardar entre 7 a 8 dias. Entre os elementos que devem pesar

favoravelmente na avaliação, preponderam: aspecto da cicatriz seca,

sem edema nem congestão; local da ferida, livre de tensões

excessivas; direção da cicatriz, obedecendo as linhas de força;

ausência de condições que interferem na cicatrização; tipo de tecido e

sua capacidade intrínseca de adquirir resistência tênsil com o

processo de cicatrização; tensão a que o tecido será submetido.


Paciente, 32 anos, adentra na UPA com queixa de corte na

região superior da órbita ocular direita (supercílio). O

médico de plantão chama o acadêmico de medicina do

segundo período da UFPA para fazer umas perguntas

(presentes abaixo) acerca do procedimento que teria de

ser feito, haja vista que o acadêmico já havia passado

pela aula de sutura com o médico.

A) Qual o tamanho do fio e agulha devem ser

utilizados?

B) Qual a natureza do fio que deve ser usado?

C) Qual o melhor ponto a ser usado?

Paciente, masculino, 25 anos, é encaminhado para o PS

com uma incisão abdominal por arma branca de

aproximadamente 7cm. Feito os exames de imagem

solicitados, percebeu que havia uma lesão em uma das

suas vísceras ocas e era necessário realizar uma sutura

no paciente.

A) O médico optou por utilizar qual tipo de fio?

B) Qual o objetivo em utilizar esse fio específico?


● REFERÊNCIAS

Anderson Ricardo Ingracio. Técnica cirúrgica. Caxias do Sul, RS: Educs,

2017.

GOFFI, F. S. Técnica cirúrgica: bases anatômicas, fisiopatológicas e

técnicas da cirurgia. 4. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2001.

Grupo DBV. Fios de Suturas – dicas de uso e indicações. Suturas

Online. 2018. Disponível em:https://suturasonline.com.br/fios-de-

suturas-dicas-de-uso-e-indicacoes/

LI, Erliang et al. Effect of Modified Allgöwer–Donati Suture Technique on

Wound Cosmetics in Spinal Surgery. Orthopaedic surgery, v. 14, n. 4, p.

678-685, 2022.

ZOGBI, Luciano; RIGATTI, Gabriel; AUDINO, Daniel Fagundes. Sutura

Cirúrgica. Vitalle-Revista de Ciências da saúde. V.33, n.1 (2021) 29-44

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