Você está na página 1de 58

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................3
2. ESTRUTUTURA CC ..........................................7
3. COMO SE PORTAR..........................................11
4. LAVAGEM E PARAMENTAÇÃO.................15
5. TEMPOS CIRÚRGICOS.................................29
6. INSTRUMENTAÇÃO.......................................31
7. SUTURAS..........................................................44
8. INTRUBAÇÃO OROTRAQUEAL................47
9. DICAS PARA O ESTÁGIO.............................55
É quase um clichê na medicina:
Cirurgia, ame-a ou odeie-a

Muito provavelmente você que está lendo esse ebook esteja em um


desses dois lados.

Pode ser um aspirante a cirurgião que deseja ter um norte antes de


começar a acompanhar as cirurgias, ou apenas um interno
buscando passar pelo estágio fazendo o mínimo de besteiras
possível.

Independentemente de em qual grupo você esteja, fizemos este


ebook pensando totalmente naquela pessoa que possui zero ou
quase nenhum contato com o centro cirúrgico, mas quer saber um
pouco melhor do que te espera nesse local!

Muitas dúvidas podem surgir nesse momento. Como me escovar?


Onde posso tocar? Como é a dinâmica durante a cirurgia?

Resumindo: Como não ficar perdido!

Esperamos que esse ebook seja um ótimo pontapé inicial para que
você comece nesse lugar incrível com o pé direito - até mesmo para
quem não pensa em cirurgia.

Por fim, gostaríamos de deixar 03 recados importantes sobre o CC


antes antes de você iniciar a leitura:
1. Somos intrusos!
Lembre que temos, na maioria das vezes, data para entrar e sair
desse ambiente. Há profissionais que estão ali, provavelmente,
desde antes de nascermos (rs)

Então, não se esqueça que a maioria dos que estão no centro


cirúrgico estão acima de nós - e, nisso, não nos restringimos a classe
médica.

Mantenha sempre a humildade e respeito! Não somos melhor do


que ninguém e estamos ali para aprender e ajudar a todos no que
precisarem.

2. Deveres do estudante
Cada cirurgião possui seu próprio jeito de operar. Há alguns mais
descontraídos, outros mais sérios. Da mesma forma, há momentos
da cirurgia mais tranquilos e outros mais críticos.

Uma habilidade muito importante do estudante que está


acompanhando é saber identificar essas particularidades para
saber quando pode, por exemplo, tirar dúvidas que possam surgir
durante o procedimento.

Muito cuidado também com os excessos e perguntar apenas para


aparecer - pode ter certeza que eles perceberão!
3. Aproveite!
Acreditamos que é importante aproveitar cada momento na
faculdade e, principalmente estágio do internato, como se quisesse
tal especialidade. Fazer com que aquelas semanas não sejam em
vão, afinal, sempre temos aprendizados a tirar a fim de tornar nossa
formação cada vez mais completa.

Por exemplo, mesmo que não sejamos cirurgiões e saibamos as


técnicas, é um local onde você poderá treinar sutura, entender
melhor o momento perioperatório, realizar intubações orotraqueais
e aprender mais sobre os sedativos!

Eu, Nícolas, falo isso por experiência própria! Descarto a cirurgia


desde o p1 (e continuo após o estágio de cirurgia haha), mas, até o
momento, posso afirmar que foi um dos estágios com mais
oportunidade que tive!

Qualquer dúvida, podem entrar em contato em nossas redes sociais


que ficaremos muito felizes em compartilhar nossas experiências!

CONTEM CONOSCO!
Agradecimento especial aos Residentes de Cirurgia e Anestesiologia do HUPAA
que nos ajudaram nesse Ebook! Em especial: Adriano, Kamilla, Wenderson e Jairo!

@MEDMIND
@MEDNMIND
MEDNMIND.COM.BR
Chegou a hora de entrar no CC.
E agora?
O Centro Cirúrgico (carinhosamente chamado de CC) é um
ambiente hospitalar de setor restrito, composto por diversas áreas
que buscam promover condições adequadas para a realização de
procedimentos anestésicos e cirúrgicos. Esse ambiente é dividido
em três zonas: a zona de proteção, a zona limpa e a zona estéril. E
cada zona específica exige que o profissional esteja portando uma
determinada vestimenta. (um comportamento diferente)

1. Zona de proteção (irrestrita): vestiário, área de transferência,


expurgo e corredor periférico. Nesse ambiente, o profissional
terá acesso aos materiais necessários para a circulação na zona
seguinte, a zona limpa, a qual requer paramentação especial.
2. Zona limpa (semi-irrestrita): conforto médico, secretaria, sala de
recepção do paciente, sala de recuperação pós-anestésica,
almoxarifado, sala de acondicionamento de material
esterilizado, serviços auxiliares e lavabos. Requer que o
profissional esteja paramentado com pijama cirúrgico, propés e
touca.
3. Zona estéril (restrita): salas cirúrgicas. Requer, a utilização da
máscara cirúrgica, e os itens anteriores.
O centro cirúrgico deve estar localizado em uma área do hospital
que ofereça a segurança necessária às técnicas assépticas, portanto,
distante de locais de grande circulação de pessoas, de ruído e de
poeira. Recomenda-se, também, que seja próximo às unidades de
internação, pronto-socorro e unidade de terapia intensiva, de modo
a contribuir com a intervenção imediata e melhor fluxo dos
pacientes.

Mas nesse âmbito, o mais importante é sabermos a diferença de


assepsia e antissepsia para circular nas zonas de maneira que você
não se contamine e nem contamine as zonas na qual esteja.
OBS I: Ao trafegar pelas zonas, troque suas vestimentas habituais
por: pijama cirúrgico, propés, gorro e touca.
OBS II: Ao observar algum procedimento cirúrgico e circular pela
zona estéril, coloque além do que já estava paramentado e a
máscara cirúrgica.

Comumente tem um mapinha que vai ajudar na sua circulação


no ambiente
NÃO SE ESQUEÇA:

SEMPRE RETIRE ADORNOS AO ENTRAR NO CC


PRINCIPALMENTE BRINCOS E OUTROS ACESSÓRIOS!

REVISANDO CONCEITOS
ANTISSEPSIA: Conjunto de medidas utilizadas para inibir a
colonização por microrganismos patogênicos, por um
determinado período de tempo, podendo ou não os
destruir. Diminuição da caga microbiana em tecidos do
paciente. Higienização preventiva.

ASSEPSIA: Conjunto de medidas utilizadas para impedir a


penetração de agentes infecciosos em locais que não os
contém (ambiente asséptico). Diminuição da carga
microbiana em superfícies inanimadas. Desinfecção de um
local ou objeto.
Não atrapalhando você já ajuda
muito.

Parecem duras palavras, mas é a verdade! Ninguém vai esperar que


você acadêmico - mesmo já no internato - demonstre grande
habilidade técnica ou saiba exatamente o que fazer no centro
cirúrgico. O que se espera, principalmente, é que você não
contamine nada que é estéril.

Dica pra quem está começando: Não toque em nenhum tecido


verde/azul (ou em nada que esteja repousado nesses tecidos), a não ser
que você esteja já adequadamente paramentado com capote e luvas
estéreis.

Então, não complique muito as coisas! Saiba como se paramentar


adequadamente, seja educado e cordial com toda a equipe, saiba
como evitar a contaminação e esteja atento aos comandos do
cirurgião durante o procedimento. Fazendo isso, você já garante
uma boa passagem pelo CC. Mas calma. que estamos aqui pra te
ajudar!

Quando você começar a se sentir mais à vontade e entender melhor


os tempos cirúrgicos, tudo vai fluir de forma mais tranquila e você
identificará os melhores momentos para encaixar alguma dúvida
durante a cirurgia ou mesmo antecipar quais instrumentais o
cirurgião precisará em seguida, caso você esteja instrumentando.
O primeiro local por onde você passa ao entrar em um centro
cirúrgico é o vestiário. Lá, ou em algum outro local fora pré-
determinado fora do CC, haverão pijamas cirúrgicos disponíveis.
Escolha seu tamanho adequado e troque de roupa. Além do pijama,
é necessário proteger os cabelos com touca cirúrgica (também
disponível no CC), calçar propés (o uso é controverso e depende do
serviço) e remover qualquer tipo de adorno.

Parece bobagem, mas a literatura científica aponta que os adornos


abrigam agentes patogênicos, aumentando o risco de infecção e
comprometendo a segurança do paciente. Isso porque eles
dificultam a higienização adequada das mãos e de superfícies
corpóreas.

Bom, o primeiro de tudo: lembre-se de se cumprimentar a equipe


presente no CC e apresentar-se! Lá dentro todo mundo veste os
pijamas padronizados do hospital, então dificilmente haverá
identificação fácil de quem é quem. Dizer seu nome e explicitar que
é acadêmico já ajuda a iniciar um vínculo com os profissionais que
trabalham lá.

Relaxa que mais pra frente vamos te explicar tudo que você precisa
saber sobre como se vestir e como se paramentar no CC, mas já
adianto: adornos são proibidos! Você pode inclusive ser denunciado
à ouvidoria ou outro órgão competente do hospital por isso. Então:
nada de relógios, brincos, anéis, crachás ou demais itens além das
suas vestimentas básicas.
A segunda informação ter em mente é o que você fará dentro do
centro cirúrgico. Na maioria das vezes em que entramos em uma
cirurgia propriamente dita como acadêmicos de medicina,
ocuparemos três possíveis papéis:

1. Instrumentador
2. Auxiliar
3. Observador

Não precisa ficar com a mão suspensa durante a cirurgia, caso vocÊ
"entre em campo". Vamos evitar a fadiga. Pode repousar a mão nos
campos estéreis que cobrem o paciente. Alguns capotes também
possuem bolsos na região frontal externa para que você repouse a
mão quando afastado do campo cirúrgico.

Aproveite essa experiência de estar no centro cirúrgico vendo a


cirurgia de pertinho. Sempre agradeça ao final pela oportunidade, e
você, inclusive, já pode até perguntar quando serão as próximas
cirurgias e se poderá acompanhá-las. Esse interesse vai criar aquele
networking bacana, abrindo muitas portas para você.
O básico
Que faz a diferença!

IMPORTÂNCIA
Aprendemos a importância de lavar as mãos desde muito antes da
faculdade. E não é por menos!

É uma medida básica muito eficaz para diminuir a contaminação


durante o contato direto ou indireto com o paciente. Vários
registros na literatura mostram a importância da transmissão da
infecção cruzada como fonte de surtos de infecção relacionada à
assistência à saúde.

Devido à sua localização e extensa superfície, a pele é


constantemente exposta a vários tipos de microrganismos do
ambiente. Assim, a pele normal do ser humano é colonizada por
bactérias e fungos, sendo que diferentes áreas do corpo têm
concentração de bactérias variáveis por centímetro quadrado.

Dica de Leitura: MEDICINA DOS HORRORES


Esse livro mostra o início da descoberta na medicina da eficácia de
medidas de prevenção - numa realidade em que antes nem anestesia
era utilizada para os procedimentos.

Achamos que foi muito interessante e trouxe muitas reflexões!


Couro Cabeludo 106 UFC/ cm2
Axila 105 UFC/cm2
Abdome ou antebraço 104 UFC/cm2
Mãos dos profissionais de saúde 104 a 106 UFC/ cm2

Ao lavarmos as mãos, removemos a chamada Microbiota Transitória


da pele, formada por microorganismos não-patogênicos ou
potencialmente patogênicos, tais como bactérias, fungos e vírus,
que colonizam camadas mais superficiais e é passível de remoção
por meio da higienização simples com água e sabonete e de fricção
mecânica.

As mãos dos profissionais de saúde podem ser persistentemente


colonizadas por microrganismos patogênicos (e.g., Staphylococcus
aureus, bacilos Gram-negativos ou leveduras)

Para prevenir a transmissão de microrganismos pelas mãos, três


elementos são essenciais para esta prática:

AGENTE TÓPICO EFICAZ

TÉCNICA ADEQUADA

ADESÃO REGULAR
AGENTES TÓPICOS

Os principais produtos que podem ser utilizados para higienização


das mãos são o sabonete comum e os antissépticos (álcool,
clorexidina, iodo/iodóforos e triclosan).

SABONETE COMUM

O sabonete comum não contém agentes antimicrobianos ou os


contêm em baixas concentrações. Em geral, a higienização com
sabonete líquido remove a microbiota transitória, tornando as mãos
limpas.

Esse nível de descontaminação é suficiente para os contatos sociais


em geral e para a maioria das atividades práticas nos serviços de
saúde.

O processo completo deve levar entre 40 a 60 segundos.

ÁLCOOL

A atividade antimicrobiana em geral dos álcoois se eleva com o


aumento da cadeia de carbono, porém a solubilidade em água
diminui.

Somente os álcoois alifáticos que são completamente miscíveis em


água, preferencialmente o etanol, o isopropanol e o n-propanol, são
usados como produto para higienização das mãos.
CLOREXIDINA

O gluconato de clorexidina, bi-biguanida catiônica, foi desenvolvido


na Inglaterra no início dos anos 1950, e foi introduzido nos EUA, nos
anos 70.

A clorexidina apresenta boa atividade contra bactérias Gram-


positivas, menor atividade contra bactérias Gram-negativas e
fungos, mínima atividade contra micobactéria e não é esporicida.

O uso de clorexidina para a higienização das mãos nos serviços de


saúde é seguro e a absorção pela pele é mínima, senão nula.

Diversas formulações de Clorexidina encontradas. Da


esquerda para a direita: Degermante, Alcóolica e Aquosa.

IODO POLVIDINE
Possui atividade ampla contra bactérias Gram-positivas e Gram-
negativas, bacilo da tuberculose, fungos e vírus (exceto enterovírus).

Causam mais dermatite de contato irritativa que outras soluções


anti-sépticas comumente utilizadas para higienização anti-séptica
das mãos.

Esponja degermante com iodopolvidine.


TÉCNICA CORRETA

A antissepsia cirúrgica, também conhecida como preparo pré-


operatório das mãos, uma medida importante dentre outras, para a
prevenção da infecção de sítio cirúrgico.

Sua finalidade é eliminar a microbiota transitória da pele e reduzir a


microbiota residente.

Tempo ideal Material


de 3 a 5 minutos para a primeira
Escovas impregnadas com
cirurgia e de 2 a 3 minutos para as
material antisséptico
cirurgias subsequentes

Passo a Passo

Pressione a escova com a parte da


Abrir a torneira, molhar as mãos,
esponja contra a pele e espalhe por
antebraços e cotovelos.
todas as partes.
Friccionar as mãos, observando
Limpar sob as unhas com as
espaços interdigitais e antebraço por
cerdas da escova.
no mínimo 3 a 5 minutos, mantendo
as mãos acima dos cotovelos.

Enxaguar as mãos em água corrente,


no sentido das mãos para cotovelos,
retirando todo resíduo do produto.

Fechar a torneira com o cotovelo,


joelho ou pés, se a torneira não
possuir fotossensor.

Enxugar as mãos em toalhas ou


compressas estéreis.

OBS1.: Inicie pelas mãos e seguindo


pelo antebraço e cotovelo

OBS2.: Utilize as diferentes dobras da


toalha/compressa para regiões
distintas.
F.A.Q
ONDE DESPREZAR A ESCOVA?
Ao entrar no centro cirúrgico, você verá muitas vezes as
escovam sendo desprezadas na própria pia após o
procedimento para não arriscar tocar mais em nada.

No entanto, caso possua um lixeiro próximo, o ideal é abrir


com o pé e o desprezar ali, poupando o trabalho também do
pessoal que trabalha na limpeza do CC 😅

É PRECISO DEIXAR A ÁGUA ABERTA?


Do mesmo modo, você também verá pessoas deixando a
torneira aberta e outras fechando, principalmente se o sistema
não é por detecção ou pelo pé.

Porém, como vocês viram, o tempo ideal de lavagem não é


muito curto, então, caso SEJA POSSÍVEL (a.k.a depende
torneira), pode fechar e depois reabrir para lavar -
principalmente se fechar e abrir com o cotovelo for fácil.

ONDE SECAR AS MÃOS?


Em hospitais com mais recurso, provavelmente terá uma
compressa estéril disponível para isso. Já em local com menos
recursos a história já é outra, sobrando até pro capote 👀

NÃO SE ESQUEÇA:

TERMINOU DE LAVAR? MÃOS PARA CIMA SEMPRE!


ENTRE NA SALA DE COSTAS E CUIDADO COM AS OUTRAS PESSOAS - LEMBRE TAMBÉM QUE,
MESMO LAVANDO, VOCÊ AINDA NÃO ESTÁ ESTÉRIL.
PARAMENTAÇÃO

O próximo passo após a lavagem correta das mãos é a


paramentação em sala. Com isso, nos referimos a colocação do
CAPOTE e de LUVA ESTÉRIL, nessa ordem.

A partir do momento em que você está com a paramentação


completa, torna-se possível realizar a colocação de campos
cirúrgicos, organizar a mesa de cirurgia, entrar no procedimento -
ou seja, tudo que envolve materiais estéreis (tudo que for verde ou
azul hahaha). Porém, ao final voltaremos a esse assunto.

CAPOTE

O que é? O capote, ou Avental Cirúrgico, é uma vestimenta


hospitalar utilizada para a proteção do profissional de saúde e
pacientes durante procedimentos, evitando a contaminação
cruzada, poluição do ambiente e exposição a fluidos corporais

É importante que você entenda, antes de prosseguir com a


colocação, as partes do capote, visto que ele não será totalmente
estéril!

ESTÉRIL - Região frontal do capote (região que estará em


contato com a mesa cirúrgica

NÃO ESTÉRIL - Região posterior e região interna (isso possui


importância na colocação)

NÃO SE ESQUEÇA:

VOCÊ SOMENTE PODERÁ TOCAR A FRENTE DO CAPOTE DEPOIS!


Mesmo com as mãos limpas após a lavagem, não se engane - elas não estão estéreis!
Nesse caso, mantenha as mãos para cima, com cuidado, até que seja possível calças as luvas
estéreis. A partir disso é que você poderá entrar em contato com o campo e outros materiais.
Posterior - NÃO ESTÉRIL Frontal - ESTÉRIL

Como colocar? Espero que esteja sendo possível entender, até o


momento, a delimitação entre o que é estéril e não estéril! Na
prática isso se torna MUITO MAIS CLARO, mas será importante para
os próximos passos:

Você encontrará o capote sobre alguma mesa estéril. Ele é dobrado de modo
que a parte INTERNA e PEDAÇO DA POSTERIOR fique para fora, enquanto a
parte EXTERNA fique para dentro - ou seja, você entra em contato apenas com a
parte que pode tocar;

Segure com a ponta dos dedos a parte superior (pode variar dependendo do
hospital o modo que o capote vem dobrado), erga-o e deixe abrir. Você estará
com a parte de dentro virada para você;

Agora bastar ir tateando por essa parte interna, com cuidado e erguido,
colocando os braços nos orifícios correspondentes e pronto! Ao final, você
também poderá perceber que há um apoio para o polegar (evitando que a
manga do capote retorne);

Agora; basta pedir com gentileza para que alguém feche a parte traseira do
capote. Lembre que ela pode ser contaminada, então sem problemas!
Estéril
Não Estéril

Passo a Passo - Colocação de Capote (Avental Cirúrgico)

NÃO SE ESQUEÇA:

NUNCA FIQUE DE COSTAS PARA O CAMPO CIRÚRGICO


Como dissemos, a região posterior é contaminada! Então, ao entrar na cirurgia, nunca "dê as costas
para a mesa", apenas realizes movimentos laterais.

DICA:

VEJA VÍDEOS DO PASSO A PASSO


É muito difícil entender a colocação do capote apenas por texto! Busque ver vídeos no YouTube
antes de ir (até para ver os vários tipos de modelos e dobras existentes) e, no dia, não tenha
vergonha! Avise que é sua primeira vez e peça ajuda (Muito melhor do que contaminar!!).

LUVA ESTÉRIL

Agora que você já está paramentado com o capote, o último passo é


o calçamento das luvas estéreis (possibilitando entrar em contato
com o campo, materiais estéreis e até tocar na região frontal do
capote).
Agora que você já está paramentado com o capote, o último passo é
o calçamento das luvas estéreis (possibilitando entrar em contato
com o campo, materiais estéreis e até tocar na região frontal do
capote).

Como colocar? O passo a passo é bem simples, muito


provavelmente você já teve essa aula em sua faculdade, mas requer
um pouco de treino visto que as luvas não são tão folgadas.

Do mesmo modo que o capote, as luvas também possuem uma


região que pode ser contaminada e a região estéril

É possível tomar com a mão na parte interna e na região dobrada,


demarcada em vermelho. O resto da luva será estéril
O passo a passo consiste em uma sequência bastante lógica:

Pegue uma das luvas, tocando apenas na região dobrada e interna, e introduza
sua mão sem desfazer essa dobra (passos 4 e 5 na imagem);

Com sua mão calçada, você pegará o outro par por trás da região dobrada
(região estéril), enquanto sua outra mão poderá ser introduzida na luva, de
modo que ao final, você desfaz a dobra. (passos 6, 7, 8, 9 e 10 na imagem);

Agora com as duas mãos calçadas, a primeira ainda estará com a dobra. Pegue
por trás dela e a desfaça (passos 12 e 13 na imagem).
Pronto, agora você está completamente paramentado e pronto
para entrar em campo!

DICAS
ONDE FICAR NA SALA?
Não fique andando por aí normalmente! Escolha um canto seguro na sala
enquanto aguarda para entrar em campo, principalmente longe da movimentação
do resto do pessoal!

Se alguém esbarrar em você, estará contaminado e terá que fazer TUDO


NOVAMENTE!

NO QUE TOCAR?
Se tiver alguma dúvida, não hesite em perguntar!
Mas, basicamente, você poderá tocar no INTERIOR de todo pano verde/azul
(depende do local), nos materiais cirúrgicos e outros equipamentos estéreis.

ME CONTAMINEI, E AGORA?
Mantenha a calma e não se desespere! Isso pode ocorrer com qualquer um!!!

Não tenha medo, avise a equipe "contaminei" e logo providenciarão outro


material para você. O mais importante é a segurança do paciente

POSIÇÃO DAS MÃOS


Para evitar contaminações, uma dica é deixar suas mãos nessa
posição, próximo ao corpo (estéril devido ao capote) e aguardar
entrar em campo

Deixar as mãos soltas aumenta o risco de você tocar em algo


que não deveria ou de alguém esbarrar em você!
Capítulo curtinho só para comentar esse tópico que norteará a
instrumentação da cirurgia, afinal, todo procedimento possui um
passo a passo lógico em que, apesar das possíveis diferenças, inicia-
se com a abertura/exposição do local e finaliza com seu
fechamento.

Esse passo a passo é resumido de maneira didática em 04


operações ou tempos fundamentais:

1. DIÉRESE 2. HEMOSTASIA
É o primeiro tempo cirúrgico, no É o segundo tempo cirúrgico, no
qual há a separação dos planos qual há pinçamento, ligadura,
anatômicos para abordar uma eletrocoagulação dos vasos a fim
cavidade ou estrutura de parar ou prevenir uma
hemorragia.
Significa dividir, cortar ou separar
Significa interromper o sangue
(hemo + stasis)

4. SÍNTESE 3. EXÉRESE
É o quarto e último tempo É o terceiro tempo cirúrgico,
cirúrgico, correspondente ao correspondente ao procedimento
fechamento/união dos planos e em si.
tecidos divulsionados.
Nessa etapa ainda é possível, caso
A famosa SUTURA! necessário, realizar alguma
hemostasia ou diérese.
OBJETIVOS

Localização da mesa de instrumentais


Conhecer os principais materiais da cirurgia
Montar uma mesa na prática

Pronto, agora você está completamente paramentado e pronto


para entrar em campo!

Em muitos momentos da faculdade, em nossas práticas cirúrgicas,


teremos a responsabilidade de instrumentar para o cirurgião ou
residente.

POSIÇÃO DA MESA DE INSTRUMENTAIS

Em teoria, a mesa do instrumentador fica oblíqua ao cirurgião


principal (na prática, perguntar para o cirurgião onde ele prefere -
o mais importante é manter a organização da mesa)
DICA:

ATENÇÃO NA ORGANIZAÇÃO!
As cirurgias são dinâmicas e a bagunça pode acontecer num piscar de olhos!
Por isso, não deixe instrumentais espalhados no campo (geralmente depois que o cirurgião usa, ele
não te devolve, mas sim o coloca próximo). Sua missão é sempre: Dar os instrumentais, Coletar os
que já foram utilizados e manter a mesa arrumada.

MATERIAIS CIRÚRGICOS

Como visto do capítulo anterior, a cirurgia pode ser dividida nos


tempos cirúrgicos. Desse modo, também podemos classificar os
instrumentais da cirurgia de acordo com suas utilidades:

DICA:

OS PRINCIPAIS SÃO POUCOS!


Em quase todos os procedimentos, os instrumentos, para realizar tanto a diérese, como também a
hemostasia e a síntese, são semelhantes.

MATERIAIS DE DIÉRESE
A diérese consiste na divulsão dos tecidos e permite a exposição
dos órgãos estruturas afetadas, utilizando-se bisturis, tesouras e
ruginas.
| BISTURI
Um dos mais famosos instrumentais! Afinal, quem nunca ouviu ou teve
vontade de falar aquela frase: "Bisturi, por favor!".

Composição: CABO DO BISTURI + LÂMINA


Nº 3 →
lâminas 10-15 (menores) →
atos cirúrgicos delicados
Nº 4 →
lâminas 20-25 (maiores) →
atos cirúrgicos gerais

Dicas gerais:
Na mesa: mantenha o cabo virado em sua direção;
Ao entregar para o cirurgião: segure com o indicador e o polegar de
modo que o cabo esteja na direção do cirurgião e a lâmina esteja com
a parte cortante ao lado oposto de sua mão (evitando acidentes);
O bisturi é empunhado como se segura um lápis, entrando em 90º e
percorrendo a linha de incisão em um ângulo de 45º.

Tipos de lâminas de bisturi

Técnica correta da entrega de bisturi


| TESOURA DE SECÇÃO DE MAYO
Lâmina mais larga, robusta e pesada

| TESOURA DE DISSECÇÃO DE METZENBAUM


Mais fina e delicada que a de Mayo;
Ainda que seja parecida com a Mayo, a tesoura de Metzenbaum é bem
mais leve e conta com alças mais longas.

Tesoura de MAYO reta (esq.) e curva (dir.)

Tesoura de METZENBAUM reta (esq.) e curva (dir.)

DICA:

DIFERENÇA ENTRE TESOURA RETA E CURVA


De maneira geral, as tesouras curvas serão utilizadas no tecido/estruturas, enquanto as tesouras
retas serão utilizadas para cortar fios (ao final da cirurgia durante o tempo de síntese).
MATERIAIS DE HEMOSTASIA
A hemostasia visa estancar, temporária ou definitivamente, o
sangramento dos vasos seccionados durante a diérese, com pinças
de Halsted, de Kelly, de Crile, de Rochester e de Moyniham

| PINÇA HEMOSTÁTICA DE KELLY


Também conhecida como "Hemostática" ou "Reparo"
Característica: ranhuras transversais (horizontais) até a metade
Uso: → pinçamento de vasos e de fios cirúrgicos → a curva facilita o
pinçamento e ligadura de vasos com menor risco de lesão de tecidos
adjacentes

| PINÇA HEMOSTÁTICA DE CRILE


Característica: ranhura transversais (horizontais) em toda a extensão da
pinça

Obs.: Na prática, acaba-se usando a Kelly e Crile como iguais

| PINÇA HEMOSTÁTICA DE MIXTER


Característica: Curvatura em 90º (facilita o reparo e ligadura de vasos de
aceso mais difícil, como em cavidades)
| PINÇA HEMOSTÁTICA DE HALSTED
Também conhecida como "Mosquitinho" ou "Kellynho"
Característica: Ramos prensores delicados
Uso: →
Boa para pinçamento de vasos de menor calibre

Pinça hemostática de Kelly Pinça hemostática de Halsted

Pinça hemostática de Crile Pinça hemostática de Mixter


MATERIAIS DE SÍNTESE
A síntese visa reconstruir e restituir a integridade das estruturas,
órgãos e tecidos que foram operados usando-se porta agulhas,
pinças anatômicas e dente de rato, agulhas e fios cirúrgicos

| PORTA AGULHA DE MAYO-HEGAR


Porta agulha mais conhecido e utilizado para realizar suturas

| PINÇA ANATÔMICA
Geralmente utilizada para manipular/segurar estruturas mais delicadas,
por ser menos traumática
A base da pinça possui uma forma mais plana

| PINÇA DENTE DE RATO


Utilizada geralmente para auxiliar durante a sutura de pele e outras
estruturas menos delicadas
Possui uma estrutura mais traumática em sua ponta, semelhante a um
"dente" que visa pinça-la melhor.
Posta agulha de Mayo-Hegar

Pinça Anatômica

Pinça Dente de Rato


OUTROS MATERIAIS
Durante o ato cirúrgico, alguns materiais podem ser específicos ou
auxiliar o processo

| AFASTADORES

Afastador Farabeuf Afastador Suprapúbico Afastador Doyen

| PINÇAS ESPECIAIS

Pinça Babycock Pinça Allis


Superfície menos traumática (lisa) Superfície mais traumática (irregular)
Geralmente em alças intestinais tTecidos menos delicados
Pinça de Kocher "Pinça Forte"

Pinça de Collin (Formato de coração)

Pinça de Duval (Formato triangular)


MONTAGEM DA MESA

Geralmente, para a exposição dos instrumentos, é ensinado que


devemos dividir a mesa em quatro quadrantes, para comportar os
instrumentos de diérese, de síntese, de hemostasia e os
instrumentos auxiliares.

Essa é a montagem preconizada por seguir a ordem de tempos


cirúrgicos, padronizando o processo de maneira precisa e
facilitando a própria organização

Além disso, perceba que


todos os instrumentais são
organizados com a ponta
voltada para o
instrumentador, com o
cabo no lado oposto!

O motivo é tornar o
processo mais rápido, pois
você deve segurar o
instrumental pela ponta e
entrega-lo na mão do
cirurgião pelo cabo!
Esquema para divisão de mesa cirúrgica.
Fonte: Medway.com
No entanto, nem só de mundo ideal vivemos na medicina, não é
mesmo?

Você perceberá que, na maioria das vezes:


1. A mesa não será grande o suficiente para possibilitar esse
modelo
2. Muitas vezes usa-se pouquíssimas variedades de instrumentais,
principalmente nas cirurgias abdominais

Desse modo, vou deixar aqui um modelo que é utilizado


praticamente por TODOS os hospitais que passamos! Uma
organização fácil, prática e tranquila que você pode levar consigo
para a vida - e práticas!

Pode ser estranho, pois é diferente do modelo visto acima, mas na


prática é a organização mais utilizada!

Basicamente:
SUTURA
(PORTA
HEMOSTÁTICA KELLY | PINÇA ALLIS | HEMOSTÁTICA MIXTER AFASTADORES
AGULHA +
PINÇAS
Segurar (Hemostasia/Suporte) Suturar (Síntese) Auxíliar

BISTURI TESOURAS
Cortar (Diérese)
Acreditamos que essa seja uma das principais funções do interno,
principalmente no fechamento da PELE!

O objetivo desse livro não é ensinar a técnica de todas as suturas


possíveis, nem o passo a passo de uma sutura num serviço de
pronto atendimento.

No entanto, achamos importante falar sobre a técnica que mais será


realizada enquanto estudantes (e até médicos recém-formados)
que é a SUTURA SIMPLES

Zogbi, L., Rigatti, G. ., & Audino , D. F. . (2021). Sutura cirúrgica. VITTALLE - Revista
De Ciências Da Saúde, 33(1), 29–44. https://doi.org/10.14295/vittalle.v33i1.11496
Zogbi, L., Rigatti, G. ., & Audino , D. F. . (2021). Sutura cirúrgica. VITTALLE - Revista De Ciências Da Saúde,
33(1), 29–44. https://doi.org/10.14295/vittalle.v33i1.11496

Com relação ao aprendizado, não tem segredo: Treino!

O mais importante, inicialmente, não é ter um material FIEL a pele,


mas sim ficar com o movimento e o passo a passo no automático.

Dentre as opções de estruturas para treino estão os famosos


simuladores de sutura, língua de boi e até toucinho rs

Exemplos de materiais para treino de sutura! Da esquerda para a direita: simulador de sutura, língua
de boi e toucinho
OBJETIVOS

Objetivos e Indicações
Técnica da IOT
Dicas práticas - c/ Residente Adriano Burstoff

O objetivo desse capítulo é dar uma noção geral a respeito da


intubação orotraqueal.

Ao longo da faculdade e de seus estudos você irá aprofundar mais


sobre esse procedimento cuja técnica é apenas um pequeno passo
dentre as diversas outras etapas que envolvem a ventição
mecânica

OBJETIVOS E INDICAÇÕES

OBJETIVO

O objetivo da intubação orotraqueal é manter perviedade das vias


aéreas, permintindo a oxigenação tecidual em situações críticas
(ex.: choque, politraumatismo, insuficiência respiratória e pacientes
internados em UTI)

Esse procedimento pode ser realizado por qualquer médico


habilitado tecnicamente, em qualquer local que possua condições
mínimas.

Além da Intubação Orotraqueal, existem outras possbilidades de


intubação, como a Nasotraqueal e a Transtraqueal - menos
frequentes
INDICAÇÕES
Agora que você sabe que a intubação é utilizada para proteção de
vias aéreas, fica mais fácil de racionar que suas indicações estão
relacionadas a situações em que o paciente não consegue respirar
espontaneamente (doenças pulmonares, rebaixamento de
consciência) ou há alguma obstrução (secreções).

Insuficiência Respiratória Aguda

Glasgow <9

Cirurgias com anestesia geral

Em algumas situações, a intubação é contraindicada

Lesões faciais extensas/Mudança de anatomia

Necessidade de longos períodos de intubação

Edema de glote (impossibilidade de visualizar cordas vocais)


TÉCNICA

Nesse tópicos vamos focar no passo a passo da técnica da intubação


de uma maneira simples e direta.

De maneira geral, podemos resumir o processo em 7 PASSOS DA


INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL

| 1. PREPARAÇÃO
É o momento de avaliar e revisar as indicações, possíveis
complicações e separar/testar todo o material que será utilizado,
como:
EPI: Mascara, luvas, gorro
Kit de intubação: Laringoscópio, lâminas, Bolsa-Válvula-Máscara
com fonte de oxigênio e tubos orotraqueais (principais)

| 2. PRÉ-OXIGENAÇÃO
É o momento de aumentar a reserva de oxigênio do paciente para
que ele mantenha a saturação no sangue enquanto está em apneia
(isto é, até o início da ventilação mecânica)

⏱️Tempo: ~5 minutos

| 3. PRÉ-TRATAMENTO
Dependendo das circunstâncias clínicas pode-se usar medicações
antes da indução como anestésicos (fentanil e outros opióides) e
drogas vasoativas

| 4. INDUÇÃO E PARALISIA
É o momento de infusão das drogas responsáveis por realizar a
sedação do paciente, como:
Midazolam

Etomitado

Propofol

Quetamina

O médico será responsável por selecionar o indutor/sedativo


confirme a melhor indicação clínica para o paciente (estado
hemodinâmico, condições clínicas associadas, tempo de cirurgia)

Além disso, é possível fazer o uso de bloqueadores neuromusculares


para facilitar o processo

Succinilcolina

Rocurônio

| 5. POSICIONAMENTO
É o passo anterior a passagem do tubo e é um dos maiores preditores
de uma intubação rápida e com maior facilidade.

O paciente, na maioria das vezes, deve ser posicionado da seguinte


forma:

Posição de ‘cheirador’ com coxim suboccipital de modo a alinhar o meato


acústico com o esterno do paciente. Extensão do pescoço.
ANATOMIA DA INTUBAÇÃO

O posicionamento proporciona o alinhamento dos eixos oral, laríngeo e


faríngeo, facilitando a visualização das cordas vocais e o procedimento

| 6. PASSAGEM DO TUBO
Essa é uma das técnicas treinadas na medicina - e uma das maiores
felicidades do estudante quando consegue! Mas perceba que ela é
apenas um momento em específico no meio de vários outros

Por mais que pareça o mais complicado, quanto maior a prática


maior a facilidade e agilidade (os anestesistas que o digam!)
A passagem do tudo é realizada da seguinte forma:

1. Segurar o laringoscópio com a mão esquerda


2. Introduzir o laringoscópio pelo canto direito da boca
3. Seguir com ele para o centro, ao passo em que também desloca
a língua para o lado esquerdo
4. Encaixe a ponta da lâmina na valécula ⚠️Nunca faça ALAVANCA
5. Realize a tração anterior com o laringoscópio
6. Visualize as cordas vocais- nesse momento, não tire os olhos
dela e pegue o tubo
7. Passe o tubo (não perca a visualização)
8. Posicione o tubo e infle o cuff (ele impede o escape de ar e a
entrada de líquidos e secreções)
9. Fixe o tubo

Passos 1 a 4

Passo 5 Passos 7 e 8
| 7. PÓS-INTUBAÇÃO
É o passo em que checa-se o posicionamento do tubo, ajuste dos
parâmetros de ventilação e há manutenção dos cuidados do
paciente

A avaliação do tubo tem como padrão ouro a capnografia (CO2


excretado). Muitas vezes é feita com ausculta bilateral em ápices e
bases para conferir se não houve intubação seletiva (isto é, o tubo
adentrou algum dos brônquios)

Exemplo de Capnografia
- "Ok, entendi a parte mais teórica do que posso encontrar no
estágio e me sinto menos perdido. Mas, e no dia a dia do estágio,
vocês tem alguma dica?"

SIM! Na verdade, as dicas que daremos aqui valem não só para


cirurgia, mas para todos os outros nessa reta final como interno (e
futuro médico, afinal, o CRM já ta quase batendo na porta 😅"

Foque no proveito
Cada faculdade possui sua própria rotina em cada rodízio. Alguns
são mais pesados, outros mais leves. No entanto, o pensamento que
gostamos de manter independente do estágio é que esse é o
NOSSO momento de aprender (e errar) sob supervisão. Afinal,
melhor agora do que quando formado, não é mesmo?

No rodízio de cirurgia, destacamos a importância do ambulatório


(mesmo que você não faça cirurgia, você precisará inentificar casos
cirúrgicos), da avaliação de feridas e, claro, também é um momento
oportuno para aprender acessos centrais e intubações (colem nos
anestesios quando puderem!)

Não enrole (quebre a mão/dê migué)


Não deveríamos (pela lógica), mas é sempre bom destacar que não
é interessante levar com a barriga os estágios nesse momento do
curso, não é?

Não somente pelo que dissemos no tópico anterior, mas, muitas


vezes, os mais prejudicados são nossos próprios colegas - seja por
ficarem sobrecarregados, seja pela imagem que reflete sobre o
grupo, inevitavelmente.
Evite aborrecimentos
Também não é muito produtivo buscar confusão por besteira. Seja
com seu grupo, seja com seus superiores e preceptores

Nem tudo irá nos agradar, porém lembre que somos passageiros e
nossos estágios duram poucas semanas. Muitas vezes é nossa saúde
mental se beneficia mais de evitar conflitos do que buscar por eles.

Estudo e Internato
Por fim, uma dúvida que surge bastante frequente é: Como estudar
no internato?

Algo que acredito funcionar bastante, principalmente quando seu


foco ainda não é a residência no 6º ano, é o seguinte:

1. Faça uma lista de conteúdos relacionados ao seu estágios


2. Distribua-os entre semanas

Você mantém um ritmo, sem precisar depender do "o que eu vou


estudar hoje?

Se tem dificuldade para selecionar os temas, você pode buscar a


apostila de algum cursinho e olhar no sumário - pode ter certeza
que lá estão os mais presentes na prática!

Esperamos que tenham gostado!

Não ficou um material tão mini, porém foi feito de coração com
dicas que gostaríamos de ter recebido antes. Qualquer coisa,
estamos sempre a disposição!
MEDNMIND.COM.BR

Em nosso site temos diversos outros materiais gratuitos para de


ajudar nas mais diversas fases da faculdade! Esperamos que goste

Você também pode gostar