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Roteiro de aula prática 2017

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – CURSO DE MEDICINA


LABORATÓRIO DE HABILIDADES E SIMULAÇÃO

CATETERISMO NASOGASTRICO E ENTERAL

DEFINIÇÃO
O procedimento consiste na inserção de uma sonda maleável na cavidade nasal do
paciente até o estômago ou intestino.
Existem dois tipos de sondas que podem ser utilizadas: a nasogástrica (cateter de
polietileno com diversos calibres) e a nasoenteral (cateter de poliuretano, com fio guia, de
pequeno calibre, com uma cápsula de peso de tungstênio)

ASPECTOS ANATÔMICOS

INDICAÇÃO

Posicionamento gástrico Posicionamento entérico


 Administração de
contraste radiológico
(quando o paciente não for
capaz de deglutir o
Cateter nasogástrico contrates oral)
 Descompressão gástrica
 Administração de
medicamentos
 Lavagem gástrica *

 Nutrição (sempre que  Nutrição (em pacientes


possível) acamados, com
gastroparesia , vômitos,
Cateter nasoenteral refluxo gastroesofágico,
intervenção cirúrgica
gastroesofágica,
malformações do trato
digestivo alto, alterações
neurológicas
*Lavagem gástrica
Roteiro de aula prática 2017
 Hemorragia digestiva alta (a lavagem pode ser realizada como preparo para o
exame endoscópico, melhorando sua visualização e facilitando o diagnóstico)
 Intoxicação exógena aguda (indicado em uso abusivo de medicamentos ou
substâncias danosas)

CONTRA INDICAÇÕES
- ABSOLUTAS
 Fratura de base de crânio (devido a fratura, a sonda pode não percorrer o caminho
correto e ser introduzida na base do crânio)
 Cirurgias nasais recentes

- RELATIVAS
 Deformidades graves na coluna cervical
 Neoplasia infiltrativa de esôfago
 Estenose esofágica
 Divertículo de Zenker (divertículo faringoesofágico)
 Aneurisma de arco aórtico
 Estenose de esôfago

MATERIAIS
 Cateter nasogástrico:  Cateter nasoenteral
Mulheres nº 14 a 16
Homens nº 16 a 18
 Seringa de 20 ml
 Lidocaína gel a 2%
 Luvas de procedimento
 Gaze
 Estetoscópio
 Frasco coletor
 Esparadrapo
 Equipo /cateter (opcional)

PREPARO DO PACIENTE
1. Realizar higienização das mãos
2. Apresentar-se ao paciente e certificar-se que este é o procedimento a ser realizado
3. Explicar o procedimento ao paciente, obtendo seu consentimento
4. Posicionar o paciente sentado (ou com a cabeceira a 45º), com a cabeça fletida
(caso não seja possível, colocá-lo em decúbito lateral esquerdo, com a cabeça
voltada para o lado, a fim de evitar bronco aspiração)
5. Escolher a melhor narina para o procedimento, evitando desvios de septo,
obstruções ou traumatismos nasais.

PROCEDIMENTO
 Passagem do Cateter Nasogástrico
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1. Selecionar e organizar o material necessário
2. Calçar as luvas de procedimento;
3. Escolher o calibre da sonda de acordo com a capacidade da narina e de forma que
permita uma drenagem adequada (geralmente entre 10 e 20 G).
4. Medir a extensão da sonda a partir da ponta do nariz do paciente, passando pelo
lóbulo da orelha até o processo xifóide. Fazer a marcação do local com um
esparadrapo;
5. Lubrificar a sonda com gel anestésico
6. Inserir a sonda na narina escolhida em direção ao assoalho nasal e a nasofaringe
(usar a gaze, caso a sonda esteja escorregadia);
7. Ao alcançar a transição faringoesofágica, solicitar ao paciente que relaxe os
músculos da face e faça movimento de deglutição, engolindo a própria saliva. Para
facilitar, peça ao paciente que faça uma leve flexão da cabeça.

 Passagem do Cateter Nasoentérico


1. Selecionar e organizar o material necessário
2. Calçar as luvas de procedimento
3. Escolher o calibre da sonda de acordo com a capacidade da narina
4. Preparar a sonda: ativar a sonda com água destilada
5. Medir a sonda a partir de seu orifício distal e não do peso:
a. Posicionamento Gástrico: se a orientação for a manutenção da sonda na
região gástrica, a sonda deve ser medida da mesma maneira que o cateter
gástrico.
b. Posicionamento Pós Pilórico: se o objetivo for manter a sonda no intestino
delgado, a marcação da sonda deve ser feita até a cicatriz umbilical.
6. Lubrificar a sonda com gel anestésico
7. Inserir a sonda na narina escolhida em direção ao assoalho nasal e a
nasofaringe
8. Ao alcançar a transição faringo esofágica, solicitar ao paciente que relaxe os
músculos da face e faça movimentos de deglutição, engolindo a própria saliva. Para
facilitar, peça ao paciente que faça uma leve flexão da cabeça.

CONFIRMAÇÃO DO CORRETO POSICIONAMENTO DA SONDA


1. Injetar 20 ml de ar na sonda e auscultar a região epigástrica do paciente com o
estetoscópio. Haverá presença de som hidroaéreo nesta região.
2. Acoplar uma seringa de 20 ml na sonda e aspirar, verificando ser há presença de
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suco gástrico.
3. Fixar a sonda ao nariz com esparadrapo ou fixar na lateral do rosto do paciente,
realizando o formato de um óculos (permite maior sustentação e menor incomodo
ao paciente)

CUIDADOS PÓS PROCEDIMENTO



Conferir a localização do cateter nasogástrico após a realização de
procedimento no qual tenha sido necessário movimentar o paciente, ou em
presença de vômito

Manter a cabeceira elevada a 30° para evitar o refluxo gástrico e o risco de
broncoaspiração.


O volume e o aspecto da drenagem devem ser anotados e descritos no
prontuário do paciente

COMPLICAÇÕES

Ulceração ou necrose de asa do nariz (devido a fixação da sonda no nariz do
paciente)

Epistaxe

Introdução do cateter na traqueia (intubação pulmonar)

Regurgitação com aspiração para a árvore brônquica

Introdução da sonda para o interior do crânio

RETIRADA DA SONDA
1. Realizar higienização das mãos
2. Certificar-se de que o paciente apresenta ruídos hidroaéreos na região
abdominal, presença de gazes ou fezes e diminuição de débito pela sonda.
3. Explicar o procedimento ao paciente, obtendo seu consentimento
4. Calçar luvas de procedimento
5. Posicionar o paciente sentado
6. Fechar a sonda
7. Solicitar inspiração profunda e expiração lenta, seguida de apnéia
8. Tracionar a sonda delicadamente, em um só movimento.
9. Desprezar o material

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
1. Consenso Brasileiro em Endoscopia Digestiva da Sociedade Brasileira de
Endoscopia Digestiva (SOBED)
2. OBLINGER, M.J.; LEAVELL, J.R. Passagem de sonda gástrica in: SUTRATT, P.M.
3. GIBSON, R.S. Manual de Procedimentos Médicos. São Paulo: Roca. p. 144-151.
4. SAMUELSM, L. E. Nasogastric and feeding tube placement in: ROBERTS, J. R.;
HEDGES,J. R. In: Clinical Procedures in Emergency Medicine. 4. ed. Philadelphia:
Saunders-Elsevier,2004. p. 794-815.
5. AMATO, A.C.M. Procedimentos médicos. 1aEd. São Paulo: Editora Roca, 2008.
6. SBNPE

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