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Introdução

Morfologia

Citologia

bacteriana

Profª Dra Mônica Batista de Almeida


Porque estudar
Microbiologia?
Cerca de metade da biomassa do planeta é constituída por
microrganismos, sendo os 50% restantes distribuídos entre
Porque estudar Introdução
plantas (35%) e animais (15%).
Microbiologia?
Morfologia
- Importante para sobrevivência dos seres humanos, plantas e
animais
- Infecções primárias e secundárias Citologia
- Reciclagem de resíduos
- Produção de antibióticos, vitaminas, outras substâncias
bacteriana
- Industria de alimentos e combustíveis
-Engenharia genética, etc...
Introdução à Microbiologia

“Ciência que estuda os microrganismos invisíveis


ao olho nu ”

Bactérias – Fungos – Protozoários – Algas - Vírus


O que se estuda na Microbiologia?

✓ Classificação

✓ Estrutura

✓ Reprodução

✓ Hereditariedade

✓ Atividades bioquímicas

✓ Nutrição

✓ Atividades e relações entre si e com outros seres vivos

✓ Habilidade em causar mudanças físicas e químicas no


ambiente
História da Microbiologia

Antes do século XVIII, a que


se atribuía as doenças?

Maldição divina

Teoria dos miasmas (vapores ou


venenos)

Mau odores

O ar como meio de transmissão


Os micróbios em nossas vidas

• Malefícios:
Infecções, doenças graves, comida estragada

• Benefícios:
Manutenção do equilíbrio ecológico na Terra,
para humanos e animais: digestão e síntese de vitaminas
comercial: síntese de produtos químicos, acetona, álcoois,
enzimas, ácidos orgânicos
indústrias de alimentos: queijos, vinhos, pães, iogurtes
engenharia genética – DNA recombinante: insulina, vacinas,
hormônio do crescimento, interferon
Histórico

A descoberta dos microrganismos


• 1674 comerciante holandês –
Antoni van Leeuwenhoek
• Passatempo polir lentes
Microscópio de uma única lente
Observou e desenhou os
organismos – “animáculos”
Royal Society of London
bactérias e protozoários
Antoni van
Bases da microbiologia Leeuwenhoek
O microscópio Antoni van Leeuwenhoek
Nomenclatura dos Organismos - Taxonomia

Carl von Linnaeus – 1735

Sistema binominal e latinizado

Gênero – primeiro nome e inicia-se


com letra maiúscula

espécie – segundo nome com letra minúscula


Nomenclatura e classificação dos Organismos -
Taxonomia

Taxonomia (grego) = arranjo ordenado


• Objetivo
- Classificar um organismo vivo de acordo
com características similares
- Estabelecer a relação entre grupos e
diferenciá-los
- Propiciar a comunicação efetiva entre
bacteriologistas e profissionais
Nomenclatura dos Organismos - Taxonomia

Itálico, ou quando escrito = grifado


Ex: Homo sapiens ou Homo sapiens
Candida albicans ou Candida albicans
abreviado : H. sapiens ou H. sapiens
C. albicans ou C. albicans

- Subespécie - trinômio:
- Treponema pallidum subespécie pallidum = sífilis
- Salmonella enterica subespécie arizonae = salmonelose
Classificação dos organismos

• Bactéria (do latim, bakteria, sing. Bacterium)


Christian Gottfried Ehrenberg -1828

• Organismo unicelular – procarionte – (grego = pré-núcleo)

• 1978, Carl Woese – sistema de classificação com base na


organização celular:

Eubacteria, Archaea, Eukarya


Classificação dos organismos
Nomenclatura dos Organismos - Taxonomia

Regras para designação de nomes estabelecido pelo:


Comitê Internacional de Bacteriologia Sistemática
Bergey´s Manual of Systematic Bacteriology

A hierarquia taxonômica
Domínio

Reino

Filo/divisão
Classe

Ordem

Família

Gênero

Está contido em espécie


Características das Células Bacterianas

Tamanho
1 metro (m) - unidade padrão de medida
1 decímetro (dm) 0,1 = 10-1m
1 centímetro (cm) 0,01 = 10-2m
1 milímetro (mm) 0,001 = 10-3m
1 micrômetro (µm) 0,000001 = 10-6m
1 nanômetro (nm) 0,000000001 = 10-9m
1 angström (Å) 0,0 000000001 = 10-10m

Tamanho varia de 0,2 a 2,0 µm x 2 a 8 µm

Ex: Chlamydia spp : 0,2 µm, Epulopiscium fishelsoni: 600 µm


Tamanho relativo entre células
Eucariótica e Procariótica
Métodos fenotípicos
1. Morfologia

Coco : De forma esférica ou subesférica (do gênero Staphylococcus)


Bacilo: Em forma de bastonete (do gênero Bacillus)
Vibrião : Em forma de vírgula (do gênero Vibrio)
Espiroqueta : Em forma de espiral (do gênero Treponema e Leptospira)

Vibrios Espiroqueta

Cocos

Bacilos ou Bastonetes
2. Propriedades tintoriais

•Gram-positivas
•Gram-negativas
•Bacilos álcool ácido resistentes -
BAAR
•Não se coram pelo Gram

Gram-negativas
BAAR

Gram-positivas
3. Exigências nutricionais

Autotróficas x Heterotróficas

A maioria das espécies bacterianas de interesse médico

apresentam nutrição heterotrófica, ou seja, tanto a fonte de

energia quanto a de átomos são moléculas orgânicas que a

bactéria ingere como alimento.


Morfologia bacteriana

Cocos: células esféricas ou ovaladas


Morfologia bacteriana

Bacilos: células cilíndricas alongadas – bastonetes


Morfologia bacteriana

Espirilos - Espiroquetas filamentos longos espiralados: saca-rolhas


movimento ondulante. Treponema e Borrelia
Morfologia bacteriana

Vibriões: Víbrios - bastonete curvo ou forma de vírgulas


Componentes de uma célula procariótica

CÉLULA PROCARIÓTICA
Estruturas internas à parede celular

Cromossomo = nucleóide
• Única molécula circular longa
de DNA de fita dupla aderido à
membrana citoplasmática
• Ausência de carioteca
• Ausência de proteína histona
• Carrega informação genética
Cromossomo bacteriano

DNA – E. coli
4 milhões de pares de base
1 mm de comprimento
Estruturas internas à parede celular

Plasmídio
• Pequena molécula de DNA – fita dupla
auto-replicantes circulares - 5 a 100 genes
não são cruciais à bactéria são
extracromossômicos
Pode ser retirado das células, inserir o gene
de estudo e recolocado na bactéria

Vantagens: importante na engenharia genética para transporte de


genes, resistência aos antibióticos, tolerância a metais tóxicos,
produção de toxina, síntese de enzima.

Ex: Escherichia coli – diarréia infantil, e do viajante


Estruturas internas à parede celular

Ribossomos

• Observado pela primeira vez por


George E. Palade 1955 - M.E
• Síntese protéica
• Dezenas de milhares – aspecto
granulado ao citoplasma
• Antibióticos fixam-se às subunidades
e interferem na síntese protéica
Estruturas internas à parede celular

• Grânulos de reserva

Grânulos de armazenagem, reserva:


polissacarídeos, lipídeos, grânulos
de enxofre = obtenção de energia

• Base para identificação:


Ex:. grânulos metacromáticos
(fosfato inorgânico) se coram em
vermelho com corante azul
Corynebacterium diphtheriae
Estruturas internas à parede celular

• Citoplasma

• Constituição – 80% de H2O


proteínas, carboidratos, lipídeos,
íons inorgânicos.
• Espesso, aquoso, semitransparente e
elástico
• Estruturas: DNA, ribossomos e
grânulos de reserva
• Não possui um citoesqueleto
Estruturas internas à parede celular

• Mesossomos

• Invaginação da membrana
celular ou simples dobras

• Funções: papel na divisão celular, aderência do


cromossomo e enzimas respiratórias, esporulação, ou
artefatos.
• Aumentar superfície membrana
Estruturas internas à parede celular

• Membrana
Membrana plasmática
plasmática
• Estrutura que reveste o citoplasma - camada dupla de
• fosfolipídeos
Estrutura que(cabeças
reveste opolares e apolares) e caudas apolares
(ácido graxo), proteínas e enzimas
citoplasma - camada dupla de
fosfolipídeos (cabeças polares e
• Permeabilidade
apolares) e caudasseletiva –
apolares
(ácido graxo), proteínas e
Sítio de ação de antimicrobianos, álcoois, compostos de
enzimas
amônio quaternário = desinfetantes causa morte celular.
• Permeabilidade seletiva -
Transporte passivo: difusão simples, facilitada e osmose
Transporte ativo: de fora para dentro, gasto de energia ATP
Membrana plasmática

Caudas apolares
(ácido graxo)
Parede celular

• Parede celular

• Confere forma e rigidez às bactérias


• Função: prevenir ruptura pela
pressão da água dentro para fora.
• Importância clínica: algumas
espécies causam doenças.
• Composição química da parede =
diferenciar grupos bacterianos
• Gram positivo e Gram negativo
Parede celular Gram positiva

• Microscopia eletrônica 1950

• Rede de macromoléculas: peptideoglicano (mureína)


- N-acetilglicosamina (NAG) Unida por pontes
peptídicas e aminoácidos
- ácido N-acetilmurâmico (NAM)
- ácidos teicóicos (álcool + fosfato) = especificidade
antigênica da parede e identificação laboratorial.
- ácido lipoteicóico
• São sensíveis à penicilina
Parede celular Gram positiva
PAREDE CELULAR

Bactérias Gram-Positivas

◼ Camada peptideoglicano
espessa.
◼ Ácido teicóico - ancorado ao
peptideoglicano.
◼ Ácido lipoteicóico - ancorado à
membrana plasmática.
- ENVELOPE CELULAR DE UMA BACTÉRIA GRAM-POSITIVA

Ácido teicóico da parede


Tamanho – 30-100 nm Ácido lipoprotéico

parede celular
peptidoglicano
40-80% - peptidoglicano
(polímero)

membrana
plasmática
Parede celular Gram positivo

Bacilos Gram positivos Cocos Gram positivos


Parede celular Gram negativo

• Porção polissacarídica do LPS é composta por açúcares:

- Polissacarídeo O atuam como antígenos

- Lipídeo A (endotoxina tóxica) – patogenicidade da célula


bacteriana - destruição das hemácias, febre e diarréia

• Entre as membranas externa e plasmática = espaço periplásmico


contendo: enzimas e proteínas de transporte
Parede celular Gram negativa
PAREDE CELULAR

Bactérias Gram-Negativas

◼ Camada de peptideoglicano delgada


◼ Membrana externa - fosfolípides,
porinas e lipopolissacáride (LPS).
Proteção, fitração seletiva
◼ Espaço periplásmico - enzimas
para a degradação de substâncias
tóxicas.
Parede celular Gram negativo

• Consistem de uma ou algumas camadas de peptídeoglicano

• Membrana externa: lipoproteínas, lipopolissacarídeos (LPS) e


fosfolipídeos.

• Carga negativa evasão da fagocitose e ação do complemento

• Barreira para: antibióticos, enzimas digestivas, detergentes, sais


biliares e certos corantes.

• Porinas, formam canais que levam nutrientes – fixação de vírus


ENVELOPE CELULAR DE UMA BACTÉRIA GRAM-NEGATIVA

Tamanho – 20-30 nm

5-10% - peptidoglicano (polímero)

Presença de uma membrana externa


Parede celular Gram negativa

Bacilos Gram negativos Cocos Gram negativos


Paredes celulares atípicas

• Não formam parede celular


= pleomórficas.
• Filamentos semelhantes a fungos (Myco)
• Membrana plasmática = esteróis
• Aeróbios e anaeróbios facultativos
• Devido ao seu tamanho 0,1 a 0,25 µm
passam por filtros bacterianos

Mycoplasma pneumoniae
Estruturas externas à parede celular

• Cápsula
Glicocálice – polissacarídeo viscoso e
gelatinoso
• Permite adesão a superfícies, impede
ressecamento e fornecer nutrientes
• Proteção contra fagocitose
• Fator de virulência
• Antígeno de superfície
• S. mutans, K. pneumoniae
• Coloração negativa
Cápsula bacteriana
Flagelo bacteriano

Monotríquio

Anfitríquio

Lofotríquio

Peritríquio
Flagelo bacteriano

Flagelos peritríquios
Endoflagelo bacteriano

• Filamentos axiais
• Similares aos flagelos
• Enovelam em torno da célula
• Espiroquetas
• Movimento de saca-rolhas
• Treponema, Leptospira, Borrelia
Estruturas externas à parede celular

• Fímbrias
Estruturas semelhantes a pêlos
Função: aderência à superfície
Variam em números

• Pili mais longos –


um ou dois por célula
• Transferência de DNA – conjugação
bacteriana
• Ambas: proteína pilina e adesina
Estruturas externas à parede celular

Neisseria gonorrhoeae
Estruturas externas à parede celular

• Conjugação bacteriana Célula F-

Mecanismo pelo qual a


informação
Célula F+
genética é transferida de uma
bactéria para outra mediada por
plasmídeo que é replicado e
transferido para a célula
receptora Célula F-
Endósporos bacterianos

• Célula formada no interior de certas bactérias Gram-


positivas, em condições adversas do meio, como perdas
nutricionais (carbono, nitrogênio e água).

• São altamente resistentes ao calor, falta de água, e agentes


físicos e químicos

• Importância clínica e indústria de alimentos


• Esporulação (esporogênese), germinação
• Ex: bactérias dos gêneros: Clostridium e Bacillus
Endósporos bacterianos
Endósporos bacterianos

Forma vegetativa

Endósporo

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