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1. INTRODUÇÃO ...................................................3
2. ESTRUTUTURA CC ..........................................7
3. COMO SE PORTAR..........................................11
4. LAVAGEM E PARAMENTAÇÃO.................15
5. TEMPOS CIRÚRGICOS.................................29
6. INSTRUMENTAÇÃO.......................................31
7. SUTURAS..........................................................44
8. INTRUBAÇÃO OROTRAQUEAL................47
9. DICAS PARA O ESTÁGIO.............................55
É quase um clichê na medicina:
Cirurgia, ame-a ou odeie-a
Esperamos que esse ebook seja um ótimo pontapé inicial para que
você comece nesse lugar incrível com o pé direito - até mesmo para
quem não pensa em cirurgia.
2. Deveres do estudante
Cada cirurgião possui seu próprio jeito de operar. Há alguns mais
descontraídos, outros mais sérios. Da mesma forma, há momentos
da cirurgia mais tranquilos e outros mais críticos.
CONTEM CONOSCO!
Agradecimento especial aos Residentes de Cirurgia e Anestesiologia do HUPAA
que nos ajudaram nesse Ebook! Em especial: Adriano, Kamilla, Wenderson e Jairo!
@MEDMIND
@MEDNMIND
MEDNMIND.COM.BR
Chegou a hora de entrar no CC.
E agora?
O Centro Cirúrgico (carinhosamente chamado de CC) é um
ambiente hospitalar de setor restrito, composto por diversas áreas
que buscam promover condições adequadas para a realização de
procedimentos anestésicos e cirúrgicos. Esse ambiente é dividido
em três zonas: a zona de proteção, a zona limpa e a zona estéril. E
cada zona específica exige que o profissional esteja portando uma
determinada vestimenta. (um comportamento diferente)
REVISANDO CONCEITOS
ANTISSEPSIA: Conjunto de medidas utilizadas para inibir a
colonização por microrganismos patogênicos, por um
determinado período de tempo, podendo ou não os
destruir. Diminuição da caga microbiana em tecidos do
paciente. Higienização preventiva.
Relaxa que mais pra frente vamos te explicar tudo que você precisa
saber sobre como se vestir e como se paramentar no CC, mas já
adianto: adornos são proibidos! Você pode inclusive ser denunciado
à ouvidoria ou outro órgão competente do hospital por isso. Então:
nada de relógios, brincos, anéis, crachás ou demais itens além das
suas vestimentas básicas.
A segunda informação ter em mente é o que você fará dentro do
centro cirúrgico. Na maioria das vezes em que entramos em uma
cirurgia propriamente dita como acadêmicos de medicina,
ocuparemos três possíveis papéis:
1. Instrumentador
2. Auxiliar
3. Observador
Não precisa ficar com a mão suspensa durante a cirurgia, caso vocÊ
"entre em campo". Vamos evitar a fadiga. Pode repousar a mão nos
campos estéreis que cobrem o paciente. Alguns capotes também
possuem bolsos na região frontal externa para que você repouse a
mão quando afastado do campo cirúrgico.
IMPORTÂNCIA
Aprendemos a importância de lavar as mãos desde muito antes da
faculdade. E não é por menos!
TÉCNICA ADEQUADA
ADESÃO REGULAR
AGENTES TÓPICOS
SABONETE COMUM
ÁLCOOL
IODO POLVIDINE
Possui atividade ampla contra bactérias Gram-positivas e Gram-
negativas, bacilo da tuberculose, fungos e vírus (exceto enterovírus).
Passo a Passo
NÃO SE ESQUEÇA:
CAPOTE
NÃO SE ESQUEÇA:
Você encontrará o capote sobre alguma mesa estéril. Ele é dobrado de modo
que a parte INTERNA e PEDAÇO DA POSTERIOR fique para fora, enquanto a
parte EXTERNA fique para dentro - ou seja, você entra em contato apenas com a
parte que pode tocar;
Segure com a ponta dos dedos a parte superior (pode variar dependendo do
hospital o modo que o capote vem dobrado), erga-o e deixe abrir. Você estará
com a parte de dentro virada para você;
Agora bastar ir tateando por essa parte interna, com cuidado e erguido,
colocando os braços nos orifícios correspondentes e pronto! Ao final, você
também poderá perceber que há um apoio para o polegar (evitando que a
manga do capote retorne);
Agora; basta pedir com gentileza para que alguém feche a parte traseira do
capote. Lembre que ela pode ser contaminada, então sem problemas!
Estéril
Não Estéril
NÃO SE ESQUEÇA:
DICA:
LUVA ESTÉRIL
Pegue uma das luvas, tocando apenas na região dobrada e interna, e introduza
sua mão sem desfazer essa dobra (passos 4 e 5 na imagem);
Com sua mão calçada, você pegará o outro par por trás da região dobrada
(região estéril), enquanto sua outra mão poderá ser introduzida na luva, de
modo que ao final, você desfaz a dobra. (passos 6, 7, 8, 9 e 10 na imagem);
Agora com as duas mãos calçadas, a primeira ainda estará com a dobra. Pegue
por trás dela e a desfaça (passos 12 e 13 na imagem).
Pronto, agora você está completamente paramentado e pronto
para entrar em campo!
DICAS
ONDE FICAR NA SALA?
Não fique andando por aí normalmente! Escolha um canto seguro na sala
enquanto aguarda para entrar em campo, principalmente longe da movimentação
do resto do pessoal!
NO QUE TOCAR?
Se tiver alguma dúvida, não hesite em perguntar!
Mas, basicamente, você poderá tocar no INTERIOR de todo pano verde/azul
(depende do local), nos materiais cirúrgicos e outros equipamentos estéreis.
ME CONTAMINEI, E AGORA?
Mantenha a calma e não se desespere! Isso pode ocorrer com qualquer um!!!
1. DIÉRESE 2. HEMOSTASIA
É o primeiro tempo cirúrgico, no É o segundo tempo cirúrgico, no
qual há a separação dos planos qual há pinçamento, ligadura,
anatômicos para abordar uma eletrocoagulação dos vasos a fim
cavidade ou estrutura de parar ou prevenir uma
hemorragia.
Significa dividir, cortar ou separar
Significa interromper o sangue
(hemo + stasis)
4. SÍNTESE 3. EXÉRESE
É o quarto e último tempo É o terceiro tempo cirúrgico,
cirúrgico, correspondente ao correspondente ao procedimento
fechamento/união dos planos e em si.
tecidos divulsionados.
Nessa etapa ainda é possível, caso
A famosa SUTURA! necessário, realizar alguma
hemostasia ou diérese.
OBJETIVOS
ATENÇÃO NA ORGANIZAÇÃO!
As cirurgias são dinâmicas e a bagunça pode acontecer num piscar de olhos!
Por isso, não deixe instrumentais espalhados no campo (geralmente depois que o cirurgião usa, ele
não te devolve, mas sim o coloca próximo). Sua missão é sempre: Dar os instrumentais, Coletar os
que já foram utilizados e manter a mesa arrumada.
MATERIAIS CIRÚRGICOS
DICA:
MATERIAIS DE DIÉRESE
A diérese consiste na divulsão dos tecidos e permite a exposição
dos órgãos estruturas afetadas, utilizando-se bisturis, tesouras e
ruginas.
| BISTURI
Um dos mais famosos instrumentais! Afinal, quem nunca ouviu ou teve
vontade de falar aquela frase: "Bisturi, por favor!".
Dicas gerais:
Na mesa: mantenha o cabo virado em sua direção;
Ao entregar para o cirurgião: segure com o indicador e o polegar de
modo que o cabo esteja na direção do cirurgião e a lâmina esteja com
a parte cortante ao lado oposto de sua mão (evitando acidentes);
O bisturi é empunhado como se segura um lápis, entrando em 90º e
percorrendo a linha de incisão em um ângulo de 45º.
DICA:
| PINÇA ANATÔMICA
Geralmente utilizada para manipular/segurar estruturas mais delicadas,
por ser menos traumática
A base da pinça possui uma forma mais plana
Pinça Anatômica
| AFASTADORES
| PINÇAS ESPECIAIS
O motivo é tornar o
processo mais rápido, pois
você deve segurar o
instrumental pela ponta e
entrega-lo na mão do
cirurgião pelo cabo!
Esquema para divisão de mesa cirúrgica.
Fonte: Medway.com
No entanto, nem só de mundo ideal vivemos na medicina, não é
mesmo?
Basicamente:
SUTURA
(PORTA
HEMOSTÁTICA KELLY | PINÇA ALLIS | HEMOSTÁTICA MIXTER AFASTADORES
AGULHA +
PINÇAS
Segurar (Hemostasia/Suporte) Suturar (Síntese) Auxíliar
BISTURI TESOURAS
Cortar (Diérese)
Acreditamos que essa seja uma das principais funções do interno,
principalmente no fechamento da PELE!
Zogbi, L., Rigatti, G. ., & Audino , D. F. . (2021). Sutura cirúrgica. VITTALLE - Revista
De Ciências Da Saúde, 33(1), 29–44. https://doi.org/10.14295/vittalle.v33i1.11496
Zogbi, L., Rigatti, G. ., & Audino , D. F. . (2021). Sutura cirúrgica. VITTALLE - Revista De Ciências Da Saúde,
33(1), 29–44. https://doi.org/10.14295/vittalle.v33i1.11496
Exemplos de materiais para treino de sutura! Da esquerda para a direita: simulador de sutura, língua
de boi e toucinho
OBJETIVOS
Objetivos e Indicações
Técnica da IOT
Dicas práticas - c/ Residente Adriano Burstoff
OBJETIVOS E INDICAÇÕES
OBJETIVO
Glasgow <9
| 1. PREPARAÇÃO
É o momento de avaliar e revisar as indicações, possíveis
complicações e separar/testar todo o material que será utilizado,
como:
EPI: Mascara, luvas, gorro
Kit de intubação: Laringoscópio, lâminas, Bolsa-Válvula-Máscara
com fonte de oxigênio e tubos orotraqueais (principais)
| 2. PRÉ-OXIGENAÇÃO
É o momento de aumentar a reserva de oxigênio do paciente para
que ele mantenha a saturação no sangue enquanto está em apneia
(isto é, até o início da ventilação mecânica)
⏱️Tempo: ~5 minutos
| 3. PRÉ-TRATAMENTO
Dependendo das circunstâncias clínicas pode-se usar medicações
antes da indução como anestésicos (fentanil e outros opióides) e
drogas vasoativas
| 4. INDUÇÃO E PARALISIA
É o momento de infusão das drogas responsáveis por realizar a
sedação do paciente, como:
Midazolam
Etomitado
Propofol
Quetamina
Succinilcolina
Rocurônio
| 5. POSICIONAMENTO
É o passo anterior a passagem do tubo e é um dos maiores preditores
de uma intubação rápida e com maior facilidade.
| 6. PASSAGEM DO TUBO
Essa é uma das técnicas treinadas na medicina - e uma das maiores
felicidades do estudante quando consegue! Mas perceba que ela é
apenas um momento em específico no meio de vários outros
Passos 1 a 4
Passo 5 Passos 7 e 8
| 7. PÓS-INTUBAÇÃO
É o passo em que checa-se o posicionamento do tubo, ajuste dos
parâmetros de ventilação e há manutenção dos cuidados do
paciente
Exemplo de Capnografia
- "Ok, entendi a parte mais teórica do que posso encontrar no
estágio e me sinto menos perdido. Mas, e no dia a dia do estágio,
vocês tem alguma dica?"
Foque no proveito
Cada faculdade possui sua própria rotina em cada rodízio. Alguns
são mais pesados, outros mais leves. No entanto, o pensamento que
gostamos de manter independente do estágio é que esse é o
NOSSO momento de aprender (e errar) sob supervisão. Afinal,
melhor agora do que quando formado, não é mesmo?
Nem tudo irá nos agradar, porém lembre que somos passageiros e
nossos estágios duram poucas semanas. Muitas vezes é nossa saúde
mental se beneficia mais de evitar conflitos do que buscar por eles.
Estudo e Internato
Por fim, uma dúvida que surge bastante frequente é: Como estudar
no internato?
Não ficou um material tão mini, porém foi feito de coração com
dicas que gostaríamos de ter recebido antes. Qualquer coisa,
estamos sempre a disposição!
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