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Objetivo

Abordar conceitos e ações essenciais para o


planejamento, a organização e o funcionamento
adequado de um centro cirúrgico, com o intuito de
orientar a equipe que atua no período perioperatório a
desenvolver assistência de qualidade.
Conceitos

De acordo com a Agência de Vigilância Sanitária


(ANVISA) a Unidade de Centro Cirúrgico pode
ser definida como um o conjunto de elementos
destinados à atividade cirúrgica, à recuperação
anestésica e ao pós-operatório imediato.
Representa um lugar de Considerado uma organização
importância relevante no complexa em virtude de suas
contexto hospitalar. características e também por
ser um local fechado que
expõe o paciente e a equipe
de saúde a situações
Cenário de alto risco
estressantes.
Práticas complexas
Setor interdisciplinar Acesso restrito
Atuação individual e em equipe Recursos humanos, materiais
Condições ambientais - pressão e e
estresse. equipamentos adequados
conjunto de áreas e instalações destinadas à
realização de procedimentos anestésicos-
cirúrgicos, recuperação pós-anestésica (RPA) e
pós-operatório imediato (POI);

Centro Cirúrgico
em melhores condições de segurança para o paciente;

com conforto para equipe que o assiste;

em condições assépticas ideais e seguras.


Arquitetura e a área física do
Centro Cirúrgico

Tem particularidades que devem atender a


legislação sanitária vigente, quanto às
dimensões mínimas das áreas, à localização e à
quantidade de pontos para instalações elétricas,
hidráulicas, fluidos mecânicos, entre outras,
conforme descrito nas resoluções RDC
50/2002 e RDC 307/2002.
Organização complexa com características e assistência
especializada.

Centro Cirúrgico é composto:


Centro Cirúrgico (CC) propriamente dito;
Sala de . Recuperação Pós-anestésica (SRPA);
Centro de Materiais e Esterilização (CME).
O CC é considerado atualmente pela RDC
307/2002, como área crítica, por ser um setor
com maior risco de transmissão de infecções em
virtude dos procedimentos ali realizados. Desta
forma, as áreas do CC são classificadas em:

Áreas não crítica/não Áreas semi-críticas/


restritas
semi-restritas
(zona de proteção)
(zona limpa)

Áreas críticas/restritas
(zona estéril)
Áreas não restritas:

Onde a circulação de pessoas é livre, não é exigido


cuidados especiais ou uniforme privativo.

Exemplo: elevadores, vestiários, secretaria,


corredor externo e local de transferência de
macas.
Áreas semi-restritas:

Áreas internas de circulação de pessoas e equipamentos que não


interferem na manutenção da assepsia cirúrgica.

- Nestes locais, é necessário o uso de uniformes privativos e


calçados adequados e o paciente deve estar com os cabelos
protegidos.
- São exemplos:
sala de guarda de equipamentos
farmácia satélite
copa
sala de conforto
SRPA
Áreas restritas:
-São as que possuem limites definidos para circulação de pessoas e
equipamentos,

-onde se deve estabelecer rotinas próprias para controlar e


manter a assepsia local.

-Compõe-se do corredor interno, lavabos e sala de operações,


onde o pessoal deve usar sempre a máscara cobrindo a boca e
nariz, além do uniforme privativo.
LOCALIZAÇÃO = local de fácil acesso

UN. INTERNAÇAO PRONTO


ATENDIMENTO

CENTRO
CME CIRÚRGICO UTI
R.A
UN. SUPORTE
Almoxarifado
CENTRO Farmácia
OBSTÉTRICO Lavanderia
Banco de Sangue
Laboratório
Raio X
ELEMENTOS DOS
CENTRO
CIRÚRGICO
Vestiários para profissionais
•Feminino e masculino com sanitário anexo e
chuveiro.
•Deve ser a única maneira de se entrar no CC. Nele o
pessoal retira sua roupa e coloca uniforme próprio e
privativo do setor que geralmente consta de calça
comprida e túnica, de uso unissex, e ainda: gorro,
máscara e propés (proteção para os sapatos).

•Deve conter armários para guarda de pertences dos


usuários. Os vestiários são barreiras físicas “ambientes
que minimizam a entrada de microrganismo
externo”.
Vestiários para profissionais
Recepção e transferência de pacientes

• É a área na qual se recebe o paciente.


• Local o paciente é transferido da maca proveniente da unidade de
internação para a do CC
• Contem divisória, de modo que não permita a entrada da maca que vem da
Unidade de Internação
• Atualmente não se utiliza mais barreira física no local de acesso dos
pacientes.
•Neste local devem ficar estacionadas as macas para o transporte do paciente.
Sala de recepção e transferência de
pacientes
◼ Área para guarda e transferência de
macas
Secretaria ou Sala Administrativa
Corredores
Área de escovação

•Área destinada à degermação das mãos e antebraços e


lavagem das mãos.

•Deve possuir profundidade suficiente que permitam


realização do procedimento sem o contato com as
torneiras e bordas do mesmo.

•Deve conter torneiras com água quente e fria,


acionadas sem o uso das mãos (cotovelo, joelho, pé).
Não podem ser de pressão com temporizador.
Área de escovação

Lavabos próximos às
S.O.
Sala de cirurgia

Destina-se a realização de intervenções


cirúrgicas convencionais ou endoscópicas em
regime de rotina ou em situações de
emergência.

Deve ser de acordo com o tipo de procedimento


a ser realizado e a tecnologia realizada para a
realização de cirurgia.

Por exemplo, o fabricante de robô cirúrgico


recomenda, para o seu uso, uma SO de
dimensão mínima de 48 m2
Sala de cirurgia
É o componente mais importante do CC, tendo
dimensões especiais para cada tipo de cirurgia.
Cirurgia geral – mínimo de 25 m2
Cirurgia de pequeno porte – mínimo de 20 m2
Neurológicas, cardiovascular, ortopédicas – mínimo de
36m2
Transplantes – salas geminadas, para o doador com
25m2 e para o receptor 36m2.
Sala de apoio às cirurgias especializadas
Sala de guarda de equipamentos anestésicos
-
Sala de Utilidades

•Projetada para receber o


material contaminado,
líquidos, resíduos sólidos e
roupas a serem
encaminhados aos seus
destinos.

•Deve possuir uma pia de


despejo e uma pia comum.
Depósito de materiais e equipamentos:

•onde se guardam os aparelhos que não são usados


em todas as cirurgias. Ex.: cautério, microscópio,
aparelho de raios-x portátil.
•Sala para guarda de torpedos ou aparelhos de
anestesia
•Sala ou laboratório de anatomia patológica
•Rouparia
•Sala para depósito de material de limpeza
◼ Sala para estocagem de materiais
esterilizados
•Área para prescrição médica
•Sala de conforto
•Sala de espera para acompanhantes ou
familiares
É melhor descansar em local apropriado
◼ Sala de Recuperação Pós-Anestésica
◼Sala de Recuperação Pós-Anestésica
• Copa
•O setor deve ter ainda, rota de fuga para
emergência preestabelecida, aprovada,
sinalizada em todas as áreas com tinta luminosa,
devendo ser de conhecimento de todos os
usuários
Paredes

•Revestidas de material resistente, lavável e que


tornem as superfícies monolíticas “tintas
verdes”);
•Azulejos não são desejáveis, porque possui
muitas linhas de reboco com porosidade;
•Favorecer a diminuição de ruídos externos;
•Cor neutra, suave e fosca. Que não sejam
emitidos reflexos.
Tetos

•Não é recomendado teto falso na S.O. pois


pode ocasionar queda de poeira.

•Nas áreas restritas e semirrestritas não devem


haver tubulações aparentes nas paredes e nos
tetos, s/n devem ser revestidas
Pisos

•Ser condutivo de eletricidade (possuir uma malha de


fios de cobre ligados a um fio terra) o que protege o
ambiente da descarga de eletricidade estática.

Devido à associação de substâncias inflamáveis como


oxigênio e óxido nitroso a possibilidade de incêndios
é real.

•Resistente à água e solução desinfetante. Deve ser


liso e de fácil visualização da sujeira, não possuir
ralos e frestas, pouco sonoro, não escorregadio e de
fácil limpeza.
Portas e Janelas

•Portas: De correr para evitar a turbulência na SO.


Ter 1,20m por 2,10m no mínimo. Material lavável.
Proteção de aço inoxidável para prevenir danos. Cor
suave, fosca e com visor.

•Janelas: Não precisa de janelas, pois a ventilação e


iluminação são artificiais.
Quando possuir, devem ser desprovida de parapeitos
(interno e externo), lacradas, com uso de persianas
entre vidros, possibilitando a limpeza e o escurecimento
da SO.
iluminação

Portas amplas
Bate maca

Piso vinílico
Portas com visor

Corredores amplos
Cores suaves
•Iluminação artificial: Luz geral de teto
(fluorescente) e luz direta, com foco fixo ou central, os
mais modernos possuem refletores prismáticos. O
próprio cirurgião pode posicioná-lo através das
manoplas esterilizadas.

•Foco auxiliar: quando necessária mais intensidade da


luminosidade.

•Foco frontal: em cirurgia oftalmológica ou em


otorrinolaringologia.
Foco frontal
Foco Auxiliar
Foco de teto Foco fixo com várias
com 3 cúpulas lâmpadas
independentes conjugadas
O FOCO deve oferecer:
•Luz semelhante a luz natural de modo a não
alterar a cor da pele e mucosa do paciente;

•Iluminação adequada do campo cirúrgico sem


sombras ou reflexos;

•Produzir o mínimo de calor

•É indispensável a luz de emergência acionada


automaticamente quando necessário.
•O sistema de emergência com gerador próprio
deve assumir automaticamente em, no máximo,
meio segundo e mantê-lo por no mínimo 1 hora.

•Instalações fluido-mecânicas: vácuo, oxigênio, ar


comprimido e óxido nitroso universalmente
representado pelas cores cinza, verde, amarelo e
azul.
Ventilação artificial
Ar condicionado central
•Temperatura de 20 a 25ºC.
Umidade em torno de 60% pois facilita a
descarga eletrostática.
•Contribui para a diminuição do risco de
infecção da ferida operatória
- renovação de ar, onde estão suspensas
bactérias e outras partículas além de gases e
vapores.
- controla a temperatura e a umidade
•É recomendável pressão positiva na S.O.

•A manutenção dos filtros devem ser feitos


a cada três meses indicando a contagem
das partículas
•Instalações Elétricas:
Possuir tomadas de 110 e 220 volts (para Raios-
X) identificadas; as tomadas devem ser instaladas
a 1,5 m do piso, com aterramento. Na limpeza
devem ser protegidas (interruptores também)

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