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MEDICINA VETERINÁRIA

APOSTILA ATUALIZADA EM
TÉCNICAS CIRURGICAS

Karen Talyssa
@studiesveterinary
estudante de medicina veterinária
Sumário
1. Introdução ............................................................................. 03

2. Assepsia cirúrgica .............................................................. 06

3. Centro cirúrgico .................................................................. 12

4. Equipe cirúrgica ................................................................... 14

5. Instrumentação cirúrgica ................................................. 17

6. Materiais de sutura ............................................................ 24


7. Cuidados pré, trans e pós operatório ........................ 31

8. Tipos de sutura .................................................................... 41


9. Fases da cirurgia ................................................................ 48

10. Questionário ......................................................................... 54


Introdução
Cirurgia é o ramo da Medicina Veterinária que trata parcial ou
totalmente as diferentes moléstias por processos manuais com a
finalidade de produzir modificações úteis ao organismo animal.

CLASSIFICAÇÃO DAS OPERAÇÕES


Segundo a perda de sangue:
Cruenta: há perda sanguínea.
Incruenta: praticamente sem perda de sangue.

Segundo a finalidade:
Cirurgia de emergência: são aquelas onde o cirurgião deve
intervir imediatamente para salvar a vida do paciente
Cirurgia de urgência: são as que o cirurgião dispõe de um certo
tempo para preparar o paciente, melhorando o seu estado geral
para o ato operatório.
Cirurgia de conveniência: são realizadas em pacientes hígidos.
Normalmente são intervenções estéticas ou com finalidade
econômica ou zootécnica.
Cirurgia experimental: são aquelas realizadas com a finalidade
de estudos.
Cirurgia eletiva: não é grave, pode ser adiada.

Segundo a técnica usada:


Conservadoras: quando conservamos o tecido ou órgão afetado.
Mutiladoras: quando há necessidade de extirpar o órgão, total
ou parcialmente.
Reparadoras: quando fazemos a reparação do tecido ou órgão
afetado.

Segundo o resultado:
Paliativa: quando não há cura total, mas melhora as condições
de vida.
Radical: quando há cura total da lesão.

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Segundo o tipo de cirurgia:
Leve: cirurgia sem risco de vida.
Grave: cirurgia com risco de vida.
Simples: cirurgia rápida que envolve somente uma estrutura ou
tecido.
Composta: cirurgia meticulosa, envolve várias estruturas.
Regular: é uma cirurgia planejada, seguindo normas pré-
estabelecidas.
Irregular: é uma cirurgia sem planejamento prévio.

De acordo com a especialidade:


Cirurgia cardiovascular.
Cirurgia do trato-respiratório.
Neurocirurgia.
Cirurgia oftálmica.
Cirurgia oncológica.
Cirurgia ortopédica.

CLASSIFICAÇÃO DAS OPERAÇÕES


Pré operatório
Preparação do local para cirurgia.
Esterilização dos instrumentos.
Jejum.
Aplicação de soro.
Antibioticoterapia profilática.
Contenção do paciente.
Tranquilização.
Tricotomia.
Antissepsia.
Transoperatório:
Diérese.
Hemostasia.
Síntese.
Pós-operatório
Limpeza da ferida.
Colocação de bandagens protetoras.
Administração de medicamentos.
Acompanhamento do paciente e da ferida.
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TERMINOLOGIA CIRURGICA
Prefixos: indicam o órgão
abdomino = abdome
adeno = glândula
cisto = bexiga
cole = vesícula
colo = cólon
colpo = vagina
dermo = pele
entero = intestino
gastro = estômago
histero = útero
laringo = laringe
mio = músculo
nefro = rim
neuro = nervo
oftalmo = olho
oofor = ovário
orqui = testículo
osteo = osso
oto = orelha
procto = reto
rino = nariz
salpinge = trompa ou tuba uterina
toraco = tórax
traqueo = traquéia

Sufixos: indicam o procedimento cirúrgico


Centese: punção
Ectomia: excisão de um órgão ou estrutura anatômica
Ostomia: promover uma nova abertura em um órgão
Plastia: dar uma nova forma
Pexia: fixação de um órgão em um determinado local
Rafia: sutura ou fechamento
Scopia: visualizar um órgão ou cavidade com o auxílio de um
aparelho
Tomia: abertura e fechamento

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Assepsia cirúrgica
CONCEITOS:
A contaminação é a entrada de microrganismos em algum objeto,
material ou ambiente.
A infecção é o processo pelo qual ocorre invasão por
microrganismos com ou sem doença manifestada
Infecção direta: Agente infeccioso é transmitido pelo profissional
ou pessoal auxiliar, através das suas mãos ou instrumentos
contaminados ao paciente, ou o paciente transmite ao
profissional por meio de secreções orgânicas.
Infecção indireta: Agente infeccioso é transmitido de um
paciente para outro através das mãos do profissional ou
equipamentos e instrumental contaminada
Infecções nosocomiais são infecções que se desenvolvem durante
o período de hospitalização e que não estavam presentes ou
incubadas na ocasião do internamento
Técnica asséptica é a técnica cirúrgica que emprega um conjunto
de processos, medidas ou meios para impedir o contato de germes
com a ferida operatória. A ausência de germes patogênicos no
tecido vivo constitui um estado de assepsia.
Esterilização é o conjunto de operações que objetiva destruir
todas as formas possíveis de microrganismos de superfícies
animadas ou inanimadas.
Esterilizante é um composto químico que realiza uma esterilização.
Estéril é um termo absoluto, ou seja, um material está estéril ou
não.
Antissepsia caracteriza-se por ser um procedimento através do
qual microrganismos presentes em tecidos são destruídos ou
eliminados após a aplicação de agentes antimicrobianos
denominadas antissépticos.
Antisséptico é um composto químico usualmente aplicado na
superfície do corpo humano para prevenir a multiplicação dos
microrganismos. Destrói os micorganismos, ou inibe seu
crescimento e sua atividade metabólica enquanto o agente e o
microrganismo permanecerem em contato
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Desinfecção caracteriza-se por representar um conjunto de
operações de natureza física ou/e química com o objetivo de reduzir
o nível de contaminação por microrganismos e proteínas tóxicas,
nos itens inanimados. Os procedimentos de desinfecção não
asseguram a eliminação total de bactérias na forma de esporos ou
de proteínas tóxicas.
Desinfetante é uma substância química germicida que extermina
as formas vegetativas de microrganismos patogênicos, mais não
necessariamente suas formas esporuladas. Refere-se normalmente
a substâncias utilizadas em objetos inanimados.
Limpeza é o procedimento usado para remover materiais
estranhos como: pó, terra, grande número de microrganismos,
matéria inorgânica e orgânica. Geralmente para tal são utilizados
água com detergentes associados a produtos enzimáticos e
auxiliares mecânicos de limpeza.
Descontaminação é o conjunto de operações de limpeza, de
desinfecção ou /e esterilização de superfícies contaminadas por
agentes potencialmente patogênicos, de forma a tornar estas
superfícies barreiras efetivas que minimizem qualquer tipo de
contaminação cruzada.

TÉCNICA CIRURGICA ATRAUMÁTICA E ASSÉPTICA


O cirurgião deve permanecer calmo durante os tempos operatórios;
Movimentos mínimos e precisos;
Dissecar somente o necessário;
Reduzir ao máximo a exposição dos órgãos e tecidos;
Manipulação suave das estruturas;
Uso dos instrumentais e das técnicas indicadas;
Evitar ressecamento tecidual.

INFECÇÃO EM CIRURGIA
O desenvolvimento da infecção requer a presença de microrganismos e
sua aderência aos tecidos do hospedeiro, podendo ocorrer então à
proliferação, invasão local e ampla disseminação.

A infecção da ferida e a septicemia pós-operatória se relacionam


principalmente aos fatores de risco de infecção presentes durante o ato
operatório.
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Em relação à ferida operatória, o grau de contaminação bacteriana
permite sua divisão em quatro classes principais:
Ferida limpa: ferida não traumática decorrente de procedimentos
cirúrgicos eletivos com cicatrização em primaria intenção,
seguimento da técnica cirúrgica asséptica, ausência de contato com
cavidades corporais habitualmente colonizadas por microrganismos
e feridas fechadas primariamente com a utilização de drenos
fechados.
Ferida limpa-contaminada: ferida não traumática com penetração
de cavidades corporais habitualmente colonizadas por
microrganismos, ocorrendo o mínimo de desvio da técnica
asséptica, reoperações através de feridas limpas (prazo inferior a
sete dias).
Ferida contaminada: ferida com extensa contaminação advinda de
cavidade corporal habitualmente colonizadas por microrganismos
ou manipulação de inflamação aguda não supurativa; ocorrência de
grave desvio da técnica asséptica; ferida traumática tratada com
menos de quatro horas ou seis horas.
Ferida suja ou infectada: manipulação de afecções supurativas,
como abscessos; oriunda de perfuração traumática, previa a
cirurgia, de cavidades corporais habitualmente colonizadas por
microrganismos; aquela advinda de ferida traumática com mais de
quatro horas ou seis horas.

A profilaxia antibiótica em cirurgia deve ser indicada nas intervenções


com alta probabilidade de infecção da ferida cirúrgica e ainda naquelas
em que uma complicação séptica represente uma perda total, como no
caso de próteses, não sendo de maneira nenhuma substitutivo para
não realização da técnica asséptica e imprecisa técnica operatória.

Na maioria dos procedimentos a administração do antibiótico com


perfil farmacológico adequado, cerca de 30 minutos antes da incisão
permite concentrações tissulares adequadas durante a cirurgia. A
antibioticoterapia terapêutica deve ser estabelecida em procedimentos
classificados como contaminados ou infectados ou quando ocorre
contaminação em procedimentos limpo-contaminado.

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A antibioticoterapia empírica é baseada em destruir os patógenos que
podem estar presentes no sitio cirúrgico e se necessário, modificada
após o antibiograma.

Alguns cuidados devem ser tomados no preparo dos curativos, a


pessoa que irá realizá-lo deve lavar as mãos antes e depois da sua
troca, e trocá-los de acordo com a indicação medica que vai variar a
depender do procedimento realizado, tendo atenção para qualquer
fator que indique infecção: febre, edema, odor, calor, rubor e drenagem
purulenta. Para a remoção dos pontos deve ser respeitado o processo
de cicatrização da ferida. Se retirado precocemente pode levar a
deiscência da ferida, e se for retirado tardiamente pode levar o fio a
funcionar como corpo estranho levando a reações inflamatórias e
encapsulamento.

PREPARAÇÃO DOS MATERIAIS CIRURGICOS


Para reduzir o risco de infecção no procedimento cirúrgico, devido à
presença de microrganismos nos instrumentais cirúrgicos, estes
materiais devem ser limpos e esterilizados cuidadosamente a cada
procedimento cirúrgico efetuado.

O procedimento de limpeza dos instrumentais cirúrgicos pode ser


mecânico manual e/ou por máquina de lavar ou por limpador
ultrassônico de instrumentos. Este procedimento tem como finalidade
remover qualquer substância que possa interferir na eficácia da
degerminação, especialmente quando existe mancha de sangue,
gorduras, pus e outras secreções.

Para a realização da esterilização dos instrumentais cirúrgicos é


indicado o empacotamento prévio, que visa à praticidade de
manipulação e, principalmente a preservação da esterilidade do seu
conteúdo.

Os materiais após esterilização deveram ser acomodados em salas


próprias, preferencialmente em armários fechados até o momento de
utilização. Em relação ao ambiente, este deve possuir acesso restrito
permanecer fechado, limpo e seco e a temperatura entre 18 - 22°C.

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MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO
Métodos físicos:
Energia térmica: calo úmido ou calor seco
Calor úmido: compressão (autoclave), sem pressão (fervura)
Calor seco: flambagem, estuda (forno de Pasteur)
Métodos químicos:
Desinfetante de 1º grau: são capazes de esterilização
ex: formaldeído, glutaraldeído
Desinfetante de 2º grau: atuam pelas desnaturação das
proteínas e não destroem esporos.
ex: compostos fenólicos, iodo, álcool, etc
Desinfetante de 3º grau: não apresentam o pode de destruição
de vírus, esporos, bacilos da tuberculose. É mais de ação
bacteriostática.
Amônia quaternária.

PREPARAÇÃO DO PACIENTE
O preparo de rotina envolve os cuidados prestados nas 24 horas que
antecedem a cirurgia, visando uma correta preparação do paciente
para que se reduza substancialmente a ocorrência de infecções devido
ao ato cirúrgico.

Antes de adentrar no centro cirúrgico deve-se caminhar com o animal


para permitir que ele defeque e urine antes da anestesia e, se
necessário, utilizar um cateter uretral. É recomendável que se banhe o
animal no dia anterior à cirurgia para remover pêlos soltos, resíduos e
parasitas externos. Vários estudos indicam que o banho pré-operatório
com sabão antisséptico diminui a ocorrência de infecções.

A retirada dos pêlos é necessária para auxiliar na remoção de


patógenos, aumentar a visibilidade durante o ato cirúrgico, auxiliar na
aposição da pele durante a síntese e diminuir a deposição de corpos
estranhos no ferimento cirúrgico. Não se deve realizar a tricotomia
mais de duas horas antes da cirurgia, diminuindo o crescimento
bacteriano, o qual é favorecido pela perda da integridade da pele. .
Após a tricotomia, deve-se remover manualmente a maior parte dos
pêlos depilados e usar um aspirador para remover as partes menores
do corpo do animal.
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Inicialmente a área tricotomizada deve ser lavada com sabão
antisséptico. Após limpeza, segue-se a aplicação do anti-séptico com
auxílio de gazes estéreis presas a uma pinça hemostática, respeitando o
sentido centro-periferia, nunca retornando para o centro após passar
na periferia. Os métodos empregados são: o método circular, o paralelo
ou o em forma de escama de peixe.

PREPARAÇÃO DA EQUIPE CIRURGICA


A equipe cirúrgica é considerada como importante veículo para
contaminação, incluindo o pessoal paramentado e o pessoal não
paramentado. Por isso a importância da preparação criteriosa da
equipe cirúrgica.

A preparação da equipe cirúrgica envolve lavagem das mãos, a


escovação e o vestuário cirúrgico

Na área limpa do centro cirúrgico todos devem usar pijamas cirúrgicos,


gorro, máscara e propé.

O gorro deve cobrir toda a cabeça. Sua função é cobrir os cabelos,


evitando seu contato com a ferida cirúrgica, pois estes são significativos
portadores de bactérias. A utilização da máscara visa proteger a equipe
cirúrgica de respingos de sangue e outros fluidos corporais.

Os pijamas cirúrgicos são compostos por duas partes, a camisa e a


calça. A camisa deve ter manga curta, para que a degerminação dos
braços possa ser efetuada facilmente, devendo ser colocada por dentro
da calça. As calças do pijama cirúrgico devem ter elástico em torno das
bocas de suas pernas, o que reduz substancialmente a descamação de
bactérias das pernas e períneo e auxilia na fixação da camisa.

A escovação deve ser realizada por todos os integrantes da equipe


cirúrgica que iram manipular artigos estéreis e ou manipular ferida
cirúrgica. Antes da execução da degerminação todos os acessórios
deveram ser removidos, já que são reservatórios de microrganismos.
Antes de iniciar a degermação das mãos, deve-se limpas as unhas e
espaços subungueais com uma espátula, que comumente se encontra
juntamente a escova embebida em solução antisséptica.
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Centro cirúrgico
O conjunto de elementos destinados as atividades cirúrgicas, bem
como a recuperação pós-anestésica e pós-operatória imediata.

Composto por:
Sala de preparo
Sala de paramentação
Sala de cirurgia
Sala de recuperação

AMBIENTES DE CIRCULAÇÃO
Zona Contaminada ou área irrestrita
Roupa comum
Área de recepção do paciente
Sala de pré-operatório
Sala de anestesia
Vestiários
Zona mista ou área semi-restrita
Pijama cirúrgico
Corredores entre as salas do centro cirúrgico
Área de processamento de instrumentos
Zona estéril ou área restrita
Pijama cirúrgico + gorro + máscara + propé
Sala de paramentação
Salas de materiais esterilizados
Salas cirúrgicas

NORMAS
O tamanho deve ser maior ou igual a 10m² e plano horizontal maior
que 2 metros;
Piso liso, impermeável e resistente;
Paredes impermeabilizadas = 2,00m;
Forro que permita assepsia;
Não deve haver cantos retos nos limites parede-piso e parede-
parede;
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Janelas providas de telas contra insetos e eu acesso deve ser através
de antecâmara;

SALAS

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Equipe cirúrgica
Tamanho da equipe varia de acordo com o tipo e a complexidade do
procedimento

Cirurgião
Paciente
Conhecimento do paciente e sua doença
Auxiliares
Comando com ordens claras e precisas
Exigir ordem e silêncio
Respeitar e exigir respeito
Orientação e apoio
Material e equipamentos
Verificar disponibilidade
Verificar condições
Evitar acúmulo no campo operatório
Evitar desperdícios
Técnica
Usar via de acesso suficiente
Operar por etapas completas
Obedecer aos tempos operatórios
Conhecimento pleno
Obedecer à técnica preconizada
Manter limpeza
Movimentos precisos
Reconhecer e corrigir deslizes
Velocidade operatória normal

Cirurgião auxiliar
Paciente
Preparo pré-operatório
Preparo do campo operatório
Confecção do curativo
Prescrição pós-operatória

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Cirurgião
Expor o campo operatório
Auxiliar nas manobras cirúrgicas
Substituição, se necessário
Material e equipamentos
Mesa auxiliar para instrumentos
Verificação e controle antes da cirurgia
Técnica
Conhecimento da técnica cirúrgica
Evitar manobras de responsabilidade do cirurgião
Enxugar o campo operatório
Apresentação de pinças para sutura e ligadura
Hemostasia em regiões menos nobres
Descrever o ato operatório

Anestesista
Paciente
Avaliação clínica pré-anestésica
Prescrição do pré-anestésico
Assistência contínua
Controle das funções vitais
Cirurgião
Autorização para o início da cirurgia
Manter o cirurgião informado
Acompanhar os tempos operatórios auxiliando as manobras
Informar prontamente sobre alteração imprevista
Material e equipamentos
Verificação e instalação antes da cirurgia
Acesso a medicamentos necessários
Técnica
Conhecimento da técnica cirúrgica
Escolher com o cirurgião o tipo de anestesia
Via apropriada para infusões venosas
Controlar perda de sangue e líquidos

Instrumentador
Paciente
Auxiliar nos curativos
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Cirurgião e auxiliares
Passar instrumentos com firmeza e rapidez
Atender o cirurgião em primeiro lugar
Material e equipamentos
Preparar a caixa de material antes da esterilização
Pedir material necessário para a operação
Montar a mesa de instrumentos
Certificar-se do bom funcionamento do material
Solicitar devolução do instrumental
Evitar que peguem instrumentos diretamente da mesa
Controle de gazes e compressas
Limpeza dos instrumentos usados
Técnica
Conhecimento pleno da técnica
Conhecer os tempos operatórios
Observar transgressões da assepsia

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Instrumentação
cirúrgica
BISTURI E CABO DE BISTURI
Os bisturis são os instrumentos de corte primário utilizados para
realizar incisões nos tecidos. O bisturi deve ser aplicado na divisão
exata do tecido causando a menor lesão possível às estruturas vizinhas.

Hoje, as lâminas de bisturi apresentam uma variedade de tamanhos e


formas, cada uma desenhada para uma finalidade específica. Na
medicina veterinária, cabos de bisturi reutilizáveis com lâminas
descartáveis são mais utilizados. Os cabos de bisturi têm diferentes
tamanhos, sendo que os de número 3 e 4 são geralmente adequados
para a maioria dos procedimentos cirúrgicos.

PINÇAS DE CAMPO
A pinça de tecido é utilizada para agarrar e segurar os tecidos. Ela é
firmada pelo polegar, dedo médio e indicador. Podem ser pontiagudas,
achatadas, arredondadas, lisas ou serrilhadas, ou apresentar dentes
pequenos ou grandes. Geralmente, essas pinças são usadas na mão
não-dominante. Elas devem ser usadas de maneira que uma das
lâminas funcione como extensão do polegar e a outra como extensão
dos dedos oponentes.

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PINÇAS HEMOSTÁTICAS
Pinças hemostáticas são instrumentos usados para pinçar vasos
sanguíneos, sendo empregadas para ocluir as extremidades dos vasos
e deste modo estabelecer a hemostasia. Encontram-se disponíveis com
pontas retas ou curvas e em tamanhos variados. A pinça hemostática
mosquito de Halsted é utilizada no controle de pequenos pontos de
hemorragia e possuem serrilhas de lâminas transversais. As serrilhas
das lâminas das pinças hemostáticas maiores podem ser transversais,
longitudinais, diagonais ou uma combinação desses tipos. As serrilhas
geralmente se estendem desde as pontas das lâminas até as travas,
mas, no caso das pinças de Kelly, as transversais se estendem somente
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pela porção distal das lâminas. As pinças de Crile possuem serrilhas
transversais que se estendem por todo o comprimento da lâmina. As
pinças de Kelly e de Crile são usadas em vasos maiores. As pinças
hemostáticas de Rochester-Carmalt são pinças esmagadoras maiores,
que são usadas frequentemente para controlar grandes feixes teciduais
e também na ligação de cotos e pedículos. Elas possuem sulcos
longitudinais com sulcos cruzados nas extremidades das pontas para
evitar deslizamento tecidual.

PORTA AGULHAS
Os porta-agulhas são usados para pegar e manipular agulhas curvas. As
agulhas retas devem ser presas somente pela mão, sendo reservadas
apenas para a pele e o intestino.

Na medicina veterinária, os porta agulhas de Mayo-Hegar são


comumente usados quando são manipuladas agulhas médias a
grossas. Os porta-agulhas de Olsen-Hegar são usados de modo
semelhante, mas possuem lâminas de tesoura que permitem amarrar e
cortar o fio de sutura com o mesmo instrumento.

Os porta-agulhas de Mathieu têm uma trava com catraca na


extremidade proximal dos cabos, o que permite travamento e
destravamento por meio de um aperto conjunto e progressivo de seus
cabos.

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TESOURAS
As tesouras possuem várias formas, tamanhos e pesos e são
classificadas de acordo com o tipo da ponta, a forma da lâmina ou a
borda de corte. Dispõem-se então de uma variedade de tesouras que
são empregadas em procedimentos tais como, incisão de tecidos ou
dissecação entre os planos teciduais.

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PINÇAS DE TECIDO ESPECIAIS
Essas pinças são próprias para porções maiores de tecido, mantendo-
os presos com o uso de um dispositivo de alavanca localizado no cabo.
Encontram-se disponíveis pinças teciduais de vários tamanhos e formas
para vários usos.
Exemplos:
Pinça tecidual de Allis.
Pinça intestinal de Babcock.
Pinça intestinal de Doyen.
Pinça de ducto biliar de Lahey.

PINÇAS DE CAMPO
São projetadas para prender panos de campo à pele. Encontram-se
disponíveis vários estilos diferentes de pinças de campo, dentre elas a
de Backhaus, Roeder e Jones

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AFASTADORES
Os afastadores funcionam no sentido de afastar os tecidos para que o
cirurgião possa visualizar mais adequadamente o campo cirúrgico.
Classificam-se em: afastadores digitais, afastadores manuais e
afastadores auto-ajustáveis

CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTAIS CIRURGICOS

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ATRIBUIÇÕES DO INSTRUMENTADOR
Iniciam-se ao indicar os instrumentos necessários a cada operação,
Já paramentado, deve escolher o local da sala menos movimentado
iniciando sistematicamente a organização da mesa cirúrgica.
O instrumentador é responsável pela assepsia, e é também o elo da
equipe cirúrgica.
Entrega e devolução do material

ORGANIZAÇÃO DA MESA INTRUMENTAL

ESPECIAL SÍNTESE AUXILIAR

CAMPO HEMOSTASIA DIÉRESE

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Materiais de sutura
FIO DE SUTURA
Os fios de sutura são importante para o fechamento de machucados
mais profundos ou incisões cirúrgicas. O procedimento auxilia na
cicatrização mais rápida e evita que a ferida fique exposta ao ambiente
o que pode representar risco de infecção.
É uma porção de material sintético ou derivado de fibras vegetais ou
estruturas orgânicas, flexível e de secção circular.

O fio de sutura deve conter:


Boa segurança no nó
Adequada resistência
Fácil manuseio
Baixa reação tecidual
Não possuir ação carcinogênica
Não provocar ou manter infecção
Manter as bordas da ferida aproximadas até a fase proliferativa da
cicatrização
Ser resistente ao meio no qual atua
Esterilização fácil
Calibre fino e regular
Baixo custo

CLASSIFICAÇÃO DOS FIOS


Inabsorvíveis:
De origem animal, vegetal ou mineral: seda, linho e algodão e
aço, respectivamente.
Sínteticos: nylon, perlon, poliéster e polipropileno adaptados
como fios inabsorvíveis apresentam reação tecidual menor.
Absorvíveis
De origem animal ou orgânico: categute
Sintéticos:
Multifilamentados: ac. poliglicólico ou Dexon e poliglactina
910 ou Vicryl
Monofilamentados: Polidiaxone ou PDS
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CALIBRE DOS FIOS
O calibre dos fios é designado por codificação que tem sua origem na
época em que eram comercializados exclusivamente para fabricação de
vestuário.

O maior calibre é designado número 3, cujo diâmetro oscila entre 0.6 e


0.8mm.

A numeração é progressivamente decrescente até o n. 1, a partir do


qual o fio é designado por 0, 2.0, 3.0, e assim sucessivamente até 12.0,
que é o mais fino e corresponde a um diâmetro que oscila entre 0.001 e
0.01mm.

PROPRIEDADES DOS FIOS


Configuração física: composição dos fios quanto aos seus
filamentos: mono ou multifilamentados.
Capilaridade: capacidade de captar líquidos.
Absorção de fluidos: é o poder que o fio tem de captar fluido
quando está totalmente imerso.
Aderência bacteriana: É a capacidade que o fio possui de fazer as
bactérias aderirem em sua superfície e/ou interstício.
Diâmetro: é o calibre do fio, determinado em milímetros e
expresso em zeros.
Força tênsil: é a somatória das forças necessárias para quebrar o
fio, dividido por área de secção transversal do diâmetro do fio
Força do nó: é a força necessária para um determinado tipo de nó
escorregar ou escapar
Elasticidade: é a capacidade que o fio tem de retomar sua forma e
tamanho original após tracionado.
Plasticidade: expressa a capacidade que o fio tem de manter-se
sob a nova forma após ter sido tracionado.
Memória: é a propriedade relacionada à elasticidade e plasticidade
após ter sido dado o nó

VANTAGENS E DESVANTAGENS
Categute:
Vantagens
fácil de manusear
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absorvível pelos tecidos
relativamente forte
Desvantagens
impróprio para suturas externas
capilaridade
perda da força tênsil
quando úmido se dilata, enfraquece e diminui a segurança do

reação inflamatória e ocasional reação de sensibilidade.

Ácido poliglicólico (Dexon®)


Vantagens
bom manuseio
absorção: 120 dias
ampla aplicação
suturas bem toleradas em feridas infectadas
Desvantagens
Custo

Poliglactina 910 (Vicryl®)


Vantagens
baixa reação tecidual;
ampla aplicação;
é estável em feridas contaminadas;
Desvantagens
custo

Polidioxanona (PDS®)
Vantagens
perde 86% de sua força tênsil após 56 dias ;
absorção ocorre em 180 dias;
resistência tênsil maior que Dexon e Vicryl;
maior flexibilidade que os anteriores.
Desvantagens
em suturas contínuas, realizar 7 nós.
custo.

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Poligliconato (Maxon®)
Vantagens
aboa força tênsil com pouca ou nenhuma absorção durante o
período crítico de cicatrização;
absorção ocorre pela ação de macrófagos entre 6 e 7 meses
após sua implantação.
Desvantagens
Custo

Fio de seda
Vantagens
baixo custo, fácil aquisição;
bom manejo.
Desvantagens
alta capilaridade;
produz ulceração gastrintestinal; ano trato urinário pode dar
origem a litíases;
deve ser evitada em mucosa de vísceras ocas e feridas
contaminadas;
elevada reação tecidual.

Fio de algodão
Vantagens
baixo custo, fácil aquisição;
bom manejo, facilidade no nó;
reesterilização (autoclavado).
Desvantagens
alta capilaridade;
alto índice de fricção;
reação tecidual (fístulas e granulomas);

Náilon (nylon)
Vantagens
baixa reação tecidual, inclusive em tendão de cães;
ampla aplicação; abaixa incidência de infecção;
sem capilaridade e inerte; abaixo custo;
alta resistência.

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Desvantagens
não deve ser usado em cavidades serosas ou sinoviais (fricção);
manuseio difícil; abaixa segurança do nó;
escorregadio;
memória é necessário no mínimo 5 nós (um duplo, três simples).

Polipropileno (Prolene®)
Vantagens
força tênsil inferior ao náilon;
maior segurança do nó que o náilon;
confere a sutura menos trombogênica;
inerte;
boa retenção da força;
resistência à contaminação bacteriana
Desvantagens
alto custo
manuseio escorregadio;
dificuldade na realização do nó.

Caprolactam polimerizado (Supramid®, Vetafil®)


Vantagens
força tênsil superior ao náilon;
alta resistência;
pouca reação tecidual.
Desvantagens
alto custo;
esterilização pelo calor ou óxido de etileno;
autoclavagem dificulta o manuseio.

Poliéster
Vantagens
mais forte dos não metálicos;
pouca perda da força tênsil.
Desvantagens
maior reação tecidual entre os sintéticos (não usar em feridas
contaminadas);
pobre segurança dos nós (mínimo 5 laçadas);
elevado coeficiente de fricção.
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Fio de aço inoxidável
Vantagens
resistentes;
inertes;
fácil esterilização;
baixo coeficiente de fricção;
não capilares;
cicatriz mínima.
Desvantagens
manejo delicado;
permanente;
nós de difícil aplicação;
tendência a cortar os tecidos;
extremidades dos fios – ponto de irritação;
instrumentos especiais para o corte.

Agrafes
Vantagens
aplicação rápida
Desvantagens
necessita pinça de Michel (para colocação e retirada)
tendência a enrugar as bordas.

ESCOLHA DO FIO
Pele
monofilamento de náilon e prolipropileno são mais indicados
evitar: fios com capilaridade ou reativos

Subcutâneo
absorvíveis sintéticos são preferíveis devido a baixa reatividade

Fáscia
fios não absorvíveis: necessidade de prolongada resistência
absorvíveis sintéticos (preferível)

Músculo
sintéticos absorvíveis ou não absorvíveis
miocárdio: náilon ou polipropileno
29
Vísceras ocas
categute cirúrgico
absorvíveis sintéticos e não absorvíveis monofilamentados
evitar: não absorvíveis multifilamentados ; seda na vesícula urinária.

Tendão
náilon e aço inoxidável são os mais utilizados
polidioxanona e poligliconato também são usados

Vaso sanguíneo
polipropileno (menos trombogênico)
náilon, poliéster revestido, outros

Nervo
náilon e polipropileno (baixa reatividade)

AGULHAS
As agulhas possuem duas classificações em relação a traumas nos
tecidos:
Traumáticas: Agulha que ocasiona trauma tecidual devido a
diferença ente o diâmetro da agulha e fio. Não tem o fio acoplado.
São utilizadas em tecidos resistentes como aponeurose e pele

Atraumáticas: Os fios já vêm montados no fundo da agulha para


que não haja uma diferença no diâmetro do fio e do fundo da
agulha. São utilizadas em tecidos mais delicados. Os fios com
agulha encastoada podem ter 1 ou 2 agulhas montadas, sendo
estes últimos utilizados mais em suturas cardiovasculares.

Em relação a curvatura as agulhas podem ser:


Retas: são usadas para suturar sem ajuda dos porta-agulhas,
principalmente em anastomoses enterogástricas;
Semi-retas: fundo e corpo retos e ponta curva. São aplicadas em
estruturas mais superficiais, por exemplo a pele.
Curvas: a curvatura é variável podendo ser de ¼, 3/8, ½, 5/8, de
círculo.

29
Cuidados
PRÉ-OPERATÓRIO
AVALIAÇÃO DO PACIENTE:
História clínica
Dados gerais;
Dieta, ambiente, saúde, histórico;
Utilização de medicamentos ;
Corticosteroides, anticonvulsivantes, ácido acetilsalicílico
Outras informações;
Sangramentos, transfusões sanguíneas, reações
medicamentosas .
Informações sobre os diferentes sistemas
Diarreia, tosse, vômito, micção, ingestão de líquidos e etc
Exames complementares
Objetivos:
Diagnóstico de insuficiências;
Tempo X risco cirúrgico;
Monitoração trans e pós-operatória;
Estabelecer estado físico.
a. Hematológicos
Hematócrito
Proteínas totais
Hemograma completo
b. Bioquímicos
Ureia
Creatininda
FA
ALT
c. Urinálise
Densidade
Proteína, pH, sangue, glicose ...
d. Outros testes
Dirofilariose
Testes de coagulação
Plaquetas
31
Tipagem sanguínea
pH e eletrólitos

Determinação do risco cirúrgico


Excelente: Pouco efeito sobre o paciente, mínima possibilidade de
complicações.
Bom: Alguma possibilidade de complicação em decorrência do
procedimento, probabilidade elevada de desfecho bem sucedido .
Razoável: Possibilidade moderada de complicação, recuperação
demorada, ou alteração permanente na saúde geral.
Mau: Chances significativas de complicações, alterações
permanentes na saúde geral, a cirurgia se faz necessária, para a
preservação da vida do paciente.

Sistema cardiopulmonar
Idosos
Politraumatizados
Patologias cardíacas

Protocolo
anestésico

Cardiopatia Não contraindicada


compensada p/ cirurgia

Fluidoterapia

Patologias respiratórias

Paralisia de laringe
Colapso de traqueia Ventilação deficiente
Palato mole alongado (pós-operatória)
Narinas estenosadas

Contusão pulmonar
Traumatizados
pneumotórax
32
Sistema hepático
O que ocorre na hepatopatia?
↓ Capacidade de metabolização de anestésicos e fármacos
Estado nutricional deficiente
↓ Síntese dos fatores de coagulação
Como minimizar o risco de paciente hepatopatas?
↑ Calorias da dieta
Fluidoterapia cuidadosa
Transfusão de plasma ou sangue

Sistema urinário
Insuficiência renal
Ruptura de bexiga
Obstrução uretral

Estabilização pré operatória


Fluidoterapia
Drenagem da urina

Como minimiza o risco de pacientes renas?


Fluidoterapia cuidadosa
Prevenir perda sanguínea – hipotensão
Monitoração e terapia precoce

Sistema endócrino adrenal


Hiperadrenocorticismo
Alto cortisol
Compromete respiração
Gordura intratorácica
Retarda a cicatrização
Diminui a resistência tecidual
Hipoadrenocorticismo
Baixo cotisol
Hospitalização
Estresse
Suplementar com corticóide
Indução
Recuperação
33
Sistema endócrino tireóide
Hipertireoidismo
Comum em gastos
Alteração cardíaca
Taquicardia
Hipertrofia ventricular
Insuficiência cardíaca congestiva
Hipotireoidismo
Comum em cães pequenos
Bradicardia, redução do débito cardíaco
↑ Depressão respiratória
Hipotermia severa
↑ Tempo de recuperação anestésica
↑ % de infecção

Sistema endócrino diabete mellitus


O que ocorre na diabete?
Perda do controle da [ ] de glicose
Cetoacidose
↑ cortisol endógeno
↑ demanda metabólica
↑ % de infecção

COMUNICAÇÃO COM O CLIENTE:


Avaliação do paciente
Explicação sobre a situação do paciente
Opções de tratamento e prognóstico
Possibilidade de complicações
Cuidados pós-operatórios
Custos do tratamento

A decisão é sempre do cliente

34
ESTABILIZAÇÃO DO PACIENTE
Fluidoterapia
necessidades diárias
cão 40-50ml/kg
gato 70ml/kg
perdas gastrintestinais
vômito: 40ml/kg
diarreia: 50ml/kg
ambos: 60ml/kg
perdas já ocorridas

Peso (Kg) x % de desidratação


100

Grau de desidratação:

Hemoterapia
Indicações:
Hemorragia
anemia não-regenerativa
alterações de coagulação
choque hemorrágico

35
anemia hemolítica não autoimune
trombocitopenia
enfermidade hepática
hipoproteinemia

Transfusão de sangue total

volume de sangue (ml) = peso (kg) x ht desejado - ht paciente x 70 (gato) ou 90 (cão)


ht doador

2,2ml/kg para ↑
1% no ht do receptor
Obs.: hematócrito do doador deve ser igual a 40%

Transfusão de papa de hemácias


↑ capacidade de transporte de oxigênio
Transfusão de plasma
hipoproteinemia
fatores de coagulação

plasma (litros)= peso (kg) x 0,05 x déficit de proteína (g/dl)


proteínas do plasmo do doador

Reposição de volume baseada no hematócrito e proteínas totais


Ht < 28% e PT > 5g/dl: repor papa de hemácias
Ht < 28% e PT < 5g/dl: repor sangue total
Ht = 28 - 50% e PT > 5g/dl: repor sangue total
Ht = 28 - 50% e PT < 5g/dl: repor sangue total
Ht > 45% e PT > 5g/dl: repor solução salina
Ht > 45% e PT < 5g/dl: repor plasma ou expansor

Terapia energética
Indicações
história de patologia gastrintestinal como vômito e diarréia
caquexia geral, enfermidade crônica debilitante
alimentação oral interrompida há mais de 5 dias
terapia com fármacos catabólicos
drenagem abundante, nefro ou enteropatias, queimaduras
extensas,...
36
Necessidade energética diária
0,75
Kcal/DIA= 70 x PESO CORPÓREO (kg)
atividade moderada (repouso no canil) - ↑
25%
convalescença e repouso em canil - ↑
35%
politraumatizado - ↑ 50%
sepsia - ↑ 70%
queimadura - ↑ 100%

PREPARAÇÃO GERAL DO PACIENTE


Banho 24 horas antes da cirurgia
Jejum sólido de ± 12 horas
Jejum líquido de ± 4 horas
Passear com o animal
estimula a micção e defecação
Sondagem uretral ou compressão vesical

PREPARAÇÃO DO LOCAL DA CIRURGIA


Remoção dos pêlos (tricotomia)
Gilete
Agentes depilatórios o Tosquia
Anti-sepsia da pele
Colocação dos panos de campo

TRANSPORTE E POSICIONAMENTO DO PACIENTE


Evitar contaminação da área preparada
Fontes de aquecimento do paciente
fontes de calor externas
fontes de calor internas
Posicionamento do paciente na mesa
acesso fácil e completo ao local da cirurgia
confortável para o paciente
Contenção do paciente

PLANEJAMENTO
Trabalho em equipe
Boa iluminação
Controle da força, movimentos e gestos
Anatomia topográfica
37
Ponto de apoio
menor tremor
Intervenção no menor tempo possível

NORMAS PARA CIRURGIA


Cirurgião não tenso
Dissecar somente o necessário
Mínima exposição dos tecidos
Manipulação suave
Instrumental e técnica correta

PERÍODO TRANS-OPERATÓRIO
Fluidoterapia
10-20ml/kg/h
Plano anestésico adequado
Ventilação
Hemostasia preventiva
Proteção da área cirúrgica
Cuidados com os tecidos
hidratação
manipulação
lavagem
Escolha do material de sutura
Escolha do padrão de sutura

MONITORAÇÃO DO PACIENTE CIRURGICO


Variáveis gerais
estado geral
vivacidade
tono muscular
postura o apetite
padrão respiratório
temperatura corporal
Variáveis ventilatórias
padrão respiratório
frequência respiratória
características respiratórias
ausculta pulmonar
38
gases sanguíneos
PaCO2 e PaO2
pH
capnografia
oximetria de pulso
hematócrito
Variáveis circulatórias
frequência cardíaca
pulso arterial
pressão arterial
pressão venosa central
débito cardíaco
tempo de reperfusão capilar
Variáveis dos líquidos corporais
equilíbrio hídrico
proteínas séricas
produção urinária
equilíbrio ácido-básico
eletrólitos

TRATAMENTO DA DOR PÓS-OPERATÓRIA


Anestésicos locais
bloqueio dos nervos intercostais:
bloquear dois craniais e um caudal a incisão
bupivacaina 0,5% - analgesia 3-4 horas
Analgesia intrapleural
Analgesia epidural
espaço lombossacro:
lidocaina 3-5mg/kg
bupivacaina 1,5-2mg/kg
Analgésicos opióides
Melhores medicamentos disponíveis para o controle da dor
morfina
oximorfona - 10 X
metadona - 1,5 X
butorfanol - 7/10 X
meperidina - menos potente que a morfina

39
Anti-inflamatório não esteroides
Na utilização de forma preemptiva obtêm-se maior efeitoor
aspirina
fenilbutazona
flunixin meglumine
ketoprofeno

PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO
Infecção cirúrgica
Diagnóstico
Sinais sistêmicos
Hipertermia
Prostação
Anorexia
Polidipsia
Leucocitose
Icterícia
Uremia
Sinais locais
edema de bordas
pontos apertados
eritema
sensibilidade exagerada
drenagem de secreção serosa ou serossanguínea
seroma
supuração

40
Tipos de sutura
SUTURAS POR PONTOS SEPARADOS
As suturas por pontos separados são, de uma maneira geral, mais
seguras que as suturas por pontos contínuos, porque se um ponto for
rompido os remanescentes manterão aproximadas as bordas da ferida.
A ruptura de um único ponto numa sutura contínua quase sempre é
sinônimo de deiscência da ferida.

SIMPLES SEPARADO
As suturas de uso geral, podendo ser utilizada em suturas de pele,
fáscias, músculos, paredes de órgãos etc. É recomendável a
lateralização dos nós, evitando-se deixá-los sobre a linha de
cicatrização.

WOLFF ou em "U"
A penetração da agulha ocorre próxima à borda da ferida e é dirigida,
em sentido transversal a esta, para penetrar no lábio oposto, de dentro
para fora, saindo a uma distância da borda igual a da primeira
penetração, a agulha e novamente introduzida do mesmo lado que
saiu, o uns poucos milímetros desta e reconduzida a sair, também a
mesma distância da primeira entrada formando assim um “U” deitados.

41
Em "X"
A agulha é introduzida três a quatro mm em um dos lados da ferida
passando para o lado oposto como se fosse aplicar uma sutura
interrompida. A agulha avançará cinco mm cruzando o tecido sem
penetrá-lo, passando uma segunda vez paralela a primeira passagem. A
sutura termina dando um nó com os cabos dos fios formando um X.

Donatti
Empregada em sutura cuticular, é particularmente útil em áreas onde
há possibilidade de se instalar edema.
É útil também quando se espera que haverá aumento da pressão
interna de uma cavidade que irá pressionar a parede abdominal
suturada.

42
Mayo
Promove a imbricação ou superposição lateral das bordas da ferida,
proporcionando uma larga faixa de aderência e, consequentemente,
melhor cicatrização. Foi desenvolvida para ser empregada no
fechamento de anel herniário.

Lembert separada
Bastante segura, porém de confecção trabalhosa. É de lenta
progressão, porque os pontos são aplicados perpendicularmente em
relação ao eixo maior da ferida.

43
Halsted
Sutura invaginante, com boa segurança, com a entrada e a saída do fio
situadas no mesmo lado, onde são aplicados os nós.

SUTURA POR PONTOS CONTÍNUOS


Por razões de segurança, a maioria destes padrões de sutura é
empregada em suturas perdidas. Não se deve esquecer que o paciente
normalmente interfere na ferida operatória e que a ruptura de único
ponto é suficiente para desfazer toda a sutura.

Simples contínua
Como sua congênere “separada” é de utilização ampla, devendo ser
lembrado que não é recomendável o seu emprego nas suturas
externas.
44
Reverdin
Tem o mesmo emprego e atributos de uma sutura por pontos simples
contínuos, sendo, porém, superior em termos de segurança. Cada
ponto está ancorado no anterior e no posterior e as tensões são melhor
distribuídas ao longo da linha de sutura.

Colcheiro
Promove a aproximação das bordas da ferida sem que o fio passe por
sobre as bordas da ferida e interfira na linha de cicatrização.

45
Schimieden
Empregada como sutura inicial em órgão oco. Promove boa captação
das bordas da ferida. Sua execução é rápida e sempre seguida de uma
sutura “invaginante”.

Bolsa de tabaco
Sutura circular empregada nas cirurgias do digestório, nas
anastomoses, fixação de cânulas e sondas e também utilizada no
fechamento de pequenos ferimentos circulares.

46
Lambert contínua
Corresponde á variação de um padrão de colcheiro vertical, aplicado de
maneira continua. A agulha deve penetrar na serosa e na camada
muscular cerca de 8 a 10 mm da borda da incisão e sair próximo da
margem do ferimento, no mesmo lado. Depois de passar sobre a
incisão, a agulha deve penetrar 3 e 4 mm da margem do ferimento e
sair 8 a 10 mm distante da incisão28. Os ponto são dados
perpendicularmente à borda das bocas anastomóticas

Cushing contínua
Aplicado o ponto inicial, a agulha penetra paralelamente a borda da
ferida, indo da serosa à submucosa e desta à serosa. Atravessa a linha
de incisão em ângulo reto, inserindo-se no lado oposto, a mesma altura
da saída anterior ou atravessa a linha de incisão obliquamente,
retroagindo metade do espaço utilizado para inserção e saída da agulha
da borda oposta. Atento para que cada penetração da agulha seja feita,
repetido, à mesma altura da saída anterior, pois só assim a sutura
promoverá uma ótima invaginarão apresentando ótimos resultados.

47
Fases da cirurgia
DIÉRESE
É o corte ou separação de tecidos orgânicos e geralmente é o tempo
inicial da intervenção cirúrgica, tendo como finalidade a execução de
uma via de acesso adequada para manipulação do órgão ou estrutura.

CORTE
O bisturi com lâminas descartáveis é o instrumento de corte de tecidos
moles que serve como padrão, contra o qual todos os outros são
comparados. Apropriadamente utilizado, este instrumento permite que
o cirurgião seccione os tecidos com menor traumatismo possível.

Modos de empunhadura do bisturi:


Empunhadura em forma de lápis: Facilita o equilíbrio da mão,
permitindo que ela repouse sobre a superfície do paciente, e
usa o movimento dos dedos e não do braço, para a incisão com
o bisturi. Sendo mais adequada para incisões breves e precisas.
A desvantagem desta empunhadura é que a lâmina é mantida
em um ângulo maior com relação ao tecido, havendo portanto
redução no contato com a borda de corte. Isto trona a
empunhadura na forma de lápis menos adequada às longas
incisões.

48
Empunhadura com a ponta dos dedos (arco de violino): É
recomendável para incisões longas. Maximiza o contato com a
borda de corte da lâmina com o tecido que está sofrendo a
incisão. O dedo indicador não deverá tocar o tecido que está
sofrendo incisão e nem deverá obstruir a visão do cirurgião,
neste procedimento. A empunhadura com as pontas dos dedos
é aplicável à maioria das incisões praticadas com o bisturi.

Formas de incisão
Incisão por pressão: Usa a empunhadura em forma de lápis e a
aplicação de pressão crescente na mesma direção do
movimento proposto para a lâmina. Ocorrerá uma incisão
perfurante, quando o limiar de ruptura do tecido é excedido. A
incisão por pressão é utilizado para dar início a incisões em
estruturas ocas, ocupadas por líquidos, como a bexiga.
Incisão por deslizamento: Método mais comum e seguro para
incisão de tecidos com o bisturi. A incisão por deslizamento
lança mão da empunhadura na forma de lápis para breves
incisões através de tecidos delicados. Dar-se preferência à
empunhadura com a ponta dos dedos para as incisões mais
longas, e para tecidos que necessitem de maior pressão
incisional. Para aumentar a eficiência da incisão por
deslizamento o cirurgião pode aplicar com a mão força na
região da incisão, para firmar a pele e facilitar a realização da
incisão
49
Incisão em serra ou "vai e vem": Usa a empunhadura em forma
de lápis e permite que uma incisão breve tenha continuidade
até o nível mais profundo que a simples incisão por
deslizamento, sem que ocorra a remoção e reinserção da lâmina
na ferida.

Eletrocirurgia:
Na eletrocirurgia, o corte ocorre pela vaporização do tecido
resultante da absorção de corrente elétrica de alta frequência. A
energia é focalmente transmitida ao tecido, dependendo de seu
conteúdo hídrico. O resultado é a vaporização das células ao
longo da linha de incisão, um grau variável de necrose térmica
das bordas da ferida e a chamada incisão sem sangue.
A cauterização bipolar é feita com um instrumento semelhante a
uma pinça recoberta com material isolante. Como uma lâmina
da pinça é um eletrodo ativo e outra é o neutro, a corrente só
atravessa a distância entre as duas, limitando a lesão tecidual.
A eletrocirurgia utiliza uma corrente de radiofrequência, para
que sejam produzidos um ou mais dos seguintes efeitos:
incisão, coagulação, dissecção ou fulguração dos tecidos

50
Vantagens:
Redução da perda sanguínea total
Menor necessidade de ligaduras, reduzindo assim a
quantidade de material estranho que é deixado na ferida
Redução do tempo de operação.

DIVULSIONAMENTO
Separação das fibras dos tecidos geralmente no sentido longitudinal
com rotura dos elementos interfasciculares. Em seguida ao bisturi com
lâmina de aço, as tesouras de dissecção são os instrumentos mais
comumente utilizados na secção de tecidos.

Incisão com tesoura: É mais aplicável às incisões curtas. As


incisões longas são frequentemente iniciadas com o corte com
tesoura, tendo então continuidade pelo empurramento, para frente,
das lâminas da tesoura praticamente fechadas, objetivando o corte
de tecido num movimento contínuo. Esta técnica, denominada
incisão por empurramento, é especialmente útil para a incisão de
folhetos de tecido, como pleuras, peritônio, pericárdio e fáscias
mais finas

HEMOSTASIA CIRÚRGICA
É o conjunto de manobras manuais ou instrumentais que visa prevenir
ou deter uma hemorragia ou ainda impedir a circulação de sangue em
uma determinada área por um tempo limitado.

51
A hemostasia cirúrgica é importante, porque:

Sangramento mascara o campo operatório, reduzindo a precisão e


eficiência operatória;
A presença de sangue no campo, nas luvas, instrumentos e panos
de campo de campo, favorece meio ideal para o crescimento
bacteriano e aumenta a possibilidade de infecção;
A hemorragia pós-operatória impede a coaptação apropriada das
bordas da ferida, retarda a cicatrização e estimula a ocorrência de
infecção
Hemorragia grave e prolongada pode resultar em choque,
hipoxemia progressiva e morte do paciente.

Hemorragia primária: Ocorre imediatamente após a ruptura


traumática de vasos sanguíneos. É consequência previsível, mesmo
no caso de dissecção cirúrgica extremamente habilidosa.
Hemorragia retardada: denominada intermediária no caso de ter
ocorrido dentro de 24 horas após a cirurgia, e secundária no caso
de ocorrer depois de transcorrido esse período, é frequentemente o
resultado do tratamento ineficaz da hemorragia primária.

A hemostasia cirúrgica pode ser classificada em: temporária e


definitiva.
Hemostasia temporária: É executada como primeiro
procedimento para uma hemostasia definitiva ou como meio para
auxiliar a execução de uma determinada manobra cirúrgica
Aplicação de garrote, manguito pneumático ou torniquete, faixa
de Ermach
Ligaduras falsas
Oclusão endovascular com sonda provida de balão insuflável na
ponta
Compressão digital ou instrumental
Pinçamento por clamps vasculares
Parada ciruculatória
Vasoconstrictores locais
Hemostasia definitiva: Usada em vasos normalmente seccionados
na diérese ou naqueles que perderam sua função, como em
ressecção de tecidos ou órgãos.
52
A cera para osso
Aplicação de celulose oxidada ou esponja de fibrina
Aplicação de “clips” metálicos
Ligaduras

A hemostasia definitiva pelo esmagamento vascular ou pelo


esmagamento/torção vasculares, está limitada aos pontos
hemorrágicos pequenos e de baixa pressão. Este procedimento
depende do período de tempo adequado de pinçamento e da
existência dos fatores da coagulação normais para a efetiva
formação do trombo.

Cauterização com bisturi elétrico: É aplicada em vasos com


diâmetro inferior a 1 mm. A ponta do bisturi elétrico pode ser
aplicada diretamente no local da hemorragia ou indiretamente,
através da pinça hemostática.

SÍNTESE
A síntese cirúrgica é uma operação fundamental que consiste na
aproximação das bordas dos tecidos seccionados. Visa, pela
manutenção da contiguidade dos tecidos, facilitar as fase iniciais do
processo de cicatrização, a fim de que a continuidade tecidual possa ser
restabelecida. É uma operação obrigatória na maioria dos
procedimentos cirúrgicos.

CLASSIFICAÇÃO
Síntese sem sutura: Empregam-se adesivos biológicos com a
finalidade de uma síntese mais rápida e eficiente. Os derivados dos
cianocrilato, em especial o 2-octil e o N-butil-cianocrilato tem sido
bastante utilizados como adesivos de pele e mucosa para uma
variedade de procedimentos.
Síntese com sutura: tem como objetivo manter os tecidos bem
coaptados, favorecendo e tornando ágil a recuperação dos tecidos
incisados.
Síntese com prótese: Quando se deseja reforçar os tecidos ou
estruturas envolvidas no processo cirúrgico, ou quando se faz
necessária à reconstrução tecidual, são utilizados enxertos ou
implantes, que podem ter origem biológica ou sintética.

53
Questionário
(Instituto Federal Goiano - 2013) Que fios de sutura têm origem
sintética e são absorvíveis?
a. Poliglactina e poliamida.
b. Poliglecaprone e polidioxanona.
c. Ácido poliglicólico e seda.
d. Categute cromado e algodão.
item: b

(Instituto UniFil - 2021 - Prefeitura de Itambaracá - PR - Médico


Veterinário) Nas suturas interrompidas os fios são fixados
separadamente, podendo variar a tensão de acordo com a
necessidade em cada ponto. É considerada mais segura, já que o
rompimento de um ponto não inviabiliza a sutura toda. É menos
isquemiante, confere maior permeabilidade à ferida e consegue
força tensil maior e de modo mais rápido. Como desvantagens,
possui uma elaboração mais lenta e trabalhosa. Relacione os tipos
de sutura com as imagens e assinale a alternativa que apresenta a
ordem correta.
1. Sutura em Jaquetão. 2. Sutura em “X” ou Sultan. 3. Sutura de Mayo. 4.
Sutura de Halsted.

54
a. 1 – 3 – 2 – 4.
b. 3 – 1 – 2 – 4.
c. 1 – 2 – 3 – 4.
d. 3 – 1 – 4 – 2.
item: b

(CS-UFG - 2017 - IF Goiano - Médico Veterinário) A sutura


esquematizada na figura abaixo é classificada quanto ao padrão (A)
e a profundidade (B), respectivamente, como sendo de:

a. Lambert; seromuscular.
b. Wolf; seromucosa.
c. Donatti; seromucosa.
d. Cushing; seromuscular.
Item: a
(CS-UFG - 2017 - IF Goiano - Médico Veterinário) Colecistotomia e
enterectomia são exemplos de procedimentos cirúrgicos que
resultam em feridas
a. limpas.
b. sujas.
c. limpas-contaminadas.
d. contaminadas.
Item: C
(S-UFG - 2017 - IF Goiano - Médico Veterinário) Um fio cirúrgico
para ser utilizado na síntese da parede da vesícula urinária não
pode ser calculogênico nem ser dissolvido rapidamente em contato
com a urina. Assim, o fio que possui tais propriedades é o
confeccionado com
a. seda.
b. ácido poliglicólico.
c. poliamida.
d. poliglactin 910.
Item: D
55
(CS-UFG - 2017 - IF Goiano - Médico Veterinário) Qual é o volume
de sangue a ser transfundido em um cão de 4 kg com hematócrito
de 26% para se obter um hematócrito de 37% a partir do uso de
uma bolsa de sangue total cujo é hematócrito é 44%?
a. 70 ml
b. 85 ml
c. 90 ml
d. 110 ml
Item: C
(INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Perito Oficial Criminal - Área 7)
De acordo com o conhecimento de técnica cirúrgica, é correto
afirmar que
a. a sutura interrompida simples é utilizada para realizar aposição
das margens da ferida.
b. a sutura contínua simples é demorada para ser realizada e
pouco utilizada na prática da cirurgia animal.
c. a sutura tipo cushing é utilizada para fazer eversão das bordas
da ferida.
d. a sutura em bolsa de tabaco é utilizada para fechamento de
órgãos ocos como útero.
e. a sutura do tipo Lembert é utilizada para realizar a rafia da pele
nos casos em que é necessário eversão dos bordos da ferida.
Item: A
(INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Perito Oficial Criminal) Sobre
técnicas cirúrgicas e instrumentais cirúrgicos, é correto afirmar que
todos os seguintes fios são inabsorvíveis, EXCETO:
a. seda.
b. algodão.
c. ácido poliglicólico.
d. náilon.
e. polipropileno.
Item: C
(Instituto UniFil - 2020 - Prefeitura de Luiziana - PR - Médico
Veterinário) Na cirurgia veterinária, as suturas são de extrema
importância para a recuperação da integridade dos tecidos. Com
relação a algumas suturas contínuas, relacione as colunas e assinale
a alternativa que apresenta a sequência correta.

56
1. Sutura de Parker-Kerr. 2. Sutura Festonada ou de Reverdin. 3. Sutura
de Cushing. 4. Sutura de sapateiro ou de Vachetta.

( ) É uma modificação da sutura contínua simples. Pode ser utilizada em


pele, fáscia muscular, vesícula urinária e estômago. Esse tipo de sutura
é empregado quando se tem necessidade de tornar a sutura mais
firme, com mais resistência.
( ) Esse tipo de sutura é muito utilizado para conter hemorragias em
órgãos ocos. É um tipo de sutura compressiva, evitando assim o
sangramento. Utilizada em órgãos parenquimatosos como o baço.
( ) Este padrão de sutura trabalha apenas a seromuscular das vísceras,
portanto não oferece muito risco de contaminação. Pode ser utilizada
em associação com outra sutura, sendo o seu segundo plano. Quando
ela é feita em dois planos, é um tipo de sutura invaginante. Pode ser
utilizada em estômago e vesícula urinária.
( ) É uma sutura utilizada em dois planos, sendo o primeiro plano
confeccionado com um padrão de Cushing aplicado sobre uma pinça
de hemostasia. Após o término, a pinça é retirada lentamente e o fio
tracionado. As bordas se invertem e, em seguida, faz se uma sutura de
Lambert contínua. É utilizada em coto uterino.

a. 2 – 3 – 4 – 1.
b. 1 – 4 – 3 – 2.
c. 4 – 3 – 1 – 2.
d. 2 – 4 – 3 – 1.
Item: D
(UFMG - 2018 - UFMG - Medicina Veterinária) Sobre fios de sutura
empregados em medicina veterinária, é INCORRETO afirmar que
a. fios de sutura absorvíveis de origem orgânica são gradualmente
digeridos por enzimas teciduais e fagocitados.
b. catgut, quando exposto ao cromo, possui absorção lenta,
aumento da resistência; entretanto, aumenta a reação tecidual.
c. fios de sutura absorvíveis sintéticos geralmente são quebrados
por hidrólise e causam mínima reação tecidual.
d. a seda é um fio não absorvível orgânico multifilamentar
trançado, que possui excelentes características de manipulação.
Item: B

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(UFMG - 2018 - UFMG - Medicina Veterinária) Sobre os
fundamentos da técnica cirúrgica, é INCORRETO afirmar que
a. o padrão Swift é recomendado para sutura de esôfago.
b. sutura simples interrompida é uma sutura aposicional e possui
como vantagem o fato de que a perda de um ponto não
determina a falha de toda a sutura.
c. halsted é um modelo de sutura contínua invaginante, sendo
uma variação do modelo Lembert.
d. o nó é o ponto mais fraco de uma sutura.
Item: C
(UFMG - 2018 - UFMG - Médico Veterinário) Sobre fios de sutura
empregados em medicina veterinária, é INCORRETO afirmar que
a. fios de sutura absorvíveis de origem orgânica são gradualmente
digeridos por enzimas teciduais e fagocitados.
b. catgut, quando exposto ao cromo, possui absorção lenta,
aumento da resistência; entretanto, aumenta a reação tecidual.
c. fios de sutura absorvíveis sintéticos geralmente são quebrados
por hidrólise e causam mínima reação tecidual.
d. a seda é um fio não absorvível orgânico multifilamentar
trançado, que possui excelentes características de manipulação.
Item: B
(IBADE - 2019 - Prefeitura de Itapemirim - ES) A técnica asséptica
é definida como métodos e práticas que previnem a contaminação
cruzada na cirurgia. Ela envolve a preparação apropriada das
instalações e do ambiente, sítio cirúrgico, equipe cirúrgica e os
equipamentos cirúrgicos. Nesse contexto acerca das regras de
técnica asséptica, pode-se afirmar que:
a. se a equipe cirúrgica iniciar a cirurgia sentada, a mesma pode se
levantar a qualquer momento durante a cirurgia.
b. as mãos podem ser cruzadas na região axilar, pois a mesma é
considerada estéril.
c. os aventais são estéreis do meio do peito até a cintura e das
mãos com luvas até cerca de 5 cm acima dos cotovelos.
d. os campos estéreis que cobrem as mesas ou o paciente devem
ser permeáveis, pois a umidade transporta bactérias de uma
superfície não estéril para uma estéril por difusão.
e. os membros paramentados da equipe não precisam ficar
voltados uns para os outros e somente para o campo estéril.
58
Item: C
(CONSULPAM - 2015 - Prefeitura de Nova Olinda - CE -
Veterinário) O processo físico ou químico que destrói todos os
tipos de microorganismos, inclusive esporos é denominado:
a. Desinfecção
b. Esterilização
c. Anti-sepsia
d. Nebulização
Item: B
(VUNESP-2019-Prefeitura de Valinhos-SP-Técnico de Veterinária)
Assinale a alternativa que indica um cuidado que deve ser tomado
durante o período trans-cirúrgico.
a. Hemostasia preventiva
b. Efetuar a tricotomia.
c. Aplicar medicação pré-anestésica.
d. Retirar as vias de acesso de fluídos.
e. Determinar o peso do animal.
Item: A
(INSTITUTO FEDERAL GOIANO - 2010) Ferimento traumático sem
corrimento purulento ou decorrente de procedimentos em que se
expele conteúdo gastrintestinal ou genitourinário infectado é
classificado como:
a. limpo
b. limpo contaminado
c. contaminado
d. sujo.
Item: D
(HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE (RS) 2015) O
processamento de artigos hospitalares, assim como os utilizados
em biotérios, requer a utilização de equipamentos de proteção
individual (EPIS), que devem ser utilizados para garantir a segurança
do profissional, prevenindo, assim, acidentes de trabalho ou
doenças ocupacionais.
Assinale os itens abaixo com V (verdadeiro) ou F (falso), considerando a
recomendação de uso de EPIS, de acordo com o respectivo processo.
( ) Autoclave: luvas de amianto de cano longo.
( ) Estufa: luvas de borracha.
( ) Quaternário de amônio: luvas de látex.
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( ) Glutaraldeído 2%: avental impermeável, máscara com filtro químico,
óculos e luvas de borracha.
( ) Hipoclorito de sódio 1%: luvas de borracha. A sequência correta de
preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
a. F V F V F
b. F V V F F
c. V V F V V
d. V F F V V
e. V F V V V
Item: D

Karen Talyssa - @Studiesveterinary


Estudante de medicina veterinária
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