Você está na página 1de 7

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


COLEGIADO DE MEDICINA
MÓDULO DE HABILIDADES CLÍNICAS E ATITUDES

PRINCÍPIOS E CUIDADOS NA REALIZAÇÃO DE CURATIVOS

Profa. Flávia Azevedo de Mattos Moura Costa

• CURATIVO IDEAL
→ Manter alta umidade entre ferida/curativa.
→ Remover o excesso de exsudato.
→ Permitir isolamento térmico.
→ Ser impermeável a bactérias.
→ Ser isento de partículas e de tóxicos contaminadores de
feridas.
→ Permitir remoção sem traumas.

• PRINCÍPIOS IMPORTANTES PARA A REALIZAÇÃO DE


CURATIVOS
→ Normalmente, a pele as mucosas são portadoras de
microrganismos.
→ Os microrganismos estão presentes em partículas dispersas no
ar.
→ A umidade facilita o crescimento e movimentação dos
microrganismos.
→ Os líquidos fluem para baixo em conseqüência da ação da
gravidade.
→ O trato respiratório alberga microrganismos que podem
disseminar-se para as feridas.
→ O sangue transporta substâncias que nutrem e reparam os
tecidos.

• CUIDADOS ESSENCIAIS PARA A REALIZAÇÃO DE


CURATIVOS
→ Lavar as mãos antes e depois de atender cada paciente.
→ Orientar o paciente sobre os cuidados que se deve ter com a
ferida e com relação a procedimento que será realizado.
Organizado pela Comissão de Planejamento do Módulo de Habilidades Clínicas e Atitudes 1
Profa. Aline Schmitt’ Profa. Aparecida do Carmo Zerbo Tremacoldi Profa. Mércia Margotto
Profa. Mônica Raiol Profa. Viviane Rocha
2005
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
COLEGIADO DE MEDICINA
MÓDULO DE HABILIDADES CLÍNICAS E ATITUDES
→ Preparar o ambiente e posicionar o paciente de forma
confortável, evitando correntes de ar.
→ Não expor por tempo prolongado a ferida e os materiais
estéreis.
→ Usar máscara, avental protetor, luvas estéreis e, para curativos
de feridas exsudativas, acrescentar óculos de proteção.
→ Utilizar princípios de assepsia durante o desenvolvimento da
técnica.
→ Quando vários curativos forem trocados no mesmo paciente,
devem ser iniciados por incisões limpas e fechadas, passando
a seguir para os de feridas abertas e não infectadas e, por
último, as colostomias e fístulas em geral.
→ As feridas que drenam excessivamente necessitam de um
número maior de trocas diárias do curativo.
→ Não passar gazes, algodão, drenos contaminados sobre as
áreas estéreis.
→ Fazer expressão da ferida somente sob orientação e com
técnica asséptica.
→ Sempre que possível, trocar o curativo após higiene corporal.
→ Desprezar sempre a primeira porção da solução antes de usa-
la pela primeira vez.
→ Considerar contaminado qualquer instrumento que toque em
local não estéril.
→ Não usar o mesmo lado da gaze duas vezes ou mais.
→ Após a limpeza do ferimento, limpar em torno do mesmo até
uma distância de cerca de 5 cm.
→ Manter as extremidades da pinça mais baixas que a mão se
não estiver usando luvas estéreis.
→ Restringir o uso de almotolias. Dê preferência a frascos de soro
fisiológico, desprezando o restante após cada curativo, ou após
cada série de curativos. Caso seja necessário o uso de
almotolias, mantê-las tampadas e proceder a trocas a cada 48
horas.
→ Lavar a ferida com solução fisiológica em jato, a fim de
remover o exsudato da ferida e eventuais corpos estranhos.
Organizado pela Comissão de Planejamento do Módulo de Habilidades Clínicas e Atitudes 2
Profa. Aline Schmitt’ Profa. Aparecida do Carmo Zerbo Tremacoldi Profa. Mércia Margotto
Profa. Mônica Raiol Profa. Viviane Rocha
2005
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
COLEGIADO DE MEDICINA
MÓDULO DE HABILIDADES CLÍNICAS E ATITUDES
→ Secar a pele ao redor da ferida sem tocar no leito desta.
→ Remover ao máximo as secreções, corpo estranho e tecido
necrótico.
→ Quando for necessário o uso de pomadas, dispensa-las em
gaze estéril.
→ Usar técnica de tampão rotativo no curativo, evitando
movimentos de vaivém.
→ Limpar a ferida a partir da área menos contaminada para a
mais contaminada, lembrando que, nas feridas infectadas a
área mais contaminada, é a do interior da lesão; e na ferida
limpa, a pele ao redor da incisão é mais contaminada.
→ O curativo deve ser colocado direto no local, e não deslizado
sobre a pele, de forma a não transferir os microrganismos
desta para o centro da lesão.
→ O curativo externo deve estender-se pelo menos 3 cm além
das bordas da ferida.
→ Não aplicar enfaixamentos excessivamente apertados de forma
a permitir livre fluxo sangüíneo, exceto nos curativos
compressivos.
→ Nunca despreze os despojos do curativo anterior diretamente
no lixo da enfermaria; utilize pequenos sacos plásticos, que
deverão ser amarrados antes de serem desprezados;
→ Colocar pinças usadas em recipiente adequado e encaminha-
las à sala de expurgo conforme rotina de reprocessamento de
materiais.

Organizado pela Comissão de Planejamento do Módulo de Habilidades Clínicas e Atitudes 3


Profa. Aline Schmitt’ Profa. Aparecida do Carmo Zerbo Tremacoldi Profa. Mércia Margotto
Profa. Mônica Raiol Profa. Viviane Rocha
2005
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
COLEGIADO DE MEDICINA
MÓDULO DE HABILIDADES CLÍNICAS E ATITUDES

TÉCNICAS DE CURATIVOS

Materiais:
• Impermeável
• Bandeja contendo:
o Pacote de curativo (pinça de dissecção com dente, pinça
de dissecção sem dente, 1 pinça articulada, gazes e
espátula).
o Esparadrapo, micropore ou fita adesiva.
o Pacotes de gazes e/ou compressas estéreis.
o Saco plástico.
o Cuba rim forrada.
o Ataduras.
o Soro fisiológico a 0,9%.
o Almotolias com as soluções a serem usadas (éter ou
benzina e tintura de benjoim).
o Luvas (de procedimento e estéreis).
o Máscara.

Procedimento:
(ferida suturada ou inserção dos pinos de fixadores e externos)
→ Prepara o ambiente;
→ Avisar ao paciente o que vai ser feito, posiciona-lo e solicitar

colaboração;
→ Trazer o material e coloca-lo sobre a mesinha de cabeceira;
→ Forrar a cama com impermeável e descobrir a área a ser

tratada;
→ Colocar a cuba forrada e o saco plástico próximos ao local do

curativo;
→ Lavar a mão antes e após cada curativo.

→ Abrir o pacote de curativo utilizando a técnica asséptica.


→ Dispor as pinças voltadas para a borda proximal do campo;
→ Montar a gaze na pinça articulada com auxílio da pinça

anatômica na parte interna do campo.

Organizado pela Comissão de Planejamento do Módulo de Habilidades Clínicas e Atitudes 4


Profa. Aline Schmitt’ Profa. Aparecida do Carmo Zerbo Tremacoldi Profa. Mércia Margotto
Profa. Mônica Raiol Profa. Viviane Rocha
2005
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
COLEGIADO DE MEDICINA
MÓDULO DE HABILIDADES CLÍNICAS E ATITUDES
→ Umedecer a gaze com éter ou benzina para remover os
adesivos.
→ Segurar o penso com a pinça de dissecção com dente e retira-
lo com o auxílio da pinça articulada montada com a gaze
umedecida.
→ Remover o curativo e segura-lo no saco plástico.
→ Após a retirada, desprezar a pinça de dissecção com dente na
cuba-rim (caso precise usa-la para retirar outro curativo,
separa-la lateralmente no campo sobre uma gaze).
→ Montar a gaze com as duas pinças restantes, na parte interna
do campo.
→ Promover a limpeza do local somente cm soro fisiológico a
0,9%.
→ Proceder à remoção dos resíduos de adesivos.
→ Colocar a proteção da ferida, fixando-a com esparadrapo ou
atadura.
→ Deixar o paciente confortável.
→ Deixar o ambiente em ordem.
→ Encaminhar material para sala de serviço e dispensar cuidados
necessários.
→ Lavar as mãos.
→ Anotar no prontuário data, hora, aspectos da lesão e condições
da pele ao redor da ferida, características e quantidade da
secreção, intercorrências, queixas do paciente.

Procedimento:
(áreas cruentas)
→ Verificar a prescrição médica, administrado o analgésico

prescrito antes de iniciar o curativo, lembrando que essas


lesões provocam muita dor.
→ Limpar a ferida com jato de soro fisiológico 0,9%, utilizando-se
do recurso que possibilite jato sobre a ferida (seringa e agulha
de gosso calibre (40x12) ou cortes/furos no frasco de soro).
→ Utilizar bandeja ou bacia estéril para viabilizar esse
procedimento.
→ Evitar a limpeza mecânica com gazes sobre a área cruenta.

Organizado pela Comissão de Planejamento do Módulo de Habilidades Clínicas e Atitudes 5


Profa. Aline Schmitt’ Profa. Aparecida do Carmo Zerbo Tremacoldi Profa. Mércia Margotto
Profa. Mônica Raiol Profa. Viviane Rocha
2005
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
COLEGIADO DE MEDICINA
MÓDULO DE HABILIDADES CLÍNICAS E ATITUDES
→ A limpeza realizada em área de difícil acesso, como por
exemplo úlceras de pressão em região sacral, deve ser
cuidadosa, para não prejudicar a formação dos tecidos
cicatriciais.
→ Após a limpeza da área cruenta, utilizar produto e tipo de
cobertura adequada para o estágio de cicatrização da ferida.
→ Fixar a proteção da ferida, dando preferência a enfaixamento
com atadura de crepe, evitando-se adesivos.

Procedimento:
(drenagem aberta – dreno de Penrose)
→ O curativo do dreno deve ser realizado separado e após o
curativo da incisão cirúrgica.
→ A limpeza deve ser realizada, após a mobilização do dreno,
primeiro na pele em volta da incisão e por último deve-se
proceder a limpeza do dreno. Caso necessário, volta a limpar a
pele circundante.
→ Dispor as gazes de forma que o dreno não fique em contato
com a pele, o que poderia causar macerações.
→ O curativo do dreno deve ser mantido limpo e seco. Isto

significa que o número de trocas está diretamente relacionado


com o volume de drenagem.
→ Alfinetes não são indicados como meio de evitar mobilização,
pois enferrujam facilmente e propiciam a colonização do local.

Procedimento:
(estoma)
→ A higiene da pele e do estoma deve ser feita cuidadosamente
com água e sabão, podendo ser realizada com gazes ou sob o
chuveiro.
→ Remover os resíduos de fezes e sabonete tanto da pele quanto
da borda do estoma, sem esfregar, enxaguando-os,
abundantemente, para evitar a ocorrência de dermatite
química.

Organizado pela Comissão de Planejamento do Módulo de Habilidades Clínicas e Atitudes 6


Profa. Aline Schmitt’ Profa. Aparecida do Carmo Zerbo Tremacoldi Profa. Mércia Margotto
Profa. Mônica Raiol Profa. Viviane Rocha
2005
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
COLEGIADO DE MEDICINA
MÓDULO DE HABILIDADES CLÍNICAS E ATITUDES
→ Secar cuidadosamente a pele para uma aderência adequada
do sistema coletor.
→ Observar e anotar a cor, forma, protusão, umidade e
integridade da mucosa estomal e da pele peri-estomal.
→ Trocar o dispositivo coletor sempre que o conteúdo atingir um
terço ou no máximo, a metade de sua capacidade.
→ A remoção do sistema coletor deve ser realizada com
movimentos delicados, iniciando pelo deslocamento do adesivo
pela lateral. É conveniente segurar a pele do abdome com a
outra mão, enquanto se desloca o adesivo da pele.
→ NÃO utilizar produtos químicos como álcool, éter ou benzina
para remover os resíduos do dispositivo e/ou limpar a pele.

CURATIVOS QUE UTILIZAM COBERTURA AUTO-ADERENTES


(À BASE DE HIDROCOLÓIDES, FILME TRANSPARENTE):
dispensam o uso de instrumental (“pacote curativo”). Recomendam-
se luvas de procedimentos, uma vez que o leito da ferida não vai ser
tocado. Após limpeza, da lesão com soro fisiológico em jato, secar a
pele em volta da ferida e aplicar a cobertura que deverá cobrir 2 cm
de pele íntegra em torno da lesão.

CURATIVOS PRIMÁRIOS (ALGINATO DE CÁLCIO, CARVÃO


ATIVADO): ficam em contato direto com a lesão e exigem uma
cobertura. Deve-se usar, obrigatoriamente, luvas estéreis no
momento da manipulação da placa e da adaptação dela no leito da
ferida.

CURATIVOS DE CATETERES: Os locais de inserção devem ser


mantidos secos e os curativos devem ser trocados se úmidos ou com
sujidade. O local de inserção deve ser limpo com soro fisiológico a
0,9%, seguido da aplicação de PVP-I aquoso. Após dois minutos,
retirar o PVP-I com soro e fechar com gaze e esparadrapo ou filme
transparente, colocando seu nome e data da realização do curativo.

Organizado pela Comissão de Planejamento do Módulo de Habilidades Clínicas e Atitudes 7


Profa. Aline Schmitt’ Profa. Aparecida do Carmo Zerbo Tremacoldi Profa. Mércia Margotto
Profa. Mônica Raiol Profa. Viviane Rocha
2005

Você também pode gostar