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Centro Cirúrgico

CONCEITO

• Centro Cirúrgico é um lugar


especial dentro do hospital,
convenientemente preparado
segundo um conjunto de
requisitos que o tornam apto à
prática da cirurgia.
Definição:

Conjunto de elementos destinados às atividades


cirúrgicas, bem como à recuperação anestésica,
e pode ser considerado uma organização
complexa devido às suas características e
assistência especializada (Brasil, 1997).
OBJETIVOS
• Prestar assistência integral ao
paciente cirúrgico em todo o período
perioperatório

• Proporcionar recursos humanos e


materiais para que o ato cirúrgico
seja realizado dentro de condições
ideais, técnicas e assépticas;
OBJETIVOS
• Favorecer o ensino, a fim de
contribuir para a formação e
aperfeiçoamento de recursos humanos;

• Propiciar condições favoráveis ao


desenvolvimento de pesquisas, no
sentido de aprimorar conhecimento
técnico-científico e melhorar a assistência
prestada.
LOCALIZAÇÃO
• Deve ocupar área independente
da circulação geral, ficando, assim,
livre do trânsito de pessoas e materiais
estranhos ao serviço;

• Deve possibilitar o acesso livre e fácil


de pacientes provenientes das
unidades de internação cirúrgicas,
pronto socorro e terapia intensiva.
NORMATIZAÇÃO

 Portaria MS nº 400/77
 Portaria 1889/94
 RDC 50

7
NORMATIZAÇÃO

 Portaria MS nº 400/77
 06/12/77

 Aprova as normas e padrões sobre construções e


instalações de serviços de saúde;

 Caráter restritivo e pouco flexível

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NORMATIZAÇÃO

 Portaria MS nº 400/77

9
NORMATIZAÇÃO

 Portaria MS nº 400/77

1
0
NORMATIZAÇÃO

 Portaria GM/MS 1889/94


Norma para projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde

 11/11/1994
 Considera:
 Pincipios do SUS;
 Globalidade do Projeto;
 Multidisciplinaridade;
 Orientação sobre Planejamento de redes físicas de saúde;
 Normatização de projetos arquitetônicos e de engenharia;
 Necessidade dotar Secretarias de Instrumento Norteador
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NORMATIZAÇÃO
 Portaria 1889/94

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2
NORMATIZAÇÃO
 RDC-50
Norma para projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde

 21/02/2002
 Adota princípios do SUS (descentralização das decisões);

 Concepção em 03 partes interligadas:


 1ª. Apresenta metodologia para elaboração de projetos físicos de EAS;

 2ª. Apresenta análise de variáveis de programação dos EAS, sua


organização funcional, dimensionamento, quantificação dos ambientes;

 3ª. Estabelece critérios para projetos de EAS apresentando variáveis


que
1
orientam e regulam decisões em cada etapa de projeto; 3
NORMATIZAÇÃO
 RDC-50

1
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ESTRUTURA FÍSICA
RDC nº 50 da ANVISA 21/02/2002
• Área crítica: são os ambientes onde existe
maior probabilidade de infecção, onde se
realizam procedimentos.
• Área semi-crítica: são todas os
compartimentos ocupados por pacientes com
doenças infecciosas de baixa
transmissibilidade e doenças não infecciosas.
• Área não crítica: são todos os demais
compartimentos não ocupados por pacientes,
onde não se realizam procedimentos de risco.
ESTRUTURA FÍSICA
RDC nº 50 da ANVISA 21/02/2002

Área restrita
• Limites definidos para a
circulação de pessoal e
equipamentos com rotinas
próprias para o controle e
manuseio da assepsia.
ESTRUTURA FÍSICA
RDC nº 50 da ANVISA 21/02/2002

Privativo- uniforme, gorro, máscara, propés


Rígido controle de trânsito e assepsia
Ex: Sala de operação , corredor intersala e
lavabo

Área semi-restrita
Permite a circulação de pessoal e
equipamentos de modo a não interferir nas
rotinas de controle e manutenção da assepsia
da área restrita;
ESTRUTURA FÍSICA
RDC nº 50 da ANVISA 21/02/2002

- Uso do uniforme privado é


indispensável

Ex: Corredores do bloco operatório,


recuperação pós-anestésica, sala para
guarda de equipamentos e materiais de
limpeza, sala de conforto, sala de
enfermagem
ESTRUTURA FÍSICA
RDC nº 50 da ANVISA 21/02/2002

Área não-restrita

Circulação livre no ambiente interno do CC;

Não precisa de uniforme privativo;

Ex: Vestiários, corredor de entrada


ESTRUTURA FÍSICA

• Vestiários;
• Sala administrativa; • Sala para guarda de
• Área de recepção medicamentos;
de paciente; • Sala para guarda de
• Sala de espera; material de anestesia;
• Área de escovação • Sala para estocagem
ou lavabo; de material
• Sala de cirurgia; esterilizado;
ESTRUTURA FÍSICA

• Sala de depósito de • Sala de expurgo;


cilindros de gases; • Sala de estar para
• Sala de guarda de funcionários;
aparelhos e • Copa;
equipamentos;
• Sala de
• Rouparia; recuperação pós-
• Sala para material anestésica;
de limpeza;
BLOCO CIRURGICO

2
projeto ampliação bloco cirúrgico corredor único – (SP/20110) 2
BLOCO CIRURGICO

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bloco cirúrgico corredor periférico – (SP/2010)
ESTRUTURA FÍSICA
SALA DE CIRURGIA

•O tamanho da sala cirúrgica,


metros quadrados, varia de acordo
com a especialidade a que é
destinada. (Pelo menos 36m2)
Sala de Cirurgia
Sala de Operação

Tamanho da sala de operação

Não depende do tamanho do procedimento, mas


dos equipamentos necessários aos tipos de
intervenção;

Formato – retangular ou oval;


Sala de Operação

Sala de operação pequena – 20m2;


Otorrino, oftalmo
Sala de operação média – 25m2 ;
Especialidades gástricas e geral;

Sala de operação grande – 36m2


;Neurocirurgia, cardiovascular e
ortopédica;
SALA CIRÚRGICA
 pequena

2
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SALA CIRÚRGICA
 média

2
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SALA CIRÚRGICA
 grande

3
0
SALA CIRÚRGICA
 Sala Cirúrgica

3
1
ESTRUTURA FÍSICA
SALA DE CIRURGIA
• Sala de cirurgia é a área destinada

à realização de intervenções
cirúrgicas e endoscópicas.
Preconizam-se duas salas para
cada 50 leitos não especificados
ou para cada 15 leitos cirúrgicos.
ESTRUTURA FÍSICA
SALA DE CIRURGIA

• Paredes:
 cantos arredondadas,
 revestimento de material resistente,
 superfície lisa e lavável;
• Piso:
 resistente ao uso de água e desinfetantes,
 Não poroso e de superfície lisa e de fácil
limpeza;
Sala de Operação

Paredes da sala de operação


- Material liso, resistente, lavável, anti-acústico e
não refletor de luz
- Pintada de cor neutra, sem emitir reflexos
luminosos
- As tintas:
não possuírem cheiro;
resistentes à limpeza frequente,
textura superficial lisa
CONSIDERAÇÕES
GERAIS
 Paredes de azulejos não são desejáveis no CC pois muitas
linhas de rejunte apresentam porosidade e podem abrigar
microrganismos;

3
5
Sala de Operação
Sala de Operação
Sala de Operação

Teto da sala de operação

- Material resistente, lavável, não deve


ser poroso para impedir a retenção de
bactérias;

- Contínuo, sendo proibido o uso de


forro removível, do tipo que interfira na
assepsia da sala de operação;
ESTRUTURA FÍSICA
SALA DE CIRURGIA

• Janelas
Deve estar localizadas de modo a
permitir a entrada de luz natural em
todo o ambiente, deve ser lacrada
e provida de vidro fosco,
possibilitando a limpeza.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
 Se o teto possuir forro, deve ser contínuo nas salas de
cirurgia. O uso de teto falso e removível pode ocasionar a
queda de poeira ou outro material na ferida cirúrgica;

 As janelas devem ser lacradas, com persianas recobertas por


vidros, possibilitando a limpeza e o escurecimento da SO;

4
3
Estrutura física
Sala de Cirurgia
• Portas
 Devem ser amplas;
 Portas vai e vem;
 Revestidas de material lavável;
 Cor neutra;
 Providas de visor.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
É necessário que as portas evitem
acúmulo de poeira, proporcionem
facilidade para a limpeza e tenham
dimensões mínimas de 1,20 m X
2,10 m.

 Portas de correr são preferíveis nas


SO para eliminar a
• turbulência de ar provocada pela
4
oscilação de portas comuns. 5
CONSIDERAÇÕES GERAIS
 As portas devem possuir visores de vidro para evitar sua
abertura a qualquer momento e impedir acidentes;

4
6
Sala de Operação
Estrutura física
Sala de cirurgia

• Instalações elétricas

As tomadas devem estar localizadas


a 1,5 m do piso, devendo possuir
sistema de aterramento para prevenir
choque e queimaduras no paciente e
equipe.
SALA DE CIRURGIA
ILUMINAÇÃO
• A iluminação artificial da sala de
cirurgia é feita por intermédio da luz
geral de teto, com lâmpada
fluorescente e luz direta.
SALA CIRÚRGICA
 iluminação

5
0
SALA CIRÚRGICA
 iluminação
Durante uma cirurgia, o campo visual
cirúrgico é vermelho (não é à toa que o
isolamento do campo é feito com tecido
verde, complementar ao vermelho).

O vermelho tem uma intensidade de onda


que estressa, além disso, tal campo se
encontra sob fonte de altíssima de
luminância e com iluminância entre 10.000
e 20.000 lux.
SALA CIRÚRGICA
 Iluminação
A uso da tonalidade verde nos tecidos de
isolamento do campo cirúrgico, no
revestimento do piso ou de qualquer outra
superfície da SC atua como complementar da
tonalidade vermelha, provocando o descanso
visual dos que trabalham alí.

Os ambientes no entorno da sala de cirurgia


devem possuir 50% da luminância do campo
cirúrgico e ir, gradativamente, reduzindo para
que o olho se adapte aos poucos e não sofra
com aluz tão intensa.
Vamos testar???

Olhe fixamente as imagens no ponto vermelho



durante 15 segundos sem piscar
e
posteriormente olhe em uma
estrutura branca e veja o que
acontece!!!!
Vamos
 começar?
Estão prontos? 1... 2... 3...

SALA CIRÚRGICA
 iluminação
 focos
 Focos de teto

 Cúpula com revestimento de espelhos refletores x


múltiplas
lâmpadas conjugadas;
 Filtro atérmico;
 Vareta externa e braços articulados para mobilidade;
 Focalização;
 Focos auxiliares
 Bases sobre rodízios + baterias; 6
6
SALA CIRÚRGICA
 iluminação
 focos

6
7
FOCOS manopla

Foco
auxiliar
Foco
Foco de teto
frontal
SALA CIRÚRGICA

 Sistemas de abastecimento e Instalações

 Oxigênio – 2
 Oxido Nitroso – 1
 Ar comprimido - 2
 Vácuo clínico -1
 Tomadas 110 e 220w – 2 conjuntos c/ 4 tomadas (paredes
distintas)
 Tomada para aparelho RX portátil
 Foco

6
9
SALA CIRÚRGICA
 Equipamentos básicos
 Mínimo necessário:

 Mesa de operações com base e segmentos articulados;

 Mesas auxiliares para colocação instrumental cirúrgico;

7
0
SALA CIRÚRGICA
 Equipamentos

Mesa cirúrgica

Mesa auxiliar
7
2
SALA CIRÚRGICA
 Equipamentos
 Carro anestesia + monitores;

 Cestos (hampers);

 Bacias + suportes;

 Bisturi elétrico;

38
VENTILAÇÃO

Ar como via de transmissão de


bactérias e fonte de contaminação
Fonte de microrganismos: pessoas
na sala cirúrgica
• Gotículas de ar expirado
• Descamação de cels. da pele
• Partículas transportadas nos
sapatos
VENTILAÇÃO

 Função de exaustão: remoção de


odores, calor e gases
anestésicos voláteis
 Controle bacteriológico
 Filtragem do ar:
• Retirar e impedir entrada de
partículas contaminantes
• Troca de ar a cada 10-20 x / hora
SALA CIRÚRGICA
 Ar condicionado

 De 30.000 a 60.000 microorganismos podem


depositar-se no campo operatório por hora;
7
6
SALA CIRÚRGICA
 Ar condicionado
 O ar é uma via de transmissão de bactérias e fonte
de contaminação;

 Pessoas na SC são fonte de microorganismos:


 Gotículas de ar expirado;
 Descamação de células da pele;
 Partículas transportadas nos sapatos;

7
7
BLOCO CIRURGICO
 Ar condicionado

 Cada sala de operação (SO) deve possuir controle


individual de temperatura;

 devem ser utilizados filtros de ar específicos de alta


eficiência, os high efficiency particulate air (HEPA);

 é recomendável que haja pressão positiva dentro de cada


SO para prevenir a entrada de ar potencialmente
contaminado por meio de áreas adjacentes;

 Para as salas específicas de transplante e para as 42


ortopédicas, recomenda-se o uso de fluxo laminar;
EQUIPAMENTOS DE UMA
SALA DE OPERAÇÃO
• Equipamentos fixos:
 Foco central;
 Negatoscópio;
 Sistema de canalização de ar e gases;
 Prateleira (podendo estar ou não presentes;
 Suporte de soro fixo;
 Ar condicionados;
EQUIPAMENTOS DE UMA
SALA DE CIRURGIA
• Equipamentos móveis:
 Mesa cirúrgica e acessórios;
 Aparelho de anestesia;
 Mesas auxiliares;
 Bisturi elétrico;
 Aspirador de secreções;
 Foco auxiliar;
 Banco giratório;
Equipamentos de uma
sala de cirurgia
 Balde inoxidável com rodízio;
 Suportes: de braço, hamper
 Escada de dois degraus;
 Aparelhos monitores;
 Carro ou mesa para material estéreis;
 Equipamentos utilizados para ajuda no
posicionamento do paciente: coxins de
espuma ou areia de diferentes tamanhos e
talas.
VESTUÁRIO

Pessoal como principal fonte exógena


de bactérias
Entrada sempre pelo vestiário
Indumentária própria
• Gorro, máscara, camisa, calça e propés
Não estéril, lavado especial com água quente
Circulação restrita ao centro cirúrgico
Vestiários (masculino e
feminino)
Vestiários (masculino e
feminino)
VESTUÁRIO

 Gorro
• Cobrir os cabelos
 Máscaras
• Cobrir boca e nariz
• Função de filtro:
prevenir escape de
gotículas expiradas
VESTUÁRIO

• Camisas
Tecido de malha densa
Manga curta: facilitar anti-sepsia dos braços
Por dentro das calças
• Calças
Fechada nos tornozelos por tubo de malha
Saias para mulheres
VESTUÁRIO

 Propés
• Diminuir contaminação vinda
dos sapatos
• Tecido, papel ou plástico
• Uso restrito ao centro cirúrgico
• Abolido em alguns lugares
Roupa privativa
Posto de Enfermagem

• Reservado ao controle administrativo do


Centro Cirúrgico.

• Local de fácil acesso e com boa visão.


Posto de Enfermagem
Copa
Sala para material de limpeza
Sala para estocagem de material esterilizado
Expurgo
Sala de estar e para relatórios
médicos;
Sala de repouso para
profissionais;
Sala para guarda de equipamentos;
Sala de operação
Elementos de apoio técnico-
administrativo

• Podem estar inseridos no hospital e


no CC;

• Maior número de salas de operação e


complexidade: imprescindível a
existência dos elementos de apoio,
para agilização da programação
cirúrgica;
Apoio técnico

Banco de sangue; Raio X;

Laboratório e anatomia patológica;

Serviço de engenharia clínica e engenharia


de manutenção;
Farmácia;
Apoio Administrativo

Segurança;

Secretaria;
Sala de Operação

Lavabo da sala de operação


Objetivo – reduzir a flora bacteriana da pele;
Constituição – pia, torneiras de água quente
e fria e anti-sépticos;
Quando próximos das salas de
operação, reduz o tempo de
exposição da área escovada com o
meio ambiente;
Sala de Operação

Para duas salas de operação:

-Um lavabo com duas torneiras; acionamento


de água e sabão por comando de pé, joelho,
braço, exceto as mãos;

-Espaço suficiente para duas pessoas


lavarem as mãos simultaneamente. Espaço
entre 2 pessoas: 1,10m
EQUIPE QUE ATUAM NO CC

 Equipe cirúrgica;
 Anestesia;
 Equipe de enfermagem;
 Equipe de higiene,
 Equipe Administrativa.

 Mas é o tema para a próxima


aula...

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