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MÉDICO-CIRÚRGICA.
Uma breve revisão histórica do século XX, sobre os cuidados de enfermagem ao paciente
O período atual é marcado por imensos desafios para a enfermagem do centro cirúrgico. A
dificuldade da incorporação de novas tecnologias e a velocidade das mudanças que interferem
diretamente na prática da assistência Peri operatória. As modificações atingem desde os
procedimentos básicos como a paramentação e degermação até a organização dos serviços
para um atendimento mais eficiente, seguro e adequado ao paciente cirúrgico.
É uma especialidade que tem como objeto o cuidado ao indivíduo submetido a um tratamento
cirúrgico.
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auxiliar em tudo o que for preciso, sabendo que um hospital tem um ambiente complexo e
exaustivo essa relação muitas vezes são prejudicadas pelo excesso de trabalho, por isso um
bom posicionamento perante o seu trabalho é essencial.
O centro cirúrgico é o conjunto de áreas e instalações que permitem efetuar a cirurgia nas
melhores condições de segurança para o paciente, e de conforto para a equipe de saúde.
O Centro-cirúrgico pode ser considerado uma das unidades mais complexas do hospital, pela
constante presença de agente Estressores, devido às possibilidades de risco à saúde que os
pacientes estão sujeitos ao serem submetidos à intervenção cirúrgica. Trata-se de um setor de
alto custo, tanto pela construção, que deve ser executada de acordo com normas técnicas e
assépticas. Nele são realizadas técnicas estéreis para garantir a segurança do cliente quanto ao
controle de infecção.
No contexto hospitalar é o setor mais importante pela decisiva ação curativa da cirurgia,
exigindo, assim detalhes minuciosos em sua construção para assegurar a execução de técnicas
assépticas, instalação de equipamentos específicos que facilitem o ato cirúrgico. Esta unidade
assistencial possui um espaço físico especializado, com acesso acorde com seu risco, salas
individualizadas para a realização de cirurgias, devendo atender à legislação sanitária vigente.
Trata-se de ambiente peculiar dentro do complexo hospitalar, não só por sua especificidade,
mas também por ser um espaço isolado, fechado.
2. Local de pouco ruído para reduzir os estímulos sonoros que possam interferir na
concentração da equipe cirúrgica e desencadear estresse do paciente;
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O principal e mais importante aspecto físico a ser considerado na localização do C.C não é o
seu local, e sim, a circulação geral interna, que deve ser livre para pessoas internas e
totalmente bloqueada para pessoal de fora.
O acesso ao C.C deve estar interligado de acordo com os profissionais que fazem parte dele:
b. Pessoal/equipe: deve ter acesso pela entrada dos vestuários que devem estar
interligadas ao C.C.
c. Serviço de apoio: devem ter entradas auxiliares para roupas limpas, roupas sujas,
equipamentos, exames, material contaminados.
É de extrema importância que o fluxo interno seja perfeito, evitando que “cruze” material e/
ou roupas.
1. Vestiários masculinos e femininos: Devem oferecer acesso externo ( por fora das
instalações do Centro Cirúrgico) e interno ( pelo corredor cirúrgico). É importante que
eles disponham de sanitários e chuveiros ( para uso das equipes) e armários ( para a
guarda de uniformes, roupas e outros pertences).
4. Sala de estar: Deve ficar localizada próximo aos vestiários e à copa, sempre que
possível, servindo de área de descanso para a equipe do centro cirúrgico.
8. Sala de expurgo: Local equipado com tanque para o despejo de sangue, secreções e
outros líquidos provenientes da operação. Na sala de expurgo também de depositam,
inicialmente, instrumentos, roupas usadas e outros materiais, para posterior lavagem.
É considerada, portanto, área suja.
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9. Sala de material de limpeza: Área para a reserva de materiais e de utensílios usados na
limpeza do Centro Cirúrgico.
10. Sala guarde equipamentos: área usada para guardar aparelhos como os de anestesia,
bisturi elétrico, aspiradores, focos portáteis, suportes de soro, mesas auxiliares e
materiais que, eventualmente, não estejam em uso. O aparelho de raio X móvel poderá
também ser guardado nessa sala, caso não haja local específico para ele.
11. Rouparia: Local destinado à guarda da roupa limpa não-estéril. Muitas vezes é
representada apenas por um armário.
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Existem três zonas que compõem o centro cirúrgico; são assim divididas de modo a diminuir
a movimentação de profissionais e de materiais. Essas áreas são classificadas pela Associação
Americana de Enfermeiros de Centro Cirúrgico (Association of Operative
Restrita (estéril): o corredor interno, as áreas de escovação das mãos e a sala de operação
(SO); para evitar infecção operatória, limita-se a circulação de pessoal, equipamentos e
materiais.
Na zona estérilé necessário, além da túnica, o uso de máscara de proteção pelos profissionais,
paramentação cirúrgica para o cirurgião responsável e instrumentador e material esterilizado.
Estas três equipes prestam assistência direta através de um trabalho harmonioso, visando a
segurança do paciente e à eficiência do ato cirúrgico.
O circulante de sala deve estar escalado previamente pela enfermeira responsável pelo setor,
preferencialmente anotado na agenda diária do centro cirúrgico, para que todos tenham
conhecimentos da pessoa que será o “apoio”, a “referência”, durante todo o ato cirúrgico. O
mesmo acontece com o auxiliar do anestesista, e um ponto importante para ambas equipes, é
que todos tenham afinidades entre si, evitando o estresse entre as equipes.
1. Administrativo,
2. Assistencial,
3. Ensino
4. Pesquisa.
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TEMA II: TERMINOLOGIA CIRÚRGICA
Terminologia cirúrgica.
Na especialidade cirúrgica, há termos específicos indicadores dos mais diversos atos inerentes
a essa especialidade, portanto podemos conceituar terminologia cirúrgica como um conjunto
de termos que designam a terminologia técnica usualmente utilizada pelos profissionais de
saúde na Cirurgia.
Prefixos
Angio= vaso
Adeno= glândula
Acro= extremidade
Artério= artéria
Artro= articulação
Asteno= fraqueza
Blefar= pálpebra
Terminologias diversas
Anastomose= conexão entre dois órgãos tubulares como alças intestinais ou vasos.
Biópsia= extração de parte dos tecidos vivos para exame microscópico com finalidade
diagnóstica.
Fístula= orifício quase sempre sinuoso, que põe em comunicação parte de órgão com a
superfície cutânea ou mucosa.
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Paracentese= punção de cavidade natural para retirada de líquido.
Hem= sangue
Hepato= fígado
Hístero= útero
Ilio= ílio
Laringo= laringe
Mama= seio
Mielo= medula
Nefro= rim
Neuro= nervo
Oofor= ovários
Oftalmo= olhos
Osforos= ovário
Orquido= testículos
Osqueo= escroto
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Osteo= osso
Oto= ouvido
Orto= osso
Prostatés= próstata
Rino= nariz
Salpingo= trompas
Sufixos
Algo= dor
Centese= punção
Estase= parada
Ite= inflamação de
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Tomia= corte, abertura.
Conceito
3. Emergência: quando precisa ser realizada imediatamente por comportar risco de morte.
São cirurgias que deverão se realizar de imediato, sem a menor perda de tempo, pois
implicam em sério risco de sequelas ou vida para o paciente. Por exemplo: ferimento por
arma branca
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Limpas: realizadas em tecidos estéreis ou de fácil descontaminação, na ausência de
processo infeccioso local, sem penetração nos Tratos Digestório, respiratório ou
urinário, em condições ideais de sala de cirurgia. Exemplo: cirurgia de ovário;
Cirurgia Séptica
Pode acontecer, ainda, uma cirurgia iniciada como asséptica tornar-se séptica, por
contaminação durante o ato cirúrgico. Exemplo: histerectomia com perfuração acidental de
alça intestinal.
As cirurgias minimamente invasivas vêm cada vez mais tomando o lugar das cirurgias
invasivas ou abertas, em todas as especialidades cirúrgicas, inovando técnicas e
conhecimentos, bem como o cuidado ao paciente e o manuseio com equipamentos e
instrumentais.
Cirurgia aberta:
1. Internação hospitalar;
2. 4 a 6 semanas de recuperação;
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3. Dor pós-operatória relacionada ao local da cirurgia, mais analgésicos;
Anestesia é o estado de total ausência de dor durante uma operação, um exame diagnóstico,
um curativo. Ela pode ser geral, isto é, para o corpo todo; ou parcial, também chamada
regional, quando apenas uma região do corpo é anestesiada.
Profundidade da anestesia:
Estágio II: No segundo estágio, são caracterizados por agitação psicomotora, gritos, falas,
risos, ou mesmo choro, o pulso torna-se rápido e respiração irregular, pode ser
freqüentemente evitado através da administração do anestésico EV. Estágio de delírio e
desaparecimento do reflexo palpebral,pupilas dilatadas e responde ao reflexo da luz.
Estágio III: anestesia cirúrgica, obtida através da administração contínua de vapor ou gás,
onde o cliente encontra-se inconsciente.
Estágio IV: é atingido quando for administrada uma quantidade excessiva de anestésico. Com
necessidade de intubação.
1. Anestesia Venosa: obtida pela injeção de anestésicos numa veia do paciente. Atinge
diretamente a corrente sangüínea e em seguida alcança o cérebro, onde o anestésico
realiza sua ação principal.
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2. Anestesia Inalatória: Anestesia feita pela inalação de gases e vapores anestésicos através
das vias aéreas. Nos pulmões, o anestésico é absorvido pela corrente sangüínea e daí
atinge o cérebro.
Tipos de anestésia
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Bloqueio plexular: o anestésico local atinge um plexo nervoso, como o utilizado no plexo
braquial;
O uso dos anestésicos locais, mormente com a lidocaína (a lidocaína em raquianestesia está
proscrita no Brasil exatamente pelas complicações citadas a seguir) o anestésico local
preconizado em raquianestesia há algum tempo é a bupivacaína 0.5% pesada com glicose a
8% (mais segura que a lidocaína hiperbárica a 5%), por meio desta técnica anestésica pode
propiciar o aparecimento da síndrome da cauda equina e de sintomas neurológicos transitórios
embora sejam complicações raras.o anestésico é depositado no espaço peridural, ou seja, o
anestesista não perfura a duramater. O anestésico se difunde nesse espaço, fixa-se no tecido
nervoso e bloqueia as raízes nervosas.
As diferenças entre raqui e peridural, são as quantidades totais de anestésicos, o local onde
cada anestésico é administrado e o tipo de agulha utilizada.
Vantagens da intubação:
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b. Redução do espaço morto;
e. Possibilidade de aspiração;
Antes da extubação:
a. aspirar secreções;
c. Desinsufla o balonete;
ASA 2 aponta para uma condição leve a moderada, que pode afetar a cirurgia ou anestesia,
mas não compromete a atividade normal do paciente – como hipertensão controlada
ASA 4 mostra uma desordem severa, que pode levar à morte e tem grande impacto na
anestesia e cirurgia – como insuficiência renal
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ASA 5 é usada para representar um paciente moribundo, que depende da operação para
sobreviver mais do que 24 horas
ASA 6 indica um paciente com morte cerebral, que terá os órgãos removidos para doação
cirúrgico. Cabe à enfermeira manter estreitas relações com pacientes, familiares e outros
1. PRÉ-OPERATÓRIO
PRÉ-OPERATÓRIA
A fase pré-operatória é aquela que vai desde a indicação cirúrgica até o momento anterior ao
ato cirúrgico.
Pré-operatório mediato
Corresponde às 24 horas anteriores à cirurgia e tem por objetivo preparar o cliente para o ato
cirúrgico mediante os seguintes procedimentos: jejum, limpeza intestinal, esvaziamento
vesical, preparo da pele e aplicação de medicação pré-anestésica.
Subdivide-se em mediato (desde a indicação para a cirurgia até o dia anterior a ela) e em
imediato (corresponde às 24 horas anteriores à cirurgia).
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sintomas e as precauções necessárias para evitar complicações pós-operatórias, ou seja,
abrange o período desde a indicação para a cirurgia até o dia anterior à mesma.
11. Orientar quanto a deambulação precoce, ensinar movimentos ativos dos membros
inferiores
12. Preparo do intestino quando indicado dias antes ou na noite anterior a cirurgia.
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Perguntar o que o paciente já sabe sobre a cirurgia. Fornecer informações e
complementar as orientações dadas pelo médico. Tirar dúvidas sobre cuidados pré-
operatórios prescritos pelo cirurgião como: banho pré-cirúrgico, tricotomia, limpeza
intestinal, interrupção ou continuidade de medicamentos, etc. Recomendar não usar
maquiagem, esmalte de unha ou objetos metálicos (joias, prendedores de cabelo,
medalhas, etc.);
Usar impressos, folhetos, webpages, vídeos, etc para facilitar essas orientações. Como
o paciente cirúrgico recebe orientações de múltiplos profissionais (cirurgião,
anestesista, médicos clínicos e especialistas, enfermeiros etc.), é preciso ter habilidade
para fazer uma orientação colaborativa, evitando controvérsia desnecessárias;
Explicar sobre a cirurgia e anestesia a ser usada, rotina e duração dos procedimentos,
documentos necessários à internação, relatórios, exames e guias que devem ser
levados, jejum e abstinência de bebidas alcoólicas, preparo específico. Pedir para
evitar trazer objetos de valor, para usar roupas e sapatos confortáveis;
2) Consentimento informado
Explicar e resolver sobre o consentimento informado que deve ser assinado pelo paciente e
pelo cirurgião. Essa atribuição é geralmente do médico e do pessoal administrativo. Compete
ao enfermeiro somente checar que foi cumprida. Em alguns serviços, o paciente só é admitido
no bloco cirúrgico ou mesmo no hospital se esse documento estiver assinado.
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3) Orientação sobre continuidade ou suspensão dos medicamentos de uso contínuo
Se a cirurgia for demorar meses, telefonar para o paciente uma semana antes para ver
se tem alguma dúvida.
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precisar de transfusão de plaquetas, além de reservar plaquetas para transfusão durante
a cirurgia;
Pacientes internados previamente devem ser levados para a sala de cirurgia cerca de
30 a 60 minutos antes do início da anestesia, vestido apenas com avental e gorro
devidamente coberto com cobertores suficientes (atenção ao ar condicionado do bloco
cirúrgico). Pertences e valores ficam com o acompanhante;
Para pacientes internados, os medicamentos a serem dados antes da cirurgia podem ser
prescritos sem horário exato especificado para ser dado quando o bloco cirúrgico
avisar que o horário da cirurgia está confirmado. Essa medicação de sedação ou
antibioticoterapia profilática deve estar preparada para ser dada assim que bloco
cirúrgico avisar. Se for deixada para fazer já no bloco, parte do seu efeito benéfico
será perdido;
Ao receber o paciente no bloco, tratá-lo pelo nome, mas pedir para ele repetir o nome
completo, data de nascimento, ou nome da mãe, o nome do cirurgião responsável, o
tipo de cirurgia que vai fazer e a lateralidade como primeira verificação do Checklist
Cirurgia Segura. Fazer essa checagem junto com o acompanhante. Pedir que o
paciente assinale na própria pele com caneta dermográfica o local da cirurgia para
assegurar a lateralidade, especificidade (qual dedo, por exemplo) ou altura (da coluna,
por exemplo). Perguntar se paciente ou acompanhante tem alguma dúvida ou
problema pendente. Conferi dados na pulseira de identificação e prontuário.
O paciente externo é encaminhado ao vestiário de pacientes onde deve tirar toda a sua
roupa e vestir o avental próprio, fechado na frente e amarrado atrás (desamarrado
antes de colocar o paciente na mesa cirúrgica) e gorro. Se o paciente for entrar
andando no bloco, providenciar propés para proteger seus pés descalços;
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Cuidar para que não fiquem objetos metálicos como prendedores de cabelos ou
medalhas, dentaduras e próteses dentárias móveis, etc. Apenas relatórios médicos,
exames e prontuários ficam com o paciente.
Combinar com os acompanhantes onde devem esperar, conferir com eles os pertences
e roupas do paciente entregues e deixar que se despeçam do paciente.
Pós-operatório
Subdivide-se em:
A unidade de Pós-Operatório (UPO) tem por principal objetivo atender aos pacientes vindos
da sala cirúrgica ou da Recuperação Pós-Anestésica (RPA) e que foram submetidos a
cirurgias eletivas - de uma única ou de várias especialidades. Nela também podem atender a
cirurgias de urgência e transplantes, conforme a estrutura organizacional da Instituição.
a. Aspiração traqueal
d. Posição no leito
b. PA
c. PVC
Posicionamento adequado
Administração de analgésico
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O período de recuperação anestésica é considerado crítico, pois os pacientes encontram-se
muitas vezes inconscientes, entorpecidos e com diminuição dos reflexos protetores.
A enfermagem deve estar voltada para a individualidade de cada paciente, desde a admissão,
até a alta da unidade. (prestando também informações aos familiares que aguarda notícias).
1. Estabilidade hemodinâmica
5. Estado de consciente
Pós-operatório mediato: após as 24 horas e até 7 dias depois; e tardio, após 7 dias do
recebimento da alta.
Reposição hidroeletrolítica
A reposição hidroeletrolítica depende da avaliação criteriosa dos ganhos e perdas sejam elas
mensuráveis ou não. A participação da equipe de enfermagem é fundamental pois a ela cabe
as anotações diárias que devem ser com qualidade e precisão.
✔ Peso
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✔ Edemas
✔ Pressão arterial
✔ Ausculta pulmonar
Suporte nutricional
Aos pacientes impossibilitados de receberem dieta oral ou enteral por tempo prolongado,
geralmente indica-se suporte nutricional por via parenteral.
Dor:
Acesso venoso
A grande maioria dos medicamentos administrados ao paciente critica é infundida por via
endovenosa, de maneira que a absorção seja previsível e o efeito se inicie rapidamente.
A escolha do cateter deve ser, preferencialmente de único lúmen, por diminuir o risco de
contaminação das conexões durante a manipulação; entretanto, dependendo do tipo de
cirurgia, condições do paciente e necessidade de infusões, pode ser indicada a utilização de
cateteres de dois ou três lumens.
O tipo de líquido infundido e a velocidade de infusão devem ser rigorosamente avaliados para
garantir a permeabilidade dos cateteres.
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O PÓS – OPERATÓRIO MEDIATO
1. As primeiras 24 horas após o ato cirúrgico (há dor mas com menos intesidade)
Inicia-se no momento em que o paciente sai do centro cirúrgico e retorna à enfermaria. Esta
assistência tem como objetivo detectar e prevenir a instalação de complicações pós-operatória
e consequentemente obter urna rápida recuperação.
2. Aquecê-lo, se necessário;
7. Controlar e anotar sinais vitais, bem como gotejamento de soro, sangue ou derivados;
12. Forçar ingesta líquida e sólida assim que a dieta for liberada;
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14. Trocar curativos;
15. Orientar paciente e a família para a alta, quanto à importância do retomo médico para
controle e cuidados a serem dispensados no domicílio como gesso, repouso, limpeza
adequada;
1. Díficil determinação
5. Orientação do autocuidado
5. Dor aguda caracterizado por evidencias observadas de dor / relato verbal da dor /
relacionado a agentes lesivos (biológicos, químicos, físicos e psicológicos).
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7. Risco de desequilíbrio na temperatura corporal caracterizado por medicamentos que
causam vasoconstrição / vasodilatação / desidratação / extremos de idade e peso /
inatividade / sedação.
8. Hipotermia Caracterizado por cianose nos leitos ungueais / pele fria / palidez /
preenchimento capilar lento / taquicardia / temperatura corporal abaixo dos parâmetros
normais / relacionado a desnutrição / doença / envelhecimento / inatividade /
medicamentos.
11. Desobstrução ineficaz das vias aéreas caracterizado por expectoração / dispneia /
ruídos adventícios respiratórios / tosse ineficaz ou ausente / relacionado a ASMA /
DPOC / tabagismo etc.
15. Risco para integridade da pele prejudicada caracterizado por todos os fatores citados
acima como potencial de risco.
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TEMA VI: FERIDAS E CURATIVOS
INTRODUÇÃO
Na Idade Contemporânea, com os avanços do século XIX e início do XX, surge Florence
Nightingale (1820 -1910) precursora da enfermagem, que atuou na Guerra da Criméia, evento
este que criou uma imensa demanda de curativos. Todos esses curativos eram lavados e
reutilizados muitas vezes. No século XIX desde que a relação entre bactérias e a infecção
ficou conhecida, iniciou-se tentativas no sentido de combatê-las quimicamente. Joseph Lister
(1827- 1912) introduziu a assepsia e utilizou pela primeira vez uma solução de fenol em
compressas e suturas conseguindo evitar as amputações e reduzir os índices de mortalidade.
Entre 1840 e a Segunda Guerra Mundial o foco para o tratamento de feridas foi o uso de anti-
sépticos e agentes tópicos com ação antimicrobiana e a proteção com cobertura seca. Nessa
fase eram usados anti-sépticos como: Líquido de Dakin; Eusol; Iodo; Ácido Carbólico (spray)
e Cloretos de mercúrio e alumínio. Sendo que, o maior avanço do século XX foi o advento
dos antibióticos, utilizados, por aplicação local através de pulverização ou por incorporação
do material no próprio curativo. Alexandre Fleming (1929) usou penicilinas para tratar
infecções, questionou o uso de anti-sépticos (antimicrobianos) devido a sua toxidade e outros
tipos de antibióticos foram sendo introduzidos.
4. Sintetizar a vitamina D;
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5. Agir como órgão dos sentidos.
CONCEITO DE FERIDAS
Assim, as células envolvidas nesta ferida tendem a se regenerarem para voltar à sua estrutura
e função normal.
CLASSIFICAÇÃO:
As feridas podem ser classificadas pela causa, pelo agente, pelo conteúdo microbiano e
profundidade da ferida. Estas formas de classificação não são excludentes, mas
complementares, e devem ser usadas, concomitantes, para a descrição e registro de qualquer
tipo de lesão.
a. Incisa: onde não há perda de tecido e as bordas são geralmente fechadas por sutura;
b. Por excisão: onde há remoção de uma área de pele, ex: área doadora de enxerto.
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b. Químico (por iodo, cosméticos, ácido sulfúrico, etc.);
III. Feridas Ulcerativas - são lesões escavadas, circunscritas na pele, formadas pela morte e
expulsão do tecido, resultantes de traumatismo ou doenças relacionadas com o impedimento
do suprimento sanguíneo.
O Termo úlcera de pele representa uma categoria de ferimento que inclui úlceras de
1. Incisas ou cortantes - são provocadas por agentes cortantes, como faca, bisturi, lâminas,
etc.; suas características são o predomínio do comprimento sobre a profundidade, bordas
regulares e nítidas, geralmente retilíneas. Na ferida incisa o corte geralmente possui
profundidade igual de um extremo à outro da lesão, sendo que na ferida cortante, a parte
mediana é mais profunda.
2. Perfurante ou puntiforme - são ocasionadas por agentes longos e pontiagudos como prego,
alfinete. Pode ser transfixante quando atravessa um órgão, estando sua gravidade na
importância deste órgão.
3. Corto-contusa - o agente não tem corte tão acentuado, sendo que a força do traumatismo é
que causa a penetração do instrumento, tendo como exemplo o machado.
4. Perfuro-contusas - são as ocasionadas por arma de fogo, podendo existir dois orifícios, o de
entrada e o de saída.
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C. Potencial de infecção ou conteúdo microbiano
D. Profundidade da ferida
A medida da profundidade pode ser feita utilizando-se um swab, dedo indicador enluvado,
pinça, sonda de aspiração, seringa de insulina estéril e sem agulha.
Estágio 3 – perda total da pele, com ou sem necrose de tecido subcutâneo, sem
comprometimento da fáscia muscular subjacente (a ferida apresenta-se
clinicamente como uma úlcera “cratera” profunda).
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G. Quanto à etiologia:
Feridas crônicas:
O tratamento é de longa duração, com custos elevados e com grande chance de recidivas o
que pode trazer insatisfação para pacientes e familiares. O diagnóstico médico irá subsidiar a
conduta terapêutica assim como a decisão sobre a possibilidade do manejo domiciliar ou
ambulatorial nas feridas complexas.
A úlcera por pressão é uma área de necrose celular localizada, que resulta da compressão do
tecido mole entre uma proeminência óssea e uma superfície dura por um
período prolongado de tempo. Outros termos também são usados com frequência como
úlcera de decúbito, escara, escara de decúbito, porém, por ser a pressão o agente principal
para a sua formação, o termo recomendado é úlcera por pressão.
O termo “escara” não deve ser utilizado para a definição, porque ele é usado para designar
apenas a parte necrótica ou crosta da ferida.
A região sacral e os calcâneos são os locais mais frequentes de aparecimento da úlcera por
pressão. Os indivíduos mais propensos à formação desse tipo de ferida são aqueles com
alterações da mobilidade; com alterações da percepção sensorial; com alterações da
circulação periférica; com alterações do nível de consciência; incontinentes;mal nutridos;
imunodeprimidos.
Os locais mais comuns de aparecimento dessa ferida são: região sacral, calcanhares,
Quatro princípios precisam ser considerados no tratamento local das úlceras de pressão:
3. Apoio ao paciente com feridas – o paciente precisa ser avaliado e monitorado quanto a
nutrição adequada. Infecções locais e sistêmicas precisam ser controladas ou
eliminadas.
h. Relacionados ao hospedeiro
Fatores locais:
1. Pressão contínua,
4. Isquemia
5. Corpo estranho
6. Hematoma,
7. Edema,
8. Seroma
Fatores sistêmicos
3. Desnutrição
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4. Deficiências de vitaminas C, A e K
5. Deficiência protéica
FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO
A pele é o maior órgão do corpo humano, tendo como principais funções: proteção contra
infecções, lesões ou traumas, raios solares e possui importante função no controle da
temperatura corpórea. A pele é subdividida em derme e epiderme. A epiderme,
histologicamente constituída das camadas basal, espinhosa, granulosa, lúcida e córnea é um
importante órgão sensorial. Na derme, encontramos os vasos sanguíneos, linfáticos, folículos
pilosos, glândulas sudoríparas e sebáceas, pelos e terminações nervosas, além de células
como: fibroblastos, mastócitos, monócitos, macrófagos, plasmócitos entre outros.
Processo cicatricial
Tipos da Cicatrização
Quando falamos nos tipos de cicatrização nos referimos à maneira pela qual a ferida é fechada
que é essencial para o processo de cicatrização.
Existem três formas pelas quais uma ferida pode cicatrizar, as quais dependem da quantidade
de tecido perdido ou danificado e da presença ou não de infecção.
Para que este tipo de cicatrização ocorra, é preciso além da perda mínima de tecido, a
ausência de sinais de infecção, drenagem mínima e pouco edema. Geralmente resulta em
lesão cicatricial quase imperceptível.
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O período de tempo necessário para a reconstrução do tecido depende do tipo e do tamanho
da ferida, sendo que nas feridas fechadas por primeira intenção pode ser de mais ou menos 24
dias.
Nestes casos, as bordas da ferida não podem ser aproximadas, e o curativo é utilizado para
tratamento da lesão, sendo indispensável a manutenção do leito da ferida úmido.
3-Cicatrização primária retardada ou por terceira intenção: Ocorre quando há fatores que
retardam o processo cicatricial por primeira intenção e há necessidade de deixar a lesão aberta
para drenagem ou para debelar uma infecção. Posterior ao tratamento, a lesão poderá ser
fechada por primeira intenção. É a união de duas superfícies de granulação Utilizada sempre
que se deseja a drenagem ou a vigilância de algum processo infeccioso Envolve maior perda
tecidual Resulta em dificuldade cicatricial devido ao processo inflamatório prolongado É
programada a união primária assim que cessa o problema.
Acontece quando qualquer fator retarda o processo de cicatrização, e passa a ser necessário
deixar a lesão aberta para drenagem ou para debelar possível infecção. Uma vez tratada, a
ferida poderá ser fechada.
Distúrbios locais:
3. Fatores vasculares: são entre outros, a congestão venosa e a isquemia arterial; isso
leva a um suprimento insuficiente de oxigênio e a deterioração do metabolismo dos
carboidratos, lipídeos e proteínas na área da lesão.
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cicatrização. O mesmo não acontece com a infecção clínica, que prolonga o estágio
inflamatório da cicatrização e deve ser tratada em todos os casos. Os agentes
etiológicos da infecção são bactérias, fungos e vírus. Aparentemente, ela também inibe
a capacidade de produção do colágeno pelos fibroblastos.
Distúrbios sistêmicos:
a. Deficiência protéica: que produz como efeito uma redução da resposta imunológica
humoral e celular, redução da fagocitose e da síntese de colágeno; entre os alimentos
ricos em proteínas estão os peixes, ovos, carnes, e leite.
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h. Estresse e Ansiedade: Eles provocam reações bioquímicas no organismo, levando a
uma redução na mobilidade dos granulócitos e dos macrófagos, impedindo sua
migração para a ferida. Isto acaba diminuindo a resposta inflamatória. Também são
retardadas a síntese do colágeno e a regeneração das células endoteliais.
i. Tabagismo - A nicotina é um vasoconstrictor, levando à isquemia tissular, sendo
também responsável por uma diminuição de fibroblastos e macrocófagos. O monóxido
de carbono diminui o transporte e o metabolismo do oxigênio. Clinicamente observa-
se cicatrização mais lenta em fumantes.
j. Hemorragia - O acúmulo de sangue cria espaços mortos que interferem com a
cicatrização.
k. Tensão na ferida - Vômitos, tosse, atividade física em demasia, produzem tensão e
interferem com a boa cicatrização das feridas.
Bordas
O ideal e desejável é encontrar a borda lisa, não enrolada e aderida ao leito da ferida.
As bordas devem ser mantidas úmidas, mas o excesso de umidade pode levar a maceração,
isso pode ocorrer por excesso de exsudato drenado que atinge a pele ou bordos da ferida ou
devido a banhos que ofereçam umidade exagerada.
Cisalhamento e Fricção:
É a associação da fricção (atrito da pele com a cama) É uma ação isolada (dano somente á
epiderme e derme) em lesão semelhante á queimadura. Com a gravidade, que empurra o
corpo para baixo isso leva a uma sobrecarga mecânica nas partes moles (principalmente em
proeminências ósseas). Quando a cabeceira é elevada, o esqueleto empurra o corpo para
baixo. Dessa forma, os vasos são esticados e o fluxo sanguíneo fica dificultado ou
interrompido, levando a UPP.
Maior freqüência em pacientes agitados ou que são arrastados no leito em vez de levantados.
a. Necrose branca/cinza: Pode aparecer antes da ferida abrir, a superfície da pele está
branca ou cinza;
b. Esfacelo amarelo, não aderido: Fino, substância mucinosa, espalhado por todo o leito
da ferida; facilmente separado do tecido da ferida;
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c. Esfacelo amarelo, frouxamente aderido: Espesso, viscoso, pedaços de fragmentos,
aderido ao leito da ferida;
e. Tecido preto / duro, firmemente aderido: Tecido firme e duro, fortemente aderido ao
leito e às bordas da ferida (como uma crosta dura / casca de ferida).
Exsudato da Ferida
1. Tipo de Exsudato:
e. Purulento pútrido: Espesso, de amarelo opaco para verde, com forte odor.
2. Quantidade de Exsudato:
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d. Moderada: Tecidos da ferida saturados; a drenagem pode ou não estar distribuída
uniformemente na ferida; a drenagem envolve > 25% para < 75% da cobertura;
O tratamento da ferida envolve, após verificação dos sinais vitais e de uma anamnese sucinta
sobre as condições em que ocorreram as lesões os seguinte tópicos:
1. Classificação das feriadas: se existe perda de substância, se há penetração da cavidade,
se há perda funcional ou se existe corpo estranho e a necessidade de exames
auxiliares.
2. Anti-sepsia: básicamente a irrigação vigorosa e intensa com soro fisiológico é bastante
eficaz para a diminuição da infecção.
3. Anestesia
4. Hemostasia, exploração e desbridamento: a hemostasia deve ser muitas vezes
realizada antes de qualquer outro procedimento, até em via pública.
5. Sutura da lesão.
A grande complicação das feridas é a sua infecção, sendo que os fatores predisponentes
podem ser locais ou gerais.
Os locais são:
1. Contaminação,
2. Presença de corpo estranho,
3. Técnica de sutura inadequada,
4. Tecido desvitalizado,
5. Hematoma e espaço morto.
Desbridamento ou Debridamento:
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Tecido Necrótico •É um tecido avascular, logo não sangra e o paciente não sente dor
no local. É um meio de infecção e não reage a antibioticoterapia sistêmica por ser
desvitalizado.Tecido necrótico e cicatrização não ocupam o mesmo lugar ao mesmo
tempo. Estimula um processo inflamatória exacerbado, com muita secreção e odor.
Fazer remoção de crostas, corpos estranhos, secreções e tecido necrosado.
2. Enzimático – utiliza agentes químicos que são seletivos para o tecido necrótico e causam
danos mínimos em tecidos saudáveis. Podem ser utilizados em feridas extensas com
quantidades moderadas de tecido necrótico. Nesse processo quem participa é o colágenase,
papaína e a fibrolisina.
4. Mecânico – Usam a força física para remover o tecido necrótico sendo produzido pela
fricção com pinça e gaze, pela retirada da gaze aderida ao leito da ferida ou pela hidroterapia
que força a remoção. A maioria das técnicas acaba por lesionar o tecido de granulação
também.
4. Hidroterapia
5. Curativo Úmido-Seco (Deixa gaze umidecido com SF 0,9% na necrose por 4 horas)
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PREVENINDO INFECÇÕES
Infecção
Obs. Técnica de coleta de material o Lesões superficiais – fungos; o Limpar a superfície com
S.F. 0,9%; o Raspar usando um bisturi as bordas da lesão; o Amostra do couro cabeludo inclui
cabelo; o Acondicionar em placa de Petri.
CURATIVOS
DEFINIÇÃO
I. Abertos
II. Fechados,
a. Úmidos
b. Secos.
Curativos secos destinam-se à cicatrização de feridas por primeira intenção com pouco
exsudato. Um enfermeiro, ao realizar a troca do curativo seco de uma incisão pós-operatória,
observa que a gaze está aderida em um ponto da linha da incisão, devido a um exsudato
sanguinolento antigo.
úmido
Orienta-se sempre manter meio úmido, não esfregar gaze na ferida e não secar. Deixar gaze
úmida de soro na ferida colocar apositos após gazes atadura etc. Por fim, o que for necessário
para fechar e fixar curativo.
5 tipos de curativos
Veja a seguir os tipos de curativos mais usados atualmente para as mais variadas feridas,
atendendo as necessidades de clientes de todas as idades ao redor do país.
Alginato
Alginato de cálcio com sódio é uma solução incolor e com rápida absorção pela pele, além de
facilitar no desbridamento da ferida. Por ser um gel, permite que o curativo fique úmido,
fazendo com que o machucado se cure rapidamente.
Além disso, induz a hemostasia, auxiliando na prevenção de qualquer coágulo e até mesmo
hemorragia. Tem uso indicado para feridas recentes, abertas e sangrando, com ou sem
infecção.
Hidrogel
Hidrogel pode ser encontrado em forma de pomada estéril para ajudar na cura de feridas, pois,
além de absorver água dos machucados, hidrata, ajuda na remoção de tecido morto e mantém
o machucado longe de bactérias.
Carvão ativado
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Com indicação diferente do que os últimos tipos de curativos, os de carvão ativado são
recomendados para quem passou por uma cirurgia recentemente ou também pessoas que, por
algum motivo, estão com infecção fúngica na ferida.
Com forte combate a odores gerados pelo machucado, esse curativo também tem o benefício
de eliminar o exsudato e auxiliar pacientes que precisam ficar muito tempo na cama.
Antissépticos
Seu uso é muito comum nos mais variados tipos de feridas, desde arranhões até lesões mais
complexas e que levam pontos.
Hidrocolóide
Com uso mais amplo, esse é um dos curativos mais utilizados, já que pode ser usado em
feridas, com necrose ou vitalizadas, em escoriações, queimaduras de primeiro ou segundo
grau e até mesmo úlceras e arranhões mais graves.
É muito indicado devido a seus benefícios, podendo citar o fato de deixar o pH da pele
equilibrado e proteger terminações nervosas.
Equilíbrio de líquidos nos compartimentos líquidos corporais, água corporaL total, volume
sanguíneo, espaço extracelular, espaço intracelular, mantidos por processos no corpo que
regulam a captação e excreção de água e eletrólitos, particularmente sódio e potássio.
O corpo humano pode mover os eletrólitos para dentro ou para fora das células, para ajustar
os níveis dos líquidos. A esse movimento, damos o nome de “equilíbrio eletrolítico” –
essencial para manter a proporção dos líquidos entre as células
Bem mais da metade do peso do corpo é composto por água. Os médicos consideram que a
água do corpo fica confinada em vários espaços, denominados compartimentos de líquidos.
Os três compartimentos principais são
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Sangue
Para funcionar normalmente, o corpo deve evitar que os níveis de líquido variem muito
nessas áreas.
Alguns distúrbios podem surgir se esse equilíbrio de eletrólitos for perturbado. Por
exemplo, um desequilíbrio eletrolítico pode ser causado por:
Basicamente, os eletrólitos são minerais eletricamente carregados. Eles são responsáveis pela
condução de eletricidade, que é necessária para a condução de diversas funções orgânicas
corporais. Isso ocorre quando eles estão dissolvidos em líquido, como, por exemplo, no
sangue.Os eletrólitos presentes no corpo humano são: o sódio, o potássio, o cálcio, o
magnésio, o bicarbonato e tantos outros.
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As células do corpo humano (principalmente dos nervos, do coração e dos músculos) os
utilizam para manter as voltagens elétricas de suas membranas e para transmitir os impulsos
elétricos para outras células.
Água total do organismo Embora a concentração dos íons de uma solução seja rapidamente
determinada laboratorialmente,é bom ressaltar que os volumes dos vários compartimentos
hídricos têm uma importância ainda maior no tratamento cirúrgico. Embora a extensão e as
distorções presentes nestes volumes hídricos não sejam prontamente determinadas por medida
direta, é essencial um conhecimento das várias subdivisões da água total do organismo para
compreender e tratar os problemas hidroeletrolíticos mais complexos.
A água representa 50 a 60% do peso corporal, estando presente, em maior quantidade, nas
pessoas magras, e, em menor quantidade, nas obesas. As mulheres têm uma percentagem
menor de água total no organismo devido à maior quantidade de tecido adiposo subcutâneo. A
água do organismo pode ser dividida em compartimentos:
No meio extracelular possui uma concentração maior de sódio enquanto no meio intracelular
possui maior concentração de potássio. Para manter o equilíbrio da célula com a manutenção
das concentrações, as proteínas realizam a captura dos íons de sódio no citoplasma e os
bombeiam para fora das células.
Essa perda pode ocorrer pelo suor excessivo, pela poliúria (excesso de urina), pelos
vômitos e pela diarreia.
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Estes eletrólitos precisam ser repostos rapidamente para que o funcionamento
correto do organismo não seja comprometido.
EQUILIBRIO- ACIDO-BASICO
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Com isso, temos que o pH normal varia de 7,35 – 7,45.
Se tivermos um valor de bases menor que -3, o organismo está perdendo bases por um
distúrbio primário (acidose metabólica) ou compensatório (alcalose respiratória – excreção
maior de bases para compensar uma diminuição da PCO2).
Caso tenhamos um valor superior a +3, há um aumento do total de bases, ou seja, o organismo
está retendo bases podendo indicar um distúrbio primário (alcalose metabólica) ou
compensatório (acidose respiratória – retenção de bases para compensar um aumento de
PCO2).
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TEMA VII: CENTRO DE MATERIAL
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Desinfeção: é o processo pelo qual se destroem particularmente os germes patogênicos e/ou se
inativa sua toxina ou se inibe o seu desenvolvimento. Os esporos não são necessariamente
destruídos.
Esterilizantes: são meios físicos (calor, filtração, radiações, etc.) capazes de matar os esporos
e a forma vegetativa, isto é, destruir todas as formas microscópicas de vida.
Germicidas: são meios químicos utilizados para destruir todas as formas microscópicas de
vida e são designados pelos sufixos "cida" ou "lise", como por exemplo, bactericida,
fungicida, viricida, bacteriólise etc.
Atividades
b. Desinfeção - Meios empregados para destruir os germes na sua forma vegetativa. Ela
pode ou não destruir os esporos.
Material cirúrgico
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É todo o conjunto de objetos, instrumentos e equipamentos que entram em contato direto ou
indireto com a região operatória, utilizados para a execução de determinado procedimento
cirúrgico.
Sua classificação é de acordo com a sua função ou uso principal, visto que muitos
equipamentos têm mais de uma utilidade.
Limpeza do material
É realizada no expurgo, por meio de máquinas, ou então manualmente, como é mais comum.
uma solução química desinfetante, que seja comprovadamente ativa em presença de matéria
orgânica. Deixar por um período de 30 minutos.
Material de borracha.
Material de aço inoxidável
No caso de se usar processo manual, e necessário obedecer a esses passos: imergir o
Material de borracha
A Limpeza de sondas, drenos, cânulas e tubos de borracha são feita mais comumente pelo
processo manual. Esse processo consiste em:
1. Colocar o material numa bacia com água fria e detergente, ou detergente enzimático,
preenchendo o interior de cada um com auxílio de lima seringa. Deixar nessa solução
por 15 minutos;
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2. Lavar esse material, interna e externamente, com água corrente, de preferência em
torneira com bico de pressão;
Por segurança, a maior parte dos hospitais só trabalha com luvas novas. No caso de elas
1. Colocar as luvas num balde com água fria pura, e deixa-Ias de molho para retirar o
sangue;
2. Passar as luvas para outro balde com solução neutra e suave, esfregando-as
delicadamente;
4. Colocar as luvas para secarem suporte especial, virando-as, para secarem interna e
externamente;
desencrostante, pois esta provoca mudança em sua coloração e torna-o pegajoso. No caso das
luvas, por exemplo, que sofrer muito a ação dessas substâncias, recomenda-se o uso de sabão
neutro e suave.
Preparo do material
as especificações.
No local de preparo do material, vários cuidados devem ser tomados para acondicioná-lo
Esterilização do material
grupos: os métodos físicos e os métodos químicos. Abordaremos vários desses métodos, uma
vez que esteé um assunto importante e necessário para todo o pessoal de enfermagem.
1. CALOR ÚMIDO,
2. CALOR SECO
3. RADIAÇÃO.
CALOR ÚMIDO
Lembramos que a água em ebulição, utilizada durante muito tempo como método
esterilização pelo calor úmido, é considerada atualmente um método físico de desinfeção.
Mas para cumprir essa função é necessário o artigo ficar imerso e em ebulição por um mínimo
de 30 minutos.
O método de esterilização pelo calor úmido é o mais seguro e também o mais utilizado para
esterilizar a maior parte dos materiais médico-hospitalares. Sua deficiência depende da
penetração do vapor saturado sob pressão nos pacotes ou caixas, a uma determinada
53
temperatura, durante um certo tempo. Cada tipo de material exige um tempo de exposição
diferente e um determinado grau de temperatura.
Nesses casos, o vapor saturado sob pressão circular, sem penetrar, na superfície dos materiais.
Quando o volume de material e reduzido, o tempo de exposição necessário é, em geral, de 15
minutos, a temperatura é de 121°C e a pressão e de 1,5 atmosferas.
Esses materiais são espessos, formados por fibras e, por isso, exigem a penetração do
vapor saturado em todas as camadas de sua espessura. O tempo de exposição para eles é de 30
minutos, a temperatura também deve ser de 121ºC e a pressão de 1,5 atmosferas.
A gaze furacinada não pode ser colocada em autoclave, pois o furacina perde o efeito, quando
exposto a altas temperaturas. O correto é aplicar o furacina na gaze já autoclavado, e somente
no momento do curativo.
As autoclaves que atualmente existem no mercado são de vários tipos. As mais modernas
operam a temperaturas acima de 121°C, sendo o tempo total do seu cicio bem menor. Além
disso, reduzem a deterioração de materiais de borracha, tecido e de elementos cortantes.
Portanto, ao se utilizar uma autoclave deve-se observar o tempo, a temperatura e a pressão
recomendados pelo fabricante. As desvantagens dessas autoclaves mais sofisticadas estão no
seu elevado custo e na complexidade de seu funcionamento, exigindo manutenção
especializada.
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3. Dispor o material adequadamente na autoclave. Os pacotes maiores devem estar na
parte superior, e os menores na parte inferior do carro móvel do aparelho, deixando
suficiente espaço entre eles;
4. Tomar cuidado para que o material não encoste nas paredes da autoclave,
principalmente o de borracha.
2. Não colocar os invólucros ainda quentes sobre superfícies frias, pois a condensação
possibilita a penetração de bactérias, contaminando, assim, os conteúdos. Recomenda-
se, portanto, que os invólucros esfriem sobre o carro da autoclave;
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TEMA VIII: INSTRUMENTAL CIRÚRGICO
Preparo:
caixa e envolve-la com cobertura de algodão cru. Proteger as lâminas de bisturi e pontas de
tesouras com gaze.
Cuidados e observações:
Agulhas de sutura
Preparo:
Ordenar as agulhas sobre uma gaze e acondicioná-lasem estojo perfurado, envolvendo-o com
cobertura de algodão cru.
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Tempo de exposição: 15 minutos
Cuidados e observações:
Agulhas de punção
Preparo:
Preparo:
Pacotes de curativo
Preparo:
Colocar cerca de 10 folhas de gaze sobre a cobertura de algodão cru e, sabre elas, uma
pinço hemostática (tipo Pean, Kelly ou Crile) e uma tipo dissecção. Dar uma dobra na
cobertura para cobri-los totalmente e, em seguida, colocar outra pinça hemostática e algumas
gazes. Terminar o pacote como de rotina
Aventais
Preparo:
Campos
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Preparo: empacotar os campos individualmente ou formando um conjunto de campos de
diversos tamanhos. Depois, envolve-los com a cobertura de algodão cru.
Cuidados e observações: os pacotes não devem ser muito grandes e nem muito apertados. O
volume não pode ultrapassar 0,30 x 0,30 x 0,50cm.
Compressas
Preparo:
Gaze em folha
Preparo:
Algodão
Preparo:
Cuidados e observações: colocar os pacotes na parte superior da autoclave, para evitar quebra.
1ª opção de preparo:
Empacotar várias sondas com cobertura de algodão cru, confeccionada de maneira a separar
uma sonda da outra.
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Tempo de exposição: 15 minutos.
2ª opção de preparo:
Cuidados e observações: evitar misturar material de borracha com outro tipo de material em
um mesmo pacote, pois a borracha cola-se em outros materiais.
Tubos de látex
Preparo:
levemente com gaze, envolver com compressas e empacotá-los, com cobertura de algodão cru
ou em filme poliamida
Luvas
Preparo:
Testar as luvas para ver se não há furos, separá-las por número, estocá-las e emparceirá-las.
Depois, virar aproximadamente 4 cm de seus para fora, colocar uma tira de gaze no seu
interior para facilitar a entrada do vapor. Introduzir as luvas em envelopes apropriados de
algodão cru ou, papel kraft ou filme poliamida, com as palmas voltados para cima e os
polegares, para fora. Colocar uma gaze com talco entre os dois bolsos do envelope, para
lubrificação das mãos.
Escovas
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Preparo:
Preparo:
Enrolar os tubos sem angulação ou dobras e amarrá-los levemente com uma tira de gaze.
Envolver os tubos com compressa, antes de empacotá-los com a cobertura de algodão cru.
Cuidados e observações: deixar a autoclave fechada até que esfrie completamente, para os
tubos não ficarem leitosos.
Água
Preparo:
Cuidados e observação: não misturar a carga de água com outras cargas. Dispensar o período
de secagem e deixar os frascos no autoclave até que esfriem. Usar máscara ou tampar os
frascos, após a esterilização.
CALOR SECO
É oportuno Lembrar que a gaze furacinada também não deve ser esterilizada em estufa, pelos
mesmos motivos já mencionados para o caso da esterilização em autoclave.
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3. Controlar a temperatura e marcar o tempo de exposição, após ligar o aparelho. O
tempo é de 2 horas, contado a partir do momento em que o termômetro atinge a
temperatura dee 160°C;
RADIAÇÃO
A esterilização por radiação é obtida através dos raios gama e cobalto 60. É um método
3. Tem um longo tempo de validade, desde que o invólucro não seja rasgado, molhado
ou perfurado.
Esse método de esterilização é caro e complexo, não sendo utilizado em hospitais, mas sim
em indústrias especializadas em material médico-hospitalar. O raio gama e o cobalto 60
destinam-se, especialmente, a esterilização de materiais descartáveis como seringas, agulhas,
gazes, drenos, sondas, tubos, fios cirúrgicos e material de implante, como próteses cardíacas e
ortopédicas.
São aqueles que utilizam produtos químicos, tanto em forma de gases como de líquidos.
A esterilização pelo óxido de etileno é feita em autoclave própria. E um processo bem mais
complexo do que o de calor seco ou úmido, pois, além dos fatores temperatura e tempo, são
igualmente importantes a concentração do gás e a umidade relativa.
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Entretanto, muitos estabelecimentos de saúde públicos e privados do país, além de não
disporem de esterilização com o óxido de etileno, tem dificuldade para contratar esse serviço,
até mesmo pela falta de empresas especializadas em sua localidade.
indicada somente para aqueles materiais que não podem sofrer a ação do calor, mas que
suportam o meio líquido, e ainda quando não se, dispõe da esterilização pelo óxido de etileno.
São exemplos desses materiais: plástico, acrílico e polietileno.
Ao tratar dos produtos químicos, não podemos deixar de mencionar que muitos deles estão
disponíveis no mercado, mas nem sempre oferecem indicação clara de seus efeitos e
instruções sobre o correto modo de usá-los, gerando dúvidas quanto ao seu emprego.
Por isso é importante saber que a ação de um produto químico e líquido depende de três
fatores:
1. Contato: para um germicida exercer sua ação, é imprescindível que tenha contato com
os microrganismos. Esse contato é dificultado por gorduras e matéria orgânica, como
sangue e pus, daí a necessidade de Limpar adequadamente o material e expor todas as
superfícies à ação do produto. Caso o artigo a ser esterilizado apresente superfícies
ocas, é preciso cuidar para que o produto químico preencha todas elas.
2. Concentração: cada substância germicida tem seu maior poder de ação numa
concentração específica. Por isso, é indispensável à secagem do material, antes de
imergi-Io na solução química. Caso contrário, a substância ficara diluída, reduzindo,
assim, o seu poder de ação.
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1. Anotar a data e o horário em que o material foi colocado na solução e o tempo de
permanência;
vários os fatores a considerar no uso de cada um deles. Assim, a escolha do produto fica a
critério do serviço hospitalar, devendo essa escolha estar de acordo com as exigências da
legislação em vigor.
Os testes precisam ser feitos sempre na primeira carga do dia. Também é necessário realizar
esses testes toda vez que terminar uma manutenção preventiva ou corretiva dos
prateleiras, etc.
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É importante atentar para o fato de que a área de armazenagem do material estéril deve
ser o mais seca possível, uma vez que a umidade altera o prazo de validade da esterilização.
material esterilizado para todas as unidades ou hospital. A distribuição pode ser feita pelo
sistema de troca ou por outro sistema adotado pela rotina do hospital.
A infecção é uma complicação inerente ao ato cirúrgico e se faz necessário um grande esforço
para mantê-la sob controle e em níveis aceitáveis, dentro dos padrões de uma determinada
instituição hospitalar, de tal modo que a análise de seus índices constitui, hoje, um parâmetro
de controle de qualidade do serviço prestado por um hospital.
A sala cirúrgica deve ser completamente limpa e livre de poeira, por meio de:
d. Usar um pano com solução desinfetante para passar em todo equipamento e mobília;
64
TEMA IX: INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA
O ato cirúrgico era praticado bem antes do aparecimento de instrumental sofisticado, sendo
utilizados bisturis de pedra, pederneiros amolados e dentes de animais. Com a utilização do
aço inoxidável, foi propiciado um material superior para a fabricação de instrumentais
cirúrgicos.
A forma dos instrumentais tem sido criada com base na capacidade de o cirurgião visualizar,
manobrar, diagnosticar e manipular o tecido com uma instrumentação cada vez menor.
Contudo, a consequência de uma melhor forma dos instrumentais é o alto custo, menos
disponibilidade de instrumentação parecida, maior dificuldade na limpeza e cuidados e uma
necessidade cada vez mais frequente de manusear e cuidar adequadamente do material.
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cirúrgicas; e associado a esse fato o pessoal de enfermagem suficiente e habilitado no
manuseio dos mesmos.
1. Diérese, que significa dividir, separar ou cortar os tecidos através do bisturi, bisturi
elétrico, tesoura, serra ou laser. (Bisturi, tesouras, trépano). Apresenta como objetivo criar
vias de acesso através dos tecidos por meio de bisturis e tesouras. Criadas essas vias, faz-se
necessária a manipulação de algumas estruturas, o que é desempenhado durante a preensão,
com as pinças de preensão.
4. A etapa final é a síntese cirúrgica, com a aproximação das bordas da ferida operatória
através de sutura, adesivos e/ou ataduras. agulha de sutura presa no porta-agulha.
Instrumentais de diérese:
Diérese é a manobra cirúrgica destinada a promover uma via de acesso através dos tecidos.
Constituídos fundamentalmente pelos bisturis e tesouras.
Bisturi:
É utilizado para incisões ou dissecções de estruturas. Caracterizado por um cabo reto, com
uma extremidade mais estreita chamada colo, no qual é acoplada uma variedade de lâminas
descartáveis e removíveis. O tamanho e o formato das lâminas e dos colos dos cabos dos
bisturis são adaptados aos diversos tipos de incisões, sendo principalmente utilizados os cabos
de número 3 e 4.O cabo nº 3 é destinado para lâminas pequenas, das de número 9 às de
número 17, em incisões mais delicadas. Já o cabo número 4 é destinado para lâminas maiores,
das de número 18 às de número 50.
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Tesouras:
Têm como função principal efetuar a secção ou a divulsão de tecidos orgânicos, além de
seccionar materiais cirúrgicos, como gaze, fios, borracha, entre outros. As tesouras variam no
tamanho (longas, médias ou curtas), no formato da ponta (pontiagudas, rombas ou mistas) e
na curvatura (retas ou curvas), cada uma com uma finalidade específica, adequada a cada fase
do ato operatório e à especialidade cirúrgica.
Tesoura de Metzenbaum: pode ser reta ou curva, sendo utilizada para a diérese
de tecidos orgânicos, uma vez que é considerada menos traumática, por apresentar sua
extremidade distal mais delicada e estreita.
Tesoura de Mayo: também pode ser reta ou curva, sendo utilizada para a secção de
fios e outros materiais cirúrgicos em superfícies ou em cavidades, uma vez que é
considerada mais traumática que a de Metzenbaum, por apresentar sua extremidade
distal mais grosseira.
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Instrumentais de preensão
São basicamente constituídos pelas pinças de preensão, que são destinadas à manipulação e à
apreensão de órgãos, tecidos ou estruturas.
Pinça de Adson:
A pinça de Adson, por apresentar uma extremidade distal estreita e dessa forma, uma menor
superfície de contato, é utilizada em cirurgias mais delicadas, como as pediátricas. É
encontrada em três versões:
1. A traumática, a qual possui ranhuras finas e transversais na face interna de sua ponta;
3. Dente-de-rato, com dentes na ponta que lembram os de um roedor, sendo esta última
utilizada para a preensão de aponeurose, uma vez que é considerada mais traumática
que a pinça anatômica.
Instrumentais de hemostasia
tesouras.
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O sangramento de capilares pode ser estancado pela aplicação de substância hemostática no
local.ex, a cera para osso - utilizada para estancar o sangramento ósseo nas cirurgias
ortopédicas e neurocirurgias. Outro recurso é o bisturi elétrico, que pode ser utilizado com a
função de coagulação e secção (corte) dos tecidos, através da aplicação local de descargas
elétricas.
Instrumentais de exposição
São representados por afastadores, que são elementos mecânicos destinados a facilitar a
exposição do campo operatório, afastando as bordas da ferida operatória e outras estruturas,
de forma a permitir a exposição de planos anatômicos ou órgãos subjacentes, facilitando o
ato operatório.
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a. Afastador de Gosset ou Laparostato:utilizado em cirurgias abdominais. Deve ser
manipulado em sua extremidade proximal, para que semovimente, uma vez que a distal,
que entra em contato com as estruturas a serem afastadas não cede a pressões laterais.
afastador dinâmico.
Fios cirúrgicos com ou sem agulhas, e sua numeração varia de 1 a 5 e de 0-0 a 12-0 (doze-
zero).
Classificados
Instrumentais especiais
Pinça de Duval: apresenta extremidade distal semelhante ao formato de uma letra “D”, com
ranhuras longitudinais ao longo da face interna dê sua ponta. Por apresentar ampla
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Clamp Intestinal: apresenta ranhuras longitudinais (sendo este modelo pouco traumático) ou
transversais ao longo da face interna de sua ponta. É utilizado na interrupção do trânsito
intestinal, o que o classifica como instrumental de coproestase.
Fórceps: utilizado em cirurgias obstétricas, apresenta ramos articulados, com grandes aros em
sua extremidade, para o encaixe na cabeça do concepto durante partos em que o mesmo esteja
mal posicionado ou com outras complicações. Quando desarticulado, é utilizado em
cesarianas, no auxílio da retirada do neonato.
Pinça de Backaus:é também denominada de pinça de campo, devido sua função de fixar os
campos operatórios entre si.
Pinça de Babcock: Possui argolas e cremalheiras. Na extremidade distal possui uma pequena
superfície de contato o que a torna pouco traumática. Dessa forma, pode ser utilizada na
manipulação de alças intestinais.
instrumentais de síntese
71
mesmos. Além dos porta-agulhas, outros materiais são utilizados na síntese, como os fios,
agulhas e fios agulhados.
Deve ser feita de forma padronizada, de acordo coma ordem de utilização dos instrumentais
no ato operatório, a fim de se facilitar o acesso aos mesmos. Durante a arrumação da mesa, é
necessário imaginá-la dividida em 6 setores, correspondentes aos tempos operatórios, que
iniciam a partir da diérese, que é representada pelos bisturis e pelas tesouras. Em seguida,
apresenta-se setor de preensão, com as pinças de preensão, seguidas do setor de hemostasia,
que abriga materiais como gazes, compressas e fios para ligadura, bem como as pinças
hemostáticas. Segue-se, então, como setor de exposição, com os afastadores. O setor especial
apresenta instrumental que variam de acordo com o tipo de cirurgia. O sexto e último setor
corresponde ao tempo de síntese, abrigando, portanto, materiais como agulhas e os fios e os
porta-agulhas.
O sentido de arrumação da mesa varia de acordo comos tipos de cirurgia. Nos casos de
cirurgia supra-umbilicais, em que o cirurgião deve estar a direita do paciente, tendo o
primeiro auxiliar a sua frente e o instrumentador ao lado deste, a mesa deve ser organizada
em sentido horário. Há cirurgiões que optam pela mesa de Mayo, uma mesa de
instrumentação auxiliar, com suporte lateral colocada sobre as pernas do paciente.
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Equipamentos especiais:
Até algumas décadas atrás, a medicina dispunha de apenas dois métodos visuais de
diagnóstico além da laparotomia: a radiologia e a laparoscopia. Com o desenvolvimento
tecnológico dos últimos anos, surgiram outros métodos importantes: a cintilografia, a
ultrassonografia, a tomografia e a ressonância magnética. A introdução dessas novas técnicas
não invasivas causou uma certa redução no número de indicações do exame laparoscópico,
mas ao mesmo tempo, a integração da laparoscopia com essas novas técnicas aumentou o
rendimento diagnóstico.
Fios cirúrgicos
Um fio ideal deve ter, baixo custo, grande resistência à tração e torção, ausência de reação
tecidual, calibre fino e regular, esterilização fácil e também ser mole, flexível, pouco elástico
e resistente á esterilização.
Os fios cirúrgicos são vendidos de acordo com um comprimento padrão, de 45 a 140 cm, e
cada fabricante, para cada fio identifica, na embalagem, as especificações do fio que ela
contém, tais como o material de que é feito, comprimento, se está acoplado a uma agulha e
que tipo de agulha contém. Os fios são comercializados já esterilizados e com data de
validade para sua utilização. As embalagens de fios cirúrgicos podem conter um único fio ou
vários.
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Os fios podem estar acoplados a uma agulha, para facilitar seu uso. Neste caso, o calibre da
agulha deve ser semelhante ao calibre do fio. Existem fios com uma e com duas agulhas.
O calibre dos fios cirúrgicos é identificado pela quantidade de números zero, 1-0; 2-0; 3-0; 4-
0; etc. Quanto maior o número de zeros menor é o calibre dofio, até 12-0, o de diâmetro
0,001mm.
Nós cirúrgicos
Os eles consistem no cruzamento dos fios, formando uma laçada e na passagem de um dos
fios através dessa laçada e, então, com um fio de cada lado pode-se aproximá-los, fechando a
laçada.
A posição das mãos e a escolha do dedo que irá executar o nó depende de como o fio deve
fechar a laçada. Ressalta-se que o nó realizado sem se preocupar com este detalhe pode se
transformar em uma zona de fraqueza, com o risco de se romper durante o procedimento
cirúrgico ou após terminada a cirurgia causando deiscência da ferida operatória.
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Os eles podem ser realizados com uma ou duas passagens pela mesma laçada. O com uma
passagem apenas é um nó deslizante, pois pode-se reajustar a tensão, mesmo depois de
realizado. O nó com duas passagens pela laçada, não desliza, e, portanto, é utilizado quando
não se deseja ou não pode haver afrouxamento do primeiro nó. É utilizado para aproximação
de estruturas sob tensão.
Suturas
3. Retas.
1. Cilíndricas,
2. Triangulares
3. Prismáticas
As agulhas de sutura foram projetadas para penetrar e transpassar os tecidos levando, através
destes, fios de sutura. Conforme a forma do corpo da agulha e de sua ponta, diferentes tipos
de lesões serão produzidos nos tecidos. Portanto a escolha da agulha
c. O fio não precisa ter força tênsil muito superior à resistência do tecido no qual é
passado.
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d. Não aproximar bordas sob tensão.
INTRODUÇÃO
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As queimaduras são lesões freqüentes e mesmo quando não levam a óbito, produzem grande
sofrimento físico e muitas vezes requerem tratamentos que duram meses ou mesmo anos,
além disso, seqüelas físicas e psicológicas são comuns.
DEFINIÇÃO
Queimaduras são lesões dos tecidos orgânicos em decorrência de trauma de origem térmica
resultante da exposição a chamas, líquidos quentes, superfícies quentes, frio, substâncias
químicas, radiação, atrito, fricção ou certos animais e vegetais,.
em tratamento ambulatorial até o óbito. A partir destes conceitos entendemos que a gama de
morbidade é mais ampla do que se pode imaginar, não significando a queimadura apenas uma
lesão restrita á superfície cutânea, pois profundas alterações metabólicas, hemodinâmicas,
psicológicas ou funcionais alteram totalmente a vida do cliente.
FISIOPATOLOGIA
ETIOLOGIA
1. Queimaduras térmicas: são as queimaduras mais comuns, causadas pelo calor, podem
ser causadas por gases, sólidos ou líquidos quentes.
2. Queimaduras químicas: são causadas por ácidos ou álcalis e podem ser graves;
necessitam de um correto atendimento pré-hospitalar, pois o manejo inadequado pode
agravar as lesões.
4. Queimaduras por radiação: podem ser causadas pelos raios ultravioletas (UV), pelos
Raios X ou por radiações ionizantes.
As dimensões e a profundidade de uma queimadura são uma função do agente que gerou a
queimadura, de sua temperatura e da duração da exposição. Para proceder ao primeiro
atendimento e prevenir complicações no paciente queimado é fundamental a classificação de
lesão quanto à dimensão, localização, a profundidade e a gravidade.
Essas podem ser classificadas segundo o dano tecidual ocorrido, tais como, queimaduras de
primeiro, segundo e terceiro graus.
Atinge a epiderme (camada mais externa) e não provoca alterações na hemodinâmica. A pele
queimada fica dolorosa e avermelhada e não há formação de bolhas. Em sete dias ocorre uma
cicatrização sem fibroses.
Clinicamente são lesões secas, caracterizadas por intenso eritema e dor local sem a presença
de bolhas ou flictenas. Elas não representam risco de vida e normalmente não necessitam de
reposição volêmica endovenosa.Um bom exemplo é a queimadura solar.
Queimadura que atinge tanto a derme quanto a epiderme. A característica mais marcante é a
presença de bolhas.
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Atinge epiderme e superfície da derme apresentando lesões bolhosas eritematosas.
As camadas mais profundas da derme são poupadas, da mesma forma que os folículos pilosos
e as glândulas sudoríparas e sebáceas.
Formam-se bolhas, sob as quais a pele fica vermelha e úmida, e as queimaduras são muito
dolorosas ao toque. Caso as bolhas se rompam, a ferida permanece úmida. As feridas
cicatrizam de 14 a 21 dias e podem ou não deixar uma cicatriz.
Acomete também uma porção mais profunda da derme. A pele tem um aspecto bolhoso e
chamuscado, e fica hipersensível..
É uma queimadura que acomete todas as camadas da pele e pode atingir também outros
tecidos (gordura subcutânea, músculos e ossos). A lesão característica apresenta-se com
aspecto duro, inelástico, esbranquiçado ou marmóreo, perda de sensibilidade no local e
presença de vasos trombosados. A pele fica chamuscada, pálida, indolor e com consistência
de couro. Esse tipo de queimadura não cicatriza espontaneamente. São necessários correção
cirúrgica e/ou enxertos cutâneos e permanecem cicatrizes residuais significativas.
2. Queimaduras que envolvem a face, mãos, pés, genitália, períneo e/ou articulações
importantes;
5. Queimaduras químicas;
8. Qualquer paciente com queimaduras e trauma concomitante (tais como fraturas, etc.)
no qual a queimadura apresenta o maior risco de morbidade ou mortalidade;
2. Queimaduras de segundo grau com área corporal atingida até 5% em crianças menores
de 12 anos e 10% em maiores de 12 anos.
1. Queimaduras de segundo grau com área corporal atingida entre 5% a 15% em menores
de 12 anos e 10% e 20% em maiores de 12 anos, ou
2. Queimaduras de terceiro grau com até 10% da área corporal atingida em adultos,
quando não envolver face ou mão ou períneo ou pé, e menor que 5% nos menores de
12 anos, ou
1. Queimaduras de segundo grau com área corporal atingida maior do que 15% em
menores de 12 anos ou maior de 20% em maiores de 12 anos, ou
2. Queimaduras de terceiro grau com mais de 10% da área corporal atingida no adulto e
maior que 5% nos menores de 12 anos, ou
3. Queimaduras de períneo, ou
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4. Queimaduras por corrente elétrica, ou
Falamos de grande queimado sobre um paciente que tem pelo menos 20% da area corporeal
queimada. dentro desse grupo, existe um grupo de pacientes de pior prognostico:
Observação: É considerado também como grande queimado o paciente que for vítima de
queimadura de qualquer extensão que tenha associada a esta lesão uma condição clínica que
possa deteriorar seu estado geral.
Neste método, o corpo é dividido em pequenas áreas para indicar a extensão da queimadura; a
idade da vítima é analisada, visto que existe uma diferença acentuada entre o perímetro
cefálico de uma criança e de um adulto, e fazer a classificação da extensão baseada na
generalização dos membros pode ocasionar superestimação da região queimada,
conseqüentemente, capaz de prejudicar o tratamento.
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2. Regra dos nove desenvolvida por Polask e Tennison em 1961:
A regra dos nove é um método mais rápido, utilizada em casos de emergência, onde se calcula
a profundidade e o grau da área queimada. Divide-se o corpo em múltiplos de nove; a cabeça
e os membros superiores (MMSS) valem 9% cada um, o tórax anterior e posterior e cada
membro inferior valem 18% e o períneo 1%.
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AREA ADULTO % CRIANÇA %
Cabeça e pescoço 9 18
Tronco anterior 18 18
Tronco posterior 18 18
Genitália 1 1
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A localização da queimadura é importante para a cicatrização e reabilitação geral, vítimas de
queimaduras no rosto, olhos, orelhas, mãos, pés, ou área genital, mesmo que sejam de menor
grau, exigem geralmente hospitalização e cuidados especiais, por que essas são áreas
importantes onde se desejam cicatrizações rápidas, não infectadas, com fibrose mínima. As
queimaduras faciais podem envolver edema e apresentar problemas para os cuidados com as
vias aéreas. As queimaduras do períneo são difíceis, quando não impossíveis de evitar
infecção. O edema também pode ser um problema e o paciente necessita ser sondado o mais
rápido possível.
Segurança da equipe: A primeira preocupação da equipe deve ser com sua própria
segurança, e isto se aplica a qualquer situação, mas deve ser reforçada ao se atender
vítimas de queimaduras que estejam em ambientes hostis. Deve-se ter cuidados com
chamas, gases tóxicos e fumaça, e para o risco de desabamento e explosões.
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g. Retirar jóias ou roupas apertadas;
i. Cobrir a vítima com uma cobertura seca e quente, para evitar a perda de calor;
Avaliação Primária
A – Vias Aéreas: as queimaduras que envolvem as vias aéreas são graves e podem levar à
obstrução das vias aéreas superiores. Deve-se ter em mente que uma via respiratória tem um
potencial para edemaciamento rápido, mesmo que na avaliação inicial, seu estado seja
aceitável. Caso a respiração não esteja adequada, o paciente deve ser intubado e ventilado.
B – Respiração: Muitos pacientes morrem como resultado de uma queimadura por que
inalam os subprodutos da combustão, inalam gases tóxicos ou por estarem em ambientes com
baixo nível de oxigênio por muito tempo, não pelas queimaduras propriamente ditas. Muitas
vezes esses efeitos podem não se mostrar com sinais e sintomas alarmantes, logo após o
trauma. O paciente deve receber uma máscara com oxigênio a 100%, na presunção de que
tenha havido envenenamento por monóxido de carbono”.
Sempre que exista uma lesão por inalação, está indicada a transferência para um centro de
queimados. Se o tempo de transporte é prolongado, a intubação deve ser realizada antes do
transporte, para proteger as vias aéreas.
C – Circulação: o grande queimado perde fluídos através das áreas queimadas e também
devido à formação de edema. Isto pode levar ao choque hipovolêmico que se desenvolve
gradualmente. Quando o quadro de choque é precoce, logo após a queimadura, normalmente
está associado à outras lesões e / ou hemorragias, levando à hipovolemia, e não à queimadura
Após estabelecer a via aérea e identificar e tratar as lesões que implicam em risco iminente de
vida, o enfermeiro deve providenciar um acesso venoso com um cateter de grande calibre (no
mínimo > 16G) introduzindo em uma veia periférica e iniciar a reposição de fluídos. Se a
extensão não permitir a introdução do cateter através de pele íntegra, ainda assim não se deve
titubear em puncionar uma veia acessível através da pele queimada. Tendo em vista a alta
incidência de flebites e flebites sépticas nas veias safenas, os de atendimento em casos graves
no ambiente pré-hospitalar, porque não depende de achados laboratoriais. Essa fórmula indica
que o paciente deve receber 4 ml de fluído nas primeiras 24 horas para cada 1% de área
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corpórea queimada, de segundo ou terceiro grau por kilo de peso do paciente. A metade desse
total deverá ser administrada nas primeiras 8 horas.
Todos os pacientes com queimaduras superiores a 20% -30% da SCT devem ter um cateter de
demora introduzido para a medida exata do débito urinário membros superiores são
preferíveis aos inferiores para o acesso venoso.
E – Exposição: a vítima queimada deve ter suas roupas retiradas como qualquer outra vítima
de trauma; deve-se, porém, ter cuidado porque podem estar aderidas à queimadura, neste caso
devem ser retiradas apenas no hospital por profissionais habilitados. Os grandes queimados
são especialmente suscetíveis à hipotermia e todo cuidado deve ser tomado para evitá-la; a
vítima sempre deve sercoberta após ter suas roupas retiradas.
EM QUEIMADOS.
a. Exame básico
b. Vias Aéreas
c. Boa Respiração
d. Circulação
e. Dano Neurológico
f. Exposição
Cuidados imediatos
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Retire pertences da vítima: anéis, pulseiras, relógio, pois podem ficar mais apertados
se houver inchaço;
Cuidados iniciais
e. Profilaxia de tétano;
Cuidados locais
b. Remoção de contaminantes
e. Resfriar agentes aderentes (ex. piche) com água corrente, mas não tentar a remoção
imediata;
1. Crianças (menos de 5 anos) e idosos (mais de 80 anos) tem que ser transferidos para a
unidade especial de queimados.
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2. Queimadura de face, de extremidades e de perineo de terceiro grau
8. Trauma associado
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