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CADERNO DE MICROBIOLOGIA

Fichamento 14/08: A Microbiologia é o centro da biologia

→ A microbiologia é a ciência da vida, e passamos por várias pandemias ao passar


o do tempo, como:
- Peste negra;
- Cólera
- Tuberculose
- Gripe Espanhola
- Dengue, gripe, chikungunya, zika, peste bubônica, salmoneloses

→ A microbiologia originou os primeiros e todos os outros seres vivos, sendo ela


parte corriqueira da nossa vida, tal que:
- Ao acordar - escovas, pasta, banho;
- No trajeto do trabalho - suor, mau hálito, cheiro coletivo, mos produzido
- Microbiota normal (os fungos e bactérias do nosso organismo)

→ Objetivos da microbiologia
- Estudar os microrganismos e suas atividades;
- Suas interações com o ambiente
- E as transformações que produzem

→ Micologia
→ Prion: proteínas que são agentes infecioso. Particula infecciosa de natureza
proteica que resiste a inativação em procedimentos que são utilizados para
modificar os ácidos nucléicos, não possui genoma (ácido nucléico). Podem estar
associados a Doença Crônicas neurodegenerativas progressivas como Alzheimer

→ Os microorganismos são seres cognitivos, interagem com o meio ambiente e


reage a ele, como visto na quimiotaxia.
→ São seres vivos ideias para estudo dos fenômenos biológicos:
- Maior diversidade;
- Ampla variedade de processos bioquímicos
- Simplicidade nutricional
- Parasitismo
- Elevada interação com o meio devido à relação de superfície volume
- Eficientes sistemas de transporte de nutrientes
- Processos genômicos, transcrição e tradução ocorrem simultaneamente
- Apresentam altas taxas metabólicas
- Fácil manutenção e econômica em meio de cultura
→ Promotores das transformações físicas e químicas no ambiente:
-Transformação de matéria prima alimentícia por fermentação para obtenção de
alimentos com novas propriedades organolépticas e sensoriais
- Biocombustível
- Eletricidade
-Fundamentais ecologicamente: mantém equilibrio dos ecossistemas

→ Aplicação da microbiologia
- Morfologia, arranjos, reações á coloração
- Metabolismo
- Genética
- Caracterização/identificação dos mos
- Distribuição natural
- Relações recíprocas e com outros seres vivos
- Microbiologia médica
- Micro-organismos patogênicos para H, cavidade oral (microbiologia oral), e
animais (microbio animal)
-Controle de prevenção das doenças
-Associada portanto às práticas assépticas, antibioticoterapia, quimioterapia e
imunização
-Ps métodos de diagnóstico das doenças infecciosas
-Microbiologia de alimentos:
-Micro-organismos envolvidos no controle de produção, manuseio,
processamento, industrialização dos alimentos
-Contaminação: microrganismos deterioradores; agentes de infecções,
toxi-infecções e toxinas alimentares.
-Microbiologia aquática, sanitária e ambiental
-Microbiologia industrial
-Microbiologia do ar
-Microbiologia do Rúmen: produção de carne, leite, couro, lã…
-Microbiologia de insetos:
-Uso de microrganismos infecciosos e toxinfecciosos para controle de
insetos/pragas de lavoura
-Baculovirus - cigarrinha das pastagens
-Bacillus thuringiensis - lagarta da soja
-Microbiologia espacial: pesquisa vida de ET…
-Microbiologia molecular:
-Engenharia genética: DNA recombinante;
-Construção organismo genética/modificados-OGM(transgénicos
-Listeriófago P2
-Terapia substituição, biossensores, alimentos, resistentes a pragas, arroz
dourado

→ Classificação e nomenclatura dos microrganismos:


- Sistema de classificação e nomenclatura das bactérias segue o sistema
binominal de Linnaeus em que:
- Gênero é o primeiro nome e sempre inicia com a letra maiúscula
- Espécie segue o gênero e inicia com letra minúscula

→ EVOLUÇÃO DA MICROBIOLOGIA
→ Origem da microbiologia:
- Visto como curiosidade até meado do século 20, mas descoberto em
1670-1680;
- Pai da microbiologia: Louis Pasteur;
- Robert Koch
- Experimentos clássicos
- Ciència e disciplina
- Primeiro microbiologista em 1670: Anton Van Leeuwenhoek, ele
avaliava tecidos com um microscópio.
- Robert Hook,
Fichamento da aula de Citomorfologia Bacteriana

→ Procarioto:
- Primeiros seres vivos,e neste período (3-4 bilhões de anos) não houve
nenhuma mudança notável na morfologia ou organização celular.
- Caracteríscas das células procarióticas:
- Tamanho diminuto
- Ausência de organização nuclear
- Um único cromossoma
- Reprodução por fissão binária(divisão celular)

→ Os três domínios: classificação baseada na comparação das sequências


nucleotídicas de RNAr (rna ribossômico) (Carl Woese, 1978). Ele dividiu os
organismos em bactérias, Archea e Eukaryota.
As Bactérias e Archea’s não apresentam organização nuclear
→ Quais são as estruturas que estão na superfície das células bacterianas?
-Cápsula polissacarídica;
-Flagelos: Estrutura proteica que dão mobilidade as células bacterianas
sendo os tipos: lofotríquio, Anfitriqueo, Peritríquio e Monotríquio
-Filamentos Axiais ou endoflagelos: são especialmente atribuídos às
bactérias espiroquetas, sendo elas feixes de fibrilas que se originam nas
extremidades das células sob uma bainha externa (pensa em um pedaço de
pau, com pisca pisca em volta, parece com isso). Promove mobilidade as
bactérias.
-Fímbrias: Relacionada com a capacidade de adesão (pensa em um velcro e
gruda em algo, no caso pode ser no epitélio do organismo) como á um
epitélio
-Pilus: transferência de material genético, monta uma ponte com uma
bactéria e transfere material genético na conjugação, não está tem todas as
bactérias;
-Cápsula polissacarídica: revestimento externo com finalidade de aderência,
aumento da resistência microbiana, aumento da capacidade invasiva da
bactéria, como o pilus, não está em todas as bactérias. Isso aumenta o
perigo da bactéria de causar doença, sendo mais resistente a fagocitose do
organismo
-Membrana citoplasmática: fundamental na estrutura da bactéria, atua como
barreira osmótica
-Parede celular: -externa à membrana celular, semi-rígida
-Mantém a forma característica da célula;
-Protege contra a lise osmótica e alterações adversas do ambiente;
-Ancoragem de apêndices bacterianos (flagelo);
-Sítio de ação de lisozimas, alguns antibióticos, alvo de drogas,
penicilinas
→ Compisção da parede:
-Rede macromolecular de peptidoglicano, mureína ou
mucoopetídeo:
-Dissacarídeo repetitivo unido por polipeptídeos,
formando rede que circunda a célula;
-Dois açúcares (N-acetil glucosamina - NAG- e
N-acetilmurâmico - NAM) e aminoácidos(alanina,
glutamina, lisina, ácido diaminopimélico-DAP)

→ Morfologia das células procarióticas:


-Cocos: diferentnes arranjos acontecem no momento da divisão celular, mas
são em forma de esfera.
-Divisão em um plano
Divisão em dois planos
divisão em três planos
divisão em múltiplos planos - cachorros
- Bacilos: dividem-se em um plano, no menor eixo;
- Bactérias espiraladas: podem formar pares ou aglomerados
Ex dessas bactérias faladas acima: enterococcus, fusobacterium(longos bacilos),
francisella(curtos bacilos), neisseria gonorrhoeae (diplococos em forma de rins)

→ CLASSIFICAÇÃO de bactérias pelo método de GRAM


Pelo método de Gram, que possui um corante violeta e um rosa, é possível
diferenciar as bactérias positivas das negativas. As primeiras coram-se de violeta
quando submetidas à coloração, enquanto as negativas coram-se de rosa. Os
micoplasmas não se coram nessa técnica.
-Gram positivas: camada de PG grossa e ácidos teicóicos. → As bactérias
Gram-positivas retém o cristal violeta devido à presença de uma espessa
camada de peptidoglicano (polímero constituído por açúcares e aminoácidos
que originam uma espécie de malha na região exterior à membrana celular
das bactérias) em suas paredes celulares, apresentando-se na cor roxa.
É um sítio receptor de bacteriófagos, sitio de ligação com epitélio do
hospedeiro, carga negativa contínua à parede e regulam a entrada de cátions
na célula, polímeros aniônicos de carboidratos, 60% da massa da parede
celular.
Na técnica a célula permanece corada até o final pq como a parede é grossa
de polipeptideoglicano e só desidrata um pouco, permanece corada, a
negativa não, ela desbota com o álcool. Então essa descolorida é só fazer
uma contra corante para ter certeza que ela é negativa, ver ela ficar rosa.

-Gram negativas: -Camada de PG fina. → Nas bactérias Gram-negativas, a


parede celular está composta por uma camada de peptidioglicano e três
outros componentes que a envolvem externamente; lipoproteína, membrana
externa e lipopolissacarídeo.
-Periplasma: gel que contém camada de PG fina
-Membrana externa: bicamada lipídica que contém lipopolissacarídeo
(LPS) ou endotoxina, lipoproteínas e porinas.

→ Bactérias com envelope bacteriano:


-Não apresentam parede celular;
-Esteróis intercalados na membrana externa
-Pleomórficas, muito pequenas 0,1-0,25um)
-Sensível á pressão osmótica
-Resistente às penicilinas
-ex: mycoplasma, bactérias gram negativas.
→ Formas bacterianas sem parede celular ou Formas-L
-Célula que perde a parede;
-Resultado de ação de ação de:
-Enzimas líticas da parede celular, ex: lisozima
-Antibióticos que agem na síntese de peptidoglicano, ex: penicilina
-Usualmente imovel
-Esferoplastos: célula com parte da membrana externa, efeito lisozima em
gram negativa.
-Protoplastos: célula perde a parede e permanece protegida pela membrana
citoplasmática, Efeito da lisozima em gram positiva.

→ Estrtura internas á parede celular:


-Membrana plasmática: usualmente envolvida pela parede celular e ás vezes
por uma camada externa adicional.
-Contém citoplasma com ribossomos,DNA, grânulos e vesículas;
-Funções da membrana plásmática:
-Barreira altamente seletiva para entrada e saída de substâncias;
-Produção de energia: bombeamento de prótons e síntese de ATP.
-Biossíntese de precursores de parede celular: lipídeos,
peptideoglicano, lipopolissacarídeos e polissacarídeos;
-Duplicação de DNA: enzimas localizadas na membrana
-Secreção: de enzimas, toxinas.
-A porção hidrofobica da membrana impede a difusão de sais,
açucares aminoácidos, nucleotídeos e outras substâncias presentes
no citoplasma.

-Composição: Bi-camada fosfolipídica e por isso é dinâmico,


Ps: a das Archea’s é um pouco diferente, tem um lipídio atípico
-As proteínas:
-Periféricas: associadas a um dos lados da membrana;
estruturais; enzimas.
-Integrais ou transmembrana: estruturais, poros,
transporte
-Permeabilidade: Transporte passivo, ativo, difusão simples e facilitada

-Ribossomos: Particulas densas, dispersas no citoplasma que servem como


locais de síntese protéica:
-São compostos por duas subunidades, cada uma consistindo de proteínas e
de r-RNA - 70S
-Alvo para antivimicrobianos que atuam inibindo a síntese protéica

-Inclusões: Depósitos de reserva acumulados no citoplasma da células


-Grânulos metacromáticos: Constituídos de polifosfato( reserva de
fosfato inorgânico que pode ser usado na síntese de ATP.
-Grânulos polissacarídicos: compostos de glicogênio e amido
-Grânulos de enxofre: Reserva de energia para bactérias que obtêm
energia oxidando enxofre e compostos contendo enxofre
-Vacúolos de gás: caviddades ocas encontradas em muitos procaritos
aquáticos, incluindo cianobactérias,
-Magnetossomos: inclusões de óxido de ferro, que atuam como imãs.
-Esporos:
-Células metabolicamente inativas que podem sobreviver a
temperaturas extremas, falta de água, exposição a substâncias
químicas tóxinas e radiação:
-Endósporos: esporos que se formam dentro das células;
-São facilmente dispersos pela ação do vento, da água ou por
meio do trato gastrintestinal de animais;
-Encontradas no solo -Bacillus spp., Clostridium spp
-Ácido dipicolínico (cerne, 10% da massa do endosporo)
-Dipicolinato de cálcio:
-Redução da disponibilidade de água no interior do
endósporo, auxiliando a desidratação
-Insere-se entre as bases de DNA, estabilizando contra a
desnaturação térmica.
ex: endósporos terminais, centrais e subterminais. geralmente
não consegue colorir o endósporos com o corante de gram
FICHAMENTO DA AULA PRÁTICA - Noções de biossegurança

Definição de Biosegurança: Conjunto de medidas a serem adotadas para prevenir e


reduzir os riscos para os profissionais do laboratório, incluindo a equipe de apoio
(limpeza, manutenção), para a comunidade e para o meio ambiente.

→ Histórico da biossegurança:
- Classificação de riscos de agentes etiológicos 1974
- precauções universais para manipulação de fluidos corpóreos (HIV) 1980
- Surgiu no brasil na década de 90 junto com a tecnologia de dna
recombinante, e o primeiro projeto de fortalecimento das ações de
biossegurança - Núcleo de biossegurança
- 1995 - lei brasileira de Biossegurança Lei 8974
- 2005 - lei 11.105 de 24 de março de 2005

→ Tipos de riscos que estamos expostos:


- Físicos: radiação, temperaturas adversas, como as estufas e autoclave...
- Químicos
- Ergonômicos
- Biológicos: Amostras provenientes de seres vivos (bactérias, fungos, insetos,
urina, fezes, secreções, plantas)
Classificção de risco dos agentes;
-Virulência;
-Dose infectante (concentração de infecção)
-Dano decorrente
-Transmissão
-Estabilidade do agente no ambiente;
-Disponibilidade de profilaxia
-Classe de risco:
- Acidentes

→ Doença infeciosa: Aquela que patogênicos invadem um hospedeiro suscetível,


pelo menos uma parte do seu ciclo de vida dentro do hospedeiro, sendo assim a
doença é estabelecida

→ Situações cotidianas que envolvem risco:


- Via de exposição → procedimento de risco
- Ingestão:
- Pipetagem com a boca;
- Consumir alimento no lab;
- Colocar dedos ou objetos contaminados na boca.
- Inoculação:
- Acidentes com agulhas;
- Acidentes com materiais cortantes;
- Arranhões, mordidas de animais.
→ Barreiras de contenção em serviço de saúde:
-Barreiras de contenção primária:
-Equipamento de proteção individual EPI
-Equipamento de proteção coletivo EPC
-Barreiras de contenção secundária:
-Desenho e estrutura física dos laboratórios (planta do laboratório)

→ Nível de Biossegurança:
Quanto maior o nível de biossegurança será maior o nível de contenção, lembrando
que vai do 1 ao 4.
-Bio 1: Ensino básico, onde manipula os microrganismos pertencentes a classe de
risco I, nã é requerida nenhuma característica de desenho estrutural, além de um
bom planejamento espacial e funcional e a adoção de boas práticas laboratoriais
-Os organismos são não-patogênicos
-Boas práticas de laboratório, coleta de lixo e as técnicas assépticas.
ex: lactobacillus spp.
-Bio 2: Agentes de risco moderado para o pessoal ou o ambiente;
- Com boa técnicas de microbiologia, esses agentes podem ser usados de
maneira segura em atividades conduzidas sobre uma bancada aberta, uma
vez que o potencial para a produção de borrifos e aerossóis é baixa.
-Autoclave e cabine de segurança biológica
ex: clostridium tetani
-Se aplica em lab clínico ou hospitalares de nível primário de diagnósticos,
precisa de barreiras físicas (epi)
-Bio 3:Agente de alto risco para o pessoal ou ambiente
-Agentes respiratóros, que são facilmente transmissível, causando doenças
graves ou letais
-É aplicável para laboratóro clinico, de diagnóstico, ensino e pesquisa ou de
produção onde o trabalho com agentes exóticos possa causar doenças sérias
ou potencialmente fatais como resultado de exposição por inalação.
-ex: bacillus anthracis
-Bio 4: Laboratório de contenção máxima, destina-s a manipulação de
microrganismos de classe de risco 4.
-Confinamento total, laboratório herméticos, bomba de ar, tratamento de
água, filtro HEPA
-Esses laboratórios requerem procedimentos especiais de segurança
-ex: Ébola, gripe aviária, somente vírus…
FICHAMENTO DA AULA DO DIA 24/08 → BIOLOGIA DOS FUNGOS

→ Fungos são eucariontes, obtém membrana celular de esterois (ergosterol), já a


parede celular é glicanas, mananas, quitina(sem pepitideoglicano), os esproro sõ
esporos reprodutores sexuais e assexuais, e o metabolismo é limitado e
heterotrófico: aeróbico, anaeróbico facultativo.

→ Domínio: Eucarya
→ Os fungos são ubíquos: podem ser encontrados em todos os locais, como
vegetais, água, animais, detritívoros, homem, solos
→ Dispersão facilmente(seus esporos): animais, homem, insetos, vento

→ Características gerais: São eucariontes, com vários cromossomos e uma


membrana nuclear bem definida, possuindo mitocôndrias e um retículo
endoplasmático. → Não sintetizam clorofila
→ Os fungos se nutrem através de absorção: produzem enzimas que degradam o
substrato orgânico e absorvem os nutrientes solúveis

→ Nutrição dos fungos: Para o seu desenvolvimento, os fungos exigem sempre:


Fonte orgânica de Carbono
- Simples (álcoois, cetonas, aldeídos, gorduras, ácidos)
- Complexas (proteínas, polissacarídeos, polipeptídeos)
Fonte orgânica ou inorgânica de Nitrogênio: NO3- e NH4+

→ Os fungos fazem MICORRIZAS: São associações entre fungos e as raízes das


plantas. Os fungos digerem nutrientes orgânicos dos solos, que em parte cedem às
plantas. Por seu lado, as plantas fornecem ao fungo, pela raiz, nutrientes produzidos
na fotossíntese
→ Os fungos também podem ser caracterizados pelos LÍQUENS: Relação
mutualista entre dois microrganismos, um fungo e uma alga ou cianobactéria.
→ A cianobactéria é fototrófica e produz matéria orgânica, utilizada na
nutrição do fungo.
→ O fungo protege a cianobactéria contra o dessecamento, e contra a erosão
pela chuva ou vento

→ Os fungos crescem bem em ambientes com pH próximo a 5.


→ Maioria são mais resistentes à pressão osmótica que as bactérias (concentração
relativamente alta de açúcar ou sal).
→ São capazes de metabolizar carboidratos complexos, como a lignina(madeira).
→ Capazes de crescer em paredes de banheiros, couro de sapatos, livros, etc

→ MEIO DE CULTURA (Tópico importante)


- Principal meio em laboratório de micologia é o Ágar Sabouraud Dextrose
(ASD), com pH = 5.6, tem 4% de dextrose e pode ser acrescido de
cloranfenicol torna o meio seletivo e ideal para o surgimento de fungos.

→ Os fungos crescem como:


- Células únicas: Leveduras
→ São ovais ou esféricas, geralmente de 3 a 4um de diâmetro,
maiores que bactérias.
→ Podem formar pseudohifas ao se reproduzir
- Colônias filamentosas multicelulares: bolores e cogumelos
→ Principal elemento da forma vegetativa ou de crescimento de um
bolor é a HIFA (estrutura tubular ramificada, cerca de 2 a 10um de
diâmetro, muito maior do que as bactérias.
Micélio: conjunto de hifas
Micélio Vegetativo: As hifas que penetram no meio, onde
absorvem nutrientes.
Micélio Aéreo: As hifas que se projetam acima da superfície do
meio. Também denominado de Micélio Reprodutivo por
apresentar células reprodutivas ou esporos
-Hifas: Na maioria das espécies as hifas são divididas por paredes
transversais → os septos (pensa nos caminhos daquele jogo de tabuleiro
chamado jogo da vida, todo dividido) e também tem os asseptadas
cenocíticas (que são os tabuleiros do jogo só que sem as divisões das
casinhas)
→ Morfologia Macroscópica de Fungos Filamentosos
→ Morfologia Microscópica de Fungos Filamentosos

→ DIMORFISMO: Muitas espécie de fungos podem crescer na forma de bolores ou


leveduras, dependendo do meio ambiente
- Esses fungos via de regra aparecem nos tecidos infectados como leveduras
→ mas quando cultivados in vitro, a 25~30°C, aparecem como filamentos

→ Os fungos reproduzem-se por meio de ciclos sexuais e assexuais (ESPOROS)


-Assexuada: fase anamórfica ou imperfeita. Seus esporos podem ser
conidiósporo(parece uma vassoura) e esporangiósporo(o seu fica dentro de
uma bolsa)
-Sexuada: fase teleomórfica ou perfeita, os seus são os ascósporos,
basidiósporos e zigósporos

→ CICLO DE VIDA
→ Fungos como Patógenos:
-Importante patógenos de plantas (fitopatógenos), humanos e animais é de
forma mais oportunista, tipo o fungo negro que tava nos pulmões de pessoas
com casos graves de covid, que estavam com a imunidade baixa
→ Fatores de virulência: adesinas(facilita a invasão),
biofilmes(microorganismos que dificulta ele ser degradado), enzimas(ajuda o
fungo a realizar degradação do tecido), formação de hifas

→ Micotoxinas - micotoxicoses.
-Fungo importante produtor de toxina é Aspergillus flavus, que pode estar
presente em amendoins. A toxina produzida por essa micotoxina é a
aflatoxina B1 e ela é hepatotóxica, nefrotóxica e carcinogênica
→ Cogumelos Venenosos - micetismo:
-Envenenamento causado pela ingestão de fungos macroscópicos, como a
Amanita muscaria e A. phalloide
-Elas podem causar distúrbios gastrointestinais, alterações hepáticas e até
perturbações neuropsíquica

→ Doenças causadas por fungos:


-Infecção de origem fúngica - micose
-São classificadas em:
-Micoses superficiais: ex: Pitiríase versicolor(pano branco),
sendo seu agente o malassezia furfur
-Micoses cutânea: Compreende as infecções fúngicas que
atingem pele, pelos, unhas e mucosas, podem ser descrita
como superficiais também, são denominadas de →
Dermatofitoses: capazes de degradar a queratina e
transformá-la em material nutritivo para seu crescimento →
Agentes: Trichophyton, Microsporum, Epidermophyton
ex: frieira = pé de atleta
-Micoses subcutâneas: Os agentes vivem em estado saprofítico
no solo, nos vegetais e nos animais de vida livre. São parasitas
acidentais do homem e dos animais, ex → Esporotricose/
Esporotricose: sporothrix schenckii, fungo dimórfico,
ubiquitário na natureza. Considerada uma micose
profissional: acomete mais jardineiros, horticultores,
floristas, mineiros e outros.
-Micoses profundas ou sistêmicas: Os agentes etiológicos são
encontrados no solo e em dejetos de animais.
-As vias aéreas superiores são a sua principal porta de
entrada.
-São dimórficos (exceto Cryptococcus neoformans)
-Criptococose: Seu agente é o Cryptococcus
neoformans.
-Lesão inicial: pulmonar
-Tropismo pelo SNC - meningite
-Frequentemente isolado de excrementos
de pombos.
-Pode atingir além do homem, cães, gatos,
equinos, bovinos
-Paracoccidioidomicose: Seu agente é o
Paracoccidioidis brasiliensis
Lesão inicial: Pulmonar
Atinge agricultores, fumantes e alcoólatras
Tem manifestação bucal
-Coccidioidomicose: Seu agente é o Coccidioides
immitis
-Cauda pneumonia aguda na sua maioria
-Atinge equinos, gado, ovelhas, cães, gatos
-Reprodução por fragmentação de hifas
-Histoplasmose: Seu agente é o histoplasma
capsulatum
-Lesão inicial é a pulmonar
-Lesão histologicamente compatíveis com
tuberculose, com baciloscopia negativa
-Micoses oportunistas: Atingem os pacientes
imunocomprometidos por doenças de base como câncer,
diabetes ou em tratamento com corticóides, imunossupressores
e antibióticos
→ Candidíase ou candidose: sei agente é a candida
albicans, pode ser endógena(colonizando o indivíduo) ou
exógena
→ Aspergilose: Seu agente e o aspergillus fumigatus.
Causador de alergias
Infecções: nasal(localizada), nos
pulmões(disseminada), no ouvido, no SNC, nos
olhos, e em outros órgãos.
É possível que gere câncer hepático
→ Pneumonia por Pneumocystis jiroveci
Fungos → Não são apenas patogênicos
são usados em queijos, cervejas, pães, penicilina

FICHAMENTO DE PRÁTICA DE MICROBIOLOGIA - Coloração simples

→ Objetivo: Corar bactérias ou fungos leveiruformes (leveduras) para posteror


visualização no microscópio
→ Características:
- Usa só um corante
- A frio (não é necessário aquecer)
- Não diferencial (não é possível distinguir as características dos
microrganismos corados, apenas a morfologia.
→ Materiais:
- Cultura bacteriana (pode estar em meio líquido ou solido)
- Solução salina estéril (solução de NaCl a 0,9%
- Lâmina de microscopia limpa
- Bico de Bunsen ou lamparina de álcool
- Alça de platina ou alça de inoculação estéril
- Corante: cristal violeta, fucsina, azul de metileno, safranina
- Suporte de coloração
- Água
- Papel filtro

→ Preparação: Antes de fazer a coloração simples é preciso preparar o esfregaço


sobre a lâmina de microscopia
- Esfregaço = película ou um filme contendo as células a serem observadas,
fixado na superfície da lâmina de microscopia
→ Preparação do esfregaço: cultura em meio líquido
1. Coletar a amostra com alça de platina previamente esterilizada
2. Com auxílio da alça, colocar a amostra coletada em uma lâmina de
microscopia limpa e desengordurada
3. Fazer movimentos circulares leves com a alça na superfície da lâmina
4. Deixar secar à temperatura ambiente
5. Fazer a fixação pelo calor, passando a lâmina por 3 vezes na chama,
sempre com o esfregaço voltado para cima. garante que o esfregaço
não se solte
→ Preparo de esfregaço: cultura e meio sólido
1. Colocar uma gota de solução salina estéril sobre a lâmina de
microscopia limpa e desengordurada
2. Coletar uma colônia bacteriana com a alça de platina previamente
esterilizada
3. Colocar a amostra coletada sobre a gota de solução salina na lâmina
de microscopia
4. Fazer movimentos circulares leves com a alça na superfície da lâmina
de forma a dispersar a amostra na solução salina;
5. Deixar secar à temperatura ambiente
6. Fazer a fixação pelo calor, passando a lâmina por 3 vezes na chama,
sempre com o esfregaço voltado para cima, isso garante que o
esfregaço não se solte da lâmina

→ Preparo para a Coloração Simples:


1. Colocar a lâmina com o esfregaço sobre o suporte de coloração;
2. Cobrir todo o esfregaço com o corante (cristal violeta, fucsina, safranina, azul
de metileno)
3. Manter o corante sobre o esfregaço por 1minuto
4. Descartar o excesso de corante na pia e lavar a lâmina sob um fio de água
corrente
5. Secar com papel filtro, pressionando delicadamente os dois lados da lâmina
6. Levar ao microscópio
-Colocar uma gota de óleo de imersão sobre o esfregaço
Objetiva de imersão - 100x
AULA PRÁTICA - FICHAMENTO DE COLORAÇÃO DE GRAM

→ Objetivos:
- Corar bactérias para visualização das suas características morfo-tintoriais
- Por meio dessa técnica é possível classificar as bactérias em dois grandes
grupos:
- Gram positivo
- Gram negativo
- Esse método de coloração é usada como uma das etapas de identificação
presuntiva de bactérias

→ Corantes e Reagentes
- Cristal violeta: corante principal
- Álcool etílico 95% ou álcool-acetona - diferenciador
- Lugol (solução aquosa de iodo (0.3%) e iodeto de potássio (0.7%) a 2%) -
mordente
- Fucsina ou Safranina - contracorante → são vermelhos e contrastam com o
violeta, dão cor as células gram negativas.

→ Materiais:
- Cultura bacteriana (em meio líquido ou meio sólido)
- Solução salina estéril (solução de NaCl a 0,9%)
- Lâmina de microscopia limpa
- Bico de Bunsen ou lâmpada de álcool
- Alça de platina ou alça de inoculação estéril
- Corantes: cristal violeta e fucsina (ou safranina)
- Reagentes: etanol (95%) e lugol
- Suporte de coloração
- Água
- Papel filtro

→ Técnica
1. Preparar e fixar o esfregaço
2. Colocar a lâmina sobre o suporte de coloração
3. Cobrir o esfregaço com o cristal violeta e manter por 1 minuto
4. Desprezar o corante e cobrir o esfregaço com o lugol manter por 1 minuto
5. Desprezar o lugol e lavar em água corrente
6. Cobrir o esfregaço com álcool e lavar por alguns segundos
7. Lavar com água corrente
8. Cobrir o esfregaço com o fucsina e manter por 45 segundos
9. Lavar com água corrente
10. Secar com papel filtro, levar ao microscópio (100x)

→ Diferença entre Gram Positvo x Gram Negativo


-Está na parede celular, as positivas tem uma parede mais espessa, mas
quimicamente mais simples, além disso tem ancorado o ácido teicóico e ácido
lipoteóico na membrana, grande camada de peptidoglicano. As negativas têm
parede celular menos espessa, mas quimicamente mais simples, camada fina de
peptidoglicano e tem em cima dela uma bi camada lipídica
Quando se usa álcool e acetona na membrana externa da negativa é retirado os
lipídios, e o corante sai das células gram negativas, no positivo o álcool tem mais
uma função desidratante e não permite a saída do corante violeta
FICHAMENTO DA AULA TEÓRICA - Crescimento e nutrição bacteriana

-Crescimento em microbiologia = aumento de número de células, não de tamanho.


E acontece por: Divisão binária (2 exatamente iguais a célula mãe), brotamento,
esporogonia ou fragmentação.

→ Visualização do crescimento microbiano no laboratório: Turvação no meio líquido,


formação de sedimentos no meio líquido ou de películas no meio líquido e no meio
sólido se vê a formação de colônia de bactérias

→ Tempo de geração:
- Tempo necessário para uma célula se dividir, ou para que a população
duplique
- Fatores que podem influenciar o tempo de geração: genético, composição
nutricional e as condições físicas de incubação(temperatura, molaridade…)
- Tempos de geração de algumas bactérias:
- Escherichia coli: 25-30 min
- Lactobacillus spp: 70 - 85 min
- Mycobacterium tuberculosis: 18-20 horas

→ Crescimento bacteriano
Ex: Imagine que pegou um tubo de ensaio e colocou 3 células de Escherichia coli
que está na condição ideal e o tempo de geração é de 30 min, depois de 2 horas
quantas células iremos ter?
Detalhe: 2h = 4 gerações
R : N= 3 . 2 elevado a 4 → 3 . 16 = 48 células

→ Curva de crescimento
- É um gráfico que mostra a variação do número de células viáveis em função
do tempo
- Esta curva é traçada para uma população em um sistema fechado
Sistema fechado: ex= tubo de ensaio que inicialmente tem uma
nutrição de nutrientes e pH que será fechado e não entrará em contato
com novos nutrientes e nem ajuste de pH.

→ Fatores necessários para cultivo e crescimento microbiano


- Fatores físicos:
- Temperatura(o máximo de crescimento é onde a temperatura é ótima e
geralmente mais próxima da temperatura máxima, não mínima).
Sendo possível classificar por temperatura em:
- Psicrófilos: crescem em temperaturas normalmente baixas
- Psicotróficos: entre psicrófilos e mesófilos com temperatura
ideal de 10-30.
- Mesófilos: Crescem em temperatura média, 35/36, as que têm
interesse médico odontológico, crescem no nosso organismo
- Termófilos: temperaturas acima de 40, temperaturas altas
- Termófilos extremos: temperaturas acima de 60 até 110
- pH: classificação dos microrganismos com base na faixa de pH para o
crescimento e entre elas estão as:
- Acidófilos: pH ácido
- Neutrofílos: pH alcalino
- Alcalifílicos: pH básico
- Pressão osmótica:Classificação dos microrganismos com base na
pressão osmótica, entre eles estão os:
- Halófilos extremos (30% de sal p/ crescimento)
- Halófilos (2% a 15% de sal p/ crescimento)
- Halotolerante (tolera uma concentração salina um pouco maior
do que o ideal, por volta de até 10%)
- Não-halófilos (0,5% de sal p/ crescimento)
- Eh(tensão de oxirredução: Relacionado ao metabolismo respiratório, o
processo de obtenção de ATP que pode ser por:
- Fermentação
- Respiração aeróbia
- Respiração anaerobia
→ Classificação por resposta ao oxigênio(presença/ausência de
oxigênio:
- Aeróbios estritos: aqueles que exigem oxigênio como
aceptor final de elétrons e que não crescem em
condições anaeróbias.
- Anaeróbios facultativos: microrganismos que conseguem
crescer de forma oxidativa, usando oxigênio como
aceptor final de elétrons ou de forma anaeróbia usando
reações de fermentação para obter energia
- Microaerófilos: microrganismos que crescem somente na
presença de oxigênio, mas em baixas concentrações
- Anaeróbios estritos: aqueles que não usam oxigênio para
o metabolismo, mas obtêm energia a partir de reações
de fermentação ou resp. anaeróbia. Não crescem na
presença de oxigênio.
- Anaeróbios aerotolerantes: toleram a presença de
oxigênio, no entanto não podem utilizá-los para
crescimento
- Fatores químicos: água, fontes de carbono, nitrogênio, hidrogênio, oxigênio,
enxofre, fósforo e fatores orgânicos de crescimento(importante para o
desenvolvimento, mas não consegue reproduzir e obter de forma não
exógena)

-Toxidade do oxigênio e enzimas envolvidas na detoxificação


- Redução do oxigênio:
→ Bactérias que conseguem sobreviver ao oxigênio tem a habilidade
de varrer a produção de ânion superóxido, peróxido de hidrogênio e
radical hidroxila, que são extremamente tóxicos para a célula
-Ânion superóxido: apresenta alto grau de toxidade para os
componentes celulares devido a grande instabilidade.
-Observação: Todo organismo crescendo em meio contendo oxigênio
produzem uma enzima superóxido dismutase (SOD) que neutraliza estes
radicais.
-Os microrganismos sintetizam enzimas capazes de neutralizar
a ação tóxica do peróxido de hidrogênio: catalase e peroxidade.
→ Peróxido de hidrogênio (H2O2)
- Radical hidroxila (OH)(mais reativo): É uma outra forma
intermediária do oxigênio sendo muito reativa com a maioria
das substâncias celulares. Pode danificar DNA, lipídios das
membranas e outros. Podem ser gerados devido ás reações do
ânion superóxido e o peróxido de hidrogênio ou devido a
reações intracelulares
→ Classificação Nutricional: Quanto a fonte de energia/ e carbono dos seres vivos
- Tipo Nutricional - Fonte de energia -Fonte de carbono
Foto-autotrófico Luz CO2
Foto-heterotrófico Luz C Orgânico
Quimo-autotrófico Subst. Química redox CO2
Quimo-heterotrófico Subst. Química redox C Orgânico

→ Meios de cultura: Correspondem a soluções nutrientes utilizadas para promover o


crescimento de microrganismos no laboratório.
- Etapas necessárias para fazer um meio de cultura
- Classificação quanto ao estado físico:
-Líquido
-Semi-sólido (0,5% de ágar)
-Sólido (1, 2 a 1,5% de ágar)
- Classificação pelo meio ser Básico (composição do meio ágar nutriente) ou
de Uso geral
- Especiais: enriquecidos (destinados para o crescimento de bactérias
fastidiosas, ex: agar sangue); seletivos(inibem crescimento de microrganismos
indesejados); diferenciais (prévia da identificação de bactérias de um grupo);
indicadores(através de provas bioquímicas, pH); redutores(transporte e cultivar
bactérias restritas)
AULA PRÁTICA: Coloração de Ziehl-Neelsen

→ Surgi na segunda metade do século 19, aperfeiçoamento de uma técnica


proposta por Paul Ehrlich.
→ Características:
- Composta - mais de um corante
- A quente - é necessário aquecer a lâmina
- Diferencial - é possível distinguir os bacilos ácool-ácido resistente (BAAR)
das bactérias não álcool-ácido resistentes
→ Seu sinônimo é → Bacilos Álcool-ácido resistente ou Baciloscopia direta ou
Bacilo de Koch
→ Ojetivos:
- Coloração de BAAR (bacilos álcool-ácido resistentes)
- Diagnóstico laboratorial de tuberculose pulmonar em pacientes
sintomático respiratórios
- Baciloscopia de controle para acompanhar a eficácia do tratamento
através da redução bacilar e/ou negativação do escarro em eames
mensais

→ O que geral a álcool-ácido resistência?


O que provoca isso é a parede celular extremamente complexa com:
- Bicamada de fosfolipídio = compõe a membrana celular
- Peptideoglicano da parede celular
- Arabinogalactano
- Algumas proteínas
- Lipoarabinomanano
- Ácidos micólicos: são ácidos graxos de alto peso molecular

→ Para fazer a coloração é necessário aquecer para destabilizar a camada de


ácidos micólicos e é necessário um corante q tenha afinidade com lipídios

→ Materiais para a coloração:


- Cultura bacteriana ou amostra clínica;
- Lâmina de microscopia limpa
- Placa de Malassez (ou suporte metálico);
- Bico de Bunsen ou lâmpada de álcool
- Alça de platina ou alça de inoculação estéril
- Corante: Fucsina fenicada e Azul de metileno
- Reagente: Álcool-ácido (solução de HCl em etanol a 3%)
- Água
- Papel filtro

→ Corantes e Reagentes
- Fucsina Fenicada 9Fucsina básica + etanol + fenol) corante principal
- Álcool-ácido - (HCl a 3% em etanol) diferenciador
- Azil de Metileno (sol. aquosa a 0,3%) contracorante
Aula Prática: FUNGOS - 15/09/2021
→ Exame macroscópico e microscópico de Fungos

Eles podem crescer como:


- Fungos Filamentosos ou Bolor (bem maiores que as leveduras)
- Fungos unicelulares ou leveduras

→ Grande interesse prático e científico para os microbiologistas e biotecnologistas


- Fermentações industriais - fabricação da cerveja, do vinho
- Produção de antibióticos (penicilina)
- Fabricação de pães e maturação de queijos
→ Patógenos oportunistas

→ Meio principal para o cultivo


- Agar Sabouraud-Dextrose
- Pode-se usar antibióticos para impedir o crescimento de bactérias que
poderiam prejudicar o isolamento de fungos. → pH = 5.6

→ Características Macroscópicas:
- Os fungos podem se desenvolver, formando colônicas de dois tipos:
- Leveduriformes
- São pastosas ou cremosas
- Formadas por microrganismos unicelulares
- Filamentosas
- Podem ser algodonosas/aveludadas/pulverulentas
- São constituídas fundamentalmente por elementos
multicelulares em forma de tubo (as hifas)

→ Preparo de lâminas para observação microscópica


- Após a realização da cultura dos fungos, é possível fazer a preparação:
- Entre lâmina e lamínula (leveduras) - solução salina (coloca para
facilitar o esfregaço e visualização)
- A partir da confecção de um esfregaço - coloração por técnica de
Gram
- Coloração com lactofenol azul algodão- Coloração de AMANN (pode
ser feito com leveduras e filamentosos)
- Usado para exame microscópico de colônias de fungos
- Finalidade de visualizar o micélio vegetatico e reprodutivo de
um fungo filamentoso, como também as características da
célula vegetativa e reprodução por brotamento de levedura

→ Técnica de microcultivo em lâmina


- Estimula a produção das estruturas reprodutivas assexuadas, com objetivo
de identificação microbiológica
- Coloca um algodão umedecido para o fungo crescer
- Micro Cultiva em lâmina por 25-30C até 10 dias
→ METABOLISMO MICROBIANO - FICHAMENTO DA AULA TEÓRICA

→ A MAIORIA DOS MICROORGANISMOS REALIZA REAÇÃO DE


OXIDAÇÃO-REDUÇÃO OU REDOX
- Oxidação: perda de elétros + -Redução= ganho de elétrons = reação
acopladas → quando uma substância é oxidada, a outra é simultaneamente
reduzida → (oxidação biológica) reação de desidrogenação -→ perda de
átomo de hidrogênio

→ Componentes essenciais para o metabolismo:


1. Enzimas
2. ATP
3. Algumas vitaminas funcioanam como Coenzimas

→ Reação catabólica: transferem energia de moléculas complexas para o ATP


→ Reação anabólicas transferem energia do ATP para moléculas complexas

→ Catabolismo de carboidratos:
. - Fonte primária de energia: catabolismo dos carboidratos (oxidação)
- Pode acontcer por: espiração aerobia/respiração anaerbia/fermentação
- glicose → fonte de energia

→ Classificação dos microrganismos de acordo com a resposta ao oxigênio -EH


- Metabolismos respiratório x obtenção de ATP
→ Produção de ATP eplos microrganismos
- Reação de fosforilação que geram ATP: adição de um grupo fosfato a um
composto químico (ADP)
- Fosforilação em nível de susbtrato: o grupo fosfato de um composto qu´´imico
fosforilado é removido e adicionado diretamente ao ADP
- Fosforilação oxidativa: A energia liberada pela oxidação de compostos
químicos (nutrientes) é utilizada para síntese de ATP a partir do ADP. Ocorre
na cadeia respiratória
- Fotofosforilação: A energia da luz é utilizada para a síntede de ATP a partir
de ADP (cianobactérias) → PARTE DO CADERNO N FINALIZADA
→PRATICAS EM MICROBIOLOGIA: EXAME MICROSCÓPICO A FRESCO
-Exame a fresco: Consiste na observação ao microscópio de células,
microrganismos vivos ou fragmentos de tecidos vivos, em suspensão (meio líquido).
Nessa técnica o material não é fixado, portando não é um “esfregaço”
- Finalidade: Permite a observação dos microrganismos in vivo, de modo a
observar manifestações funcionais, como a motilidade. Não ocorre alteração
na morfologia dos microrganismos, como ocorre quando colorimos.
- Podem ser usados:
- Pesquisa de bactérias fungos, protozoários (Trichomonas), outros
parasitas (cisto e ovos).
-Podem ser usadas amostras clínicas como fezes, secreção uretral,
secreção vaginal, urina.
-Em aulas práticas de microbiologia usamos uma suspensão de água
de alface preparada para a observação a fresco.
-Técinicas para realizar o exame:
-Entre lâmina e lamínula:
→ Vantagens: Mais rápida, não necessita de materiais mais
específicos, não necessita de muita habilidade técnica.
→ Desvantagem: seca mais rápido
→ Materiais:
1. Suspensão de microrganismos (amostra biológica ou
cultura isolada)
2. Lâmina de microscopia limpa
3. Lam~inula
4. Pipeta Pasteur ou conta-gotas
5. Bico de Bunsen ou lâmpada de álcool (para fornecer
sona estéril, não passa a lâmina na chama, não precisa
fz fixação)
→ Execução:
1. Com a pipeta estéril retirar uma pequena gota da
suspensão de microrganismos e depositar na lâmina de
microscopia;
2. Cobrir a pequena gota com uma lamínula
3. Levar ao microscópio usando baixa luminosidade e
objetivas de 10x e 40x
4. Todo o procedimento deve ser feito proximo do bico de
Busen ou lâmpada de álcool
-Gota pendente (lâmina escavada)
→ Vantagens: Demora mais tempo pra secar, permite a
visuaçização por mais tempo
→ Desvantagens: Necessita de lâmina escavada e vaselina
sólida, requer mais habilidade técnica
→ Materiais: 1. Suspensão de microrganismos (amostra
biológica ou cultura isolada);
2. Lâmina esvada ou lâmina de Koch
3. Lamínula
4. Alça de platina ou pipeta
5. Vaselina sólida e palito de madeira
6. Bico de Bunsen ou lâmpada de álcool
AULA TEÓRICA: NOÇÃO DE GENÉTICA EM BACTÉRIAS

→ Genética: Ciência da hereditariedade e variabilidade

→ Cromossomo de bactérias: Ele desenovelado é maior que o corpo bacteriano e


em condições normais se encontra condensado, enovelado dentro do citoplasma da
bactéria e corresponde a 10-20% do volume bacteriano.
- Esse cromossomo não apresenta carioteca, ou seja, não há separação entre
o conteúdo do cromossomo e o resto do citoplasma
- Composto de DNA de fita dupla
FICHAMENTO AULA PRÁTICA - MEIO DE CULTURA

→ Conceito: Substância ou complexo de substâncias capazes de proporcionar aos


microrganismos (ou células) o ambiente e os nutrientes necessários ao seu
crescimento.
→ Aplicação: Isolamento, identificação e quantificação, conservação de
microrganismos

→ O que os meios de cultura precisam:


- Fonte de carbono
- Fonte de nitrogênio
- Fonte de fósforo
- Fonte de enxofre
- Fonte de sais e íons
- Fatores de crescimento

→ Estados do meio de cultura:


- Líquidos (caldos): O crescimento de bactérias provoca turvação do meio
- Semissólidos: o crescimento de bactérias ocorre no local da semeadura
- Sólidos (ágar: polissacarídeo de alto peso molecular): o crescimento de
bactérias leva à formação de colônias.
● Agár é um polissacarídeo complexo, extraído das paredes celulares de
algas marinhas do gênero Gelidium, Graciliaria e Gelidiela.
● O ágar se liquifaz a uma temperatura próxima de 100?C e ao nível do
mar permanece líquido até a temperua chegar cerca de 40?
● Não pe metabolixado pela maioria das bactérias de interesse em
saúde
● Angelina Fanny Hesse foi assistente de Robert Koch que propôs a
susbtância da gelatinha pelo águar para tornar os meios solidos

→ Finalidade bacteriológica:
- Meios básicos: Tem vários aplicações no laboratório, é utilizado no cultivo de
bactérias que sejam muito exigentes no aspecto nutricional. Pode ser usado
como base para meio enriquecido, ex: caldo simples e ágar simples.
- Meio de cultura enriquecido: É utilizado para o cultivo de microrganismos
fastidiosos. Geralmente são meios básicos suplementados com complexos
altamente nutritivos. Muitas bactérias crescem neste tipo de meio, não
seletivo. Ex: caldo BHI, caldo TSA, Agar BHI, Agar Mueller Hinton, Agar
sangue, Agar chocolate Agar Thayer-Martin.
- Meio seletivo: Permite o crescimento de um tipo de microrganismos e
suprime o crescimento de outros. Tem na sua composição algumas
substâncias que garantem esta seletividade. Ex: Agar Mac Conkey, Agar
EMB, Agar SS.
METABOLISMO MICROBIANO - TEÓRICA

Usamos o termo metabolismo para nos referir à soma de todas as reações químicas dentro
de um organismo vivo. Uma vez que as reações químicas liberam ou requerem energia, o
metabolismo pode ser visto como um ato de balanceamento de energia.
Consequentemente, o metabolismo pode ser dividido em duas classes de reações
químicas: aquelas que liberam energia e aquelas que requerem energia.

Vias metabólicas de produção de energia

Os microorganismos são distinguidos por sua ampla diversidade metabólica. Todo


microorganismo pode ser classificado metabolicamente de acordo com seu padrão
nutricional - sua fonte de energia e sua fonte de carbono.

Considerando primeiro a fonte de energia, em geral podemos classificar os organismos


como fototróficos ou quimiotróficos. Os fototróficos usam luz como sua fonte de energia
primária, enquanto os quimiotróficos dependem de reações de oxidação-redução de
compostos orgânicos ou inorgânicos para obter energia. Em relação à obtenção de
carbono, os microorganismos são classificados como autotróficos quando utilizam dióxido
de carbono e os heterotróficos quando requerem uma fonte de carbono orgânica.
Relacionando a fonte de energia e a fonte de carbono, os microorganismos são
classificados como: foto-autotrófico (Ex.: cianobacterias); foto-heterotrófico (Ex.: bactérias
Chloroflexus); quimio-autotrófico (Ex.: bactéria Nitrobacter); quimio-heterotrófico. Quase
todos os microorganismos de importância médica são quimio-heterotróficos.

Embora a energia possa existir sob várias formas, a energia química é utilizada
universalmente pelos organismos vivos. Energia química é a energia contida em ligações
químicas das moléculas de nutrientes especiais.

A energia radiante (energia da luz) pode ser utilizada por alguns microorganismos, mas
estes organismos devem convertê-la em energia química para utilizá-la em suas funções
celulares.

A energia térmica (energia associada com o movimento ao acaso de moléculas aos átomos)
é uma forma de energia que não pode ser utilizada pelos seres vivos. Entretanto, uma
quantidade de energia térmica é necessária para que as reações químicas, mesmo quando
catalisadas por enzimas, ocorram numa velocidade suficientemente rápida para
manutenção da vida. Por exemplo, a velocidade da maioria das reações catalisadas por
enzima aumenta por um fator 2 para cada 10oC de aumento de temperatura até
temperatura na qual uma determinada enzima começa a deteriorar-se.

Fontes de elétrons – quimiotróficos

Como já mencionado, organismos quimiotróficos usam compostos químicos como fonte de


energia. Aqueles que obtêm energia de nutrientes orgânicos devem inicialmente, decompor
o nutriente em compostos que possam ser utilizados para a produção de ATP.

Os microrganismos oxidam carboidratos, lipídeos e proteínas para produção de energia e


as oxidações de todos esses nutrientes estão relacionadas. Algumas vezes, esses
compostos são moléculas grandes e complexas. Os microorganismos utilizam enzimas para
catalisar a degradação de proteínas a aminoácidos, de gorduras a glicerol e ácidos graxos e
de polissacarídeos a monossacarídeos. Estes produtos podem então ser convertidos em
outros compostos que podem ser utilizados pelas próprias vias de degradação da célula,
como, por exemplo, a glicólise.

Funções do metabolismo

Uma célula viva requer uma grande quantidade de energia para realizar diferentes tipos de
trabalho tais como: biossíntese das partes estruturais da célula como a parede celular,
membrana ou apêndices externos; síntese de enzimas, ácidos nucléicos, polissacarídeos,
fosfolipídeos e outros componentes químicos da célula; reparo de danos ocorridos na célula
e manutenção da célula em boas condições; crescimento e multiplicação; armazenamento
de nutrientes e excreção de produtos e motilidade.

Catabolismo e anabolismo

Nas células vivas, as reações químicas reguladas por enzimas que liberam energia são
geralmente as que estão envolvidas no catabolismo, na quebra de compostos orgânicos
complexos em compostos mais simples. Tais reações são chamadas de reações
catabólicas ou degradativas (reações exergônicas). As reações reguladas por enzimas que
requerem energia estão principalmente envolvidas no anabolismo, a construção de
moléculas orgânicas complexas a partir de moléculas mais simples. Essas reações são
chamadas de reações anabólicas ou biossintéticas (reações endergônicas). As reações
catabólicas fornecem os blocos construtivos para as reações anabólicas e a energia
necessária para dirigi-las.

Acoplamento energético
A composição química de uma célula viva está constantemente mudando; algumas
moléculas são quebradas enquanto outras estão sendo sintetizadas. Esse fluxo balanceado
de compostos químicos e energia mantém a vida da célula. Para ligar essas reações, os
organismos desenvolveram o processo chamado de acoplamento energético.

Enzimas como catalisadores

As reações químicas ocorrem quando ligações químicas são formadas ou quebradas. As


moléculas que podem acelerar uma reação química sem que esta seja permanentemente
alterada são chamadas de catalisadores. Nas células vivas, as enzimas servem como
catalisadores biológicos. Como catalisadores, as enzimas são especificas e catalisa
somente uma reação. A enzima orienta o substrato para uma posição que aumente a
probabilidade de uma reação ocorrer. O complexo enzima-substrato, formado por ligações
temporárias da enzima e dos reagentes, faz com que as colisões sejam eficientes e diminui
a energia da ativação da reação.

As enzimas são extremamente eficientes. Sob condições ótimas, elas podem catalisar
reações a taxas de 108 a 1010 vezes maiores que aquelas de reações sem enzimas.
Diversos fatores podem influenciar a atividade enzimática, dentre os mais importantes estão
a temperatura, o pH, a concentração do substrato ou a ausência de inibidores.

As enzimas contêm uma porção proteica chamada de apoenzima e um componente não


proteico denominado cofator. Íons de ferro, zinco, magnésio ou cálcio são exemplos de
cofatores. Se este cofator for uma molécula orgânica é chamada de coenzima. As
apoenzimas são inativas sozinhas; elas precisam ser ativadas por cofatores. Juntos, o
cofator e a apoenzima formam uma holoenzima, ou enzima completa.

A reação enzimática ocorre quando a superfície do substrato entra em contato com a região
especifica da superfície da molécula da enzima denominado sítio ativo, formando o
composto temporário - complexo enzima-substrato. A molécula do substrato é então
transformada pelo rearranjo de átomos, pela quebra do substrato ou em combinação com
outra molécula de substrato.

Fluxo de energia

Os organismos liberam e armazenam energia por meio de uma série de reações


controladas, ao invés de ser uma única explosão. Se a energia fosse liberada toda de uma
só vez, como uma grande quantidade de calor, ela não poderia ser prontamente utilizada
para impulsionar as reações químicas e causaria, de fato, danos à célula.
Durante o catabolismo a energia é liberada das moléculas nutrientes e é armazenada
temporariamente em um sistema de armazenamento de energia até sua utilização. O
sistema de armazenamento de energia serve também como um sistema de transferência de
energia, quando ela é necessária para a síntese dos constituintes da célula. O catabolismo
das moléculas nutrientes também fornece as unidades básicas a partir das quais os
constituintes da célula podem ser utilizados.

ATP

Os compostos de transferência de energia mais utilizados pelas células são aqueles


capazes de transferir grande quantidade de energia. Vários compostos de transferência de
alto nível energético ocorrem nas células, sendo o mais importante a adenosina trifosfato
(ATP). O ATP é constituído por uma molécula de adenina (purina), uma molécula de açúcar
ribose (pentose) e três grupos fosfato. O ATP é formado pela adição de um grupamento
fosfato à adenosina difosfato (ADP).

A ligação química do terceiro grupamento fosfato à molécula de ATP depende de grande


quantidade de energia, por isso a ligação é chamada de ligação de fosfato de alta energia.
A energia armazenada na ligação de fosfato de alta energia do ATP pode ser liberada se
esta ligação for quebrada.

Reações de fosforilação que geram ATP

Existem três vias gerais nas quais a fosforilação do ADP pode ocorrer:

-Fosforilação em nível do substrato - processo no qual o grupo fosfato de um constituinte


químico é removido e adicionado diretamente ao ADP.

-Fosforilação oxidativa – processo no qual a energia liberada pela oxidação de compostos


orgânicos (nurtrientes) é utilizada para a síntese de ATP a partir do ADP, através de
carreadores de elétrons.

- Fotofosforilação – a energia da luz é utilizada para a síntese de ATP a partir de ADP


(células fotossintéticas).

As células que utilizam a energia das reações de oxidação para a síntese de ATP não
utilizam uma única reação que libera uma grande quantidade de energia. Ao contrário, a
célula utiliza uma serie integrada de reações de oxidação sequenciais chamadas de sistema
de transporte de elétrons, que libera a energia gradativamente em várias etapas. Isto faz
com que a célula obtenha energia de modo mais eficiente.

O sistema inicia com um doador de elétrons, um composto reduzido que doa os elétrons.
Este composto reduzido pode ser um nutriente que foi absorvido pela célula ou um
composto resultante da quebra de um nutriente.

Os elétrons provenientes de um doador são removidos pelo sistema oxidação –redução


inicial. Este sistema de O/R é por sua vez oxidado pelo primeiro sistema O/R, este sistema
O/R é oxidado pelo sistema subsequente, e assim sucessivamente. Finalmente, os elétrons
são transferidos ao aceptor final de elétrons, um composto oxidado obtido do ambiente em
que a célula está presente. Por exemplo, organismos aeróbios utilizam o oxigênio como
aceptor final de elétrons.

Os organismos anaeróbios apresentam um sistema de transporte de elétrons que utilizam


como aceptores íons nitrato, sulfato ou carbonato, e não o oxigênio.

Em bactérias, o sistema de transporte de elétrons está localizado na membrana


citoplasmática, enquanto em células eucarióticas está presente na membrana interna da
mitocôndria.

A importância do sistema de transporte de elétrons está ligada ao fato de que a energia é


liberada a cada etapa na série sequencial. Em algumas etapas, a quantidade de energia
liberada é suficiente para permitir a produção de ATP. Entretanto, esta energia deve ser
inicialmente estocada na forma de força protomotiva antes de ser utilizada para produzir
ATP.

A operação contínua do sistema de transporte de elétrons resulta no acúmulo de prótons


em um lado da membrana (lado externo da célula bacteriana) e no déficit de prótons no lado
oposto. O resultado é que um dos lados da membrana se torna mais ácido e com mais
carga positiva.

Esta concentração desigual de prótons e cargas elétricas através da membrana representa


uma importante forma de energia potencial denominada força protomotiva, que é utilizada
na síntese do ATP.

Existem certos canais específicos na membrana citoplasmática que permite o retorno dos
prótons ao outro lado da membrana. O fluxo de prótons por meio destes canais é uma
estratégia utilizada pela célula para fazer o trabalho de fosforilação do ADP para produzir
ATP. Estes canais estão presentes dentro de moléculas da enzima denominada adenosina
trifosfatase, a qual atravessa a membrana. O fluxo de prótons força a enzima a fosforilar o
ADP, formando deste modo o ATP.

Fotofosforilação

A fotofosforilação é processo no qual a energia da luz é utilizada para a síntese de ATP a


partir do ADP. A luz é utilizada para produzir a força protomotiva.

O exemplo mais importante de fotofosforilação é o tipo realizado por cianobactérias, algas e


plantas verdes. O sistema de fotofosforilação destes organismos ocorre no interior da célula
em compartimentos membranosos especiais denominada tilacóides. Em cianobactérias, os
tilacóides estão localizados diretamente no citoplasma, mas em algas e plantas verdes
estão contidos nos cloroplastos. A membrana de tilacóide contém clorofila (Chl), um
pigmento verde que absorve luz e que tem um importante papel no processo de
fotofosforilação.

Além da habilidade de realizar a fotofosforilação, as cianobactérias, as algas e as plantas


verdes podem também utilizar dióxido de carbono como única fonte de carbono; são
portanto, organismos autotróficos. Elas reduzem o CO2 a carboidrato (CH2O)x, por um
processo denominado fixação de CO2. Esse processo requer dois componentes: ATP, que
serve como fonte de energia e é produzido por fotofosforilação e NADPH2, a forma reduzida
da coenzima chamada nicotinamida adenina dinucleotideo (NADP). O NADPH2 é utilizado
como um doador de elétrons para a redução do CO2.

Cianobactérias, algas e plantas verdes são organismos geradores de oxigênio e são


responsáveis pela produção de quase todo o oxigênio na atmosfera terrestre. Geólogos
estimam que a atmosfera terrestre nos tempos primitivos era essencialmente livre de
oxigênio até 1 a 3 bilhões de anos atrás, antes do surgimento das cianobactérias. Somente
após o acúmulo apreciável de níveis de O2, surgiram os organismos aeróbios: esses
organismos utilizam o O2 como receptor final de elétrons para a fosforilação oxidativa.

Glicólise

Muitos organismos quimioheterotroficos podem degradar monossacarídeos, especialmente


o açúcar de seis carbonos, a glicose. Embora existam diferentes vias de degradação da
glicose, a mais comum é a glicólise. Esta via é encontrada em muitos microorganismos bem
como em animais e plantas.
Os microorganismos utilizam dois processos gerais de obtenção de energia: respiração
celular e fermentação. Ambos os processos geralmente iniciam com o mesmo primeiro
passo, a glicólise, mas seguem vias subsequentes diferentes.

A glicólise, também conhecida como via de Embden Meyerhof, é a oxidação da glicose em


duas moléculas de ácido pirúvico e o ganho de duas moléculas de ATP (adenosina
trifosfato, que armazena energia derivada da reação catabólica) e NADH (nicotinamida
adenina dinucleotídeo - transportadores de elétrons).

Muitas bactérias possuem outra via além da glicólise para oxidar a glicose. A alternativa
mais comum é a via da pentose fosfato, que funciona simultaneamente com a glicólise e
fornece condições para a quebra de açúcares de cinco carbonos (pentoses), bem como da
glicose. Esta via é utilizada pelas bactérias Escherichia coli e Enterococcus faecalis. Outra
alternativa é a via de Entner-Doudoroff. Bactérias que possuem enzimas para a via
Entner-Doudoroff podem metabolizar a glicose sem a glicólise ou a via das pentoses, como
ocorre no gênero Pseudomonas.

Após a glicose ter sido quebrada em ácido pirúvico, o ácido pirúvico pode ser guiado ao
próximo passo da fermentação ou da respiração celular.

Degradação de lipídeos e proteínas

A produção de energia a partir dos lipídeos ocorre, pois os lipídeos se constituem de ácidos
graxos e glicerol. Os microorganismos produzem enzimas extracelulares chamadas de
lipases que quebram as gorduras em seus componentes ácidos graxos e glicerol. Cada
componente é então metabolizado separadamente. O ciclo de Krebs funciona na oxidação
de glicerol e ácidos graxos. Muitas bactérias que hidrolisam ácidos graxos podem utilizar as
mesmas enzimas para degradar produtos de petróleo.

As proteínas por sua vez são muito grandes para atravessar as membranas plasmáticas.
Os microorganismos produzem proteases e peptidases extracelulares, enzimas que
quebram proteínas em seus aminoácidos componentes, os quais podem atravessar as
membranas. Entretanto, antes de serem catabolizados, eles devem ser convertidos
enzimaticamente em outras substâncias que possam entrar no ciclo de Krebs. Esta
conversão é chamada de desaminação. o grupo amino de um aminoácido é removido e
convertido a um íon amônio, que é removido da célula.

Nessas vias metabólicas, os microorganismos obtêm tais compostos orgânicos a partir de


matérias produzidas por outros organismos, como por exemplo, bactérias podem
catabolizar compostos de plantas e animais mortos ou podem obter nutriente de um
hospedeiro vivo. Outros microrganismos sintetizam compostos inorgânicos simples. O
principal mecanismo para tal síntese é um processo denominado fotossíntese, que é
utilizado por plantas e muitos microorganismos. Essencialmente, a fotossíntese é a
conversão da energia luminosa do sol em energia química. A energia química é então
utilizada para converter o CO2 da atmosfera em compostos de carbono mais reduzidos,
principalmente açúcares.

Testes bioquímicos são frequentemente utilizados em laboratórios para identificar bactérias


e leveduras, porque espécies diferentes produzem enzimas diferentes. Um teste
bioquímico, por exemplo, é baseado na detecção de enzimas que catabolizam aminoácidos
envolvidos na descarboxilação e desidrogenação. Outro tipo de teste é o teste de
fermentação de diferentes carboidratos.

Respiração Celular - aeróbica e anaeróbica

Respiração celular é definida como um processo de geração de ATP em que moléculas são
oxidadas e o aceptor final de elétrons é uma molécula inorgânica. Primeiramente o ácido
pirúvico passa pelo ciclo de Krebs onde ocorre uma série de oxidações e reduções
transferindo a energia potencial, na forma de elétrons, para coenzimas transportadoras de
elétrons, principalmente NAD. Os derivados do ácido pirúvico são oxidados e as coenzimas
são reduzidas. Em seguida ocorre uma das características essenciais da respiração, a ação
de uma cadeia de transporte de elétrons, presente nas células eucariontes na membrana
interna das mitocôndrias e nas células procariontes na membrana plasmática (bactérias).
Enquanto os elétrons são passados pela cadeia, há uma gradual liberação de energia, que
é utilizada para conduzir a geração quimiosmótica de ATP.

A respiração pode ser classificada em dois tipos: aeróbica ou anaeróbica. Respiração


aeróbica tem como aceptor final de elétrons - o oxigênio. Nos procariotos podem ser
geradas 38 moléculas de ATP a partir de uma molécula de glicose. A respiração aeróbica
em eucariotos produz um total de apenas 36 moléculas de ATP. Há menos ATPs nos
eucariotos porque parte da energia é perdida quando os elétrons são movidos através da
membrana mitocondrial que separa a glicólise, que acontece no citoplasma, da cadeia de
transporte de elétrons. Essa separação não existe nos procariotos.

Na respiração anaeróbica, o aceptor final de elétrons é uma molécula inorgânica que não o
oxigênio, ou raramente uma molécula orgânica. Algumas bactérias como Pseudomonas
podem utilizar um íon nitrato como aceptor final de elétrons; o íon nitrato é reduzido a íon
nitrito, óxido nitroso ou gás nitrogênio. Outras bactérias podem usar o sulfato ou carbonato.
Bactérias que utilizam o nitrato ou sulfato como aceptores finais são essenciais para os
ciclos do nitrogênio e do enxofre que ocorrem na natureza. O rendimento de ATP não é tão
alto como na respiração aeróbica. Consequentemente os anaeróbicos tendem a crescer
mais lentamente que os aeróbicos.

Fermentação

Como citado anteriormente, após a glicose ter sido quebrada em ácido pirúvico, o ácido
pirúvico pode ser completamente quebrado na respiração ou pode ser convertido em um
produto orgânico pela fermentação, em conseqüência do que NAD+ e NADP+ são
regenerados e podem participar da glicólise. A fermentação pode ser definida como um
processo que libera energia de açúcares ou moléculas orgânicas, sem requerer oxigênio,
nem o ciclo de Krebs, nem a cadeia de transporte de elétrons, utilizando uma molécula
orgânica como aceptor final de elétrons. A fermentação produz pequenas quantidades de
ATP porque grande parte da energia original da glicose permanece nas ligações químicas
dos produtos finais orgânicos, tais como ácido lático ou etanol.

Uma função essencial da fermentação é garantir um constante suplemento de NAD+ e


NADP+ para a glicólise poder continuar.

Vários microorganismos podem fermentar diversos substratos; o produto final depende do


microorganismo específico, do substrato e das enzimas que estão presentes e ativas. As
análises químicas desses produtos finais são úteis na identificação de microorganismos.

Dois importantes gêneros de bactérias do ácido lático são Streptococcus e Lactobacillus. A


fermentação do ácido lático pode resultar na deterioração de alimentos. Contudo, o
processo pode também produzir iogurte a partir do leite, chucrute de repolho e conservas de
pepino.

Os organismos fermentativos de uma maneira geral ocorrem naturalmente em ambientes


que são providos de fontes contínuas de nutrientes fermentáveis, tais como o trato intestinal
humano e animal. O intestino grosso humano contém um número extraordinariamente alto
de bactérias. Se a fermentação é um processo pouco eficiente, como explicar a presença
de tantas bactérias? A razão é que mesmo um processo ineficiente pode produzir grande
quantidade de ATP se quantidades ilimitadas de nutrientes fermentáveis estiverem
disponíveis.

Por outro lado, onde existem somente níveis baixos de nutrientes, como nas superfícies das
águas de lagos não poluídos, os microorganismos heterotróficos devem utilizar um
processo mais eficiente (respiração) para obtenção de energia. As bactérias que obtêm
energia desses nutrientes, mesmo em diminutas quantidades, podem fazê-los por causa da
alta eficiência de seus processos respiratórios.

Vias metabólicas de uso de energia

Parte da energia produzida pela respiração aeróbica, anaeróbica e fermentação é liberada


como calor. As células utilizam a energia restante, que está armazenada nas ligações de
ATP, de formas variadas. Os microorganismos utilizam ATP para obter energia para o
transporte de substâncias através da membrana plasmática-transporte ativo. Utilizam
também um pouco de energia para o movimento flagelar e na produção de novos
componentes celulares. Alguns desses processos que requerem energia são processos
biossintéticos, mediante os quais os constituintes químicos complexos de uma célula são
construídos.

Os microorganismos mostram grande diversidade em suas exigências nutricionais. Essas


diferenças são reflexo de suas habilidades biossintéticas variadas. Por exemplo, alguns
microorganismos podem sintetizar todos os seus componentes celulares a partir de
compostos inorgânicos simples. Outros, com menor habilidade biossintética, devem ser
suplementados com açúcares, aminoácidos e vitaminas. Um exemplo de um
microorganismo que tem exigências nutricionais relativamente simples é a Escherichia coli.
Estas bactérias podem crescer em meio contendo apenas glicose e uns poucos compostos
inorgânicas, incluindo uma fonte de nitrogênio como o sulfato de amônia. A partir desses
nutrientes, as células bacterianas podem sintetizar: substâncias nitrogenadas, incluindo
proteínas, e ácidos nucléicos (DNA e RNA), carboidrato e fosfolipídios, os quais são
importantes componentes da membrana citoplasmática.

Biossíntese de moléculas orgânicas (carboidratos, lipídeos e proteínas)

De uma forma geral, as vias biossintéticas começam com síntese das unidades estruturais
necessárias para a produção de substâncias complexas. As unidades estruturais são então
ativadas, usualmente com a energia de moléculas de ATP. Esta energia é necessária para
estabelecer as ligações covalentes que subsequentemente irão ligar as unidades
estruturais. As unidades estruturais ativadas são unidas um a outra para formar substâncias
complexas que se tornam parte estrutural ou funcional da célula.

Os microorganismos sintetizam açúcares e polissacarídeos. Os átomos de carbono


necessários para sintetizar a glicose são obtidos dos intermediários produzidos durante
processos como a glicólise e o ciclo de Krebs e de lipídeos e aminoácidos. Após a glicose
ser sintetizada (ou outro açúcar simples), as bactérias podem recompô-la em muitos
polissacarídeos complexos, tais como o glicogênio. Esse processo envolve gasto de
energia, geralmente na forma de ATP.

Devido ao fato de os lipídeos variarem consideravelmente em sua composição química,


eles são sintetizados por uma variedade de rotas. Por exemplo, as células sintetizam
gordura unindo glicerol e ácidos graxos. A porção glicerol é originada de um intermediário
formado durante a glicólise. Como a síntese de polissacarídeos, as unidades de montagem
das gorduras e outros lipídeos são unidos via reações de síntese de desidratação que
requerem energia, não somente na forma de ATP.

O mais importante papel dos lipídeos é como um componente estrutural das membranas
biológicas e a maioria dos lipídeos de membranas é fosfolipídeo.

Os aminoácidos são necessários para a biossíntese de proteínas. Alguns microorganismos


como E. coli, possuem enzimas necessárias para utilizar materiais iniciais, tais como glicose
e sais inorgânicos, para síntese de todos os aminoácidos que eles necessitam. Outros
microorganismos requerem que o ambiente forneça alguns aminoácidos pré-formados.

Uma importante fonte de precursores utilizados na síntese de aminoácidos é o ciclo de


Krebs.

A maioria dos aminoácidos dentro das células é destinada a ser blocos de construção para
síntese de proteínas. As proteínas possuem um papel fundamental nas células como
enzimas, componentes estruturais e toxinas, para citar somente alguns usos. A união dos
aminoácidos para formar as proteínas envolve síntese de desidratação e requer energia na
forma de ATP.

Biossíntese de ácidos nucleicos

As moléculas informacionais de DNA e RNA consistem em unidades repetidas chamadas


de nucleotídeos. Os açúcares de cinco carbonos dos nucleotídeos são derivados da via
pentose fosfato e da via Entner-Doudoroff. Certos aminoácidos produzidos a partir de
intermediários produzidos durante a glicólise e no ciclo de Krebs participam na biossíntese
de purinas e pirimidinas, sendo a energia para a síntese fornecida pelo ATP. O DNA contém
todas as informações necessárias para determinar as estruturas específicas e as funções
das células. Ambos o DNA e RNA são requeridos para a síntese de proteínas.

As reações anabólicas e catabólicas estão unidas por um grupo de intermediários comuns.


Ambas reações anabólicas e catabólicas também dividem algumas vias metabólicas com o
ciclo de Krebs. Por exemplo, reações no ciclo de Krebs não somente participam na
oxidação da glicose, mas também produzem intermediários que podem ser convertidos em
aminoácidos. Vias que participam tanto do anabolismo quanto catabolismo são chamadas
de vias anfibólicas, significando que elas são de dupla utilidade.

Tais vias possibilitam que reações simultâneas ocorram em que o produto decomposto
formado em uma reação é utilizado em outra reação para sintetizar um composto diferente
e vice-versa. Uma vez que vários intermediários são comuns a ambas reações anabólicas e
catabólicas, existem mecanismos que regulam as vias de síntese e quebra e permite que
essas reações ocorram simultaneamente.
Noções de genética bacteriana - TEÓRICA
Definições Gerais e Objetivos

Genética é a ciência que estuda os genes e como estes transmitem suas informações para
as gerações posteriores ou entre organismos, bem como, analisa a forma como a
expressão de sua informação influencia e determina nas características particulares
daquele organismo. Assim, é necessária a compreensão de alguns conceitos como:

Genes: segmentos de DNA ou RNA (alguns vírus) que codificam produtos funcionais.

Cromossomos: Estruturas contendo DNA que transportam a informação hereditária, ou seja,


contêm os genes.

Genoma: Informação genética em uma célula.

Genótipo: Sequência de nucleotídeos do genoma (a composição genética), ou seja, as


informações as quais codificam todas as características peculiares do organismo. É a
coleção de genes.

● Representação: Três letras minúsculas, seguidas por uma letra maiúscula, indicando

um determinado gene.

Fenótipo: Propriedades reais expressas, isto é, a capacidade do organismo em montar uma


reação química, por exemplo. É a manifestação do genótipo- a coleção de proteínas do
organismo, já que as mesmas desempenham funções específicas e foram sintetizadas a
partir da codificação do material genético.

● Representação: Uma letra maiúscula, seguida por duas letras minúsculas,

adicionado com o sinal + (mais) ou – (menos) sobrescrito, a fim de indicar a

presença ou não daquela propriedade.

As características hereditárias dos microrganismos incluem sua forma e características


estruturais, seu metabolismo e a capacidade de interagir com outros microrganismos.
Importância do estudo da Genética Microbiana

● Análise da resistência aos antibióticos;

● Doenças emergentes, por exemplo, E. coli O157:H7 adquire os genes codificadores

da Shiga, a toxina da Shigella;

● Descoberta da relação entre os organismos e exploração da origem de

microrganismos como o HIV e o vírus West Nile;

● Averiguar o potencial do vírus Influenza de aves para infectar humanos.

DNA e Cromossomos

Geralmente, as bactérias têm como seu material genético um único cromossomo circular,
sendo uma única molécula circular de DNA e proteínas associadas. Este cromossomo é
recurvado e dobrado, aderido à membrana plasmática em um ou vários pontos. O
cromossomo só ocupa aproximadamente 10% do volume celular, já que o DNA é
superenovelado.

Importância do estudo do DNA bacteriano

● Sequenciamento e a caracterização molecular dos genomas na área genômica

● Rastreamento de vírus, como o vírus West Nile.

Replicação do DNA bacteriano

A replicação da molécula de DNA bacteriano ocorre em uma série de etapas, dentre elas há
a conversão da fita dupla de DNA da bactéria original em duas moléculas idênticas. Vale
ressaltar que, como as bases nitrogenadas na molécula de DNA são complementares, uma
fita pode atuar como molde para a formação de outra. Essa etapa necessita de muitas
proteínas celulares a fim de guiar a sequência determinada de etapas.

À medida que o processo de replicação do DNA se inicia, ocorre o relaxamento pela


topoisomerase (ou DNA girase) do superenovelamento e, assim, as duas fitas de DNA da
célula parental, pela ação da enzima helicase, são desenroladas e separadas uma da outra
em um pequeno segmento de DNA após o outro. Dessa forma, é possível o pareamento
específico entre os nucleotídeos livres na região do citoplasma da célula com as bases
expostas da fita simples do DNA parental.
Após o pareamento específico, o nucleotídeo será unido à fita em crescimento por uma
enzima, chamada de DNA- polimerase. Sendo assim, com a finalidade de possibilitar a
adição do próximo nucleotídeo, o DNA parental precisa desenrolar mais um pouco. Dessa
forma, o ponto o qual a replicação acontece é denominado de forquilha de replicação,
sendo que à medida que esta se move, cada uma das fitas simples desenroladas se pareia
com novos nucleotídeos. Ao passo que cada nova molécula de DNA de fita dupla é
composta por fitas original e nova, tal processo de replicação recebe o nome de replicação
semiconservativa.

Ressalta-se que algumas bactérias realizam a replicação bidireccionalmente ao redor do


cromossomo, em que duas forquilhas de replicação se movem em direções contrárias e
quando o processo está finalizado, ambas se encontram.

Tipos de variabilidade nos microrganismos

Fenotípica: causada por alterações ambientais, sendo afetados, geralmente, todos os


indivíduos da população.

Genotípica: mudança no genoma bacteriano.

Mutações

Alteração na sequência de bases do DNA, provocando uma mudança no produto codificado


por esse gene. A enzima que sofre essa mutação pode se tornar inativa ou menos ativa, por
exemplo, já que sua sequência de aminoácidos foi substituída.

● Vantagem: surgimento de uma atividade nova ou intensificada que beneficia a

célula.

● Desvantagem: perda de uma característica fenotípica de que a célula necessita.

Classificação das mutações

Espontâneas: ocorrem independentemente de uma intervenção externa, ou seja, surgem de


forma natural devido à erros durante a replicação do DNA.

Induzidas: realizadas deliberadamente, sem intervenção humana e são provocadas pela


exposição a um agente mutagênico, seja físico, químico ou biológico.

Tipos de Mutações
Mutações pontuais: alteram somente um par de bases, seja pela perda ou ganho. A
alteração fenotípica depende do local do gene que sofreu a mutação, de qual nucleotídeo
foi substituído e qual foi o produto codificado. Ocorre em uma região codificadora de um
gene. Normalmente são reversíveis.

Mutações silenciosas: não afetam o fenótipo da célula e quando ocorrem em regiões


codificadoras estão localizadas na terceira base do códon, geralmente. As alterações na
primeira ou segunda base de um códon normalmente causam alterações significativas no
polipeptídeo.

Mutação de troca de sentido: o “sentido” informacional no polipeptídeo produzido foi


alterado. Tal alteração pode ocorrer em um ponto crítico da cadeia polipeptídica e a proteína
poderá ser gerada de forma inativa ou ter uma atividade reduzida. Porém, nem todas
mutações de troca de sentido sintetizam proteínas não funcionais.

Mutações sem sentido: substituição de um códon de um aminoácido por outro sem sentido,
origina um polipeptídeo incompleto, geralmente não funcional.

Mutações de alteração da fase de leitura: leitura do código genético a partir das


extremidades da molécula de ácido nucléico e assim, qualquer deleção ou inserção de um
único par de bases provoca alteração da fase de leitura.

Plasmídeos
É um fragmento circular de DNA que se replica de modo independente do cromossomo da
célula. Diferem dos cromossomos bacterianos, pois os genes que eles transportam
normalmente não são essenciais para o crescimento da célula sob condições normais.
Todavia, os genes transportados pelos plasmídeos podem ser cruciais para a sobrevivência
e o crescimento da célula, trazendo vantagens adaptativas para a bactéria.

Tipos de plasmídeos

Plasmídeos conjugativos (plasmídeo F refere-se à fertilidade): apresentam capacidade de


disseminar-se em populações bacterianas, comportando-se como agentes infecciosos.
Esse fato possui grande importância ecológica, uma vez que esses plasmídeos já foram
encontrados em muitas bactérias e em algumas arqueias, e devido à introdução de um
pequeno número de células portadoras de plasmídeos em uma população de células
receptoras poderá converter toda a população em células portadoras de plasmídeo
(portanto, doadoras) em um curto período de tempo.

Plasmídeos de resistência a drogas e metais pesados (fator R- restrição).

Plasmídeos de dissimilação codificam enzimas que ativam o catabolismo de certos


açúcares e hidrocarbonetos incomuns. Essas capacidades especializadas permitem a
sobrevivência dos microrganismos em ambientes muito diversos e desafiadores.

Plasmídeos que codificam proteínas: aumentam a patogenicidade de uma bactéria.

Plasmídeos que contêm genes para a síntese de bacteriocinas, proteínas tóxicas que
matam outras bactérias.

Sequências de inserção e Transposons

As sequências de inserção são segmentos curtos de DNA, com aproximadamente 1000


nucleotídeos de extensão, além disso, é o tipo mais simples de elemento transponível.
Cada sequência de inserção representa um determinado número de pares de bases em
suas repetições terminais. Estas são encontradas em cromossomos e plasmídeos de
bactérias e arqueias, assim como, em alguns bacteriófagos. Também, o único gene que
apresentam é o gene de transposase.

Podem se movimentar no “interior” de uma molécula de DNA ou até para outra molécula de
DNA, como também, trazem informações genéticas para a síntese da enzima tranposase,
permitindo o deslocamento do transposon pelo cromossomo em um processo denominado
de transposição.
Transposons são maiores que as sequências de inserção, porém, possuem os dois mesmos
componentes essenciais: as repetições invertidas em ambas as extremidades e o gene que
codifica a transposase. A transposase reconhece as repetições invertidas e desloca o
segmento de DNA de um sítio para outro. Assim, qualquer DNA situado entre as duas
repetições invertidas é deslocado, sendo parte de um transposon. Além disso, tanto os
transposons, como as sequências de inserção podem causar mutações pela interrupção na
sequência de nucleotídeos dos genes nos quais se inserem.

A principal diferença entre as sequências de inserção e os transposons é em relação aos


transposons bacterianos poderem conter genes para toxinas ou para resistência a
antibióticos, como também, fornecerem um mecanismo natural para o movimento de genes
de um cromossomo para outro. Dessa forma, uma vez que quaisquer genes inseridos entre
as repetições invertidas se tornam parte de um transposon, há a possibilidade da formação
de transposons híbridos, os quais possuem comportamento complexo.

Modelo Operon lac

É um sistema que descreve os detalhes do controle da expressão gênica por indução e


repressão, o qual é baseado em estudos da indução das enzimas do catabolismo da lactose
na E.coli. Além da β-galactosidase, essas enzimas incluem a lac permeasse, a qual
compreende o transporte de lactose para dentro da célula e a transacetilase, metaboliza
outros dissacarídeos que não a lactose.
Fonte: Microbiologia (10ª edição) Tortora, Funke, Case

Os genes dessas três enzimas envolvidas na captação e utilização da lactose estão em


sequência no cromossomo bacteriano e são regulados em conjunto. Assim, a região de
controle do Operon lac possui dois segmentos de DNA relativamente curtos, sendo um
promotor (região do DNA onde a RNA-polimerase inicia a transcrição) e um operador
(sinaliza para parar ou prosseguir com a transcrição dos genes estruturais). Dessa forma, o
operon é definido por um conjunto de sítios operadores e promotores e os genes estruturais
que controlam. O Operon lac é a combinação dos três genes estruturais lac e as regiões de
controle adjacentes.

Enzimas de restrição

Conhecidas também como endonucleases, reconhecem sequências de bases específicas


no DNA, clivando-o, isto é, modifica quimicamente o DNA em diferentes formas. A principal
função dessas enzimas em procariotos, é, provavelmente, proteger a célula da invasão de
DNA exógeno, por exemplo, DNA viral. Assim, se esse DNA estranho penetrar na célula, as
enzimas de restrição da célula o destruirão.
Importância das enzimas de restrição

Na engenharia genética essas enzimas têm uma importante utilidade em cortar as


moléculas de DNA em fragmentos que variam de centenas a milhares de pares de base em
tamanho. Após a clivagem do DNA, os fragmentos formados podem ser separados por
eletroforese em gel e analisados. A eletroforese em gel também é utilizada para verificar o
sucesso de uma amplificação de ácidos nucleicos, sendo um procedimento que separa
moléculas carregadas que estão migrando em um campo elétrico. Dessa forma, a taxa de
migração é determinada pela carga da molécula e por seu tamanho e conformação.
→ POR QUE CONTROLAR O CRESCIMENTO DE MICRORGANISMOS?
- Previnir a transmissão de doenças
- Evitar decomposição de alimentos
- Controlar etapas no processamento de alimentos
- Manter o controle de qualidade de fármacos
- Evitar a contaminação da água e do ambiente
→ ESSE controle de microrganismos é possível pela ação de agentes físicos
e químicos, que possuem propriedades de matar a célula microbiana ou de
impedir a sua reprodução

→ Controle de microrganismos
- Esterilização: Destruição de todas as formas de vida microscópicas. Os
meios de esterilização podem ser físicos, químicos ou físico-químico.
- Desinfecção: Eliminação das formas vegetativas de microrganismos
patogênicos em seres inanimados, sem atingir, necessariamente os esporos.
Aplicadas a objetios, pisos, paredes, equipamentos
- Antissepsia: Evitar ou reduzir atividade e proliferação de microrganismos
sobre seres vivos, mediante aplicação de antisséptico na pele ou mucosa

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