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Luiz henrique

ASSEPSIA
Conjunto de medidas utilizadas para impedir a introdução de patógenos no organismo durante um
procedimento. Ou seja, erradicar os microrganismos.
★ Pode ser garantida por esterilização;
★ Em superfícies inertes: local ou objeto.

ANTISSÉPTICO Agente químico responsável por matar ou inibir o crescimento de microrganismos.

DESINFECÇÃO Destruição do microrganismo por agente químico, principalmente esporos (são muito
resistentes).

ESTERILIZAÇÃO Destruição total de todas as formas de vida dos materiais que estarão em ação no
campo operatório. Pode ser por meios físicos ou químicos. Importante: em cirurgia
só é aceita a condição de esterilidade.

ANTISSEPSIA
Utilização de produtos (microbicidas ou microestáticos) com o intuito de diminuir os microorganismos na
superfície.
★ Por meio de agentes antissépticos ou degermantes;
★ Em superfícies corporais;
★ Exemplos: Álcool etílico 70%, clorexidina (usado na escovação de mãos e antebraço), polivinil
pirrolidona iodo.

PREPARAÇÃO PARA ENTRADA NO BLOCO CIRÚRGICO


1. Troca de roupas: será utilizado pijama cirúrgico;
2. Remover jóias, anéis, pulseiras e relógios;
3. Lavagem de mãos;
4. Paramentação cirúrgica;
5. Como se portar durante a cirurgia;
6. Conhecimento do instrumental cirúrgico.

VESTUÁRIO NO BLOCO CIRÚRGICO


Consiste em: Camisa, calça, gorro/touca, máscara, propé. Obs: retirar adornos.

ESCOVAÇÃO CIRÚRGICA
É um método de antissepsia preparatório para a cirurgia. O objetivo do preparo cirúrgico das mãos é
eliminar a microbiota transitória da pele e reduzir a microbiota residente, além de proporcionar efeito
residual na pele do profissional.
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➔ Antes de iniciar o procedimento devem ser retirados relógios, anéis e
pulseiras.
➔ Flora transitória: Microorganismos de diversos tipos que não
demonstram estar constantemente em todas as pessoas,
depositando-se na superfície da pele e sendo facilmente removidos.
➔ Flora residente/ flora de colonização: consiste nos microorganismos
persistentes isolados na pele da maioria das pessoas, que sobrevivem
e se multiplicam nos folículos pilosos.

O sentido da escovação deve ser unhas → dedos → mãos →


cotovelos.
● SEMPRE da região distal para proximal;
● SEM retorno;
● Manter as mãos e antebraços acima da cintura, após
escovados.
● As cerdas da escova é de uso exclusivo para o leito ungueal
e subungueal.

OBS: na imagem número 4 o correto é “movimentos da distal para proximal”, e não o inverso.

COLOCAÇÃO DO CAPOTE CIRÚRGICO


Deverá ser colocado após o profissional ter realizado a escovação cirúrgica. O avental vem dobrado,
sendo obrigatório pegá-lo pela gola, pois pela ação da gravidade ele se desdobra e fica na posição de ser

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vestido. Então, após desdobrar o capote, você colocará as mãos nas respectivas mangas, com ajuda de um
auxiliar que irá puxar o avental para trás, amarrando seus cordões posteriores.
★ NÃO coloque as mãos nas regiões das costas, pois é uma região não estéril, sendo potencialmente
contaminável.
★ Não pode encostar o avental no próprio corpo, somente na parte interna ou na gola.
★ Após colocar o capote e as luvas, o indivíduo deve adotar uma posição, isto é, ter atitude em que as
mãos não passam do ombro e nem vão abaixo da linha da cintura.

COLOCAÇÃO DAS LUVAS ESTÉREIS


A luva deve ser esterilizada e do tamanho correto. Você deverá abrir o pacote, possuindo cuidado para
não encostar na parte externa da luva.

Para descalçar as luvas, basta retirar com uma das mãos a luva da mão oposta, segurando-a pela face
externa;

INSTRUMENTAL CIRÚRGICO

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É o termo utilizado para o conjunto de objetos, 2. Hemostasia;
instrumentos e equipamentos que estão em 3. Exérese;
contato direto ou indireto com a região 4. Síntese.
operatória. A maioria dos instrumentos tem mais
Obs: Algumas vezes apenas um tempo cirúrgico
de uma função, então agrupamos estes de acordo
pode estar presente, como por exemplo, na
com a função principal. A ordem das funções
abertura de um abscesso ou na sutura de um corte
segue, geralmente, a ordem do campo operatório:
ocasionado acidentalmente.
1. Diérese;
DIÉRESE
É o procedimento cirúrgico que consiste em separar tecidos, ou planos anatômicos, para abordar uma
região ou órgão. Compreende abertura e rompimento de tecidos. Pode ser mecânica ou física.

MECÂNICA FÍSICA
PUNÇÃO: Drenar coleções de líquidos ou coletar TÉRMICA: Realizada com uso do calor, cuja fonte é
fragmentos de tecidos sem seccioná-los (agulhas, a energia elétrica (bisturi elétrico).
trocater).

SECÇÃO: Dividir ou cortar tecidos com uso de CRIOTERAPIA: Resfriamento brusco e intenso da
material cortante (bisturi, tesouras, lâminas) = área a ser realizada a cirurgia (nitrogênio líquido).
Segmentação de tecidos.

DIVULSÃO: Afastamento dos tecidos nos planos LASER: Realiza-se por meio de um feixe de
anatômicos sem cortá-los (afastadores, tesouras radiação, ondas luminosas de raios infravermelhos
com ponta romba). concentrados e de alta potência - o mais utilizado
na cirurgia é o laser de CO2, que pode ser
facilmente absorvido pela água existente no tecido
humano.

CURETAGEM: Raspagem da superfície do órgão com


cureta.

DILATAÇÃO: processo para se aumentar o


diâmetro de estruturas físicas anatômicas
(dilatadores específicos)

DESCOLAMENTO: Separação dos tecidos de um


espaço anatômico (pinças descoladoras,
descoladores específicos). Exemplo: descolamento
da vesícula biliar do leito hepático durante a
colecistectomia.

HEMOSTASIA
Consiste nas manobras feitas pelo cirurgião para prevenir, deter ou coibir o sangramento. Há tipos de
hemostasia, sendo elas:

PRÉVIA OU É feita antes da intervenção operatória, o objetivo é interromper de forma


PRÉ-OPERATÓRIA temporária o fluxo sanguíneo em direção a ferida operatória. Pode ser:
➔ Medicamentosa = baseada nos exames laboratoriais.
➔ Cirúrgica = interromper em caráter provisório o fluxo de sangue
para a ferida cirúrgica para prevenir ou diminuir a perda sanguínea.
Exemplos: garrote pneumático, faixa de smarch.

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TEMPORÁRIA Durante uma intervenção cirúrgica para deter ou interromper - de forma
transitória – a corrente circulatória mediante a compressão vascular
(suave e delicada). Pode ser feita por compressão por instrumentais –
pinças, aplicação de medicações, uso de hemostáticos.

DEFINITIVA Obliteração do vaso sanguíneo em caráter permanente. Pode ser obtida por
meio de sutura, bisturi – eletrocoagulação, laqueadura, uso de
hemostáticos.

EXÉRESE OU CIRURGIA PROPRIAMENTE DITA


Tempo cirúrgico fundamental, onde efetivamente é realizado o tratamento cirúrgico - momento em que o
cirurgião realiza a intervenção cirúrgica no órgão ou tecido desejado, visando o diagnóstico, o controle
ou a resolução da intercorrência, reconstituindo a área, procurando deixá-la da forma mais fisiológica
possível.
➔ Engloba vários procedimentos cirúrgicos, como remoção de lesões patológicas, osteotomias,
curetagens, exodontias, etc.
➔ Uso de êmbolo também está incluso;
SÍNTESE
Aproximar ou coaptar bordas de uma lesão, com a finalidade de estabelecer a contigüidade do processo de
cicatrização, é a união dos tecidos. O resultado da síntese será mais fisiológico quanto mais anatômica for
a diérese (separação).

CRUENTA INCRUENTA

Coaptação, aproximação, união dos tecidos Aproximação dos tecidos, a união das bordas, é
realizada por meio de sutura permanente ou feita por meio de gesso, adesivo ou atadura
removível. São utilizados instrumentos apropriados:
agulhas de sutura, fios de sutura etc

IMEDIATA MEDIATA

Coaptação ou união das bordas da incisão é feita Aproximação dos tecidos, das bordas é feita após
imediatamente após o término da cirurgia. algum tempo de incisão.

COMPLETA INCOMPLETA

Coaptação, aproximação, união dos tecidos é feita Aproximação dos tecidos não ocorre em toda a
em toda a dimensão/extensão da incisão extensão da lesão, mantém-se uma pequena
cirúrgica. abertura para a colocação de um dreno.

INSTRUMENTOS DE DIÉRESE

BISTURI: Devem ocupar na mesa do instrumentador,


o lugar de maior proximidade do instrumentador,
sempre exigindo menor esforço para chegar à mão do
cirurgião. Principais bisturi móveis:
➔ Cabo nº 3 ⇒ para as lâminas que começam com
1;
➔ Cabo nº4 ⇒ para as lâminas que começam com 2.

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Há duas formas principais de se empunhar um bisturi, são elas:
1. Tipo lápis: para incisões pequenas;
2. Tipo arco de violino: para incisões longas, retilíneas
ou de curvas suaves.

Bisturi elétrico: complementa ou substitui os bisturis convencionais. Realiza corte e/ou coagulação dos
tecidos de maneira hemostática, rápida e segura. Conta com 3 acessórios: pedal, caneta e placa
dispersiva.

TESOURAS: Para empunhar uma tesoura da maneira correta é necessário


introduzir as falanges distais dos dedos anular e polegar nas argolas. O dedo
indicador proporcionará precisão ao movimento e o dedo médio auxiliará na
estabilidade da mão. Elas podem ser curvas, para cortar tecidos; ou retas, para
cortar fio.

INSTRUMENTOS DE HEMOSTASIA
Incluem as pinças que são semelhantes estruturalmente às tesouras, porém possuem uma cremalheira entre
as argolas (estrutura que mantém instrumento fechado, oferecendo níveis de pressão). Quanto à sua
empunhadura, é semelhante à descrita para as tesouras.

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INSTRUMENTOS DE EXPOSIÇÃO
Corresponde aos afastadores, elementos mecânicos que facilitam a exposição do campo operatório, pois
afastam as bordas da ferida cirúrgica e estruturas vizinhas. Podem ser classificados:
1. Dinâmicos: cirurgião que manuseia. Exemplo: Afastador de Farabeuf.
2. Auto-estáticos: não necessita de terceiros.

INSTRUMENTOS DE EXÉRESE

INSTRUMENTOS DE SÍNTESE
Possuem a face interna marcada por ranhuras em xadrez, as quais evitam o deslizamento da agulha, e um
sulco longitudinal também na face interna, com o mesmo objetivo. Envolve as pinças de dissecção (sem dente
e com dente) e o porta agulha mayo-hegar.

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MATERIAIS AUXILIARES
Compressas: Aconselha-se que todos os tipos de
compressas sejam contados em todos os
procedimentos, entretanto, deve-se observar a rotina
hospitalar para se aplicar tal atividade. Por nenhuma
razão, as compressas utilizadas devem ser retiradas
da sala cirúrgica durante a cirurgia e antes de sua
contagem, pois isto dificulta a correta avaliação
destas.
Gazes.
Cuba rim: Utilizada para preparação de tinturas, cremes e loções, além de ser reservatório de soluções,
etc.
Cuba redonda: Cuba em aço inox usada principalmente para assepsia.

ESTRUTURA PADRÃO DA MESA CIRÚRGICA


Na sala cirúrgica existem três tipos de mesas cirúrgicas: mesa do instrumentador, mesa do primeiro
auxiliar e a mesa auxiliar de Mayo.
★ Mesa de Mayo: exclusiva do cirurgião.
★ Mesa do primeiro auxiliar: é dividida em 6 partes.

QUADRANTE INFERIOR ESQUERDO - ficará mais próximo ao paciente. Corresponde ao primeiro tempo
cirúrgico, a DIÉRESE. Nele, colocaremos instrumentos que favorecem ou facilitam o lugar que será operado.
➔ Inicie pelos instrumentos menores;
➔ Instrumentos curvos;
➔ Instrumentos retos;

A ponta dos instrumentos é virada para o instrumentador, pois é este que passará a região do cabo para
o cirurgião.

A curvatura do instrumento sempre fica voltada para a palma da mão do auxiliar.

QUADRANTE INFERIOR DIREITO


HEMOSTASIA
➔ A pinça kelly e a crille possuem a mesma função;
➔ Pinça kelly (ranhura até a metade) e pinça Crille (ranhuras completa).

QUADRANTE SUPERIOR DIREITO


EXÉRESE OU CIRURGIA PROPRIAMENTE DITA
➔ Materiais de preensão e tração;
➔ Pinça de Allis;
➔ Pinça de Kocher.

QUADRANTE SUPERIOR ESQUERDO


SÍNTESE
➔ A pinça dente de rato ou a pinça anatômica vão em todos os pacotes;
➔ Apesar de ambas as pinças estarem no quadrante da “síntese”, elas podem ser solicitadas em
qualquer momento da cirurgia, inclusive na diérese;

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➔ Segure sempre a pinça pela ponta e feche-a, como se estivesse segurando um lápis, e só após isso
entregue ao cirurgião.
➔ No porta-agulha, teremos uma chanfradura, é o local de fixação.

AO LADO DO QUADRANTE INFERIOR DIREITO - CAMPO DE ANTISSEPSIA


➔ Pinça cheron: possui uma ranhura para colocar gaze. Enquanto não está com gaze, o cabo deve
ficar voltado para a instrumentadora.
➔ Cuba: para o antisséptico;
➔ Gaze;
➔ Pinças Backhaus: é uma pinça de campo. São extremamente traumáticas. Servem para fixar o
campo. As pontas ficam voltadas
para a instrumentadora.

AO LADO DO QUADRANTE SUPERIOR


DIREITO - ACIMA DO CAMPO DE
ANTISSEPSIA
➔ Compressas;
➔ Afastador de Doyen
➔ Válvula maleável;
➔ Afastador Farabeuf: coloca um
de costas para o outro. Ao
passar para o cirurgião, passe
separado.

FIOS DE SUTURA
Podem ser classificados mediante a degradação pelo
organismo, origem e quantidade de filamentos. Mas antes,
saiba o que significa esses termos:

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➔ Força tênsil: capacidade da sutura de manter os tecidos aproximados por um tempo ou até a
cicatrização completa;
➔ Memória: é a propensão de um material retornar ao seu formato original depois de ter sido
deformado.
➔ Diâmetro: o número de 0 corresponde a um diâmetro capaz de determinada resistência tênsil.

DEGRADAÇÃO Absorvíveis: gera reação local de hidrólise ou proteólise, perdendo cerca de 50% de
sua força tênsil em 4 semanas, mas podem ainda ser completamente absorvíveis.
➔ São completamente eliminados em determinado período de tempo ⇒ perda de
função;
➔ Catgut simples e cromado: uso em submucosas e mucosas;
➔ Vicryl: pele e mucosa;
➔ Monocryl: subcutâneo, GI, urologia e GO.

Inabsorvíveis: são os fios de aço, algodão, nylon ou polipropileno. Perdem sua força
tênsil em tempo variável (o fio de nylon perde 20% de sua força tênsil em 1 ano), mas
mesmo sem a totalidade de sua função, permanecem presentes no organismo, gerando
reação de corpo estranho.
➔ Seda: gastrointestinal;
➔ Algodão: gastrointestinal e ligaduras;
➔ Nylon: pele/aponeurose. É um fio duro e de manuseio ruim;

ORIGEM Orgânicos: Geram maior reação de corpo estranho, mas são os de menor custo.
Exemplo: fio de algodão.
Sintéticos: Tem característica intermédia dos orgânicos e minerais. Exemplo: fio de
nylon.
Minerais: Produzem menor reação, mas são difíceis de manusear e sua
inextensibilidade pode causar lesões. Exemplo: fio de aço.

QUANTIDADE Monofilamentar: possuem menor capilaridade e deslizam com menos fricção, mas tem
DE tendência à memória.
FILAMENTOS
Multifilamentar: podem ser torcidos, trançados ou trançados revestidos.

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IMPORTANTE: colas biológicas e adesivos cirúrgicos foram desenvolvidos para auxiliar ou suprimir a função
dos fios na síntese de tecidos, mas não são muito utilizados devido ao preço e a sua indicação estar
restrita a síntese de determinados tecidos, como a pele.

AGULHAS
Os fios cirúrgicos podem ser utilizados soltos (para fazer nós manuais) ou com auxílio de agulhas. Em alguns
casos eles já são originalmente fabricados e montados com as agulhas, em outros é preciso fazer o
processo de acoplamento fio-agulha no ato operatório. A função da agulha é promover a passagem do fio
pelo tecido com o menor trauma possível. Possui 3 regiões:
1. Fundo: é a região em contato com o fio;
2. Corpo: pode ser retangular, redondo ou espatulado;
3. Ponta: pode ser triangular (cortante), redonda
ou espatulada.
Podem ser classificadas quanto à:
➔ Curvatura: retas e curvas;
➔ Ponta: cilíndrica, romba, cortante e espatular.
➔ Trauma ocasionado no tecido: traumáticas -
múltipla utilização e montagem em fios;
atraumáticas - montadas originalmente no fio;

NÓS CIRÚRGICOS
Possuem extrema importância para a hemostasia e síntese
(união entre duas bordas teciduais), sendo feito por meio
de um entrelaçamento do fio cirúrgico. A estrutura básica
de um nó inclui:
1. Primeiro seminó: contenção;
2. Segundo seminó: fixação;
3. Terceiro seminó: segurança.

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Imagens retiradas do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=L1Md6Xc-wh0&t=102s

SUTURA
É o ato de aproximar estruturas (tecidos histológicos) mediante a utilização de instrumental cirúrgico,
sendo a sua grande maioria feita por fios e nós cirúrgicos (atualmente também há colas, adesivos, grampos
e etc). Elas promovem três efeitos básicos nos tecidos vivos:
1. Síntese: é a aproximação
2. Recobrimento das estruturas em planos anatômicos;
3. Efeito hemostático: devido a tensão dos pontos.
As suturas são classificadas da seguinte forma:
➔ De acordo com a permanência: absorvíveis (temporárias) ou inabsorvíveis (permanentes);

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➔ De acordo com a técnica: descontínua ou contínua;
➔ De acordo com os planos: separados ou conjuntos;
➔ De acordo com a posição das bordas: evertidas ou invertidas.

TECIDO SUTURA MAIS RECOMENDADA FIO CALIBRE

Pele Descontínuo: simples ou Donatti; Não-absorvível ou absorvível em tempo 4-0 ou


Contínuo: intradérmico. médio ou longo. 5-0.

Subcutâneo Nenhuma, pontos simples ou Absorvível em tempo curto ou médio. 3-0 a


chuleio. 5-0.

Musculatura Pontos simples, em U ou X sem Absorvível em tempo médio ou longo 2-0 ou


apertar. 3-0.

Aponeurose Pontos simples ou chuleio Não absorvível ou absorvível em tempo longo 0 ou 1.

SUTURAS DESCONTÍNUAS
Possui algumas vantagens, como a independência dos pontos (um ponto não compromete todo o trabalho)
além da menor quantidade de corpo estranho dentro do tecido. Entretanto, são menos hemostáticas, mais
trabalhosas e demoradas.
★ É indicada para crianças, pois não dificulta o crescimento de tecido entre os pontos;
★ Geralmente se utiliza fio de Nylon e fios de pequeno calibre para deixar menos marcas e cicatrizes;
★ Indicado em cortes superficiais

PONTO SIMPLES: você irá transpor a derme pela


agulha em sua totalidade. A agulha vai penetrar
a pele em 90º e, na outra derme em sua
totalidade, sai através da pele.
➔ A distância entre a entrada da agulha e a
incisão em uma borda e a saída na outra
deve ser a mesma.

A sutura simples é ideal para pele, pois aproxima eficientemente as bordas da incisão sem que haja
excesso de fio. O fio em excesso em contato com a pele acaba por tatuá-la ,deixando marcas indesejáveis
e perenes ao redor do ponto.

1: Inicialmente, coloque a agulha no porta agulha, na transição entre o terço médio e o proximal. Com a mão
não dominante, você segurará a pinça e elevará a borda da ferida e, em seguida, passando a agulha em um
ângulo de 90º, realizando a curvatura da agulha para não causar lesão na pele.

2: Avança com o fio e agora iremos passar a agulha na outra borda da ferida, entra 90º e usa a curvatura
da agulha. Estica o fio.

3: Agora posicione o porta agulha no centro da ferida, e gire o fio duas vezes ao redor do porta agulha
para a frente, pegue a ponta do fio e cruze as mãos. Em seguida, coloque novamente o porta agulha no
meio, mas agora você dará um giro para trás, pegará a ponta do frio e cruzará as mãos. E, para finalizar,

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pegue a ponta do frio e você dará mais um giro para frente, pegará a ponta do frio, cruzará as mãos. Corte
o fio restante e está finalizado.

PONTO DONATTI OU U VERTICAL: você iniciará a sutura do mesmo jeito


do ponto simples, mas, antes do nó, o fio vai retornar a borda inicial em
plano superficial e a frente do anterior. Fala-se em componente
longe-longe, que reduz a tensão da ferida e oclui o espaço morto
subjacente. E, em componente perto-perto, que produz a aposição
delicada das bordas da ferida.
➔ Tem maior resistência;
➔ Tem boa hemostasia;
➔ Não é estética;
➔ Em pele, incluindo subcutâneo.

PONTO EM X: você fará dois pontos simples na mesma direção, mas juntará
os dois com um único nó. É um ponto que tem maior resistência do que o
ponto simples. A sua desvantagem é a grande cicatriz originada, não
sendo indicada para pele, mas sim para tecidos muito vascularizados.
➔ É indicado para áreas sujeitas a grandes tensões, como no
fechamento de abdomen;

1 Inicia-se igualmente ao ponto simples, mas não feche o nó. 2 Após isso, insira novamente a agulha no
mesmo lado da primeira incisão. 3 Depois, saia com a agulha como se estivesse fazendo o segundo ponto
simples. 4 O processo para o fechamento do nó é o mesmo do ponto simples.

SUTURAS CONTÍNUAS
É rápida, menos trabalhosa, mais hemostática e tem menor custo. Entretanto, são mais isquemiantes e há
interdependência entre os pontos, além de ter maior quantidade de fio dentro do tecido atuando como
corpo estranho e favorecendo a formação de espaço morto.

PONTO CONTÍNUO SIMPLES (CHULEIO): sequência de pontos simples, sem


interrupção. O nó é feito no início e no final da sutura. Indicações:
➔ Subcutâneo;
➔ Gastrointestinal;
➔ Pele.

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PONTO CONTÍNUO ANCORADO (CHULEIO ANCORADO): da mesma forma que a
sutura contínua simples, mas tem cruzamento de fio entre os nós. Indicado para:
➔ Musculatura;
➔ Aponeurose.

DEFINIÇÃO
São drogas que injetadas localmente interrompem de forma transitória os impulsos nervosos em células
neuroexcitáveis, sem produzir inconsciência. Fazer essa inibição de forma reversível, bloqueando funções
sensitivas, motoras e autonômicas de um nervo.

EQUIPAMENTO INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES COMPLICAÇÕES

Seringas, soluções Pequenos procedimentos Alergia aos anestésicos Sangramento, formação


anestésicas, cirúrgicos: sutura, locais, recusa do paciente, de hematomas, infecção,
agulhas e bandeja retirada de pequenos enfermidades clínicas palpitações ou sensação
de anestesia. tumores de pele, associadas que tornem o de calor (devido a
dissecção vasculares, paciente instável ao longo epinefrina) e reação
fístulas arteriovenosas e do tempo, injeção no local alérgica (é rara).
outros. de punção.

CLASSIFICAÇÃO
As duas principais classes de anestésicos locais injetáveis são as amidas e os ésteres. As amidas são as
mais utilizadas, incluindo: lidocaína (xylocaína) e bupivacaína (marcaína). Já os ésteres são representados
pela procaína (novocaína).
★ Ésteres possuem início de ação mais lento do que as amidas;
★ Ésteres também possuem maior frequência de reação alérgica;

IMPORTANTE: indivíduos com alergia a uma classe de anestésicos geralmente podem receber outra classe
com segurança.

AMINOÉSTERES AMINOAMIDAS

★ Procaína; ★ Bupivacaína;
★ Clorprocaína; ★ Ropivacaína;
★ Tetracaína; ★ Prilocaína.
★ Lidocaína;

MECANISMO DE AÇÃO (farmacodinâmica)


Tais fármacos vão agir na membrana celular dos nervos, bloqueando o processo de excitação/condução.
Para isso, vão bloquear a condutância dos canais de sódio da membrana (despolarização da membrana ⇒
entrada do cálcio ⇒ estímulo percorre), impedindo a deflagração do potencial de ação.
➔ Consistem em bases fracas que carregam carga positiva no grupo amina, em pH fisiológico. Se tiver
um pH ácido, o anestésico não tem uma boa ação.
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➔ Apesar de serem bases fracas, os preparados farmacêuticos são levemente ácidos;
➔ Suplementação excessiva de doses no mesmo local, determina menor resposta, pois esgota a
capacidade de tamponamento do meio, não liberando a base.
➔ A membrana celular é feita de gordura, o que é favorável a ação do anestésico local.

Quanto a sua farmacocinética, os seguintes fatores influenciam na absorção: quantidade de anestésico;


local de aplicação; características físico-químicas da substância; associação com vasoconstritor.

Na solução de anestésicos locais há epinefrina, ela é


responsável por prolongar a duração do anestésico e reduzir
o sangramento para produzir vasoconstrição local. Além
disso, o uso de epinefrina também permite a utilização de
volumes maiores de anestésico. O uso de vasoconstrictor
acarreta redução da perfusão tissular e menor absorção, com
menos concentração plasmática.

Quanto a sua toxicidade, fala-se em: reações alérgicas,


comprometimento do SNC e comprometimento do sistema
cardiovascular.

EFEITOS SISTÊMICOS DA CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DE LIDOCAÍNA


CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA EFEITO

1-5 Analgesia

5-10 Dormência da língua, zumbido

10-15 Inconsciência, convulsão

15-25 Coma, parada respiratória

>25 Depressão cardiovascular, parada cardíaca

ATENÇÃO AS DOSES MÁXIMAS


Anestésico local Sem vasoconstrictor Com vasoconstritor

Lidocaína 5mg/kg 7 mg/kg

Bupivacaína 2 mg/kg 3 mg/kg

Ropivacaína 3 mg/kg Tem potente ação vasoconstritora, então não se


associa a outros vasoconstritores.

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TÉCNICA
Inicialmente, você pode lavar a região com soro caso tenha excesso de sujeira
como terra, por exemplo. E, em seguida, você fará a antissepsia, para isso, você
poderá utilizar duas gazes estéreis dobradas ao meio, colocando elas na pinça de
apreensão, molhando na clorexidina e depois disso, passando no sentido da incisão
para a periferia - isso para ferimentos limpos (seta preta na imagem).

Em seguida, você utilizará a seringa com a agulha de aspiração (geralmente a de cor rosa, que é 40x12),
aspirando o anestésico. Após isso, despreze a agulha da aspiração e troque por outra para evitar
contaminação. Na pele íntegra, entre no ângulo da ferida (na borda do ferimento, e não na pele intacta),
com o bisel da agulha para cima e insira uma parte pequena da agulha, em 30 a 45º com a pele. Depois,
aspire para saber se você não está fazendo uma injeção intravascular. Puxou o êmbolo e não veio sangue?
injete gradualmente o fármaco até que se forme um acúmulo anestésico na pele, que é o botão
anestésico. Após isso, vá em direção a algumas das bordas do ferimento, aprofundando a injeção ao
máximo. Aspire novamente para ter a certeza de que não foi atingido nenhum vaso e injete gradualmente o
anestésico ao mesmo tempo que remove a seringa. Após isso, siga para a outra borda do ferimento e faça o
mesmo.

TIPOS DE BLOQUEIO
Anestesia por bloqueio de campo: é a infiltração de anestésico local em um
padrão circunferencial em torno, e frequentemente embaixo, do local cirúrgico. É
útil para grandes áreas cutâneas, fazendo a interrupção da transmissão nervosa de
mais de um nervo.

Anestesia por bloqueio nervoso digital: é feito comumente para anestesiar todo um dedo, pois
anestesia simultaneamente os quatro nervos digitais que cruzam as laterais do dedo. Tal técnica propicia
uma maior duração de anestesia do que a infiltração local.

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INTRODUÇÃO
É um procedimento que permite ao médico uma via de acesso ao sistema venoso periférico e a rápida
administração de drogas ou mesmo para a reposição volêmica. Para isso, utilizam-se cateteres flexíveis
que minimizam a infecção e trauma local.

INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES

★ Administração intravenosa de drogas e ★ Flebite;


fluidos; ★ Infecção;
★ Transfusão de hemocomponentes ★ Esclerose de veias;
★ Coleta de exames; ★ Queimaduras;
★ Permite infusão de um maior número de ★ Infiltração intravenosa prévia;
fluídos; ★ Lesões traumáticas proximais ao local de
inserção - fratura exposta;
★ Fístula arteriovenosa no membro;
★ Procedimento cirúrgico afetando o
membro;
A coagulopatia não é contraindicação absoluta,
mas o procedimento precisa ser feito por
profissional experiente.
Pode ser difícil obter o acesso venoso periférico em situações com vasoconstrição intensa, como na
desidratação grave, choque e parada cardiorrespiratória. Assim, caso ocorra a impossibilidade, deve-se
proceder com a cateterização intra óssea ou central, ou a dissecção venosa.

As complicações mais comuns incluem a formação de hematoma, infecção bacteriana, extravasamento de


fluidos e drogas, flebite, trombose, embolia e lesão nervosa

MATERIAIS
● Luvas de procedimento;
● Garrote - é o torniquete;
● Solução antisséptica à base de clorexidina ou alcoólicas;
● Algodão ou gazes;
● Cateteres agulhados de tamanho apropriado;
● Conectores - equipo;
● Esparadrapo comuns, hipoalérgicos e cirúrgicos;
● Escalpe (butterfly) ou abocath;
● Caixa para descarte de perfurocortantes;

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ONDE PUNCIONAR
O ideal é escolher veias com maior calibre, visibilidade, acessibilidade
e distanciamento de articulações (locais com grande mobilidade). Uma
boa opção são vasos dos membros superiores (menor quantidade de
válvulas e/ou risco de trombose) e sem sinais infecciosos próximos ou
uso prévio recente do vaso.

Os locais mais comuns:


1. Veias medianas (cubital média ou do antebraço);
2. Veia basílica;
3. Cefálica;
4. Dorso da mão.

TÉCNICA
● Primeiro, lave as mãos;
● Em seguida, coloque as luvas de procedimento;
● Inicialmente, avalie as veias disponíveis - inspeção e palpação;
● Coloque o garrote formando meio laço, 8 a 10 cm acima do local de inserção do cateter → peça
para o paciente abrir e fechar as mãos → palpe novamente;
● Faça a limpeza do local com solução antisséptica, fazendo movimentos circulares de dentro para
fora, deixando a área secar completamente - faça isso no sentido do retorno venoso, sem repetir o
mesmo lado do algodão/gaze;
● Insira o cateter na veia com o bisel para cima em um ângulo de 30º. Segure o cateter com o
polegar e o indicador para facilitar e use o dedo médio como apoio;
● Assim que o cateter penetrar o lúmen da veia, haverá refluxo de sangue, nesse momento deixe a
angulação em 15º;
● Agora que a agulha e o cateter estão no lúmen da veia, avance o cateter em direção a veia, e
retire a agulha simultaneamente.
● Depois de inserir completamente o cateter na veia, remova o garrote;
● Aplique uma pressão sobre a pele próximo à área de inserção do cateter para possibilitar a
retirada do mandril sem ter sangramento;
● Fixe o cateter e identifique com data, hora, número do dispositivo e nome do profissional;
● Descarte o material na caixa de perfurocortantes.

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INTRODUÇÃO
Consiste na introdução de um tubo para assegurar controle definitivo da via área, possibilitando a
ventilação controlada, além de possibilitar a aspiração das vias respiratórias e protegê-las de aspiração.

INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES

● Parada cardíaca ou respiratória; ● Fratura instável de coluna cervical: a


● Falha em proteger a via área de aspiração; intubação deve ser realizada com rigoroso
● Oxigenação ou ventilação inadequadas - alinhamento e estabilização de coluna
instabilidade hemodinâmica; cervical;
● Obstrução iminente ou existente de via ● Trauma facial grave: debris e sangue podem
aérea; impedir a visualização das pregas vocais
● Cuidado do doente com doença (cricotireotomia deve ser considerada
multissistêmica ou traumatizado (escala de nessa situação).
coma de glasgow menor ou igual a 8) - sem
reflexos primitivos; Não há contraindicação absoluta. Só há
● Controle de via aérea durante contraindicação relativa, que são as que dificultam
procedimentos que requerem anestesia o processo da intubação.
geral.

São considerados preditores de via aérea difícil:


➔ Tumores, trauma, queimadura, edema e infecções de tecidos moles da faringe ou laringe (podem
distorcer a via área, tornando a intubação endotraqueal dificultosa);
➔ Histórico de intubação difícil, mobilidade limitada do pescoço;
➔ Mandíbula pequena;
➔ Estruturas faríngeas pouco visíveis através da boca aberta com a língua extrusada;
➔ Capacidade limitada de abrir a boca, ou uma proeminência laríngea próxima ao mento.

CLASSIFICAÇÃO
É importante avaliar a via aérea para prevenir a ocorrência de dificuldade ou impossibilidade de
intubação, após indução anestésica, permitindo a prévia otimização de técnicas e condutas para contornar
a dificuldade antecipada, não colocando o paciente em risco desnecessário.
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CLASSIFICAÇÃO DE MALLAMPATI
É feita de acordo com a avaliação das estruturas da orofaringe (úvula, amígdalas, palato mole e palato
duro) enquanto o paciente está sentado, com a cabeça em posição neutra e sem fonação. É a forma mais
comum!!!
● Mallampati 1: úvula, pilares, palato mole e duro visíveis;
● Mallampati 2: base da úvula, parte dos pilares, palato mole e duro visíveis;
● Mallampati 3: Palato mole e duro visíveis;
● Mallampati 4: somente palato duro visível.

Mallampati de 1 a 4, em sequência.

DE CORMACK E LEHANE
Descreve de maneira objetiva a visibilização da glote durante a laringoscopia.
● Grau I: glote bem visível;
● Grau II: somente a parte posterior da glote é visualizada;
● Grau III: somente a epiglote pode ser visualizada, nenhuma porção da glote é visível;
● Grau IV: nem a epiglote, nem a glote podem ser visualizadas.

MATERIAIS
1. Luvas de procedimento;
2. Protetor facial;
3. Sistema de sucção funcional;
4. Ambu conectada a uma fonte de oxigênio;
5. Tubo endotraqueal com fio guia;
6. Seringa de 10mL;
7. Estetoscópio;
8. Laringoscópio com lâmina apropriada.

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PREPARAÇÃO
● Se certifique de que todo o equipamento está funcionando (veja se a luz do laringoscópio está
acendendo, veja se o ambu está funcionante - teste sua ventilação) e que toda a equipe está
devidamente informada;
● Insufle o balão (cuff) do tubo endotraqueal para verificar se há vazamentos;
● Insira o fio-guia no tubo endotraqueal, mantendo a curvatura natural do tubo - não é obrigatório
utilizar o fio guia. Caso utilize, certifique-se de que a ponta do fio-guia não ultrapassa a
extremidade do tubo;
● Obtenha acesso intravenoso e coloque paciente no monitor (caso tenha tempo para isso);
● Coloque o paciente na posição adequada - posição do cheirador;
● Caso a situação clínica permita, pré-oxigenar o paciente fazendo ele respirar oxigênio a 100%
através de um Ambu por pelo menos 3 minutos antes da intubação (1.001, 1.002, 1.003, 1.004 → vá
contando assim para facilitar);

TÉCNICA
● Se posicione atrás da cabeça do paciente, de forma que seus olhos fiquem longe o suficiente do
paciente para facilitar a visão binocular;
● Segure o laringoscópio com a mão esquerda, enquanto abre a boca do paciente com a mão direita.
Entre com o laringoscópio em direção ao ombro direito (número 1 na imagem);;
● Centralize o laringoscópio, sem fazer o movimento de alavanca (número 2 na imagem). Coloque a
ponta da lâmina na valécula epiglote (fica entre a base da língua e a epiglote);
● Neste momento, você deverá estará visualizando as cordas vocais do paciente (levante o
laringoscópio para cima e para frente em um ângulo de 45);
● Neste momento, introduza o tubo endotraqueal no lado direito da boca do paciente- geralmente
entre 22 e 24 cm (número 3 na imagem);
● Caso esteja com o fio-guia, o remova;
● Agora, ofereça pressão negativa para ter a certeza de que o tubo não irá sair do lugar (infle o
balão endotraqueal de ar) (número 4 na imagem);
● Após isso, utiliza o ambu e observe se há expansibilidade da caixa torácica (número 5 na imagem);
● Agora, é hora de auscultar o paciente para ter certeza de que o procedimento foi correto. Ausculte
a base do pulmão, lobos superior e inferior, e o epigástrio. Caso você intube a região gástrica, você
irá auscultar bolhas devido o suco gástrico.Também poderá ocorrer uma intubação eletiva. Mas, se
auscultar o pulmão, você terá movimento de ar bilateral igual.
● Fixe o tubo endotraqueal a cabeça do paciente com esparadrapo depois de confirmar que o tubo
está na posição correta.

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COMPLICAÇÕES
● Intubação esofágica não reconhecida (pode levar a hipoxemia, hipercapnia e morte);
● Vômitos;
● Aspiração de conteúdo gástrico, causando pneumonite ou pneumonia;
● Bradicardia;
● Laringoespasmo;
● Broncoaspiração;
● Broncoespasmo;
● Apneia;
● Trauma nos dentes, lábios e cordas vocais;
● Exacerbação de lesões na coluna cervical.

TÉCNICAS BÁSICAS DE MANEJO DE VIAS ÁREAS

Manobra de elevação do mento (chin-lift) manobra de tração da mandíbula (jaw


thrust)

É indicada para pacientes de agravos clínicos nos Indicada para pacientes de agravos traumáticos
quais não há suspeita de lesão raquimedular ou em que há suspeita de lesão raquimedular e/ou
história de trauma. história de trauma.

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Para executá-la: Posicione os dedos de uma das Para executá-la: Utilize as duas mãos e posicione
mãos do examinador sob o mento e suavemente os dedos médios e indicadores no ângulo da
tracione para cima e para frente, enquanto o mandíbula, projetando-a para frente, enquanto os
polegar da mesma mão deprime o lábio inferior, polegares deprime o lábio inferior, abrindo a boca
para abrir a boca. A outra mão do examinador é e permitindo a pesquisa de corpos estranhos,
posicionada na região frontal para fixar a cabeça próteses dentárias, sangramento, enfim, tudo que
do paciente. possa obstruir as vias áreas superiores.

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Existem várias vias para a administração de medicamentos, mas aqui iremos focar na via parenteral,
sobretudo nas seguintes: intramuscular, subcutânea e intradérmica.

CONTRAINDICAÇÕES COMPLICAÇÕES

★ Área de aplicação inflamada; ★ Abscesso;


★ Área infeccionada; ★ Depósitos de medicação não absorvida;
★ Área edemaciada; ★ Fibrose local;
★ Cicatrizes; ★ Flebite;
★ Coagulopatia; ★ Sangramento;
★ Doença vascular periférica oclusiva; ★ Fenômenos alérgicos;
★ Terapia trombolítica; ★ Embolia.
★ Choque;

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO - INTRAMUSCULAR


É a administração de medicamento no músculo, isto é, fáscia
muscular (ultrapassa todas as camadas da pele). É uma via que
permite a administração de medicamentos em soluções oleosas.
É uma absorção de médio/longo prazo.

Os músculos de escolha:
★ Glúteo máximo;
★ Deltóide;
★ Vasto lateral.

VANTAGENS DESVANTAGENS

★ Facilidade de visualização e acesso ao ★ Permite infusão de pequenos volumes de


músculo; medicamento, no máximo até 5ml;
★ Menor custo, comparando-se à via ★ Pode causar dor no paciente, pois é um
endovenosa; procedimento invasivo;
★ Aplicações inadequadas podem causar
lesões em músculos e nervos;
★ Podem aparecer hematomas;

Os materiais utilizados:
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★ Bandeja para acondicionar material e medicamento;
★ Luvas de procedimento;
★ Seringa de 3 ou 5mL - seringa de tamanho adequado;
★ Agulha 40x12 (para aspirar medicamento)
★ Agulha 30x7 ou 25x7 (para injetar medicamento no músculo) - agulha de tamanho adequado;
★ Algodão com álcool a 70%;
★ Curativo ou adesivo.

Sugestões de passos a serem seguidos: Higienize as mãos ⇒ separe os materiais necessários ⇒ repare a
medicação ⇒ aspire o fármaco ⇒ troque a agulha ⇒ oriente o paciente ⇒ higienize as mãos e calce as
luvas ⇒ posicione o paciente ⇒ fazer antissepsia ampla no local com compressa embebida em álcool a 70%,
com movimento único de cima para baixo ⇒ introduzir agulha ⇒ injetar a medicação constante e devagar (1
mL por segundo) ⇒ retire agulha e seringa ⇒faça compressão local.

DELTÓIDE
O ponto de referência para a administração do fármaco é 5 cm lateral ao acrômio -
3 dedos (outras referências falam 2,5 cm), no terço médio do ventre muscular. É
importante:
- Evitar substâncias irritativas;
- Ventre muscular pequeno ⇒ logo, evitar sempre que possível;
- Sobretudo para aplicação de vacinas ⇒ não é obrigatória a
antissepsia com álcool 70%;
- Bisel lateralizado (manter na mesma direção das fibras musculares para ser
menos doloroso);
- Ângulo de aplicação é 90º;
- INDICADO PARA MAIORES DE 10 ANOS.

Em relação a técnica de administração:


★ Realização da prega, pinçando o músculo: é melhor em paciente idoso ou que tem pouca massa
muscular, visto que expõe melhor o músculo. Ponto negativo: aumenta o risco do fármaco ser
administrado no tecido subcutâneo, principalmente em uso de agulha pequena;
★ Técnica Z: estique a pele próxima onde você irá fazer a aplicação, após retirar a agulha, libere a
pele e cubra o orifício de entrada;
★ Fazer a aplicação em ângulo de 90º;

TÉCNICA GERAL: Identifique processo acromial e ponto do lado do braço alinhado com a axila ⇒ insira a
agulha 2,5 a 5 cm abaixo do acrômio (3 dedos), com o bisel lateralizado em um ângulo de 90º ao processo.

GLÚTEO
É um local indicado para maiores volumes e substâncias oleosas, sendo utilizado o
quadrante superior externo. É importante o conhecimento anatômico para evitar o
nervo ciático.
★ A grande variabilidade na espessura do tecido subcutâneo dificulta o acesso à
profundidade da massa muscular glútea;
★ Uma das mais sérias complicações: envolvimento do nervo ciático;
★ A região dorso-glútea não é indicada para ser usada em crianças menores de
dois anos;
★ As fibras deste músculo são oblíqua, então entrar com o bisel perpendicular;
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★ Ângulo de aplicação é 90º;
★ Bisel lateralizado em ângulo reto;

A localização sugerida como mais segura é a que utiliza fronteiras anatômicas definidas (espinha ilíaca
póstero-superior e grande trocanter) e cuja linha de conexão fica paralela e lateral ao trajeto do nervo
ciático.

TÉCNICA GERAL: Traçe uma linha da EIPS até o trocânter maior do fêmur ⇒ injete acima e externamente
a essa linha. Ou, divida em quadrantes e aplique no quadrante superior externo.

VASTO LATERAL
É um local preconizado para menores de 2 anos, devido à maior proporção muscular,
além disso, também é indicado para pessoas agitadas devido ao seu grande ventre
muscular e sem estruturas anatômicas que envolvam maior risco.
★ Em algumas referências, fala-se que o volume máximo é 4mL;

Local de aplicação: músculo vasto lateral da coxa, no terço médio da coxa, medido
entre o joelho e o trocanter maior (entre o terço médio e distal na face lateral da
coxa).
★ A agulha com o bisel lateralizado e perpendicular à pele ou formando um ângulo de 90º;
★ Se atentar ao nervo cutâneo femoral lateral, evitando complicações;

Divida a face lateral da coxa em terços e aplique entre o 2º e o 3º terço com angulação de 90º.

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO - SUBCUTÂNEA OU HIPODÉRMICA


Na utilização dessa via a solução é administrada nas camadas subcutâneas. É
utilizada para a administração de soluções que necessitam ser absorvidas mais
lentamente, assegurando uma ação contínua.
★ É uma via de absorção lenta por capilares subcutâneos;
★ A absorção da medicação é mais lenta que pela via IM e EV;
★ Essas soluções não devem ser irritantes, devendo ser de fácil absorção;
★ Não é obrigatório fazer a prega, basta estabilizar e aplicar;
★ NÃO ASPIRAR;
★ Bisel para cima;
★ Tolera tanto substâncias aquosas como oleosas, cristalinas ou coloidais;

São indicações:
★ Vacinas;
★ Anticoagulantes;
★ Hipoglicemiantes: angulação é 90º

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★ Caso utilize agulha menor que a de insulina: a angulação é de 45º.

IMPORTANTE: uma desvantagem é a possibilidade de lipodistrofia - distúrbios da deposição do tecido


subcutâneo, nos pontos onde a insulina é aplicada, sobretudo quando as injeções são feitas repetidamente
na mesma área da pele. Assim, deve-se fazer rodízio dos locais.

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO - INTRADÉRMICA


Na utilização desta via a solução é introduzida nas camadas superficiais da pele, isto é,
na derme. A via intradérmica é uma via de absorção lenta, utilizada para:
★ Administração da vacina BCG-ID;
★ Reações de hipersensibilidade (teste alergênico/teste tuberculínico - PPD);
★ O local mais utilizado para injeções ID é a face anterior do antebraço (buscar
locais com fácil visualização e mínima pilificação);
★ O bisel é para cima;
★ Angulação entre 10º e 15º;

A fratura consiste na perda de soluções de continuidade do córtex ósseo. Podem estar associadas a
mobilidade anormal, alguma forma de lesões de partes moles, crepitação e dor. Podem ser, ainda: abertas,
fechadas, completas ou incompletas.

Todas as fraturas devem ser inicialmente imobilizadas, independentemente do tipo de tratamento a ser
realizado. Para imobilizar uma fratura basta imobilizar o local fraturado juntamente com as articulações
proximais e distais ao trauma.
★ Fraturas tratadas incruentamente = imobilizadas definitivamente;
★ Fraturas tratadas cirurgicamente = imobilizadas de forma provisória.

São objetivos da imobilização provisória:


1. Estabilizar para o transporte;

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2. Diminuir a lesão de partes moles provocadas pela fratura;
3. Como princípio deve envolver as duas articulações adjacentes à lesão.

ANTES DA IMOBILIZAÇÃO
1. Avaliar o estado de gravidade do paciente para
priorizar a ordem do atendimento;
2. XABCDE do trauma;
3. Acionar suporte avançado;

COLAR CERVICAL
No atendimento à vítima de trauma, a medida universal é a proteção da coluna cervical. A estabilização
manual se dá segurando a cabeça da vítima com cuidado, movendo para posição neutra, devendo ser
mantida manualmente sem tração significativa, até que a imobilização mecânica do tronco e cabeça seja
completada..
★ Contraindicações: resistência ao movimento, espasmo do músculo do pescoço, aumento da dor, início
do aumento do déficit neurológico (adormecimento, formigamento, perda de habilidade motora),
comprometimento das vias aéreas ou da ventilação.

Quando instalado de forma eficiente ele se apoia sobre o peito, a coluna torácica posterior, a clavícula e
o músculo trapézio. A cabeça fica imobilizada sob o ângulo da mandíbula e na região occipital do crânio.
Embora não imobilize totalmente, o colar cervical ajuda a limitar o movimento da cabeça.

A finalidade principal e específica do colar cervical é proteger a coluna cervical de compressão.

A ESCOLHA DO COLAR IDEAL


Caso o colar seja muito pequeno, teremos uma imobilização insuficiente, caso seja muito grande, poderemos
ter uma hiperextensão cervical. Assim, para saber o tamanho ideal: calcule a distância entre uma linha
imaginária no ombro (onde o colar ficará apoiado) e a base do queixo.

No geral: 2 dedos de diferença (colar P), 3 dedos (colar M) e 4 dedos (colar G).

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PASSO A PASSO
1. Colocar o colar da direita para esquerda;
2. Estabilizar a coluna para o paciente não movimentar;
3. Imobilizar o paciente.

Uma vez colocado o colar cervical, mantenha o paciente na prancha rígida (ou em uma superfície rígida), e
coloque o coxim lateral de cabeça. O colar cervical é um excelente dispositivo auxiliar na imobilização,
porém não limita completamente os movimentos laterais e de flexão-extensão, devendo, portanto ser
utilizado em conjunto com o imobilizador de cabeça e o dispositivo de fixação do tronco.

Os resultados esperados quando o colar cervical é aplicado corretamente são as vias aéreas
desobstruídas e protegidas de aspiração traqueobrônquica e a ausência de trauma cervical secundário,
resultante de fraturas por instabilidade da coluna vertebral cervical.

IMOBILIZAÇÃO DE CLAVÍCULA
Para a vítima sem suspeita e sem lesão confirmada de coluna. A técnica mostrada abaixo resultará em
diminuição do risco de outras lesões durante o transporte prolongado.

Link do vídeo: https://youtu.be/vmAg1MzeS18

IMOBILIZAÇÃO PARA RÁDIO E/OU ULNA


Deixe as extremidades visíveis (avaliar a circulação) e sempre comece a imobilização no sentido distal
para proximal. A imobilização deverá ser feita uma articulação abaixo e uma articulação acima da fratura.

Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=mpGKxa7o1LU

IMOBILIZAÇÃO DE TÍBIA E/OU FÍBULA


Nas fraturas que acometem a perna, é necessário estabilizar a articulação do tornozelo e do joelho. É
importante seguir sempre a ordem: tração, alinhamento e imobilização.

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Imagem da esquerda: imobilização de tornozelo. Imagem da direita: imobilização na fratura de tíbia/fíbula.

O curativo pré-hospitalar no trauma possui como objetivos:


1. Conter hemorragia ⇒ Pressão = Força / área
2. Diminuir contaminação grosseira;
3. Ser provisório até o transporte para avaliação especializada.

Alguns exemplos de trauma envolvem:


★ Fratura (evidente ou possibilidade);
★ Evisceração: protrusão de órgãos.
★ Ferida torácica por projéteis ou arma branca;

TIPOS DE CURATIVO
★ ABERTO: curativo em feridas sem infecção, que após tratamento permanecem abertos (sem proteção
de gaze);
★ FECHADO (oclusivo): curativo após a limpeza da ferida e aplicação de medicamento é fechado ou
ocluído com gaze ou atadura.
★ COMPRESSIVO: É o que faz compressão para estancar a hemorragia ou vedar bem uma incisão.
★ COM IRRIGAÇÃO: nos feridos com infecção dentro da cavidade ou fístula, com indicação de irrigação
com SF 0,9% ou antisséptico, sendo feito com seringa.
★ COM DRENAGEM: Nos ferimentos com grande quantidade de exsudato. Coloca-se dentro o dreno de
Penrose, cateteres ou bolsas de colostomia.

EVISCERAÇÃO
Consiste na protrusão de órgãos. No trauma abdominal, pode ocorrer a evisceração intestinal, por
exemplo, sendo a medida básica pré-hospitalar: cobrir a região com compressas estéreis úmidas, podendo
passar faixa/atadura após. Caso tenha bastante contaminação grosseira, poderá ser avaliada a
possibilidade de “limpar” com soro. As vísceras não devem ser colocadas para dentro no ambiente
pré-hospitalar para não aumentar a pressão intra-abdominal e necrosar esses tecidos. Além disso, o
enfaixamento compressivo é contraindicado pelo risco de necrose tecidual.

EMPALAMENTO DE OBJETOS
No ambiente pré-hospitalar, a remoção de um objeto empalado pode causar trauma adicional e como o
objeto pode ativamente controlar (efeito de tamponamento) o sangramento, é contraindicada a remoção
pré-hospitalar.
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➔ O profissional de cuidados pré-hospitalares deve estabilizar o objeto empalado (forma manual ou
mecânica);
➔ Se ocorrer sangramento adjacente, deve ser aplicada pressão direta no ferimento ao redor do
objeto com a palma da mão;

FERIDA TORÁCICA ASPIRATIVA


A ferida torácica aspirativa corresponde ao pneumotórax aberto, sendo uma ferida torácica que promove
solução de continuidade entre o ar atmosférico e a cavidade pleural, com a tendência de equilíbrio entre
as duas pressões. Dentre as principais causas de pneumotórax aberto:
★ Penetrações por objetos contusos;
★ Lesões por projéteis de arma de fogo de alta velocidade;

E quando suspeitar de uma ferida torácica aspirativa ?


➔ Presença de dor torácica no local do impacto e queixa de dispneia;
➔ Ferimento aberto na parede torácica que provoca ruído aspirativo durante a inspiração e
borbulhamento durante a expiração.

Um ferimento na parede torácica que atinge todas as camadas


desta, permite que ocorra a entrada de ar atmosférico na cavidade
pleural, com isso, há um imediato equilíbrio entre pressão
intratorácica e atmosférica. Caso a lesão da parede for igual ou
superior a dois terços do diâmetro da traqueia da vítima, todas as
vezes que ela fizer uma incursão respiratória, o ar irá parar pelo
ferimento da parede (é o local de menor resistência), o resultado
disso é uma insuficiência respiratória (hipóxia).

Na imagem: 1-pleura parietal 2-pleura visceral 3-ar no espaço pleural


4-pulmão colabado.

CURATIVO EM 3 PONTOS
O tratamento imediato do pneumotórax aberto é pré-hospitalar, para isso, é preciso ocluir a ferida com
curativo com aspecto quadrangular fixado em apenas 3 pontos. O objetivo é: permitir a saída de ar da
cavidade pleural com a expiração, e impede a entrada de ar com a inspiração. Com isso, você criará um
efeito de válvula: paciente inspira → sucção da ferida faz o curativo colabar (impede a entrada de ar) →
paciente expira → o laxo não fixado permite o escape de ar.

Materiais necessários:
- Soro fisiológico para fazer antissepsia local;
- Luvas de procedimento;
- Gaze estéril;
- Atadura/faixa;
- Esparadrapo;
- Tesoura.

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Para o pneumotórax aberto:
1. Limpar a pele ao redor da ferida para retirar resíduos (sangue e suor), retirando o excesso com
gaze;
2. Posicionar o material impermeável (inclusive, você pode utilizar a parte de plástico do pacote para
ser o seu material impermeável, basta cortar no formato de um quadrado);
3. Aplicar o esparadrapo ou similar em 3 pontos, criando um efeito de válvula unidirecional.

IMPORTANTE
A fixação dos quatro lados do curativo, sem o dreno pleural instalado, poderá resultar em pneumotórax
hipertensivo (entrada maciça de ar no espaço pleural que leva ao colapso do pulmão ipsilateral ao
pneumotórax).

PNEUMOTÓRAX ABERTO PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO

Devido a um defeito na parede torácica (entrada e O ar continua a entrar e é aprisionado no espaço


saída de ar). pleural, aumentando a pressão intratorácica. O
resultado é:
1. Desvio do mediastino;
2. Diminuição do retorno venoso;
3. Comprometimento da função circulatória
(hipotensão, turgência de jugular)

IMOBILIZAÇÃO PROVISÓRIA
Indicada nos traumas com evidente ou possibilidade de fratura. Deve envolver as duas articulações
adjacentes à lesão. São objetivos:
- Estabilizar para o transporte;
- Diminuir a lesão de partes moles provocadas pela fratura.

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TORACOCENTESE
A pleura, membrana serosa que reveste o parênquima pulmonar, tem dois folhetos (visceral e parietal), a
pleura visceral reveste parênquima pulmonar, e pleura parietal repousa na superfície interna da cavidade
torácica, entre as pleuras, há o espaço pleural, local em que há pequena quantidade de líquido ⇒ serve
como lubrificante e permite deslize de uma pleura sobre a outra durante os movimentos respiratórios.
➔ Pleura visceral não tem sensibilidade para dor;
➔ Feixe neurovascular situa-se na borda inferior das costelas;

Quando há um desequilíbrio entre a formação e a absorção do líquido pleural, os derrames pleurais


podem ocorrer, visto que há aumento da pressão intravascular na região pleural e a maior permeabilidade
vascular no interstício pulmonar. Dessa maneira, sempre se traduzem em condição anormal, sendo
necessária a toracocentese para o diagnóstico. São divididos em:
1. Transudatos: associados a pacientes com insuficiência cardíaca, nefropatias, insuficiência hepática.
2. Exsudatos: sugerem presença de doença inflamatória e/ou neoplásica e necessitam de investigação
etiológica sempre que possível.

Na análise do líquido pleural, iremos avaliar:


1. Aparência: sanguinolento (neoplásico, tuberculose); turvo → quilotórax (lípides) ou parapneumônico
(células e proteínas);
2. Citologia;
3. Bacterioscopia direta;
4. Bioquímica: avaliar pH, glicose, amilase, triglicérides, hematócrito;
5. Cultura: pesquisa de agentes infecciosos.
INDICAÇÕES
★ DIAGNÓSTICA: derrames pleurais sem causa evidente; derrames com causa potencialmente
justificável (IC, hepatopatias com ascite), porém acompanhados de febre, principalmente na
ausência de foco infeccioso conhecido;
★ TERAPÊUTICA OU DE ALÍVIO: em derrames pleurais volumosos, com sinais de restrição ventilatória, e
para melhor avaliação do parênquima pulmonar adjacente à área do derrame procede-se ao
esvaziamento da cavidade.

É necessário ao menos 10 mm de espessura do derrame visualizado por exame de imagem para ser
passível de ser puncionado.

CONTRAINDICAÇÕES
Não há contraindicações absolutas para a realização da toracocentese, porém algumas situações devem
ser ponderadas:
- Presença de lesões cutâneas (queimaduras por radioterapia, herpes-zóster ou piodermites);

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- Risco de pneumotórax em pacientes sob ventilação mecânica (varia em torno de 5% a 10%);
- Alterações da coagulação - representam a principal contraindicação ao procedimento. Portanto,
recomenda-se a prévia correção desses distúrbios, visando atingir valores que proporcionem maior
segurança (atividade de protrombina > 50% e contagem de plaquetas > 50.000).
- Derrame < 10 mL;

TÉCNICA
POSICIONAMENTO ADEQUADO
Paciente sentado, ligeiramente inclinado para frente, apoiando-se em uma mesa posicionada à sua frente.
● Ponto desejado: abaixo da ponta da escápula, ao nível do 7º ou 8º intercostal;
Paciente impossibilitado de sentar: paciente em decúbito dorsal, cabeceira da cama elevada em 45º.
● Uma alternativa é realizar a percussão do hemitórax acometido para determinação da região a ser
abordada;
● Evitar punções abaixo do 9º EIC (risco de punção abaixo do diafragma).

PACIENTE SENTADO DECÚBITO DORSAL

Paciente sentado, com os braços cruzados na A opção para pacientes que não podem abandonar
frente do corpo e apoiados confortavelmente sobre o leito ou sentar-se (por exemplo, em ventilação
um suporte, deixando o tórax o mais ereto possível. mecânica) é o decúbito dorsal com a cabeceira
★ É o mais indicado! elevada a 45º – puncionamos na linha axilar média.
● 5º EI hemiaxilar anterior
● 2ºEI na linha hemiclavicular

PRÓXIMOS PASSOS
1. Posicionamento do paciente;
2. Antissepsia com clorexidina partindo do ponto de punção e posicionamento do campo estéril,
deixando exposto o sítio de punção;
3. Palpe o espaço intercostal e insira a agulha no bordo superior da costela inferior, insira a agulha
com bisel para acima, em 90º e aspire para evitar a injeção intravascular do anestésico.
Aproximadamente, 5 a 10 mL de lidocaína a 2% é o suficiente. Fizemos a anestesia local.
4. Introduza a agulha sempre aspirando no local do botão anestésico. A punção deve ser direcionada
à borda superior da costela, para evitar o feixe vasculonervoso. O líquido começará a sair. Punção
com jelco e aspiração contínua.
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5. Após isso, introduza o abocath/jelco para dentro do espaço pleural e retire a agulha, não esqueça
de tampar o cateter manualmente para impedir a entrada de ar;
6. Instale equipo de 3 vias e colete material para análise ⇒ toracocentese diagnóstica.
7. Conecte o equipo de drenagem ao abocath, estendendo para um frasco coletor. Ao fim da
drenagem, retire o abocath ⇒ toracocentese de alívio;
8. Faça um curativo no local da punção.

QUANDO INTERROMPER O PROCEDIMENTO ?


Em casos de desconforto respiratório, dor torácica, tosse ou hipotensão.

Ao realizar esvaziamento de grandes volumes, retirá-los de forma lenta para prevenir edema de
reexpansão pulmonar, o que pode acontecer na retirada de volumes superiores a 1.000 mL de líquido
por sessão.

(A) Posicionamento do feixe vásculo-nervoso na borda inferior da costela. Por isso, devemos sempre
proceder à punção na borda superior da mesma (B).

MATERIAIS UTILIZADOS

COMPLICAÇÕES
★ Pneumotórax é a complicação mais frequente, podendo ser devido a inexperiência do médico, uso
de agulhas de grosso calibre, retirada de grandes volumes, múltiplas perfurações, presença de
DPOC e sequelas pleural;
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★ Hemotórax: pode ocorrer devido a laceração vascular - é possível evitar com introdução da agulha
sempre pela borda superior da costela;
★ Reflexo vaso-vagal: sudorese, mal-estar, lipotimia, bradicardia e hipotensão;
★ Dor e tosse;
★ Infecção local;
★ Lacerações hepáticas ou esplênicas: são complicações mais raras;

PUNÇÃO DESCOMPRESSIVA NO PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO


O diagnóstico, neste caso, é clínico (paciente com dor torácica, taquipneia, hipotensão, desvio de traquéia,
taquicardia, MV abolido no hemitórax, distensão venosa do pescoço e outros). Nesses casos, a conduta
IMEDIATA é a toracocentese de alívio.
● Atualmente o ATLS preconiza a punção no 5º EI hemiaxilar anterior;
● Mas antes: 2ºEI na linha hemiclavicular;

PERICARDIOCENTESE
Em condições normais, há 50mL de líquido no pericárdio. Este, tem 2 camadas: parietal - acelular, tem
colágeno e elastina; visceral - camada única de células mesoteliais aderente ao epicárdio. Em situações
agudas, o potencial elástico do pericárdio é baixo, pequenos volumes já causam alterações hemodinâmicas
importantes. Em situações em que o acúmulo de volume se deu cronicamente, o pericárdio consegue conter
cerca de 500 mL sem sinais de tamponamento.

Quando há um acúmulo de líquido no saco pericárdio que culmina em disfunção cardíaca aguda, temos um
tamponamento cardíaco.
★ Outros sinais e sintomas: Dispneia, extremidades frias, cianose, redução do nível de consciência,
pulso paradoxal de Kussmaul (aumento da pressão intrapericárdica);
★ Deve ser considerado como possível causa de parada cardiorrespiratória em atividade elétrica sem
pulso;

A pericardiocentese seria o procedimento de alívio emergencial ao tamponamento cardíaco (acúmulo de


líquido no pericárdio dificultando/impedindo contratilidade cardíaca). ELA PODE SER:
1. Guiada por ultrassom: é o recomendado! Permite visualização direta de agulha conforme ela entra
no derrame pericárdio e pode ajudar o médico a determinar qual abordagem tem maior
probabilidade de drenar o líquido pericárdico com sucesso;
2. Com eletrodos: é distribuído no paciente, e alguns são conectados à base da agulha, caso seja
detectado atividade elétrica, retire, pois você encontrou o miocárdio.
3. Às cegas: têm maior taxa de complicações. Apenas em casos de emergência!

INDICAÇÕES
● Tríade de Beck (estase jugular, hipotensão e abafamento/hipofonese de bulhas cardíacas);
● Elevação da pressão venosa central: distensão (turgência) das veias jugulares;
● Hipotensão;

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● Aumento da silhueta cardíaca na radiografia;
● Pulso paradoxal de Kussmaul: redução de > 10 mmHG na PAS durante a inspiração;
● Dispneia e taquipneia;

FATORES DE RISCO
● Doenças metastáticas, radiação mediastinal, doença renal grave, tuberculose, trauma torácico, e
cirurgia cardíaca recente;

CONTRAINDICAÇÕES
Não existem absolutas, apenas relativas.
● Não existem absolutas, apenas relativas;
● Derrame pericárdico traumático associado a instabilidade hemodinâmica (taquicardia e
hipotensão), sendo o mais indicado a toracotomia de emergência;
● Rotura miocárdica;
● Dissecção aórtica;
● Discrasia sanguínea (distúrbio hemorrágico).
MATERIAIS
● Carrinho de parada com medicações para RCP;
● Monitorização hemodinâmica;
● Campos estéreis;
● Jelco;
● Seringa;
● Luvas estéreis;
● Se disponível, USG a beira leito.

PASSO A PASSO
1. Posicionamento do paciente: dorso elevado em 30 a 45º;
2. Palpação do processo xifóide, e faça a punção 1 a 2 cm a esquerda;
3. Antissepsia da região;
4. Anestesia local com retroinjeção (quando possível);
5. Entrar com a agulha a 45º, com bisel para cima, apontando em direção
ao ombro esquerdo do paciente (linha hemiclavicular esquerda).
Ultrapassou a pele? vá entrando com pressão negativa (aspirando).
Utilizar agulha de raquianestesia com guia.
6. Monitorizar continuamente o ECG a elevação de ST sugere contato com
o epicárdio, caso isto ocorra retroceder a agulha uns poucos milímetros;
7. Aspire o conteúdo até o alívio do paciente (a retirada de 15 a 20 mL pode resultar em melhora
hemodinâmica imediata se tiver tamponamento), estabilizando e possuindo ausência de retorno.
COMPLICAÇÕES
● Aspiração de sangue ventricular;
● Lesão do epicárdio por contato com a agulha ⇒ perfuração
miocárdica;
● Lesão de vasos epicárdicos (veias ou artérias coronárias);
● Hemopericárdio iatrogênico;
● Arritmias (extrassístoles, bigeminismo, fibrilação);
● Pneumotórax;
● Lesão hepática, gástrica.
● Punção do peritônio com eventual peritonite ⇒ perfuração
peritoneal;

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Consiste na abertura cirúrgica da cavidade abdominal para fins diagnósticos e/ou terapêuticos. A incisão
mais comum é a mediana supra umbilical (se estende do processo xifóide a cicatriz umbilical) e mediana
infra umbilical (vai da cicatriz umbilical até a sínfise púbica). Há também a incisão xifo-púbica (vai do
processo xifóide até a sínfise púbica).
★ Linha mediana: ótimo acesso, porém, há a fragilidade da bainha, demora no processo cicatricial,
pouca vascularização e ação intensa da musculatura;

Inicialmente: colocação do campo cirúrgico ⇒ antissepsia e assepsia ⇒ incisão mediana xifo-púbica (o tipo
de incisão varia) ⇒ abertura por planos (pele → gordura subcutânea → aponeurose do músculo → abertura
do peritônio parietal → cavidade peritoneal), após isso, é feita uma busca de lesões em todas as estruturas.
➔ No encontro de lesões diafragmáticas, no estômago: suturar com fio inabsorvível;
➔ Em casos de lesões extensas de órgãos como o baço, por exemplo, poderá ser feito um
clampeamento;

Para esse assunto, é importante revisar os tempos cirúrgicos e instrumentação cirúrgica.

INTRODUÇÃO
A queimadura é uma lesão tecidual que é fruto de trauma térmico, elétrico, químico ou radioativo, que
destrói parcialmente ou totalmente a pele e seus anexos. Ela ainda pode alcançar as estruturas mais
profundas (tecido celular subcutâneo, músculos, tendões e ossos).
★ No BR, a maioria das vítimas é do sexo masculino, predominando em adultos jovens (20-29 anos) e
crianças menores de 10 anos;
★ Nos adultos → lesões por chamas é mais prevalente; Nas crianças → lesões por escaldadura;
★ Há o termo “grande queimado” que é utilizado geralmente para vítimas de queimadura que precisam
de tratamento em Centro Especializado em Tratamento de Queimaduras (CETQ) - no Brasil. Já a nível

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internacional, o termo é utilizado quando se há envolvimento maior ou igual a 25% da superfície
corporal queimada (SCQ) em faixa etária de 10 a 40 anos, ou envolvimento maior ou igual a 20%
se estiver se tratando de crianças com menos de 10 anos e adultos com mais de 40; Ou ainda,
envolvimento de 10% ou mais de superfície corporal queimada se for queimadura de terceiro
grau, dentre outros;

O prognóstico da vítima de queimadura dependerá de:


1. Extensão da SCQ;
2. Profundidade;
3. Localização;
4. Presença ou não de doenças crônicas associadas;
5. Idade do paciente (mais grave em crianças e idosos).

AGENTES ETIOLÓGICOS

Térmicos ★ É o tipo mais frente!


★ Calor e congelamento

Elétricos ★ São graves;


★ Há lesões cutâneas de porta de entrada e saída;
★ Necrose em tecidos profundos;
★ Pele pode permanecer íntegra em sua maior parte de extensão;
★ Complicações: amputações, alterações do ritmo cardíaco;
★ Corrente elétrica e raio;
★ Queimadura elétrica real é diferente do flash burn;
★ Flash burn = quando é produzido um arco de corrente de uma fonte de alta
tensão, gerando calor que pode causar queimaduras superficiais às partes
expostas (geralmente face e mãos) mas as roupas podem pegar fogo, dando
origem à queimaduras mais profundas. Não existe passagem de corrente pelo
corpo da vítima.

Radioativos ★ Raio UV e radiação nuclear;


★ Fonte solar, cabines de bronzeamento,aparelhos de radioterapia e raio-x;

Químicos ★ Ácidos (necrose de coagulação), bases ou compostos orgânicos;


★ Progressiva e costuma afundar;

PRIMEIRO ATENDIMENTO A VÍTIMA DE QUEIMADURA


A vítima de queimadura grave é considerada uma vítima de trauma, logo, deverá ter uma ordem para
atender tal paciente. Caso a queimadura tenha ocorrido em incêndios, o passo inicial é afastar a vítima
das chamas. Após isso, a atenção é a via área, pois há algumas evidências que nos indicam alta
probabilidade de comprometimento dessa estrutura, como:
★ Queimaduras cervicais ou faciais;
★ Chamuscamento dos cílios e vibrissas nasais;
★ Depósitos de carbono e alterações inflamatórias agudas na orofaringe;
★ Escarro carbonado;
★ Rouquidão;
★ História de confusão mental e/ou confinamento no local do incêndio;
★ História de explosão com queimaduras de cabeça e tronco;
★ Níveis sanguíneos de carboxi-hemoglobina > 10% (suspeita de intoxicação por monóxido de carbono
deve ser suspeita em queimaduras em recintos fechados).

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QUANDO REALIZAR A INTUBAÇÃO ENDOTRAQUEAL PRECOCE ?
1. Sinais de obstrução de via aérea (rouquidão, estridor, uso de musculatura acessória);
2. SCQ estimada > 40-50%;
3. Queimaduras faciais profundas e extensas;
4. Queimaduras no interior da boca;
5. Edema significativo ou risco para edema;
6. Dificuldade na deglutição;
7. Sinais de comprometimento respiratório;
8. Rebaixamento do nível de consciência;
9. Transferência de grande queimado com equipe de transporte não treinada para acesso imediato a
via aérea;

Raramente há necessidade de manobras de RCP no momento do primeiro atendimento, exceto:


queimaduras elétricas ou casos de intoxicação grave por monóxido de carbono (CO).

INTERROMPER O PROCESSO DE QUEIMADURA


Após controle de vias aéreas, devemos retirar toda a roupa do doente (o tecido pode sofrer combustão),
jóias e anéis (edema tecidual pode se instalar rápido). Após isso, irrigar a área queimada. Para evitar
hipotermia, o paciente precisa ser coberto por lençóis limpos e secos.
- Segundo o Sabiston: usar água à temperatura ambiente, nos primeiros 15 minutos do acidente;
- 10º edição do ATLS: descontaminar área queimada com salina morna;
- USO DE GELO É CONTRAINDICADO → pode aumentar a área queimada e/ou provocar hipotermia;

OBTER ACESSO VENOSO


Obter com cateter calibroso em veia periférica, de preferência nos membros superiores, se não for
possível, utilizar acesso venoso na veia safena por meio de dissecção (ponto negativo → maior associação a
flebites). Caso a superfície acometida seja grande, pode ser feita punção na área queimada.
- Infusão intra óssea restrita a crianças com menos de 6 anos de forma temporária;

Exceto queimadura de primeiro grau, todos os casos que envolvem mais de 20% da SQC é preciso receber
volume o mais rápido possível, por meio da infusão de cristaloides (ringer lactato).
★ Quantidade no atendimento pré hospitalar: peso estimado do paciente (kg) X SQC estimada / 8;
★ Exemplo: paciente com 70 kg x 40% de SQC / 8 = 350 mL/h;

INDICAÇÕES DE ADMISSÃO EM CENTRO ESPECIALIZADO EM TRATAMENTO


DE QUEIMADURAS (CETQ)
1. Queimadura de espessura parcial (2º grau) maior do que 10%;
2. Queimadura envolvendo a face, olhos, ouvidos, mãos, pés, genitália, períneo ou pele envolvendo
grandes articulações;
3. Queimadura de 3º grau de qualquer tamanho em qualquer faixa etária;
4. Queimaduras elétricas graves, incluindo acidentes com raios;
5. Queimaduras químicas importantes;
6. Lesão por inalação de via aérea;
7. Pacientes com doenças prévias que possam dificultar o tratamento;
8. Toda vítima de queimadura associada a trauma;
9. Crianças vítimas de queimaduras atendidas em hospitais sem equipe qualificada e sem material e
equipamentos adequados;
10. Queimadura em pacientes que necessitem intervenções especiais sociais, emocionais ou
reabilitação prolongada.

COMPROMETIMENTO DA VENTILAÇÃO
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LESÕES POR ALTAS TEMPERATURAS: geralmente se estende até cordas vocais.
➔ Edema de mucosa, submucosa, sangramento e ulcerações de faringe, laringe, e cordas vocais são
fatores que podem comprometer agudamente a ventilação;
➔ Lesão térmica dos pulmões não existe, pois o calor se dispersa na faringe.

LESÃO PULMONAR POR INALAÇÃO: quando a fumaça produzida pela combustão de elementos que estão no
ambiente em chamas atinge via área infraglótica → causa lesões em brônquios, bronquíolos e alvéolos. A
complicação mais temida é a evolução por insuficiência respiratória.

INTOXICAÇÃO POR MONÓXIDO DE CARBONO (CO): deve ser suspeita em todo indivíduo que inalou fumaça.
O CO tem afinidade pela hemoglobina 240 x mais que o oxigênio. Na suspeita de intoxicação: administrar
oxigênio a 100% em alto fluxo por máscara unidirecional sem recirculação.
★ Medida de PaO2 não é fidedigna para diagnóstico;
★ Oxímetro de pulso não é capaz de sugerir a exposição ao CO;

INTOXICAÇÃO POR CIANETO: devido a fumaça derivada de poliuretano, náilon, lã e algodão. O cianeto
inibe metabolismo aeróbico, pode resultar rapidamente em óbito.

RESTRIÇÃO A EXPANSÃO TORÁCICA: Em casos de queimadura de 3º grau na circunferência do tórax,


podendo ocorrer insuficiência respiratória devido a falta de expansão. Tratamento: escarotomia da lesão
(incisão da área queimada até o subcutâneo).
OUTRAS MEDIDAS
- Dose de reforço do toxóide tetânico (0,5 mL) ⇒ pacientes com área queimada superior a 10%;
- Descompressão gástrica para o transporte ⇒ devido a íleo paralítico e distensão abdominal;
- Controle da dor: morfina em doses intravenosas de 2 a 5 mg até o alívio sintomático → é
importante observar as variações da pressão arterial;
- Benzodiazepínicos: queimaduras de 3º grau causam mais ansiedade que propriamente de dor;

AVALIAÇÃO DA ÁREA QUEIMADA


Regra dos 9 de Wallace: importante para determinar a porcentagem da superfície corporal queimada. O
corpo de um adulto é dividido em regiões anatômicas que representam 9º, ou múltiplos de 9%, da superfície
corporal total.
➔ Cada membro superior corresponde a 9% da superfície coral total;
➔ Cada membro inferior 18% (metade para região anterior e metade para posterior);
➔ Tronco 36% (metade para região anterior e metade para posterior);
➔ Cabeça e pescoço 9%;
➔ Períneo e genitália 1%.

OBS: nas crianças a cabeça corresponde ao percentual maior e membros inferiores têm valores menores
que os adultos. Assim, a cabeça e pescoço contabilizam 18%, enquanto cada membro inferior vale 13,5%.
IMPORTANTE (CLASSIFICAR QUANDO A EXTENSÃO):

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- Leve = 10%
- Média = 10 a 20%
- Grave > 20%

Regra da palma da mão: mão aberta com dedos estendidos equivale a 1% de SCQ;

O diagrama de Lund e Browder também fornece avaliação mais detalhada (de acordo com as faixas
etárias).

DETERMINAÇÃO DA PROFUNDIDADE
CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS TRATAMENTO

1º Grau ou superficiais ● Limitadas a epiderme; ● AINE


● Eritema (devido a vasodilatação); ● Solução hidratante
● Dor moderada;
● Não ocorre bolhas nem
comprometimento de anexos
cutâneos (folículos pilosos,
glândulas sudoríparas e sebáceas);
● Não há fibrose na sua resolução;
● Cicatrização em cerca de 5 dias;

Exemplos: queimadura por exposição ao


sol. Não são consideradas nos cálculos de
SCQ.

2º Grau superficiais ● Atinge a derme (camada papilar); ● Curativo com antibiótico


● Muito dolorosas, com superfície
rosada;
● Úmida;
● Presença de bolhas → surgem em
12h a 24h;
● Se não tiver infecção → cicatrizam
em até 3 semanas com resultado
estético bom;

2º Grau profundas ● Atinge a derme (camada ● Enxerto


reticular);
● Pele seca, avermelhada ou
mosqueada;
● Dependendendo do grau de
comprometimento da
vascularização → pode ou não ter
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dor;
● Bolhas podem ser encontradas;
● Se tiver alteração de sensibilidade
→ diminui sensibilidade tátil com
preservação da sensibilidade à
pressão (barestésica);
● Costumam cicatrizar entre 3 a 9
semanas;
● Comum formar cicatrizes não
estéticas;
● Risco razoável de cicatrização
hipertrófica;

3º Grau ● Compromete até parte da ● Escarotomia


hipoderme; ● Nos membros:
● Área queimada pode estar pálida escarotomias do tipo
e esbranquiçada ou enegrecida ou longitudinal medial
vermelho amarelada;
● Pode ser visto na base vasos
coagulados;
● Textura firme, semelhante a couro;
● Sensibilidade tátil e pressão estão
diminuídas;
● A superfície é indolor;
● A cicatrização só ocorre à custa
de contração importante da ferida
ou através de enxerto cutâneo.
● No tórax ⇒ insuficiência
respiratória;
● Circunferencialmente em membros
⇒ hipoperfusão

Causas comuns: chama contínua, elétrica,


vapor.

4º Grau ● Acometem toda espessura da pele, ● Hidratação generosa,


tecido celular subcutâneo e avaliar uso de
alcançam tecidos profundos como bicarbonato e manitol
músculos e ossos; para prevenção da lesão
renal.
Exemplo: queimadura elétrica (tem risco ● Considerar fasciotomia.
de rabdomiólise, IRA, síndrome
compartimental muscular e arritmias).

A profundidade e a extensão da superfície queimada e a idade é o principal determinante de


mortalidade.

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CUIDADOS COM A QUEIMADURA
Desbridamento com retirada de corpos estranhos, tecidos desvitalizados e limpeza da ferida (água e
clorexidina degermante a 2%) são medidas obrigatórias. O ATLS, não recomenda a remoção das bolhas.

Após o desbridamento, é necessário aplicar um curativo oclusivo. Os objetivos são:


1. Proteção do epitélio lesado;
2. Redução da colonização bacteriana ou fúngica;
3. Imobilização do segmento atingido para manter posição funcional desejada;
4. Redução da perda calórica através da evaporação.

A área queimada tem que ter curativos trocados 2x ao dia. O curativo oclusivo pode ser aplicado em 4
camadas:
1. Atadura de tecido sintético (rayon) ou morim com antibiótico tópico
2. Gaze absorvente
3. Algodão hidrófilo
4. Atadura de crepe

Caso seja face e períneo ⇒ curativo exposto. Os antimicrobianos tópicos podem ser:
- Acetato de mafenida a 5%
- Nitrato de prata a 0,5%: indolor a aplicação, mas não consegue grande penetração na queimadura.
- Sulfadiazina de prata a 1%: não tem dor na aplicação. Pode ser associada ao nitrato nos 3 dias
iniciais. Primeira escolha na maioria das vezes!
- Nitrato de cério a 0,4%.

QUEIMADURAS DE SEGUNDO GRAU SUPERFICIAIS: curativo biológico (pele de cadáver ou de porco) ou


sintético (silicone e colágeno) enquanto se aguarda a cicatrização, sendo aplicado nas primeiras 24h.

QUEIMADURAS DE SEGUNDO GRAU PROFUNDAS E DE TERCEIRO GRAU: excisão da área queimada e


substituição por enxerto retirado de áreas doadoras do próprio paciente.

As principais complicações das queimaduras:


● Infecção;
● Sepse;
● Restrição torácica e isquemia de membros em queimaduras superficiais: fazer escorotomia;
● Neoplasia maligna na área queimada: úlcera de Marjolin;
● Tétano: profilaxia;

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