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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE EDUCAÇÃO E SAÚDE


UNIDADE ACADÊMICA DE ENFERMAGEM
CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM
ENFERMAGEM CIRÚRGICA II

Estrutura Física e Organizacional do


Centro Cirúrgico

Profª Esp. Clara Araújo


O QUE VEREMOS:
❑Conceitos, finalidade
❑Planejamento Físico
❑Dimensionamento
❑Localização
❑Áreas do CC
❑Componentes do Ambiente Cirúrgico
❑Sala Cirúrgica
CENTRO CIRÚRGICO
• A instalação de salas operatórias nos hospitais data nos fins do século XIX, após
as pesquisas de Pasteur sobre os microrganismos do ar, da adição da antissepsia
ou da desinfecção das mãos e da descoberta por Líster, dos micróbios
contaminadores de feridas operatórias.

A Unidade de Centro Cirúrgico pode ser definida como um conjunto de áreas e


instalações destinadas à realização de procedimentos anestésico-cirúrgicos,
recuperação anestésica e pós-operatório imediato, de forma a promover a
segurança e conforto para o paciente e equipe. (SOBECC, 2017)
CENTRO CIRÚRGICO

• O Centro Cirúrgico (CC) compreende uma área crítica, de acesso restrito, e é


considerado uma das unidades mais complexas do Hospital, não só por sua
especificidade em realizar procedimentos invasivos, mais também por ser um local
fechado que expõe o paciente e a equipe de saúde a situações estressantes.
FINALIDADE
• Desenvolver atividades de assistência
baseadas em princípios científicos,
tecnológicos e normas organizacionais;
• Prestar assistência integral aos
pacientes durante o período
perioperatório seja em cirurgias eletivas
ou cirurgias de urgência/emergência;
• Prever e prover recursos humanos e
materiais necessários para a assistência
no atendimento dos pacientes;
• Favorecer práticas de ensino.
PLANEJAMENTO FÍSICO E DIMENSIONAMENTO
➢Número de leitos e cirurgias diárias;
➢Especialidades médicas;
➢Horário de utilização e funcionamento do centro
cirúrgico (CC);
➢Porte da cirurgia, tempo que são realizadas, e
contaminação do sítio cirúrgico;
➢Duração média das cirurgias;
➢Material e instrumental disponível;
➢Desempenho do pessoal auxiliar.
PLANEJAMENTO FÍSICO E DIMENSIONAMENTO
✓O planejamento para a construção ou reforma do CC deve ser feito por uma equipe
multidisciplinar, incluindo arquitetos, engenheiros, designers, profissionais de saúde
que atuam no setor, enfermeiro perioperatório, representante da CCIH e outros
profissionais especializados;
✓O CC deve ser composto de área de recepção de pacientes, área de indução
anestésica, área de escovação, SO, sala de apoio às cirurgias, área de prescrição
médica, posto de Enfermagem e área de Recuperação Pós-Anestésica (RPA);
PLANEJAMENTO FÍSICO E DIMENSIONAMENTO
✓Pode ser prevista também uma sala cirúrgica híbrida,
ou seja, um ambiente físico com estrutura que
possibilite também a execução de procedimentos
diagnósticos e terapêuticos;
✓Mínimo de 12m² para as salas de apoio;
✓Corredores do CC: devem ter largura mínima de 2m,
de modo a permitir a passagem de macas e
equipamentos;
✓Sala de Prescrição Médica: deve ter, no mínimo, 2m²;
✓Posto de Enfermagem: deve ter, no mínimo, 6m²;
✓A área de SRPA deve ser dimensionada de acordo com
o número de SO, ou seja, deve ser grande o suficiente
para colocar o número de macas necessárias e mais
uma (adicional), com distância de 0,8 m entre elas e
de 0,6 m entre as macas e paredes;
PLANEJAMENTO FÍSICO E DIMENSIONAMENTO
DIMENCIONAMENTO
• As Salas Operatórias são classificadas em PEQUENAS, MÉDIAS e GRANDES. De
acordo com a norma RDC 50/2002, o dimensionamento dessas salas devem ser
da seguinte forma:

PEQUENO PORTE – 20 m2

MÉDIO PORTE – 25 m2

GRANDE PORTE – 36 m2 (neurocirurgia, ortopédicas,


cardiovascular)
LOCALIZAÇÃO
• Longe da circulação comum, porém de fácil
acesso para transporte de pacientes e as
unidades de apoio;
• Deve estar próximo às unidades assistenciais: PS,
sala de emergência, UTI, clínica cirúrgica;
• Fácil acesso às unidade fornecedoras:
almoxarifado, farmácia, lavanderia, banco de
sangue, laboratório de análises clínicas, sala de
Raio X e CME;
• Fora da interferência do tráfego hospitalar;
• Iluminação artificial;
• Protegidas da luminosidade sem insolação direta
ou intermação.
ÁREAS DO CENTRO CIRÚRGICO (CC)
• O CC é dividido em áreas específicas, por ser um setor com mais risco de
transmissão de infecções devido aos procedimentos ali realizados. As áreas do CC
são classificados de acordo com SOBECC, 2017.

NÃO RESTRITA
(NÃO CRÍTICA)

SEMIRRESTRITA
(SEMICRÍTICA)

RESTRITA
(CRÍTICA)
NÃO RESTRITA
(NÃO CRÍTICA)

Onde os profissionais podem circular sem roupa privativa e não são


exigidos cuidados especiais.

Corredores Externos
Vestiário
Elevadores
Locais de transferência de macas
SEMIRRESTRITA
(SEMICRÍTICA)

O tráfego é limitado a pessoas do próprio setor ou vestidas de forma adequada.


Roupa privativa, calçados adequados e gorro são necessários.

Secretaria
Sala de guarda de equipamentos
Farmácia Satélite
Copa
Sala de conforto
RESTRITA
(CRÍTICA)

Tem limites bem definidos para a circulação de pessoal e equipamentos.


É necessário o uso de touca/gorro e de máscara, cobrindo a boca e o nariz.
As técnicas de assepsia e as rotinas devem ser rigorosamente controladas e
utilizadas.

Sala de Operação (SO)


Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA)
Corredor Interno
Lavabos
COMPONENTES DO AMBIENTE CIRÚRGICO
VESTIÁRIO
• MASCULINO + FEMININO
Localizados na entrada do CC, onde é realizado o controle
de entrada das pessoas autorizadas após vestirem a
roupa privativa da unidade.
Deve possuir chuveiros, sanitários e armários para guarda
de roupas e objetos pessoais.
COMPONENTES DO AMBIENTE CIRÚRGICO
LAVABO
• Os lavabos para escovação devem viabilizar número
suficiente de torneiras para as equipes cirúrgicas, com
altura e profundidade adequadas para evitar respingos
de água no uniforme privativo do profissional e permitir
a execução da técnica correta de lavagem/escovação de
mãos, sem que haja contaminação por contato com as
torneiras.
SALA CIRÚRGICA
MOBILIÁRIO - MÍNIMO NECESSÁRIO

❑ Mesa cirúrgica com comando de posições;


❑ Mesas de instrumental;
❑ Mesa para anestesia;
❑ Focos de luz;
❑ Aparelho de anestesia;
❑ Monitor cardíaco;
❑ Bisturi elétrico;
❑ Rede de oxigênio, ar comprimido, óxido nitroso.
Altura mínima
de 2,7 m

Saída de gases

Tomadas de 110 e 220 v

Mesa cirúrgica mecânica ou elétrica


SALA CIRÚRGICA
MOBILIÁRIO

❑ Carrinho de anestesia + monitores


❑ Cestos (Hampers)
❑ Bacias + Suportes
❑ Bisturi elétrico
SALA CIRÚRGICA
SALA AUXILIAR

❑ Não é obrigatória;
❑ Utilizada para montagem de alguns aparelhos.

SALA DE CONFORTO

❑ Sofás;
❑ Divãs;
❑ Televisão.
SALA CIRÚRGICA
SERVIÇOS AUXILIARES

❑Radiologia
❑Laboratório
SALA CIRÚRGICA
ILUMINAÇÃO
Deve estar de acordo com a norma ABNT NBR 5.413/1982 e diretrizes
internacionais.
❑ Sem sombras ou reflexos;
❑ Teto;
❑ Cúpula de revestimento com espelhos refletores X lâmpadas conjugadas;
❑ Braços articulados e móveis;
❑ Filtro atérmico (eliminação de excesso de ar);
SALA CIRÚRGICA
ILUMINAÇÃO

❑ O foco cirúrgico deve oferecer iluminação com índice de reprodução de cores


adequado (acima de 95%), para facilitar a visualização de estruturas
anatômicas;
❑ Luz convergente;
❑ Focos auxiliares-bateria (base sobre rodízios).
FOCO FRONTAL

ADAPTADO À CABEÇA DO CIRURGIÃO


FOCO “COBRA”
❑ Afastadores com sistema iluminador;

❑ Ligados a sistema de fibras ópticas;

❑ Ideais parailuminação em cavidades profundas.


SALA CIRÚRGICA
VENTILAÇÃO
❑ Prover o ambiente de aeração com condições adequadas;
❑ Remover as partículas potencialmente contaminantes;
❑ Impedir a entrada no ambiente cirúrgico de partículas potencialmente
contaminantes.
❑ Pressão positiva no interior da sala (o ar ambiente deve movimentar no sentido
da área menos contaminada para a mais contaminada).
❑ Sistema de ar condicionado dotado de filtro HEPA
ELETRICIDADE
❑ Aterramento;
❑ Gerador central;
SALA CIRÚRGICA
TEMPERATURA E UMIDADE
❑ Temperatura na SO entre 18 e 24º.
❑ ↓ 21º - hipotérmicos;
❑ 21º-24º - 70 % normotérmicos;
❑ 24º-26º - 100% normotérmicos;
❑ Umidade - 50-55%.
❑ Obs.: O CC deve possuir gerador

(BRASIL, 2002; SOBECC, 2017)


SALA CIRÚRGICA
PISOS E PAREDES
❑ Resistente
❑ Não poroso
❑ Fácil visualização de sujidade
❑ Sem frestas
❑ Pouco sonoro
❑ Sem relevos
❑ Paredes com cantos arredondados
❑ Cores que combatam a fadiga visual
❑ Diminua os reflexos luminosos
❑ Sem ralos
SALA CIRÚRGICA
JANELAS
❑ Vidros duplos com tela no meio.

PORTAS
❑ Aço inoxidável;
❑ Corrediças;
❑ Visor de vidro;
❑ Sem dobradiças;
❑ Dimensões mínimas: 1,20mx2,10m.

FORROS
❑ Monolíticos;
❑ Tubulações embutidas.
❑ Cobrir cabelos com gorro;
❑ Cobrir boca e nariz com a máscara;
❑ Pijama com manga curta;
❑ Os propés objetivam diminuir a contaminação vinda
dos sapatos;
❑ Troca de máscara, gorro e propés a cada cirurgia;
❑ Hierarquia;
❑ Falar baixo e somente o necessário;
❑ Música somente se adequada;
❑ Respeito ao paciente;
❑ Nunca deixá-lo sozinho.
OBRIGADA
ATÉ A PRÓXIMA AULA!!!
REFERÊNCIA

Diretrizes de práticas em enfermagem cirúrgica e processamento de produtos para saúde


(SOBECC). 8. ed., rev. e atual.. Barueri: Manole, 2021.

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