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3º período
3º período
Rotina em bloco cirúrgico Marília de Lima
O bloco cirúrgico é o conjunto de áreas e instalações que permitem efetuar a
cirurgia nas melhores condições de segurança para o paciente e de conforto
para a equipe de saúde. Não é composto unicamente pela sala de cirurgia.
Nele, além da sala de cirurgia, existem outros locais tais como a sala de
depósito de materiais, vestiário, expurgo, área de escovação, sala de
recuperação anestésica, etc.
Por ser um ambiente em que todo cuidado deve ser tomado, existem áreas
em que a circulação de pessoas deve ser cautelosa. Por isso, determinados
locais podem ser classificados em restritos, semi-restritos e não-restritos.
✓ Restritos: apresentam limites definidos para a circulação de pessoas,
equipamentos e materiais. Incluem os corredores internos, os
lavadores, sala de recuperação pós-anestésica e sala de operação.
Além da roupa própria do centro cirúrgico, devem ser usadas máscaras
e gorros conforme normas da unidade e as técnicas assépticas devem
ser utilizadas de maneira rigorosa, a fim de diminuir os riscos de
infecção.
✓ Semi-restritos: possibilitam a circulação tanto do pessoal como de
equipamentos, de maneira a não interferir nas rotinas de controle e
manutenção da assepsia médico-cirúrgica. Ex: sala de guarda de
material administrativo, sala de estar, copa e expurgo.
✓ Não-restritos: são aquelas de circulação livre no centro cirúrgico, como
vestiários, corredores de entrada para o pessoal e pacientes e sala de
espera dos acompanhantes. Os profissionais podem circular livremente
por estas áreas com roupas próprias.
Ainda, é necessário relembrar uns termos importantes que são usados nos
blocos cirúrgicos.
Antissepsia: é a técnica que mata ou inibe o crescimento de microrganismos
patogênicos.
Assepsia: é um conjunto de medidas que são usadas a fim de impedir a
penetração de microrganismos num ambiente que não os tem. Ex: capote e
campos.
Esterilização: é o processo de destruição total de todas as formas de vida dos
materiais.
Procedimentos básicos em anestesia e cirurgia Marília de Lima
De acordo com aspectos e características das feridas, elas recebem
classificações, nas quais podem ser:
✓ Incisas: são lineares, com bordas regulares e pouco traumatizadas. São
produzidas por agentes cortantes e afiados, capazes de cortar. O
exemplo clássico é a ferida cirúrgica.
✓ Contusas: são feridas irregulares, retraídas e com bordas muito
traumatizadas. São produzidas por objeto de natureza geralmente
romba, capaz de romper a integridade da pele (ex. pedaço de madeira,
soco)
✓ Perfurantes: são lesões cutâneas puntiformes ou lineares, de bordos
regulares ou não, produzidas por objetos geralmente finos e pontiagudos
capazes de perfurar a pele e tecido subcutâneo. São subdivididas em
perfuro-contusas e perfuro-cortantes.
✓ Penetrantes: semelhantes às perfurantes. O objeto causador, no
entanto, penetra numa cavidade natural do organismo.
✓ Transfixantes: constituem uma variedade de ferida perfurante ou
penetrante, na qual o objeto vulnerante é capaz de penetrar e atravessar
os tecidos de determinado órgão ou cavidade em toda a sua extensão.
incisa contusa
Perfurante
Deve-se ter atenção no momento de suturar idosos, pois, geralmente, eles têm o
metabolismo baixo e a sutura é contraindicada.
Exérese de tumor cutâneo Marília de Lima
É a remoção cirúrgica de um tumor que acomete a pele. Para avaliar se um
tumor é maligno ou benigno, deve-se ter atenção quanto às suas
características que podem ser encontradas a partir do ABCDE.
Dizer que o fio e absorvível quer dizer que ele pode ser degradado
ou assimilado pelo tecido em que foi implantado.
Fios inabsorvíveis
Seda, Algodão, Nylon e Prolene
A incisão abdominal ideal é aquela que permite fácil acesso ao órgão visado
e oferece boa visão para o procedimento cirúrgico (campo operatório).
Uma laparotomia exploratória é aquele em que o cirurgião não sabe o que vai
operar, ou seja, ele está em busca da anormalidade.
O fechamento da cavidade abdominal segue uma ordem que é a seguinte:
peritônio, músculo, aponeurose, subcutâneo e pele. Os únicos locais
obrigatórios de serem fechados são a aponeurose (mantem a estabilidade do
abdome e, caso dê problemas, podem dar hérnias incisionais) e pele. A
aponeurose pode ser fechada com fio inabsorvível ou absorção lenta, uma
vez que não é um tecido que regenera facilmente, numa sutura contínua
simples ou ancorada. Vale salientar que o fio cirúrgico ideal é aquele que
mantém a força tênsil no tempo eficiente e portar-se como um material inerte,
ou seja, que não cause reação.
Sutura intradérmica Marília de Lima
A sutura intradérmica é estética. Ela é caracterizada por não permitir a
visualização dos pontos nos locais de entrada, saída e percurso, não deixando
marcas na pele. Apesar de ter vantagens, apresenta como desvantagem a não
hemostasia, não permite espaço para drenagem de secreções, etc. Não devem
ser feitas em casos de ferimentos com sangramento exagerado, infecções e
bordas não lineares. Pode ser realizada com fio de absorção lenta ou não
absorvível. No entanto, se for realizada por esse último, no momento de
retirada dos pontos, devemos retirar o fio por completo da derme, o que causa
muita dor no paciente.
A sutura inicia escondendo o nó no interior dos tecidos, seguindo em formato
de zig-zag, com a agulha colocada perpendicularmente à incisão, porém,
avançando paralela à incisão.
ATENÇÃO
Após dissecar uma veia, ela será perdida. Por esse motivo, não se escolhe
veias tão importantes.
Técnica
A técnica inalatória ideal para uma deposição de partículas nas vias
aéreas inferiores é a inspiração profunda pela boca seguida de pausa de cerca
de 10 segundos.
Vantagens
• Doses mais baixas
• Menos efeitos colaterais
• Rapidez na ação dos medicamentos devido à rápida absorção pela
circulação pulmonar
• Trato respiratório facilmente acessível
Dispositivos geradores de aerossóis.
Não dosimetrados: nebulizadores.
Dosimetrados: Inaladores pressurizados e inaladores de pó.
São dispositivos portáteis e compactos, cuja vantagem é dispensar o
preparo da medicação com uma redução significativa do tempo de
administração do tratamento.
Espaçador
Os espaçadores foram desenvolvidos com o objetivo de se evitar
possíveis erros na técnica de administração de um aerossol dosimetrado em
pacientes com dificuldades de coordenação entre a atuação do inalador e a
inspiração. Os espaçadores são tubos interpostos entre o aerossol e a boca do
paciente, podendo ser industrializados ou artesanais. Os espaçadores reduzem
a deposição de partículas na orofaringe, contribuindo para uma maior
proporção de partículas respiráveis inaladas. Funciona como um filtro que
retém partículas grandes e libera partículas respiráveis, seletivamente, para o
paciente.
Funções
• Impactação das partículas maiores
• Passagem das partículas menores para as vias aéreas
• Maior utilidade: corticóides tópicos
Escolha do dispositivo
Inalador de pó
Nos menores de 4 anos: a criança deve respirar de 5 a 10 vezes. Não esquecer de agitar
os pressurizados.
NO DE PÓ NÃO USA ESPAÇADOR!!!
Cateterismo umbilical e punção intraóssea Marília de Lima
Quando todos os procedimentos a serem feitos anteriormente não
geram resultados nos RN que precisam de um suporte mais avançado, parte-
se para administração de medicamentos por via endovenosa, pela veia
umbilical. Esse procedimento é chamado de cateterismo umbilical e é
definido como a inserção de um cateter na veia e/ou arterial umbilical. Válido
salientar que, geralmente, esse procedimento só é possível de ser realizado 24
horas após o nascimento pois a tendência é que o sistema fetal se oblitere.
Nos casos em que não for possível fazer o cateterismo umbilical,
tenta-se uma punção de veia periférica e, depois, a punção intraóssea.
Cateterismo umbilical
1- Antissepsia do cordão umbilical
2- Passa-se uma fita cardíaca no coto umbilical para evitar que haja um
sangramento intenso (não aperta muito para que não seja estrangulada,
já que deve existir espaço para inserção do cateter)
3- Corte do coto umbilical (1,5-2cm).
4- Verificar se há 2 artérias e uma veia (5/7 horas e 12 horas,
respectivamente)
5- Retira o coagulo da veia umbilical
6- Encher o cateter com soro fisiológico e, depois, inseri-lo 3-4 cm (os 1,5-
2cm referente ao coto e mais 1,5-2cm extra)
7- Fixação do cateter
8- Curativo
Punção intraóssea
Feita na tíbia proximal, tíbia distal e fêmur distal. Eles locais são usados
porque, basicamente, são pele e osso.
Antes da realização da punção, deve-se colocar um coxim embaixo da
perna do RN, localizar a tuberosidade da tíbia, fazer a antissepsia e anestesia
(essa última, se tiver tempo) e inserir a agulha 2cm abaixo desse local. Inserir a
agulha de forma perpendicular ou com ligeira angulação caudal (30º), para
evitar dano a cartilagem de crescimento. Para penetração deve ser exercido
pressão firme e movimentos rotatórios no momento da penetração. Depois que
furar, retirar o mandril e infundir o conteúdo pelo cateter.
Acesso venoso central Marília de Lima
Acesso venoso central é definido como o posicionamento de um
dispositivo vascular (cateter), cuja extremidade encontra-se dentro da veia cava
superior ou inferior.
É indicado nas seguintes condições:
✓ Reposição rápida de fluidos no trauma
✓ Monitorização hemodinâmica invasiva (PVC, pressão de artéria
pulmonar, etc)
✓ Nutrição parenteral total
✓ Quimioterapia
✓ Acesso venoso em pacientes com veias periféricas de difícil acesso
Para instituir o acesso, as principais veias usadas são a v. jugular interna, v.
subclávia (preferencial em paciente chocado), v. jugular externa e v. femoral.
A técnica mais usada é a técnica de Seldinger, que é a inserção do cateter
sobre o fio guia.
Etapas do procedimento
1. Informação ao paciente
2. Parametração
3. Posição do paciente (decúbito dorsal com os braços ao lado do corpo; a
cabeça fica voltada para o lado contrário da punção, com um coxim
servindo de apoio entre as escápulas. É mais fácil pegar uma veia no
lado direito)
4. Assepsia e antissepsia
5. Anestesia
6. Reconhecimento dos pontos anatômicos para punção.
6.1. Veia jugular interna
- Triângulo formado pela clavícula e porções esternal e clavicular
do esternocleidomastoideo.
- Punção da pele em ângulo aproximado de 30 graus e direciona-
se a região mamilar
6.2. Veia subclávia
- ½ médio da clavícula
- Punção da pele em ângulo aproximado de 30 graus e seguir,
rente à superfície inferior da clavícula, indo em direção à fúrcula
esternal.
7. Inserir a agulha de punção
8. Passar o guia
9. Retirar a agulha
10. Usar o dilatador
11. Inserir o cateter
12. Testar se vem sangue venoso
13. Retirar o fio guia
14. Fixar o cateter.
15. Administrar o conteúdo desejado.
A fixação do cateter é feito com o nó de bailarina.
Um outro tipo de sutura é a sutura em bolsa. Tem por intuito fazer o
sepultamento daquela região. Quando for feita na apendicectomia, o coto do
apêndice é que será sepultado. Deve-se entrar com a agulha superficialmente
e não tão distante do local. Ao fim, dá-se 3 nós.
Suporte básico de vida no adulto Marília de Lima
Tem por função fornecer um adequado suporte de vida (oxigenação e
perfusão dos órgãos vitais) através de manobras simples e mantidas.
Para sua correta realização, deve-se seguir algumas etapas:
1. Avaliar o local da cena – Segurança para você e a vítima.
2. Diagnóstico.
a. Avaliar consciência
b. Observar movimentos respiratórios.
c. Checar pulsos (carotídeo)
3. Chamar serviço de emergência.
4. Iniciar reanimação cardiopulmonar (RCP)
Para a reanimação ser feita de maneira correta, essa deve ter uma
frequência de 100 a 120 por minuto. A profundida de compressão deve ser de
5cm, na região esternal, e deve-se esperar o retorno do tórax após cada
compressão. Deve-se evitar a interrupção das compressões torácicas e
excesso de ventilação.
A RCP deve ter um ciclo de 30 compressões e 2 ventilações (as
ventilações são opcionais e cada uma deve durar 1 segundo).
Se a ventilação for realizada, ela pode ser feita diretamente boca à boca.
Mas, como opcional, pode ser feita com a máscara de bolso e bolsa-válvula-
máscara.
4º período
4º período
Gasometria arterial Marília de Lima
A gasometria arterial tem por finalidade avaliar a função respiratória,
perfusão tecidual e equilíbrio ácido-básico. A gasometria pode ser arterial ou
venosa. A venosa avalia a penas a parte metabólica, enquanto que a arterial
avalia a função pulmonar e a quantidade de oxigênio que está sendo oferecido
aos tecidos.
O local de punção pode ser a artéria radial ou femural.
Considerações anatômicas
A pleura é um folheto contínuo formado por células mesoteliais, que
recobre a superfície interna da caixa torácica (pleura parietal) e a superfície dos
pulmões (pleura visceral). Entre as pleuras existe um espaço virtual chamado
de cavidade pleural que, por sua vez, contém uma pequena quantidade de
líquido (15-20ml), renovado constantemente (5-10L). Quando há um
desequilíbrio entre a produção e absorção, pode ocorrer um derrame pleural.
Os fatores que propiciam a ocorrência de um derrame são:
✓ Pressão hidrostática aumentada, como numa insuficiência cardíaca
congestiva, já que o coração não estará com sua bomba funcionando
corretamente, ficando muito conteúdo líquido para trás, principalmente
no pulmão.
✓ Pressão oncótica diminuída (fora do vaso)
✓ Permeabilidade capilar aumentada
✓ Drenagem linfática diminuída
✓ Síndrome nefrótica
✓ Infecção, como pneumonia e tuberculose
✓ Aumento da pressão negativa no espaço pleural, como atelectasia.
Os líquidos extravasados podem ser transudato (baixa quantidade de
proteínas - Decorrem da alteração no equilíbrio do líquido no espaço pleural) e
exsudato (maior quantidade de proteínas - Decorrem de ruptura ou lesão da
pleura ou dos linfáticos).
Diagnóstico
QC: dor, tosse e dispneia.
EF: redução/abolição do FTV ou MV, macicez a percussão.
Exame radiológico.
Para fechar o diagnóstico de um derrame pleural, não são necessários
exames de imagem, no entanto, eles podem ser solicitados para auxiliar de
diagnóstico. Os exames usados são o Raio X (PA e em perfil) e USG. A USG é
muito mais usada para pequenos volumes.
Técnica
1- Assepsia e antissepsia com o paciente posicionado.
- Decúbito dorsal elevado, mãos por trás do pescoço. Local da
toracocentese: Linha axilar média/posterior ao nível do 5ª espaço
intercostal.
- Sentado, com as mãos num apoio. É a posição mais usada.
PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO