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CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

MÓDULO I I I

FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM

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Fundamentos de Enfermagem

ÍNDICE

01. Unidade de Terapia Intensiva....................................................................................03


02. Procedimentos Básicos em CTI.................................................................................10
03. Monitorização..............................................................................................................14
04. Implante de cateteres..................................................................................................17
05. Monitorização Hemodinâmica Invasiva....................................................................22
06. Traqueostomia e aspiração de secreções.................................................................28
07. Uso de desfibrilador....................................................................................................32
08. Hemoderivados e Hemotransfusão...........................................................................34
09. Métodos Dialíticos em CTI..........................................................................................38
10. Drenos e Drenagem torácica.......................................................................................42
11. Modalidades de Ventilação Mecânica Respiratória..................................................44
12. Bomba de infusão.........................................................................................................46
13. Punções..........................................................................................................................48

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Fundamentos de enfermagem

01-Unidade de Terapia Intensiva:

PLANEJAMENTO DA ÁREA DE UMA U.T.I.

O Planejamento e projeto devem ser baseados em padrões de admissão de paciente, fluxo de visitantes e
funcionários, e na necessidade de instalações de apoio (posto de enfermagem, armazenamento, parte burocrática,
exigências administrativas e educacionais) e serviços que são peculiares à instituição individual em questão.
Segundo normas para projetos físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde(E.A.S.), 1995, a organização
físico funcional de internação de paciente em regime de terapia intensiva deve:

 proporcionar condições de internar pacientes críticos em ambientes individuais e ou coletivos conforme grau
de risco, faixa etária, patologia e requisitos de privacidade;
 executar e registrar assistência médica e de enfermagem intensiva;
 prestar apoio diagnóstico-laboratorial, de imagem e terapêutico 24 horas;
 manter condições de monitoramento e assistência respiratória contínua;
 prestar assistência nutricional e distribuir alimentos aos pacientes;
 manter pacientes com morte encefálica, nas condições de permitir a retirada de órgãos para transplantes,
quando consentida.

Localização: Cada UTI deve ser uma área geográfica distinta dentro do hospital, quando possível, com acesso
controlado, sem trânsito para outros departamentos. Sua localização deve ter acesso direto e ser próxima de
elevador, serviço de emergência, centro cirúrgico, sala recuperação pós-anestésica, unidades intermediárias de
terapia e serviço de laboratório e radiologia.

Número de Leitos: Os leitos necessários para fornecer uma cobertura segura e adequada para pacientes
gravemente doentes num hospital, dependem da população do hospital, quantidade de cirurgias, grau do
compromisso de cuidados intensivos pela administração do hospital, pelos médicos e enfermeiros, e dos recursos
institucionais. Um método empírico freqüentemente relatado é que um hospital geral deveria destinar 10% da
capacidade de leitos para UTI. "Sugere que 15 a 20% de todos os pacientes precisam de cuidados intensivos". Uma
UTI deve existir com no mínimo cinco leitos, em hospitais com capacidade para cem ou mais leitos. A instalação com
menos de cinco leitos torna-se impraticável e extremamente onerosa, com rendimento insatisfatório em termos de
atendimento. Estabelecimentos especializados em cirurgia, cardiologia e em emergência devem fazer cálculo
específico.

O ideal considerado do ponto de vista funcional são oito a doze leitos pôr unidade. Caso se indique maior número de
leitos, esta deve ser dividida em subunidades. Esta divisão proporciona maior eficiência de atendimento da equipe de
trabalho.

Forma da Unidade: A disposição dos leitos de UTI podem ser em área comum (tipo vigilância), quartos fechados ou
mistos. A área comum proporciona observação contínua do paciente, é indicada a separação dos leitos pôr divisórias
laváveis que proporcionam uma relativa privacidade dos pacientes.

As unidades com leitos dispostos em quartos fechados, devem ser dotados de painéis de vidros para facilitar a
observação dos pacientes. Nesta forma de unidade é necessária uma central de monitorização no posto de
enfermagem, com transmissão de onda eletrocardiógrafa e freqüência cardíaca.

Unidades com quartos fechados proporcionam maior privacidade aos pacientes, redução do nível de ruído e
possibilidade de isolamento dos pacientes infectados e imunossuprimidos.

A unidade mista combina os dois tipos de forma e tem sido adotada com bons resultados.

Salas de isolamento é recomendável e cada instalação de saúde deve considerar a necessidade de salas de
isolamento compressão positiva e negativa nestas salas. Esta necessidade, vai depender, principalmente da
população de pacientes e dos requisitos do Departamento de Saúde Pública.

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ÁREA DE INTERNAÇÃO

Área de Pacientes: Os pacientes devem ficar localizados de modo que a visualização direta ou indireta, seja
possível durante todo o tempo, permitindo a monitorização do estado dos pacientes, sob as circunstâncias de rotina
e de emergência. O projeto preferencial é aquele que permite uma linha direta de visão, entre o paciente e o posto de
enfermagem.

Os sinais dos sistemas de chamada dos pacientes, os alarmes dos equipamentos de monitorização e telefones se
somam à sobrecarga auditiva nas U.T. Is. O Conselho Internacional de Ruído tem recomendado que o nível de
ruídos nas áreas de terapia aguda dos hospitais não ultrapassem durante o dia, durante a noite e durante a
madrugada. Tem-se observado que o nível de ruído na maioria dos hospitais esta entre e, em alguns casos
ocasionais, acima desta faixa. Pôr estas razões deve ser utilizado pisos que absorvam os sons, levando-se em
consideração os aspectos de manter o controle das infecções hospitalares, da manutenção e movimentação dos
equipamentos. As paredes e os tetos devem ser construídos de materiais com alta capacidade de absorção acústica.
Atenuadores e defletores nos tetos podem ajudar a reduzir a reverberação dos sons. As aberturas das portas devem
ser defasadas para reduzir a transmissão dos sons.
Posto de Enfermagem: O posto de enfermagem deve ser centralizado, no mínimo um para cada doze leitos e
prover uma área confortável, de tamanho suficiente para acomodar todas as funções da equipe de trabalho, com
dimensões mínimas de 8m2. Cada posto deve ser servido pôr uma área de serviços destinada ao preparo de
medicação, com dimensão mínima de 8m2 e ser localizada anexo ao posto de enfermagem. Deve haver iluminação
adequada de teto para tarefas específicas, energia de emergência, instalação de água fria, balcão, lavabo, um
sistema funcional de estocagem de medicamentos, materiais e soluções e um relógio de parede deve estar
presente.Espaço adequado para terminais de computador e impressoras é essencial quando forem utilizados
sistemas informatizados. Deve ser previsto espaço adequado para se colocar os gráficos de registros médicos e de
enfermagem. Os formulários de registro médicos e impressos devem estar armazenados em prateleiras ou armários
de modo que possam ser facilmente acessados pôr todas as pessoas que requeiram o seu uso.

Sala de Utensílios Limpos e Sujos: As salas de utensílios limpos e sujos devem ser separadas e que não estejam
interligadas. Os pisos devem ser cobertos com materiais sem emendas ou junções, para facilitar a limpeza. A sala de
utensílios limpos é utilizada para armazenar suprimentos limpos e esterilizados, podendo também acondicionar
roupas limpas. Prateleiras e armários para armazenagem devem estar em locais acima do solo, facilitando a limpeza
do piso. A sala de materiais sujos(expurgo), deve ser localizada fora da área de circulação da unidade. Podem ter
uma pia e um tanque, ambos com torneiras misturadoras de água fria e quente para desinfecção e preparo de
materiais. Deve ser projetada para abrigar roupa suja antes de encaminhar ao destino, dispor de mecanismos para
descartar itens contaminados com substâncias e fluidos corporais. Recipientes especiais devem ser providenciados
para descartar agulhas e outros objetos perfurocortantes. Para desinfecção dos materiais não descartáveis é
necessário dois recipientes com tampa, um para materiais de borracha e vidro e outro para materiais de inox , ou
uma máquina processadora.

Banheiro de Pacientes: Localizado na área de internação da unidade (geral ) ou anexo ao quarto (isolamento).
Todos os banheiros e sanitários de pacientes internados devem ter duchas higiênicas e chuveiro.

Copa de Pacientes: Local destinado ao serviço de nutrição e dietética, sendo receptora e distribuidora das dietas
dos pacientes da unidade. Deve ter pia, geladeira e lixo específico para desprezar restos de alimentos.

Sala de Serviços Gerais:Sala destinada à guarda de materiais e soluções utilizadas na limpeza e desinfecção da
Unidade. Deve ser provida de tanque e prateleiras suspensas.

Sala de Procedimentos Especiais: Se uma sala de procedimentos especiais é desejada, sua localização deve ser
dentro, ou adjacente à UTI, podendo atender diversas U.T. Is. Próximas. Deve ser de fácil acesso, o tamanho
suficiente para acomodar os equipamentos e as pessoas necessárias. As capacidades de monitorização,
equipamentos, serviços de apoio e condições de segurança devem ser compatíveis com serviços fornecidos pela
UTI. As áreas de trabalho e armazenamento devem ser adequadas o suficiente para manter todos os suprimentos
necessários e permitir o desempenho de todos os procedimentos sem que haja a necessidade da saída de pessoas
da sala.

Armazenamento de Equipamentos: Uma área para guardar os equipamentos que não estão em uso ativo, deve
ser planejada. A localização deve ser de fácil acesso e espaço adequado para pronta localização e remoção do
equipamento desejado. Deve ser previsto tomadas elétricas aterradas em número suficiente para permitir a recarga
dos equipamentos operados a bateria.

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Laboratório: Todas as U.T. Is. Devem ter serviço de laboratório clínico disponível vinte e quatro horas pôr dia.
Quando o laboratório central do hospital não puder atender as necessidades da UTI, um laboratório satélite dentro
da, ou adjacente à UTI deve ser capaz de fornecer os testes químicos e hematológicos mínimos, incluindo análises
de gases do sangue arterial.

Sala de Reuniões: Uma área distinta ou separada próxima de cada U.T.I. ou de cada grupo de U.T. Is. deve ser
projetada para observar e armazenar as radiografias, estudar e discutir os casos dos pacientes. Um negatoscópio ou
carrossel de tamanho adequado deve estar presente para permitir a observação simultânea de uma série de
radiografias.

Área de Descanso dos Funcionários: Uma sala de descanso deve ser prevista em cada U.T.I. ou grupamento de
U.T. Is, para prover um local privado, confortável e com ambiente descontraído. Devem existir sanitários masculinos
e femininos dotados de chuveiro e armários. Uma copa com instalações adequadas para armazenamento e preparo
de alimentos, incluindo uma geladeira, um fogão elétrico e ou forno microondas. A sala de descanso precisa estar
ligada à U.T.I. pôr um sistema de intercomunicação.

Conforto Médico: Deve ser próximo à área de internação, de fácil acesso, com instalações sanitárias e chuveiro. A
sala deve ser ligada à U.T.I. pôr telefone e ou sistema de intercomunicação.

Sala de Estudos: Uma sala de estudos para equipe multidisciplinar da U.T.I. deve ser planejada para educação
continuada, ensino dos funcionários ou aulas multidisciplinares sobre terapia dos pacientes. Devem estar previsto
recursos audiovisuais, equipamentos informatizados interativos para auto-aprendizado e referências médicas,
enfermagem e outros.

Recepção da U.T.I.: Cada U.T.I. ou agrupamento de U.T. Is. Deve ter uma área para controlar o acesso de
visitantes. Sua localização deve ser planejada de modo que os visitantes se identifiquem antes de entrar. Pôr ser
uma unidade de acesso restrito é desejável que a entrada para os profissionais de saúde, seja separada dos
visitantes e um sistema de intercomunicação com as áreas da U.T.I. efetivo.

Sala de Espera de Visitantes: Área indispensável deve ser localizada próximo de cada U.T.I. ou agrupamento de
U.T. Is., destinada aos familiares de pacientes, enquanto aguardam informações ou são preparados para visita na
unidade. O acesso de visitantes deve ser controlado pela recepção. Um bebedouro e sanitários devem ser
localizados dentro da área ou próximos a ela. São desejáveis para este ambiente cores vivas, carpete, janelas,
iluminação indireta e suave. Deve ser previsto telefones públicos, sofás, cadeiras retas e reclináveis, terminais de
circuito interno de TV e materiais educativos.

Rota de Transporte de Pacientes: Os corredores utilizados para transportar os pacientes devem ser separados dos
utilizados pelos visitantes. O transporte dos pacientes deve ser rápido e a privacidade preservada. Quando
necessário o uso de elevadores, deve ser previsto um tamanho superdimensionado e separado do acesso público.

Corredores de Suprimento e Serviço: Para suprir cada U.T.I. deve ser planejado um corredor com 2,4 metros,
portas com abertura no mínimo 0,9 metros, permitindo fácil acesso. A circulação exclusiva para itens sujos e limpos é
medida dispensável. O transporte de material contaminado pode ser através de qualquer ambiente e cruzar com
material esterilizado ou paciente, sem risco algum, se acondicionado em carros fechados, com tampa e técnica
adequada. O revestimento do piso deve ser resistente a trabalho pesado e permitir que equipamentos com rodas se
movam sem dificuldades.

Secretaria Administrativa: É uma área recomendável, adjacente à U.T.I., para pessoal da administração médica e
de enfermagem. Espaços adicionais para secretarias podem ser alocados para pessoal de desenvolvimento,
especialistas clínicos e serviço social, quando aplicável. A habilidade de colocar estes profissionais nas proximidades
de uma U.T.I. pode facilitar a abordagem do gerenciamento dos pacientes pôr um grupo amplo e integrado.

Módulo de Pacientes: Os módulos dos pacientes devem ser projetados para apoiar todas as funções necessárias
de saúde. A área de cada leito deve ser suficiente para conter todos os equipamentos e permitir livre movimentação
da equipe par atender às necessidades de terapia do paciente.Segundo as Normas para Projetos Físicos de
Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, o quarto fechado para adulto ou adolescente deve ter dimensão mínima
de 12 m2, com distância de 1,0 metro entre paredes e leito, exceto cabeceira. A área coletiva deve ter dimensões
mínimas para 10 m2, distância de 1,0 metro entre paredes e 2,0 metros entre leitos. O quarto de isolamento é
recomendável, deve ser dotado de banheiro privativo e de área específica para recipientes estanques de roupa limpa
e suja e de lavatório. Na ausência de isolamento, o quarto privativo tem flexibilidade para, sempre que for requerida
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proteção coletiva, operar como isolamento.Cada módulo de U.T.I. deve ter um alarme de parada cardíaca interligado
no posto de enfermagem, sala de reuniões, sala de descanso dos funcionários e demais salas com chamada. No
projeto a U.T.I. um ambiente que minimize o stress do paciente e dos funcionários deve ser planejado, incluindo
iluminação natural e vista externa. As janelas são aspectos importantes de orientação sensorial e o maior número
possível das salas deve ter janelas para indicação de dia/noite. Para controlar o nível de iluminação pode utilizar
cortinas, toldos externos, vidros pintados ou reflexivos. Outros recursos para melhorar a orientação sensorial dos
pacientes pode incluir a provisão de calendário, relógio, rádio, televisão e ramal telefônico. A instalação de T.V. deve
ficar fora do alcance dos pacientes e operados pôr controle remoto. As considerações de conforto devem incluir
métodos para estabelecer a privacidade dos pacientes. O uso de persianas, cortinas, biombos e portas controlam o
contato do paciente com a área ao redor. Uma poltrona deve estar disponível a beira do leito para visita de familiares.
A escolha das cores das paredes proporcionam descanso e propicia ambiente tranqüilo.

Utilidades: Uma U.T.I. deve ter recursos que propiciem segurança para os pacientes e funcionários sob condições
normais e de emergência. Cada unidade deve ser provida de eletricidade, água, vácuo clínico, oxigênio, ar
comprimido e devem atender as normas mínimas ou os códigos dos agentes reguladores ou credenciadores. Os
serviços de utilidades podem ser fornecidos pôr uma coluna montada no teto, no solo ou livre. Quando localizadas
adequadamente permitem fácil acesso a cabeceira do paciente, facilitando atendimento de urgência. Se o sistema de
colunas não for viável, os serviços de utilidades podem ser fornecidos no painel de cabeceira.

Energia Elétrica: Na U.T.I. existem diversos equipamentos eletro-eletrônicos de vital importância na sustentação de
vida dos pacientes, que são utilizados na monitorização de parâmetros fisiológicos ou pôr ação terapêutica,
integrados ao suprimento de gases. Estas instalações devem ter sua alimentação chaveada para fonte de
emergência que rapidamente reassume a alimentação no caso de quedas de energia elétrica, devendo garantir o
suprimento nas 24 horas. O número de tomadas sugerido é de no mínimo onze (11) por leito, sendo desejável
dezesseis(16), ambas com voltagem de 110 e 220 volts e adequadamente aterradas.4 As tomadas na cabeceira
devem ser localizadas a aproximadamente 0,9 metros acima do piso para facilitar a conexão e a retirada através do
corpo do conector.Deve dispor também de acesso à tomada para aparelho transportável de Raios-x, distante no
máximo 15m de cada leito.

Iluminação: Além da iluminação natural, deve ter iluminação geral de teto para realização das atividades e registro
pela equipe de trabalho e conforto do paciente, não excedendo 30 pé-vela(fc). A iluminação noturna quando em uso
contínuo não deve exceder 6,5 fc, ou para períodos curtos 19 fc. É desejável uma lâmpada de leitura para o paciente
e não deve exceder 30 fc. Iluminação específica para procedimentos e urgência devem ser colocados diretamente
acima do paciente com pelo menos 150 fc.

Abastecimento de água: A fonte de água deve ser certificada, especialmente se forem realizadas hemodiálise. As
instalações de pias e lavatórios deve ser prevista para lavagem das mãos nos locais de manuseio de insumos,
medicamentos e alimentos, próximo a entrada dos módulos de pacientes ou entre cada dois leitos em U.T.I. tipo
vigilância. Os lavatórios devem ser largos e profundos o suficiente para evitar respingos, ser equipados com torneiras
que dispensa o contato com as mãos contaminadas, preferencialmente acionadas pôr pés, joelhos, cotovelos ou
sensores. Em cada lavatório deve ser instalado dispensador para sabão líquido e anti-sépticos, acionado sem tocar
as mãos e toalheiros para papel descartável. Estes são componentes críticos para o controle de infecções
hospitalares. Quando um banheiro é incluído num módulo de paciente, ele deve ser equipado com dispositivo para
limpeza de comadres e marrecos, Com instalação de água quente e fria e uma ducha com controle pôr pés.

Sistema de gases e vácuo: O suprimento de oxigênio, ar comprimido e vácuo devem ser mantidos nas 24 horas. È
recomendado duas saídas de oxigênio pôr leito no mínimo e uma saída de ar comprimido, porém, é desejável haver
duas. As saídas para oxigênio e ar comprimido devem ser feitas pôr conexões apropriadas para cada gás, evitando
troca acidental. Um sistema de alarme pôr pressão alta e baixa de gases deve ser instalado em cada U.T.I. e no
departamento de engenharia do hospital.É preconizado dois pontos de vácuo pôr leito, porém, é recomendável três
pontos.O sistema de vácuo deve manter mínimo de 290mmHg, se redução abaixo de 194mmHg os alarmes audíveis
e visuais são acionados.

Renovação de ar áreas críticas: Ar de qualidade segura e satisfatória deve ser mantido durante todo o tempo. São
exigidos no mínimo seis trocas de ar pôr hora, sendo que duas trocas devem ser com ar externo. Todas as entradas
e ar externos devem ser localizadas o mais alto possível, em relação ao nível do piso e possuir filtros de grande
eficiência. O ar condicionado e o aquecimento devem ser previstos visando assepsia e conforto para os pacientes e
equipe de trabalho, pôr isso devem passar pôr sistemas de filtragens apropriados. A tomada de ar deve respeitar
distancia mínima de 8,0 m de locais onde haja emanação de agentes infecciosos ou gases nocivos. Para unidades
de terapia críticas com módulos fechados para pacientes, a temperatura deve ser ajustada individualmente, com
variação de 24 a 26ºC, umidade relativa do ar de 40 a 60%.

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Admissão do paciente:O período pós-operatório imediato é um momento crítico para o paciente, sendo importante
a observação cuidadosa para manter as funções fisiológicas vitais dentro dos parâmetros da normalidade, até que os
efeitos da anestesia desapareçam.É atribuição da equipe de enfermagem providenciar o leito e prepará-lo para
receber o paciente.A unidade deve estar provida de materiais e equipamentos em perfeitas condições de uso, a fim
de atender qualquer situação de emergência.

Montagem do Box - Equipamentos e materiais:

o Cama com grades laterais de segurança, se possível, antropométrica;


o Monitor Multiparamétrico: contendo ECG e opcional para pressão arterial não invasiva e invasiva
(PAP, PVC, PIC, DC), oximetria de pulso, capnografia, temperatura e respiração. Incluindo os
acessórios: cabo paciente, sensor para oximetria de pulso, cabo para transdutor de pressão, suporte
de transdutor, kit de monitorização completo ou para montagem (transdutor, domo, intra-flow,
torneirinha, tubo extensor e bolsa de pressão);
o Respirador;
o Bomba de Infusão;
o Esfigmomanômetro;
o Estetoscópio;
o Termômetro;
o Suporte de soro;
o Painel de gases checado (manômetro de oxigênio, ar comprimido e vácuo, e fluxômetro de oxigênio
e ar comprimido);
o Aspirador a vácuo (coluna d’água);
o Aspirador de secreção (frasco coletor e redutor);
o AMBÚ com máscara;
o Nebulizador com traquéia e máscara;
o Umidificador.

Equipamentos disponíveis:

o Carrinho cardiorespiratório, contendo desfibrilador, materais e drogas;


o ColchãoTérmico;
o Eletrocardiógrafo;
o Gerador de Marcapasso;
o Balão Intra-aórtico;
o Bomba de Aspiração a vácuo Intermitente.

Materiais disponíveis no Box:

o Eletrodos;
o Cateter para aspiração de secreções;
o Cateter de oxigênio nasal;
o Luvas;
o Máscaras;
o Gaze;
o Régua de nível.

Transporte e recepção do paciente:O enfermeiro do Centro Cirúrgico ( CC ) ou da RPA notifica o da UPO que o
paciente está pronto para ser transferido. Durante a transferência, o paciente é acompanhado pelo anestesista e pela
enfermeira do CC ou da RPA.A equipe multidisciplinar da UPO transfere o paciente para a cama, certificando-se da
correta e confortável posição do corpo e observando os cuidados com tubo endotraqueal, cateteres, drenos e
sondas. Após a transferência para o leito , todas as sondas e equipamentos são identificados e ajustados
apropriadamente. Recomenda-se que todas as infusões sejam substituídas por prescrições médicas atualizadas.O
enfermeiro da RPA ou do CC dá informações verbais, que incluem a história do paciente, seu estado, intercorrências
no intra-operatório e na RPA.

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O enfermeiro da UPO informará as condições gerais do paciente, normas e rotinas das unidades aos familiares,
permitindo a entrada destes para a visita. Ficarão sob a responsabilidade do cirurgião, ou médico intensivista,
informações e orientações sobre a cirurgia.

Fundamentos de enfermagem

3-Procedimentos Básicos em CTI:

Acesso Venoso: A grande maioria dos medicamentos administrados ao paciente crítico é infundida por via
endovenosa, de maneira que a absorção seja previsível e o efeito se inicie rapidamente.

É indispensável que os pacientes em pós-operatório tenham acesso venoso central, permitindo além da
administração de drogas vasoativas, infusão de soluções e medicamentos, um controle rigoroso das pressões de
enchimento cardíaco.

A escolha do cateter deve ser, preferencialmente de único lúmen, por diminuir o risco de contaminação das conexões
durante a manipulação; entretanto, dependendo do tipo de cirurgia, condições do paciente e necessidade de
infusões, pode ser indicada a utilização de cateteres de dois ou três lúmens.

O tipo de líquido infundido e a velocidade de infusão devem ser rigorosamente avaliados para garantir a
permeabilidade dos cateteres.

Drenos: Os tubos para drenagem de secreções (gástrica, torácica e do mediastino) serão drenados por gravidade
ou, quando necessário, ligados à aspiração contínua ou intermitente. O volume e o aspecto das secreções serão
registrados.

Quando houver drenos exteriorizados por contra-abertura, estes serão adaptados a um sistema de coletor fechado.
Se o volume de material coletado for excessivo, que obrigue a troca repetida, pode-se adaptar uma extensão da
bolsa a um frasco coletor.

Bomba de Infusão é um aparelho médico-hospitalar ou veterinário, utilizado para infundir líquidos tais como drogas
ou nutrientes, com controle de fluxo e volume nas vias venosa, arterial ou esofágica.

Aspiração de Secreção: Usado nos casos mais simples, para resolver as insuficiências respiratórias do tipo
obstrutivas por acúmulo de secreções.

Fluidificação de secreções: quando as secreções apresentam-se espessas, o que dificulta a sua eliminação, é
necessário fluidificá-las.

Sondas: Sondagem é a colocação de sondas nos orifícios naturais do organismo ou através de abertura da pele
com a finalidade de extrair líquidos retidos, diagnóstico ou penetração de alguma substância. As sondas são em
geral de borracha ou plásticos semi-rígidos, atóxicos. São de secção cilíndrica e comprimentos variáveis para atingir
órgãos em várias profundidades. São usados de preferência tubos confeccionados de PVC por serem atóxicos, de
superfície lisa e terem baixo poder aderente às secreções. A impossibilitados de receberem dieta oral ou enteral por
tempo prolongado, geralmente indica-se suporte nutricional por via parenteral.

Balanço Hídrico: È feito para maior controle dos líquidos eliminados pelo paciente da UTI. A excreção renal do
excesso de fluido do corpo resulta em diurese espontânea e perda de peso.

PIC: Aferição da pressão intracraniana pela Derivação Ventricular Externa para PIC

Pressão Arterial Invasiva: Monitorização da pressão arterial para controle rigoroso de drogas vasoativas e pressão
arterial.

Pressão Venosa Central: Em termos fisiológicos, a mensuração da PVC é um método acurado da estimação da
pressão de enchimento do ventrículo direito, de grande relevância na interpretação de sua função. O método de
mensuração da PVC com coluna de água, devido à sua extrema simplicidade e baixo custo, é bastante popular e
largamente utilizado, dispensando transdutores eletrônicos sofisticados.
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Cateter de Swan-Ganz: O tratamento do paciente crítico envolve a monitorização e a avaliação hemodinâmica, o
cateter de Swan-Ganz, ou cateter de artéria pulmonar. O cateter de Swan-Ganz, também conhecido como catéter
balão-fluxo dirigido devido à presença de um balonete inflável na ponta do catéter, onde o próprio fluxo sangüíneo o
dirige até a artéria pulmonar.

Balão Intraòrtico: O balão bidirecional é um balão de uma única câmara, que enche à partir da porção mediana e
desloca o sangue nos dois sentidos, proximal e distal, durante a diástole ventricular. O balão unidirecional aumenta a
perfusão coronária e cerebral a também aumenta a perfusão renal e mesentérica.

Oximetria: É a medida da saturação de oxigênio do sangue arterial com um aparelho chamado oxímetro. É também
chamada de oximetria de pulso. Este procedimento permite avaliar o grau de oxigenação sangüínea, já que a
principal função do aparelho respiratório é levar oxigênio ao sangue.

Ventilação mecânica: Pacientes que estão em coma natural ou induzido, morte encefálica, e tiveram parada cardio-
pulmonar recebem a intubação orotraqueal por não conseguir assumir o processo de respiração e inspiração.

*Nos próximo capítulos iremos detalhar estes assunto.

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Fundamentos de enfermagem

4-Monitorização:

Monitoração eletrocardiógrafica contínua/monitor cardíaco:

Monitoração cardíaca:
O registro do eletrocardiograma (ECG) representa a função do sistema de condução do coração, que normalmente
inicia e conduz a atividade elétrica, e tem utilidade para verificação de alterações como: freqüência, ritmo cardíaco,
detecção de isquemia miocárdica, de áreas eletricamente inativas, aumento das câmaras cardíacas, doenças
pericárdicas, bloqueios e alterações de impulsos elétricos, efeitos de eletrólitos, e drogas vasoativas.
O eletrocardiograma está representado por letras, tratando-se de um procedimento não-invasivo, operacionalizado
pelo enfermeiro, téc. de enfermagem e médico.
Um ECG completo possui 12 variações periféricas bipolares (D1, D2 e D3), e 3 variações periféricas unipolares
(AVT,AVL e AVF) e 6 variações precordiais (V1, V2, V3,V4, V5 e V6).A eletrocardiografia traz informações da função
cardíaca,diagnóstico de IAM,e arritmias.

A monitoração da temperatura:
É importante para acompanhar as alterações cardiovasculares decorrentes do aumento do consumo de oxigênio em
função de uma elevação, hipertermia e diminuição, hipotermia, da temperatura corpórea. A febre aumenta a
demanda imposta ao miocárdio e quando associada a uma perfusão tecidual inadequada, pode aumentar o
comprometimento de orgãos nobres como rim e cérebro. A hipotermia produz vasocontricção provocando maiores
perdas hídricas, e aumenta as necessidades calorias.

A monitoração da pressão arterial não invasiva:


A medida da pressão arterial sistêmica é a fundamental avaliação do sistema cardiovascular, fisiologicamente a PA
depende do débito cardíaco e da resistência vascular periférica, traduzindo a função sistólica do ventrículo esquerdo
quando a resistência vascular periférica está dentro dos limites normais. Com o uso de monitores eletrônicos
podemos obter a pressão sistólica, diastólica e freqüência cardíaca, pela análise da curva pressórica é possível
estimar indiretamente as condições de contratilidade cardíaca, vascular, sistêmica, volume sistólico e volemia.

Oximetria de pulso:

Oximetria não-invasiva é a medida da saturação de oxigênio do sangue arterial com um aparelho chamado oxímetro.
É também chamada de oximetria de pulso. É a mensuração da saturação periférica do oxigênio, por meio do
oxímetro de pulso, é um método utilizado para verificar a oxigenação arterial.A saturação varia entre 90 a 100% em
valores normais.

Método: Apresentam algumas limitações como defeitos no sensor, hemoglobinas adicionais, presença de corantes
intravasculares, unhas esmaltadas, luz ambiente, arritmias cardíacas, e má perfusão periférica.

Aparelho: O aparelho mede a luz infravermelha que atravessa os tecidos do dedo ou do lóbulo da orelha, o que
reflete na concentração de oxigênio existente no sangue.

Cuidados de enfermagem com oxímetro de pulso:

 Observar saturação de O2 não deve estar menos de 95%


 Ficar atento a fatores que afetam na leitura da saturação

 Observar se o sensor está conectado ao paciente

 Observar sinais de FC alta ou baixa, taquicardia ou bradicardia que são parâmetros indicativos de hipóxia.

A insuficiência respiratória aguda ou crônica (manifestada como dispnéia ou cianose) leva a uma queda do conteúdo
de oxigênio do sangue, chamada hipoxemia, que produz uma deterioração de órgãos nobres como cérebro, coração
e rins, e podendo levar à morte pacientes em casos mais graves. O tratamento desta insuficiência respiratória é
realizada por meio da oxigenoterapia, além de outras medidas terapêuticas.

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Monitor utilizado em CTI:

Monitoração não-contínua ECG (Eletrocardiograma):

Conceito: O eletrocardiograma (ECG) é uma representação visual da atividade do coração, refletida pelas
alterações do potencial elétrico na superfície da pele.
O ECG é registrado como um traçado sobre uma fita de papel, aparece na tela de um osciloscópio.
Para facilitar a interpretação ECG, na requisição do exame devem ser assinalados dados sobre idade e sexo do
paciente, pressão arterial, estatura, peso, sintomas e medicamentos (especialmente digitálicos e drogas anti-
arrítmicas).
A eletrocardiografia é particularmente útil na avaliação das condições que interferem com as funções cardíacas
normais, como distúrbios da freqüência ou ritmo, anormalidades da condução, crescimento das câmaras cardíacas,
presença de um infarto do miocárdio e desequilíbrios eletrolíticos.
O ECG padrão consiste em 12 derivações. A informação sobre a atividade elétrica do coração é obtida colocando-se
eletrodos sobre a superfície da pele, em posições anatômicas convencionadas. As diversas posições dos eletrodos
que podem ser monitorizadas são denominadas derivações. Por exemplo: a derivação 1 determina a atividade
elétrica entre o braço esquerdo e o direito.
Para um ECG completo com 12 derivações. O coração é analisado em cada uma das 12 posições anatômicas
diferentes.
MECANISMO DA CONTRAÇÃO CARDÍACA: Para se interpretar um eletrocardiograma, cumpre saber que um
eletrocardiógrafo é um galvanômetro registrador da diferença de potencial elétrico entre as duas regiões sobre as
quais foram aplicados os eletrodos.

As correntes elétricas que chegam a esses eletrodos provêm do coração, uma vez que cada fase da revolução
cardíaca é precedida e acompanhada de fenômenos elétricos que se difundem por todo o organismo.

COMPONENTES INDIVIDUAIS DO ELETROCARDIOGRAMA: Na prática clínica, o eletrocardiograma é registrado


doze vezes em cada paciente, usando-se doze posições diferentes dos eletrodos. A atividade elétrica do coração é
sempre a mesma, mas, como ela é captada de diferentes ângulos na superfície corporal, as deflexões registradas
diferem em aparência nas diversas derivações.
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São derivações bipolares aquelas que medem a diferença de potencial entre dois pontos da superfície corporal. São
chamadas bipolares, porque os dois eletrodos são ambos, exploradores, aplicados sobre regiões nas quais terminam
as correntes elétricas emanadas do coração.

 Derivação padrão I ou simplesmente D1: um eletrodo no punho direito (pólo negativo), e outro no punho
esquerdo (pólo positivo).
 Derivação padrão II ou simplesmente D2: um eletrodo no punho direito (pólo negativo), e outro no tornozelo
esquerdo (pólo positivo).

 Derivação padrão III ou simplesmente D3: um eletrodo no punho esquerdo (pólo negativo), e outro no
tornozelo esquerdo (pólo positivo).

A fim de se obter um registro mais estável, pode ser colocado um eletrodo também no tornozelo direito.As derivações
são chamadas de unipolares, quando o potencial cambiante na superfície corporal é medido com um só eletrodo,
mantendo-se o outro terminal eletrocardiográfico no potencial baixo do aparelho (próximo de zero). São registradas,
habitualmente, nove derivações unipolares que são designadas, na prática corrente, de derivações V. As derivações
unipolares dos membros medem a diferença de potencial de um dos membros (braço direito, braço esquerdo e
tornozelo esquerdo) e um ponto (próximo de zero) localizado no aparelho:

 AVR - um eletrodo no braço direito, e o outro no potencial zero do aparelho.


AVL- um eletrodo no braço esquerdo, e o outro no potencial zero do aparelho.
AVF- um eletrodo no tornozelo esquerdo, e o outro no potencial zero do aparelho.

As letras R, L e F se originam, respectivamente, das palavras inglesas: Right, Left e Foot.

A letra a que precede as derivações unipolares dos membros significa que se levou a efeito uma amplificação
adicional nessas derivações, e é a abreviatura da palavra: aumentado.

Quando o eletrodo explorador da superfície corporal é colocado em algum ponto da região torácica, as derivações
unipolares são chamadas de precordiais, habitualmente em número de seis, e designadas pela letra V, que varia de
V1 a V6, conforme a posição do eletrodo na superfície do tórax.

O eletrodo explorador está situado:

Para V1: no 4º espaço intercostal, na borda direita do esterno.

Para V2: no 4º espaço intercostal, na borda esquerda do esterno.

Para V4: no 5o espaço intercostal esquerdo, sobre uma linha vertical que desce do meio da clavícula.

Para V3: a meia distância entre V2 e V4.

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Para V5: na interseção da linha horizontal, que parte de V4, com a linha axilar anterior.

Para V6: na interseção da linha horizontal, que parte de V4, com a linha axilar média.

As doze derivações habituais são, portanto, as seguintes:

 3 derivações clássicas ou padrão (D1, D2 e D3).


 3 derivações unipolares dos membros (AVR, AVL e AVF).

 Derivações unipolares precordiais (V1,V2,V3,V4,V5 e V6).

ELETROCARDIOGRAMA NORMAL: A freqüência cardíaca normal, no adulto, varia de 60 a 100 batimentos por
minuto. Na criança, pode chegar a 120 batimentos por minuto, em condições normais.

BLOQUEIO A-V: Existe bloqueio cardíaco átrio-ventricular sempre que há retardo ou obstrução completa de
passagem do impulso sinusal para os ventrículos.

As principais causas são:

1-Degeneração e fibrose do feixe átrio-ventricular de causa desconhecida.

2-Cardiopatia isquêmica.

3-Depressão do sistema condutor por drogas.

4-Comprometimento do feixe por processos mórbidos crônicos (aortopatia sifilítica, estenose aórtica calcificada,
espondilite anquilosante)

5-Miocardite aguda

6-Traumatismo do feixe durante cirurgia cardíaca.

5-Bloqueio cardíaco congênito.

Posicionamento dos eletrodos

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Fundamentos de Enfermagem

5-Implante de cateteres:

Pressão arterial sistêmica invasiva/PIA:

Indicações:
• Pós-operatório de cirurgias cardíacas
• Pós-operatório em que não podem ocorrer grandes alterações da PA
• Situações de rigor para o controle da PA
• Necessidade de controle rigoroso dos gases arteriais
• Uso de drogas vasoativas
Local de inserção e Curvas
Artéria radial
Considerado um vaso de escolha. Sua utilização tem sido associada a um menor número de complicações
Artéria Axilar e Femoral
São os vasos mais calibrosos. Porém, os inconvenientes das punções na axila e região inguinal são as
dificuldades para realização de curativos e maiores potenciais de contaminação.
Artéria Pediosa
Deve ser a artéria de segunda escolha, quando não for possível puncionar a radial. A artéria femoral deve
ser a última escolha.

PIA : Pressão intra-arterial


No monitor é representada por uma curva dicrótica. Mede a pressão arterial sistólica e diastólica e a PAM
(pressão arterial média).

A PAM normal varia de 70 a 105 mmHg. A PAM e a perfusão dos órgãos vitais estão relacionadas
diretamente. A PAM = sistólica + (diastólica X 2)

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Materiais e equipamento para Monitorização da PIA
Materiais:
• Jelco
• Agulhas
• Seringas
• Xilocaína gel
• Infiltração xylocaína a 2% sem vasoconstrictor
• Soro fisiológico
• Heparina
• Degermante e tópico
• Bandeja de pequena cirurgia ou PIA
• Campos e Capote
• Gorro e máscara
• Lúvas estéril
• Gazes estéril
• Fio pra fixação

Equipamentos
• Monitor invasivo
• Módulo de PA invasiva
• Cabo de pressão
• Suporte para soro
• Suporte para o transdutor
• Transdutor e circuito
• Bolsa pressurizadora

Complicações da monitorização da PIA


• Comprometimento vascular (trombose, hematoma, espasmo vascular)
• Desconexão e exsanguinação
• Injeções acidentais de drogas
• Infecção local e sistêmica
• Lesão nervosa (Neuropatia compressiva)
• Formações aneurismáticas
• Fístulas arteriovenosas
• Necrose e gangrena dos dígitos
• Fenômenos embólicos distais e proximais

Assistência de enfermagem:
1) Uso de técnica asséptica para a punção
2) Inserção percutânea preferencialmente à dissecção
3) Uso de cateter sobre agulha (Jelco nº 20)
4) Fixação segura do cateter
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5) Irrigação contínua do cateter em baixo fluxo com soro fisiológico heparinizado
6) Lavar o sistema após coleta de sangue arterial
7) Troca diária do curativo, observando o sítio de inserção do cateter e aparecimento de sinais flogísticos
8) Observar aparecimento de isquêmias
9) Remover o cateter ao sinal de isquemia ou infecção
10) Limitar a canulação arterial ao menor tempo possível, evitando deixá-lo por mais de 72 horas

Pressão Venosa Central/PVC:


A PVC ou pressão do átrio direito refere-se à capacidade de enchimento do ventrículo direito no final da diástole.

Indicações:
Avaliação da bomba cardíaca
Controle de volume sangüíneo
Guia para fluidoterapia

Valores de referência:
2 a 8 mmHg
3 a 11 cm H20

Método para Mensuração:


Introdução de cateter intravenoso na veia cava superior, próximo ao átrio direito.
Principais veias utilizadas para monitorização da PVC: subclávia e jugular interna
Monitorização através do transdutor eletrônico
Monitorização através de coluna de água

Complicações:
Infecção
Trombose
Embolia aérea
Deslocamento do acesso

Cuidados de enfermagem:
 Assessorar técnica asséptica para introdução do cateter venoso central
 Manter infusão contínua no AVC
 Manter o transdutor no ponto zero (no nível do átrio direito, ou seja, 4 espaço intercostal, na linha axilar
média
 Utilizar sempre o primeiro tree-way para mensuração da PVC
 Calibrar o transdutor e manter o circuito preenchido com soro fisiológico
 Manter a cabeceira do leito plana, ao aferir a PVC em coluna de água.
 Trocar curativo AVC diariamente, observando qualquer aparecimento de sinais flogísticos
 Verifique se existem outras soluções correndo no mesmo acesso venoso central. Caso ocorra, feche todas,
deixando apenas a via do equipo da PVC.
 Ao término da aferição, retorne o gotejamento normal das outras infusões (caso existam). Outras infusões
alteram o valor real da PVC.
 Fique atento aos valores da PVC. Valores muito baixos podem indicar baixa volemia, e valores muito altos,
sobrecarga hídrica.
 Normalmente a coluna d'água ou as curvas em monitor oscilam de acordo com a respiração do paciente.
Caso isso não ocorra, investigue a possibilidade do catéter estar dobrado ou não totalmente pérvio.
 O balanço hídrico é importante. Registre a cada 24 horas na folha de controle hídrico, o volume de solução
infundido nas aferições da PVC.

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Pressão Intra Craniana/PIC:
Indicações:
Apoio no tratamento do TCE
Pós-operatório de neurocirurgias de grande porte
Hidrocefalias
Orientar e racionalizar o emprego de medidas terapêuticas
Valores de referência:
Varia entre 0 e 10 mmHg
Limite superior aceitável: 15 mmHg
Técnica para monitorização da PIC:

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Intraventricular: Instalação do cateter no ventrículo lateral. Padrão ouro para monitorização da PIC.
Subaracnóide: Instalação do parafuso no espaço subaracnóide
Intraparenquimatoso: Instalação do cateter dentro da substância branca do encéfalo
1. Paciente em decúbito dorsal horizontal, com cabeceira elevada a 30º
2. Tricotomia de anti-sepsia do couro cabeludo
3. Colocação de campos estéreis
4. Infiltração anestésica
5. Incisão linear coronal de aproximadamente 3 cm
6. Trepanação da calota óssea
7. Passagem do cateter para mensuração da PIC
8. Fixação do cateter
9. Curativo compressivo e oclusivo

Assistência de enfermagem:
1. Manter cabeça em posição neutra, elevada a 30º do plano horizontal, para facilitar o retorno venoso.
2. Na monitorização com cateter intraventricular, realizar drenagem de LCR, para ¯ a HIC.
3. Ficar atento para períodos de agitação, aspiração endotraqueal, estímulos dolorosos ou outros que possam
causar da PIC
4. Realizar controle rigoroso da temperatura. A hipertermia aumenta o metabolismo cerebral, elevando a PIC
5. Manter infusão de sedativos ou barbitúricos
6. Administrar solução de manitol, conforme prescrição médica
7. Realizar troca de curativo asséptica
8. Manter o sistema calibrado com monitorização confiável.

18
Fundamentos de Enfermagem

6- Monitorização Hemodinâmica Invasiva:

Cateter venoso central:

O cateter venoso central trata-se de um tubo condutor para infusão de medicamentos ou fluidos que é posicionado
tanto na veia cava superior quanto no interior do átrio direito.O cateter venoso central de longa permanência é
utlizado em doenças crônicas como na insuficiência renal e no tratamento de doenças oncológicas ( por exemplo na
leucemia ) em que o o tratamento pode alcançar até três anos de duração e requer repetidas transfusões e
internações, recomenda-se a implantação de um cateter de longa permanência em uma veia profunda, para facilitar
a aplicação de medicamentos e derivados sangüíneos além das freqüentes coletas de sangue para exames,
evitando com isso punções venosas repetidas e dolorosas.

Indicações: O cateter venoso central é destinado ao acesso venoso central e as indicações deverão ser precisas e
levando-se em conta sempre a necessidade da veia central em detrimento da veia periférica.
 Verificação da pressão venosa central
 Administração de medicamentos irritantes ou vesicantes
 Administração de soluções com hiperosmolaridade (nutrição parenteral)
 Administração de drogas vasoativas
 Dificuldade de acesso periférico
 Infusão de drogas.
 Monitorização hemodinâmica.
 Hemodiálise.
 Plasmaférese.
 Marcapasso transvenoso temporário.

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Local de punção: A escolha do local de punção deve preferir e levar em conta o local de menor complicação da
punção, sendo observada a integridade da pele e do tecido celular subcutâneo.
 Confluência jugular-subclávia direita
 Confluência jugular-subclávia esquerda
 Veia jugular interna direita
 Veia jugular interna esquerda
 Veia subclávia direita
 Veia subclávia esquerda

Temos como opção:

 Veia jugular externa (direita e esquerda)


 Veia femorais (direita e esquerda)

Instalação:O cateter venoso central deve ser implantado por médico(a) treinado na punção e inserção e localização,
devendo ser responsável por eventuais complicações, e estar capacitado para tratá-las em tempo hábil.A punção
venosa central é realizada por punção percutânea utilizando a técnica de Seldinger. A extremidade do cateter deverá
ser introduzida e posicionada no terço distal da veia cava superior quando a punção for supratorácica; e no terço
distal da veia cava inferior quando a punção for da veia femoral.

Exame radiográfico: O posicionamento do cateter venoso central, tanto do seu trajeto quanto da sua extremidade
distal, podem ser analisados com uma radiografia simples de tórax. Excepcionalmente, para maior definição
radiográfica, o uso de contraste radiopaco pode ser usado, entretanto, hoje em dia, a maioria dos cateteres é
suficientemente radiopaca. O exame radiográfico possibilita o diagnóstico de eventuais complicações decorrente de
lesões no processo de punção venosa profunda.

Manipulação do cateter venoso central:

A manutenção e a manipulação da (s) vias (s) do cateter venoso central serão acompanhadas pela equipe de
enfermagem, bem como as trocas de curativos e eventuais complicações detectadas serão comunicadas ao médico

responsável. Durante o procedimento de manipulação do cateter venoso central de múltiplas vias deve-se usar
técnica asséptica, o que implica no emprego de luvas, e a via ser pinçada durante a troca para se evitar
extravasamento de sangue ou a aspiração do ar, desta forma evitando a embolia aérea.

Tempo de permanência do cateter venoso central:O Tempo de permanência do cateter venoso central é variado
e deverá levar em consideração a necessidade de infusão por veia central. Com cuidados rigorosos a permanência
pode ser de 30 dias, o que implica em aumento da freqüência das complicações tardias. Portanto, o cateter venoso
central deverá ser retirado assim que terminar sua indicação médica.

Complicações tardias do procedimento:O uso prolongado do cateter venoso central aumenta a probabilidade de
eventuais complicações inerentes:
 Infecção de pele,
 Obstrução do cateter,
 Ruptura parcial ou total do cateter,
 Ruptura dos pontos cirúrgicos de fixação,
 Infecção do próprio cateter,
 Endotelite bacteriana ou endocardite bacteriana,
 Septicemia, etc.

Complicações imediatas:
– Sangramento.
– Punção arterial.
– Arritmias.
– Embolia gasosa.
– Lesão do ducto torácico.
– Pneumotórax.
– Hemotórax.

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Complicações tardias:
– Infecção.
– Trombose venosa/embolia pulmonar
– Migração do cateter.
– Perfuração miocárdica.
– Lesão nervosa.

Retirada do cateter venoso central: Alguns cuidados devem ser observados na retirada do cateter venoso central,
devendo ser de responsabilidade médica ou do enfermeiro(a):
 O paciente deve estar posicionado em decúbito dorsal horizontal.
 Retirar cuidadosamente o curativo,
 Realizar a anti-sepsia,
 Cortar soltando as fixações dos pontos cirúrgicos,
 As via(s) de infusão deverão estar totalmente pinçadas,
 Retirar o cateter venoso central,
 O orifício da inserção do cateter venoso central deve ser rapidamente fechado, com curativo oclusivo devido
ao risco de embolia aérea.

Cateter de Swan-Ganz:

Utilização clínica do catéter de Swan-Ganz (cateterização da artéria pulmonar, dirigida pelo fluxo) iniciou-se nos
primeiros anos da década de 1970 e difundiu-se rapidamente devido a sua praticidade e eficácia, na medida das
pressões hemodinâmicas e na determinação do débito cardíaco pelo uso do computador, guiando a administração
de líquidos intravenosos, inotrópicos e agentes redutores da pós-carga. O cateter pode ser inserido em cirurgias, em
salas de cateterização hemodinâmica ou à beira do leito, usualmente sem fluoroscopia, por monitorização das
pressões e observação das formas de ondas durante a inserção. O catéter é radiopaco e a fluoroscopia e/ou a
radiografia simples pode ser usada para guiar ou verificar a sua posição. O princípio da termodiluição, utilizado no
cálculo do débito cardíaco, é uma extensão da diluição de indicador (no caso, um indicador térmico), na qual uma
quantidade conhecida de indicador (ex.: frio) é injetada em um local especificado “corrente acima” (ex.: átrio direito) e
o resultante efeito dilucional do indicador, ao misturar-se com sangue, numa localização “corrente abaixo” (ex.:
termistor na artéria pulmonar), é medido, gerando uma curva de diferencial de temperatura, e a área abaixo desta
curva é integrada.

Indicações: O cateter de Swan-Ganz é um instrumento de monitorização diagnóstica e não uma modalidade


terapêutica.
Pulmonar e/ou pressão capilar como nos casos de:
-Insuficiência cardíaca aguda ocasionada pelo infarto agudo do miocárdio(IAM);
-Complicações mecânicas do IAM; Infarto do ventrículo direito;
-Insuficiência cardíaca congestiva refratária (ICC);
-Choque circulatório ou instabilidade hemodinâmica;
-Situações circulatórias complexas (ex.: reposição volêmica, no grande queimado);
-Emergências médicas, como: Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA), Sepse,intoxicação por
drogas;insuficiência renal aguda; pancreatite necroemorrágica.
-Pacientes de alto risco intra e pós-operatório;
-Pacientes obstétricas de alto risco: cardiopatas (ex.: estenose mitral);doença hipertensiva específica da gestação
(pré-eclâmpsia);
-Choques de qualquer natureza.

Catéter de termodiluição com quatro vias: Este é o tipo de cateter mais utilizado. Ele possui quatro vias:
 Via distal (AP): transmite a pressão da artéria pulmonar (PAP) e da pressão de oclusão da artéria pulmonar
(POAP). Pode ser coletado sangue venoso misto desta via, já que a ponta do cateter está na artéria
pulmonar. Drogas ou soluções hiperosmóticas não devem ser administradas nesta via, pois podem
causar lesão vascular local ou reação tecidual.
 Via do balão: via para insuflar o balão.
 Via proximal (AD): localiza-se a 30 cm da ponta do cateter, no átrio direito e transmite a pressão do
mesmo. Pode-se administrar drogas, fluídos e eletrólitos. A solução para a realização da medida do débito
cardíaco é injetada nesta via.
 Via do termistor: está localizada de 4 a 6 cm da ponta do cateter e transmite a variação da temperatura no
sangue. Esta variação é importante para a medida do débito cardíaco, onde é injetada uma solução fria e
identificada a variação da temperatura na passagem do sangue neste local. Também é utilizado para a
medida da temperatura sangüínea.

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Cateter de termodiluição com via extra para medicação: É um modelo de cateter que permite a infusão de drogas
por vias acessórias que se localizam no átrio. Neste caso, a utilização da via proximal torna-se exclusiva para a
medida do débito cardíaco.

Cateter de termodiluição com quatro vias e " indicador de posição": Neste modelo, a via proximal encontra-se a
10 cm da ponta do cateter, ou seja, no ventrículo direito. Através da visualização da curva de ventrículo direito é
possível verificar a posição correta do cateter ou quando ocorre a migração do mesmo.

Cateter de artéria pulmonar com fibra óptica: Este modelo possui uma via a mais que contém no seu interior duas
linhas de fibra óptica para realizar a medida da saturação venosa mista. Uma das linhas emite uma luz vermelha e
infravermelha que incide nas células vermelhas do sangue e é refletida para a segunda linha.Dessa forma, é
identificada a quantidade de oxihemoglobina e desoxihemoglobina no sangue venoso misto. O módulo no
computador calcula a fração de oxihemoglobina, mostrando e atualizando continuamente.

Cateter de artéria pulmonar com marcapasso: Este modelo pode ser usado como marcapasso seqüencial atrial,
ventricular e atrio-ventricular. Ele possui cinco eletrodos:
 Dois eletrodos intra-ventricular: localizados a 18,5 cm e 19,5 cm da ponta do cateter.
 Três eletrodos intra-atrial: localizados a 28,5 cm, 31,0 cm e 33,5 cm da ponta do cateter.

Cateter de Swan Ganz com fração de ejeção por termodiluição: É um dos modelos mais novos, que permite
obter os cálculos dos volumes diastólico e sistólico finais do ventrículo direito. Este cateter possui:
 Dois eletrodos intra-cardíaco: um localizado no ventrículo direito e o outro na artéria pulmonar, que são
sensíveis à despolarização ventricular.
 Uma saída localizada no átrio: com múltiplos orifícios, que quando injetada uma solução resfriada forma-se
um borrifo neste local.
 Um sensor de temperatura (termistor): que mede a variação da temperatura em cada batimento.

Cateter de Swan Ganz com medida de débito cardíaco contínuo:


Este modelo possui um filamento térmico que envolve o cateter e se encontra conectado e controlado por um
computador. Está localizado no ventrículo direito. Conforme uma programação de tempo, este filamento é aquecido,
modificando a temperatura local sanguínea. A variação da temperatura é detectada pelo termistor, localizado próximo
a ponta do cateter, onde será reproduzida a curva de termodiluição do débito cardíaco.

Material utilizado:

Passos preliminares:
 Montar o sistema de monitorização
 Selecionar o introdutor para a passagem do cateter
 Selecionar o modelo de cateter que será utilizado

Material da paramentação médica:


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 Avental estéril
 Luva cirúrgica
 Máscara
 Touca
 Escova com solução anti-séptica
Material para a inserção do cateter:
 Solução anti-séptica (ex.: Clorexidina)
 01 campo estéril
 01 pacote de curativo
 02 pacotes de gazes
 01 agulha 12x40
 01 agulha 12x7,0
 01 seringa de 10 ml
 01 seringa de 20 ml
 01 frasco de Xilocaína 1% sem vasoconstritor
 01 bisturi n° 11
 01 porta agulha
 01 fio mononylon n° 03
 Micropore para o curativo
Durante todo o procedimento deve-se utilizar técnica asséptica e manter o material estéril. Antes da inserção
do cateter é realizado o teste com o balão, insuflando-o com 1,5ml de ar para verificar a simetria do balão ou detectar
a presença de furos ou ruptura do mesmo.

Balão Intra Aórtico/ BIA:


O catéter-balão é constituído por um catéter rígido, em cuja extremidade existe um balão cilíndrico construído de
poliuretano, que é um polímero de biocompatibilidade elevada e baixa trombogenicidade.
O balão é fabricado em tamanhos variados, para atender às diversas faixas de peso dos pacientes. Os balões mais
comuns são de 20, 30 e 40 cc. O balão de 40 cc de capacidade é o mais usado para pacientes adultos. O balão deve
simplesmente "ocluir" a aorta, sem traumatizar as suas paredes.

O gás que insufla o balão, alcança o seu interior mediante pequenos orifícios existentes no catéter, na região
recoberta pelo balão. Para o esvaziamento do balão, o gás é aspirado do seu interior pelos mesmos orifícios.

O balão bidirecional é um balão de uma única câmara, que enche à partir da porção mediana e desloca o sangue
nos dois sentidos, proximal e distal, durante a diástole ventricular. O balão unidirecional aumenta a perfusão
coronária e cerebral a também aumenta a perfusão renal e mesentérica. Quando o balão precisa ser introduzido pela
artéria axilar ou pela própria aorta ascendente, o balão de uma única câmara deve ser utilizado, em razão de
produzir um fluxo de natureza bidirecional.

O balão unidirecional, em geral possui duas câmaras. Ambas são infladas quase simultâneamente. O balão menor,
esférico, oclui a aorta distal de modo que todo o sangue deslocado pela inflação do balão maior flui no sentido
retrógrado, para aumentar a perfusão coronariana e cerebral. O catéter com balão duplo produz contrapulsação mais
eficaz com relação ao aumento da pressão de perfusão coronariana.

Materiais Necessários para Punção:

 Bandeja com duas cubas rim;


 Tesoura pinça porta-agulhas e bisturi;
 Povidine degermante e alcoólico (utilizar produto preconizado pelo SCIH do hospital);
 Campo estéril fenestrado;
 Gaze estéril, fio mononylon 3,0
 Seringa de 10 ml, agulha 25X7 cm, lidocaína a 2% sem vasoconstritor;
 Kit introdutor (seringa de 5 mL, agulha para punção, fio guia metálico, dilatador, introdutor e camisa protetora
estéril)
 Catéter de termodiluição (catéter de Swan-Ganz)
 Kit de monitorização (transdutor único, extensão rígida, discofix com 3 torneiras)
 Soro fisiológico com 500 ou 1000 unidades de heparina
 Seringa com êmbolo protegido
 Material para curativo

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Complicações: As complicações podem estar relacionadas com a técnica de passagem do catéter, permanência do
catéter ou sua retirada. Em relação a passagem do catéter, podemos citar o risco de pneumotórax hipertensivo,
arritmias ventriculares, bloqueios de ramo direito ou até o bloqueio de ramo átrio ventricular total. A presença do
catéter na circulação predispõe o paciente desenvolver infarto pulmonar, trombose venosa e complicações
infecciosas. A lesão da artéria pulmonar, ou um de seus sub-ramos pode estar relacionada à migração distal do
catéter ou a insuflação inadequada do balão.

Cuidados de Enfermagem na Monitorização Hemodinâmica Invasiva:

1. Posicionar os eletrodos para monitorização eletrocardiográfica,


2. Deixar o paciente em posição de decúbito dorsal,
3. Montar sistema de pressurização com heparina e soro fisiológico (volumes determinados pelo médico),
4. Deixar o soro fisiológico heparinizado para posteriormente acoplar nas vias DISTAL e PROXIMAL do catéter,
5. Montar o transdutor de pressão com técnica asséptica,
6. Auxiliar na paramentação do médico,
7. Montar material para passagem do catéter,
8. Fornecer os materiais ao médico,
9. Auxiliar na passagem do catéter fornecendo ao médico, informações sobre as curvas de pressão,
10. Após o término da passagem do catéter, assegurar-se de que não há bolhas de ar no sistema,
11. Verificar se as conexões entre catéter, equipos e torneiras de três vias estão bem adaptados,
12. Realizar curativo no local da inserção do catéter conforme protocolo do SCIH
13. Providenciar radiografia de tórax,
14. Insulflar o balão apenas no momento de verificação da POAP, ou no momento de progressão do catéter.
Uma observção importante ao enfermeiro intensivista é no momento de retirada do catéter, que deve estar o
balão desinsulflado para que não ocorra traumas vaculares,
15. Realizar as medidas hemodinâmicas ao menos uma vez por plantão, ou conforme as rotinas da instituição.

24
Fundamentos de Enfermagem

7-Traqueostomia e aspiração de secreções:

DEFINIÇÃO: A traqueostomia é uma abertura externa, feita na traquéia, a fim de proporcionar uma via aérea
artificial, inserindo-se uma cânula neste espaço.

FINALIDADE
- Suplantar uma obstrução das vias aéreas superiores
- Remover secreções traqueobrônquicas
- Permitir o uso de ventilação mecânica
- substituir o tubo endotraqueal

RESPONSABILIDADE: Médico auxiliado pela equipe de enfermagem

MATERIAIS NECESSÁRIOS A REALIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO:


- Bandeja de pequena cirurgia
- Cânula própria
- Almotolias com PVP-I tópico, PVP-I degermante e álcool iodado a 1%
- Escova de degermação
- Fio de sutura absorvível, agulhado
- Lâmina de bisturi
- Fonte de oxigênio
- Intermediário
- Sonda esterilizada para aspiração traqueal, lisa, transparente, flexível, extremidade distal macia e arredondada,
(spira)
- Gaze
- Anestésico sem vasoconstritor
- Seringas de 10 e 20 ml
- Agulhas 40 por12 e 30 por 8
- Cuba redonda
- Ampolas de água destilada
- Ambu com máscara
- Cadarço

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL:


- Capote estéril
- Gorro
- Máscara
- Luvas estéreis

LOCAL DE REALIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO: Sempre que possível, o procedimento deverá ser realizado no
bloco cirúrgico. Não sendo possível, observar os cuidados para a realização de um procedimento com técnica
asséptica.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM:
- Lavar as mãos
- Separar todo o material e encaminhar para a unidade do paciente
- Explicar ao paciente sobre o procedimento a ser realizado
- Proceder a degermação da região com PVP-I degermante por 3 minutos
- Completar a desinfecção com álcool iodado a 1%
- Abrir a bandeja de pequena cirurgia com técnica asséptica
- Auxiliar o médico, fornecendo o material solicitado
- Inflar o cuff
- Fixar a cânula com cadarço
- Realizar o curativo
- Aspirar vias aéreas, se necessário
- Instalar oxigenoterapia, se prescrito, através de ventilador contínuo, macronebulizador ou cateter com oxigênio
suplementar
- Recolher o material utilizado, encaminhando-o ao expurgo, dispensando cuidados necessários

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- Deixar o paciente confortável
- Lavar as mãos

- Anotar o procedimento e intercorrências no prontuário do paciente

CUIDADOS DE MANUTENÇÃO
FERIDA CIRÚRGICA: Curativo – lavagem com soro fisiológico, ao redor da ferida cirúrgica, uma vez ao dia ou
sempre que necessário.

ASPIRAÇÃO DE SECREÇÕES:

DEFINIÇÃO: É o procedimento utilizado para remover secreções do trato respiratório e/ou cavidade oral, quando o
paciente não é capaz de fazê-lo.
FINALIDADE:
- Retirar secreções do trato respiratório sem traumatismos
- Promover vias aéreas permeáveis
- Prevenir e auxiliar no tratamento das infecções respiratórias
- Prevenir atalectasias pulmonares
RESPONSABILIDADE: Equipe de enfermagem e/ou fisioterapia
MATERIAL NECESSÁRIO A REALIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO
Bandeja preparada na CME, contendo:
- pacotinhos de gaze
- seringa
- ampolas de água destilada
- catéter esterilizado para aspiração da boca e nariz
- cateter esterilizado para aspiração traqueal, liso e transparente, flexível, extremidade distal macia e arredondada
com orifício na ponta e mais dois ou três orifícios laterais, comprimento adequado, diâmetro correspondente a 1/3 ou
¼ do diâmetro da cânula
- uma compressa ou campo esterilizado cobrindo o material
- aspirador com látex onde se conecta a spira, o que permite controlar os intervalos e a força de sucção.

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL


- Luvas estéreis
- Máscara e Óculos de Proteção
TÉCNICA DE ASPIRAÇÃO
A - Recomendações gerais:
- Verificar as condições do material
- Explicar ao paciente o procedimento
- Lavar as mãos cuidadosamente, de preferência com anti-séptico (PVP-I) ou fazer antissepsia com álcool glicerinado
a 70%, após lavá-las com água e sabão.

B - Aspiração traqueal
- Posicionar o paciente.
- Abrir o invólucro do catéter.
- Calçar luva estéril.
- Segurar o catéter com uma mão e com a outra segurar o conector em Y (já adaptado ao tubo de sucção),
conectando-lhe o catéter.
- Testar o sistema de sucção, aspirando pequena quantidade de água destilada.
- Introduzir o catéter com cuidado através da cânula, sem exercer sucção, isto é, mantendo o Y aberto.
- Após introduzir o catéter, colocar o polegar em um dos ramos do Y e iniciar a aspiração com movimentos suaves de
rotação com o catéter, à medida que o traciona gradativamente, retirando o dedo do Y em sucção intermitente.
Cada aspiração deve ter a duração máxima de 15 segundos e 80 a 120 mmHg de pressão de vácuo.
- Se necessário, lavar o catéter e o tubo de sucção com água destilada (frasco individual), tendo-se o cuidado antes
de limpar o catéter com gazinha, para retirar o excesso de secreção.
- Repetir este procedimento quantas vezes forem necessárias, mantendo um intervalo curto entre elas, para permitir
adequada oxigenação do paciente.
- Após a série de aspirações, desprezar o catéter e lavar o tubo de borracha com água destilada.
- Insuflar 10 vezes com ambú na cânula de traqueostomia, promovendo a re-expansão dos pulmões e facilitando o
desprendimento e mobilização de secreções. Esta insuflação poderá ser feita também durante a aspiração, se o
paciente apresentar secreção em excesso, espessa e de difícil remoção.
- Reconectar o oxigênio ou o ventilador ao paciente.

C - Aspiração da boca e do nariz


Ao terminar a aspiração traqueal, aspirar a boca e o nariz com o mesmo catéter.

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- Terminando todo o procedimento, desprezar a sonda de aspiração (aspira).

LIMPEZA E DESINFECÇÃO DE CÂNULA METÁLICA


Cânula interna:
- Lavar as mãos com PVP-I ou álcool glicerinado a 70%
- Calçar luvas
- Desconectar o circuito de umidificação
- Aspirar o paciente pela técnica conhecida
- ainda com mão enluvada, remover suavemente a cânula, tendo-se o cuidado de seguir a curva da mesma, pois
pode desencadear violento acesso de tosse.
- Mergulhar a cânula em solução de detergente enzimático durante 5 minutos para remover crostas.
- Enquanto a cânula interna está na solução, aspirar à cânula externa. Se necessário, instilar água destilada para
auxiliar na retirada de resíduos de sua parede.
- Após retirar a cânula interna da solução de detergente enzimático, enxaguar em água corrente.
- Fazer a desinfecção de alto nível da cânula, imergindo-a em solução de glutaraldeído a 2% durante 30 minutos.
Neste espaço de tempo, deve-se aspirar secreções do paciente com freqüência a fim de evitar seu ressecamento na
cânula externa.
- Proceder à troca do curativo
- Retirar a cânula da solução (com o auxilio de uma pinça), lavando-a copiosamente com água destilada ou soro
fisiológico, retirando bem todo resíduo da solução. Transportá-la até o paciente, dentro de uma compressa
esterilizada.
- Reinserir a cânula, fixando-a no ponto indicado, após aspirar o paciente
- A limpeza e desinfecção da cânula deverão ser feitas uma vez ao dia, ou quando ocorrer obstrução por secreção

Cânula externa:
Não são necessárias a limpeza e desinfecção da cânula externa, a não ser nos casos de obstrução da
mesma.

CUIDADOS COM EQUIPAMENTOS RELACIONADOS AO SISTEMA RESPIRATÓRIO


Ambu
- Desinfecção de alto nível com glutaraldeído a 2% durante 30 minutos ou esterilização com óxido de etileno entre
pacientes
- No mesmo paciente, fazer limpeza e desinfecção com álcool a 70%
Aspirador de secreções
- Esvaziar o frasco a cada 12 horas ou quando estiver cheio, lavando-o e friccionando álcool a 70% para
desinfecção.
- Nunca deixar que o líquido do vidro do aspirador ultrapasse ¾ de sua capacidade.
- O tubo de sucção (borracha) deve ser trocado junto com o frasco do aspirador, por outro estéril.
Macronebulizador
- Fazer a desinfecção de alto nível com glutaraldeído a 2% durante 30 minutos, de 24 em 24 horas.
Micronebulizador
- Desinfecção com álcool a 70% entre as nebulizações de um mesmo paciente.
- Desinfecção de alto nível com glutaraldeído a 2% durante 30 minutos ou esterilização, entre pacientes.
Aparelhos de Fisioterapia Respiratória
- Desinfecção de alto nível ou esterilização entre pacientes
Circuitos respiratórios
- Trocar o circuito e os umidificadores a cada 5 dias ou sempre que grosseiramente contaminados.
- Desinfecção de alto nível ou esterilização, entre pacientes.
- Desprezar líquido condensado, tomando-se cuidado para não haver retorno para o tubo orotraqueal.
- Evitar filtros nos circuitos
- Se possível, usar água destilada estéril, nos umidificadores.

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Fundamentos de Enfermagem

8-Uso de desfibrilador:

Desfibrilação precoce
Constatou-se que mais de 50% das vítimas de parada cardíaca, fora do hospital, apresentavam uma arritmia
cardíaca conhecida como fibrilação ventricular. Essa condição consiste em uma vibração rápida, desordenada e
ineficiente do coração.
Um choque elétrico pode ser aplicado no coração objetivando reorganizar o ritmo perdido e permitindo que o coração
volte a apresentar batimentos cardíacos eficazes. Esse choque elétrico é chamado de desfibrilação. A corrente da
sobrevivência criada pela AHA - American Heart Association (Associação Americana do Coração), reconhece a
importância da. desfibrilação cardíaca precoce e do Suporte Avançado de Vida. Essa corrente da sobrevivência
inclui, o reconhecimento precoce da parada cardíaca; chamar o Resgate; a RCP aplicada por cidadãos; a
desfibrilação precoce com o AED - Automated External Desfibrillation (Desfibrilador Externo Automático) e Suporte
Avançado de Vida aplicado por médicos no local da ocorrência. Uma vítima com parada cardíaca tem maior chance
de sobrevivência quando no local existir condição para aplicar a desfibrilação externa.
O Socorrista é em geral a primeira pessoa com treinamento técnico profissional presente no local para atender a
vítima.
O Socorrista pode iniciar a RCP para tentar manter o cérebro e o coração da vítima suprido de oxigênio. Em muitos
sistemas de Serviços de Emergências Médicas, essa é a única função atribuída ao Socorrista.
O sistema deverá contar também com Técnicos em Emergências Médicas e Médicos na equipe do resgate de forma
que o Suporte Avançado de Vida possa complementar o atendimento da vítima no local da emergência. Se houver
esse tipo de serviço disponível, as chances de sobrevivência das vítimas.
Gradativamente os diversos sistemas de serviços de emergências médicas dos países desenvolvidos estão
adotando o AED – Automated External Desfibrilation (DEA – Desfibrilador Externo Automático). Esses aparelhos
estão equipados com dispositivos eletrônicos que identificam com precisão a condição de fibrilação ventricular
comunicam ao Socorrista quando o choque deve ser aplicado, se necessário.
O Desfibrilador Externo Automático permite que o Socorrista combine a aplicação da RCP eficiente com desfibrilação
do coração, objetivando restabelecer um batimento cardíaco ordenado que gere pulso.
O Desfibrilador Externo Automático pode ser integrado aos esforços paralelos que intensificam a eficiência da
corrente da chance de sobrevivência.
Os elos da corrente incluem:
 Cidadãos treinados para identificar a parada cardíaca e acionar o Resgate rapidamente;
 Cidadãos treinados para aplicar RCP;
 Desfibrilação Externa Automática aplicada por Socorrista, se disponível no local;
 Suporte Avançado de Vida dentro de 10 minutos, para estabilizar a vítima ainda no local;
 Médicos nos hospitais treinados em Suporte Cardíaco Avançado preparados para prestar atendimento à vítima.
Aplicando desfibrilação externa automática
 Se você chegar ao local antes que o Desfibrilador Externo Automático tenha sido conseguido, você
deverá avaliar o nível de consciência da vítima, vias aéreas, respiração e circulação.
 Se a vítima estiver inconsciente, sem respirar e não apresentar pulso carotídeo, você deverá se
certificar que o Resgate está a caminho e iniciar imediatamente a RCP.
 Se você estiver sozinho, for treinado para usar um AED - Automated External Desfibrillation
(Desfibrilador Externo Automático) o um AED estiver disponível no local, você deverá avaliar o ABC e, se
constatar que a vítima está em parada cardíaca, você deverá iniciar o procedimento de desfibrilação antes
de iniciar a RCP.
 No entanto, se você já iniciou a RCP porque não havia um AED disponível ao seu lado, você deverá
continuar a RCP até que seja possível conseguir o AED e conectá-lo a vítima, sem interromper a RCP.
Assim que o AED estiver pronto para ser utilizado, você deverá interromper a RCP. Nesse momento, retire
as mãos da vítima e só então ligue o desfibrilador. Ninguém pode estar tocando na vítima quando o AED
estiver sendo ligado.
 O AED analisa o ritmo do coração da vítima e identifica se é um ritmo que indica a aplicação de choque.
Se o ritmo indicar necessidade de choque, o AED recomendará a desfibrilação. Ao receber a mensagem
do AED, você deverá dar o comando para que todos os presentes se afastem da vítima — gritando
claramente: “Liberar a vítima” e em seguida você deve se certificar que todos ouviram sua instrução e
obedeceram.
 Localize o botão de “choque”, coloque sua mão sobre o botão e volte a olhar para se certificar que todos
permanecem afastados da vítima.
 Aperte o botão olhando para as pessoas, não desvie seu olhar das pessoas presentes para ter certeza
que ninguém, repentinamente, volte a tocar na vítima.
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 Todos deverão se manter afastados até que você aplique o choque. Siga as instruções da voz que dá os
comandos do AED. Procure se familiarizar com o modelo de AED da sua instituição.

 Leia atentamente o manual de operações fornecido pelo fabricante do AED.

Procedimentos para desfibrilação externa automática


A - Traga o Desfibrilador para perto da vítima;
B - Avalie o ABC: ver, ouvir e sentir.
C - Se estiver inconsciente, sem respirar e sem pulso, inicie a RCP
D - Aplique os eletrodos e conecte ao desfibrilador.
E - Ligue desfibrilador.
F - Aperte o botão para análise de ritmo, se o modelo solicitar.
G - Determine se é indicado o choque pelo desfibrilador.
H - Se o choque for indicado, desfibrile a vítima.

 Se o AED identificar um ritmo que indique necessidade de choque, o aparelho libera energia para carregar o
acumulador de carga elétrica e recomenda uma segunda desfibrilação.
 Você deverá então pressionar o botão “choque” uma segunda vez, cumprindo todas as precauções de
segurança para o primeiro choque. Esse procedimento de “analisar” e “aplicar choque” deve ser repetido até 3
vezes Esses 3 choques são chamados de choques são chamados de choques seqüenciais.
 Depois do terceiro choque o AED solicita que você avalie o pulso da vítima, se não houver pulso você deverá
aplicar 1 minuto de RCP.
 Depois de 1 minuto de RCP o aparelho volta a analisar o ritmo cardíaco e recomendará necessidade de
choque ou de voltar a avaliar se há presença de pulso, instruindo que se não houver presença de pulso você
deverá fazer mais um minuto de RCP.
 Quando o Desfibrilador não recomenda o choque, você deve verificar o pulso.
 Se o pulso estiver presente, verifique se há respiração. Se houver pulso, mas não houver respiração, insufle a
vítima a cada 5 segundos.
 Após o intervalo de um minuto, se não houver pulso, reinicie a RCP por um minuto e repita as duas seqüências
de três choques. Assim que a equipe do Resgate chegar ao local com Suporte Avançado de Vida, eles
assumirão o controle e responsabilidade pelo atendimento da vítima.
 Os Desfibriladores Externos Automáticos variam ligeiramente na concepção operacional de modelo para
modelo.
 Você como Socorrista deverá conhecer a maioria dos modelos existentes no mercado e se atualizar quanto
aos avanços tecnológicos que poderão ser adicionados às máquinas e ainda, você deverá dominar e conhecer
cada detalhe específico que for adotado pela sua instituição.

 Pratique continuamente até que você consiga fazer todo o procedimento rapidamente e com segurança.
 Você deverá obedecer aos critérios e diretrizes que vierem a ser estabelecidos pelo regulador Médico da sai
instituição.
 Os protocolos recomendados para o uso do AED são atualizados de tempo em tempo pela Associação
Americana do Coração. Portanto, você deverá estar sempre acompanhando essas atualizações e seguindo as
diretrizes mais recentes que vierem a ser estabelecidas pela Associação Americana do Coração.

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Fundamentos de Enfermagem

9-Hemoderivados e Hemotransfusão:

Objetivos:
-Restabelecer o nível de hemoglobina,
-Melhorar a capacidade de transporte de oxigênio,
-Obter hemocomponentes,
-Anemias em geral

Materiais:
-Bandeja,
-Garrote,
-Esparadrapo,
-jelco,
-Bolsa identificada contendo hemoderivados conectado ao equipo c/filtro padrão

Sangue Total:
É constituído de plasma, que é a parte líquida do sangue, e seus elementos figurados que são as hemácias,
leucócitos e plaquetas.
Indicação: Atualmente a sua utilização se restringe à obtenção de hemocomponentes.

Hemocomponentes:
(A) Concentrado de Hemácias:
Indicações: Nas anemias em geral com o objetivo de restabelecer o nível de hemoglobina, melhorando a capacidade
de oxigênio.
*Concentrado de Hemácias Lavadas
*Concentrado de Hemácias Deleucotizado
*Concentrado de Hemácias Irradiadas
*Concentrado de Hemácias Triados pela Hemoglobina S
*Concentrado de Hemácias Fenotipadas

Concentrado de Plaquetas:
São obtidas através de uma unidade de sangue total, através da centrifugação do plasma rico em plaquetas, não
devendo conter hemácias.
Indicação: A pacientes politransfundido com refrateriedade á plaquetas, profilaxia para aloimunização primaria
reduzindo as reações por anticorpos leucocitários com destruição e plaquetas, pacientes pré-pós-transplantado.
Infundir em gotejamento rápido recomenda-se a infusão de plaquetas por unidades, pois em caso de reação
transfunsionais, com interrupção da infusão, não haverá perda de bolsas restantes.

(C) Concentrado de Hemácias Deleucotizado:


(D) Concentrado de Hemácias Irradiadas:
(E) Plasma Fresco Congelado:(P.F.C)
Obtido a partir de uma bolsa de sangue total por centrifugação e congelamento a -18°C ou menos, até 8 horas após
a coleta.
Indicação: Sangramento decorrente de deficiências múltiplas de fatores de coagulação, e deficiência congênita de
fatores de coagulação, onde não são disponíveis os concentrados de fatores de liofilizados.
A bolsa deve ser descongelada em temperatura não superior a 37°C devido ao risco de floculação, com precipitação
de proteínas.

(F) Plasma Expansor (PE):

(G) Crioprecipitado:
É a porção plasmática insolúvel a frio, resultante do processo de descongelamento de PFC obtido de um doador
individual.
Indicação: Hemofilia A, Doença de Von Willebrand.

Hemoderivados:
São produtos obtidos industrialmente do fracionamento de pool de plasma humano congelado logo após a coleta,
sendo posteriormente submetidos a processos de purificação e inativação viral.

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Indicação: Seu uso está indicado em pacientes portadores de deficiências de fatores de coagulação, cuja reposição
seja possível através do concentrado liofilizado e que são:

-Hemofilia A: Concentrado de Fator VII


-Hemofilia B: Concentrado de Fator IX
-Hemofílicos com inibidor concentrado de complexo Protrombínico e Complexo Protrombínico Ativado.
-Doença de Von Wilenbrand:Concentrado de Fator de Von Wilebrand.
A velocidade de infusão endovenosa deve ser de aproximadamente 03 ml por minuto ,mantendo-se a observação
para possível reação alérgica ,apesar da baixa incidência .
Na ocorrência de reações, as manifestações geralmente são mais leves.

Observações importantes:
Equipo: Equipo específico com filtro padrão cuja malha tenha a trama 170 a 260 micro. Estéril, apirogênico,
descartável. De uso único (1 equipo /uma bolsa).
Deve ser usado o mesmo equipo até totalizar 4 horas de uso, no máximo. Deve ser trocado se apresentar sinais de
saturação ou contaminação.
Conservação: Geladeira com termômetro interno e mapa de temperatura para controle a cada 4 horas. Geladeira
utilizada apenas para esse fim.
O termômetro deve ficar imerso em solução de água e álcool a 10 por cento.
A leitura deve ser feira com termômetro imerso.
EPI: Luvas de procedimento, sapatos fechados, avental de mangas compridas, óculos protetor e máscaras (critério
de bom senso)
Aquecimento: Aquecimento quando indicado deve ser em equipamento próprio. Evitar Banho Maria, pois a bolsa
entra em contato com água.Ela é porosa. Em situação de emergência, somente o equipo deverá estar imerso em
recipiente com água a 37°, monitorada.
-Concentrado de hemácias: Em temperatura ambiente, enquanto se prepara tudo para o processo transfusional.
-Plasma Congelado: Temperatura ambiente podendo colocar um ventilador próximo. Após descongelamento utilizá-lo
dentre de 6 horas.
É PROIBIDO – Adicionar qualquer produto a bolsa de sangue e hemocomponentes.
Registro de Reações – Quando ocorrer, preencher impresso de notificação de reação transfusional e informar
conduta médica e tratamento.
Arquivar cópia pelo menos por 05 anos.
O MINISTERIO DA SAÚDE: Recomenda-se que todos os registros pertinentes á transfusão, devem ser arquivados
indefinitivamente, sendo aconselhável o uso de microfilmagem e/ou sistemas informatizados.
Preenchimento do impresso de Solicitação: Médico
Transporte: Em caixas térmicas que permitam a conservação de cada produto, e que sofram limpeza e desinfecção
a cada 12 h com álcool 70°.
Produtos congelados não podem dividir a mesma caixa com outros congelados.

Cuidados de Enfermagem no ato pré transfusional:


-Identificar o paciente.
-Colocar o paciente em posição de Fowler
-Conferir a identificação da bolsa (rótulo, número, data de validade, assinatura do funcionário do banco de sangue,
nome do paciente, grupo sanguíneo, RH.).
-Observar as condições do produto relativas à embalagem, aspecto, transporte, validade, se apresentar qualquer
alteração não utilizá-lo.
-Conferir a prescrição medica.
-Comunicar ao paciente o procedimento. Atenuar suas preocupações quanto à transfusão, quando solicitar.
-Avaliar o paciente, observando sinais e sintomas pré-existentes; para que não sejam confundidos com os de uma
reação transfusional.
-Verificar sinais vitais previamente;
-Avaliar previamente o acesso venoso;
-Verificar a necessidade de administração prévia de medicamentos, conforme prescrição.
-Fazer anotações de enfermagem após todas as conferências (anotando nº da bolsa, grupo sanguíneo, Rh
principalmente).
-Preparar material para venopunção, se não houver acesso venoso adequado.
-Preparar e montar todo sistema transfusional e executá-la de forma segura dentro dos padrões de assepsia e anti-
sepsia
-Deixar o quarto do paciente já montado com fonte de O2 e aspirador.

OBS: A VELOCIADE DE INFUSÃO DEPENDERÁ DO QUADRO CLÍNICO DO PACIENTE E DO VOLUME A SER


INFUNDIDO, OBSERVANDO AS CARACTERÍSTICAS DE CADA PRODUTO.
O TEMPO DE INFUSÃO DEVE SER CRITERIOSA, DE MODO A DETECTAR ALTERAÇÕES RAPIDAMENTE.

31
Cuidados de Enfermagem Durante o Processo Transfusional:
-Transfundir lentamente o produto durante os primeiros 15 minutos de modo a detectar precoce e rapidamente
qualquer alteração. Se tudo normal, controlar o gotejamento conforme prescrição.
- Conservar a etiqueta de identificação afixada á bolsa até o final de transfusão.
-Observar e avaliar freqüentemente a via de acesso venoso;
-Aquecer o paciente com cobertores, se necessário;
-Comunicar à supervisão e médico de plantão em caso de qualquer alteração;
-Manter o acesso venoso com SF0,9% e aguardar prescrições médicas, caso ocorra alguma intercorrência .
-Anotar ao final da transfusão, como transcorreu todo o processo transfusional.
-Grampear etiqueta da bolsa no prontuário.

Assistência de Enfermagem Frente às reações Transfunsionais Imediatas:


-Observar, considerar qualquer queixa ou sinal manifestado pelo paciente.
-Interromper transfusão se houver qualquer anormalidade, mantendo o acesso venoso com Sf 0,9%.
-Solicitar a presença do médico e do supervisor de enfermagem.
-Reconferir identificação do pacientes com os dados da etiqueta da bolsa
-Ter em mãos todo o material par atendimento de urgência;
-Registrar todos os sinais e sintomas detectados, os procedimentos realizados e as condutas tomadas.

Reações Adversas da Transfusão


Embora as reações transfusionais hemolíticas sejam as mais sérias e potencialmente fatais, as reações alérgicas e
febris perfazem a maioria das reações agudas.A severidade dos sinais e sintomas das reações transfusionais é
muito variável e deve ter uma atenção especial.

Reações Imediatas:
Reações Hemolíticas (Imune)
Sinais e Sintomas:
-Febre é o sinal mais comum (elevação de pelo menos 1°c)
-Mal estar, agitação, sensação de calor, de queimação na veia puncionada e rosto.
-Dispnéia, opressão, constrição torácica.
-Náuseas
-Cefaléia
-Dores lombares bilaterais, pulsáteis e logo intoleráveis.
-Sudorese profusa, pulso filiforme.
-Hipotensão
-Perda de Consciência
-Hemoglobinúria
-Sangramento profuso

Reações Hemolíticas (Não Imunes)


-Tremores, calafrios e cefaléia.
-Náusea e vômitos
-Febre, sensação de frio intenso.
-Hipertensão arterial
-Alterações Pulmonares (taquipnéia e ou dispnéias)
-Alteração Cardíaca.

Reações Alérgicas e Anafiláticas:


Sinais e Sintomas:
-Quando urticariforme: com máculas, pápulas, eritema generalizado e prurido
-Tosse
-Cefaléia
-Náuseas e hipotensão (mais raramente)
-Edema de glote e até quadro clássico de anafilaxia grave

Sobrecarga circulatória (Hipervolemia)


Sinais e sintomas:
-Hipertensão Arterial Sistólica
-Dor precordial e Arritmia
-Dispnéia, tosse e cianose.
-Edema Pulmonar

32
Contaminação Bacteriana
Sinais e Sintomas:
-Febre
-Dor abdominal
-Dor nas extremidades
-Vomito e diarréia
-Hipotensão
-Hemoglobinúria
-Coagulação Intravascular Disseminada
-Choque podendo evoluir para óbito em 6 horas

33
Fundamentos de Enfermagem

10-Métodos Dialíticos em CTI:

Hemodiálise:

Definição: É o processo empregado para depuração do sangue, em que se utiliza um equipamento que possibilita o
contato da solução dialisante com o sangue do paciente.Esse contato é feito por meio de uma circulação extra-
corpórea um dialisador (Rim artificial)

Na hemodiálise, o sangue é obtido de um acesso vascular, unindo uma veia e uma artéria superficial do braço
(cateter venoso central ou fístula artério-venosa) e impulsionado por uma bomba até o filtro de diálise, também
conhecido como dialisador. No dialisador, o sangue é exposto à solução de diálise (também conhecida como
dialisato) através de uma membrana semipermeável, permitindo assim, as trocas de substâncias entre o sangue e o
dialisato. Após ser retirado do paciente e passado através do dialisador, o sangue “filtrado” é então devolvido ao
paciente pelo acesso vascular.

As máquinas de hemodiálise possuem vários sensores que tornam o procedimento seguro e eficaz. Os principais
dispositivos presentes nas máquinas de diálise são: monitor de pressão, temperatura, condutividade do dialisato,
volume de ultrafiltração, detector de ar, etc.

Uma sessão convencional de hemodiálise tem, em média, a duração de 4 horas e freqüência de 3 vezes por
semana. Entretanto, de acordo com as necessidades de cada paciente, a sessão de hemodiálise pode durar 3 horas
e meia ou até mesmo 5 horas, e a freqüência pode variar de 2 vezes por semana até hemodiálise diária para casos
seletos.

Aspectos Fisiopatológicos
A expressão insuficiência renal crônica aplica-se a toda condição patológica de instalação gradual capaz de
deteriorar em graus variáveis a capacidade funcional renal.
Grande parte dos casos assume curso progressivo e irreversível, culminando na síndrome urêmica ou simplesmente
uremia.
Então todos os órgãos e tecidos ficam praticamente entregues à própria sorte no tocante à regulação homeostática:
verificam-se severos distúrbios do meio interno, onde fluidas e produtos catabólicos se acumulam dando lugar ao
dramático quando sintomatológico da uremia.
A rapidez com que a diminuição progressiva do número de néfrons ocorre está na dependência direta da doença de
base e no acompanhamento clínico do paciente.
Nas formas avançadas de insuficiência renal crônica virtualmente todos os órgãos e tecidos sofrem seus efeitos.
Ocorre um acúmulo de substâncias tóxicas no meio interno, seja por excreção deficiente, seja por excesso de
produção devido a distúrbios metabólicos. Entre estes produtos indesejáveis estão: uréia, creatinina, ácido úrico,
amônia, guanidina, fenóis, além de muitos outros.

 Hemodiálise: a solução de diálise passa pelo filtro, ocorrendo trocas de solutos com o sangue por difusão,
ultrafiltração e convecção. Nesse processo, a quantidade de líquido removida é de 3 a 6 litros, levando de
três a cinco horas em terapia convencional.

 Hemofiltração: não se usa a solução de diálise, ocorrendo somente a ultrafiltração e convecção. Nesse
caso, é utilizado dialisador de alto fluxo, ou seja, bastante permeável à água. Sendo assim, o volume de
líquido retirado do paciente é de 30 a 50 litros por dia. Por esse motivo é infundida uma solução de reposição
a fim de compensar essa enorme perda de volume.

 Hemodiafiltração: é a combinação da hemodiálise e hemofiltração. Usa-se solução de diálise e filtro de alto


fluxo permitindo uma ultrafiltração de 30 a 50 litros por dia, com a necessidade de se utilizar solução de
reposição.

Indicações:
Doentes em Insuficiência renal aguda, em Insuficiência renal crônica agudizada ou em insuficiência renais crônicos
internados por outra patologia.

1) Síndrome urêmica

34
2) Hipercalemia

3) Excesso de líquidos corporais, que não responderam à terapêutica médica (vasodilatadores, diuréticos,
dopamina).

4) Acidose metabólica grave, com contra-indicação do uso de bicarbonato de sódio.

5) Intoxicação por drogas (hemoperfusão).

6) Hipercalcemia grave.

7) Hiperuricemia grave.

8) Hiponatremia grave.

Vias de acesso:

Shunt arteriovenoso externo: Introdução de um cateter de teflon na artéria radial e veia cefálica, estabelecendo
uma ponte entre os dois vasos sanguíneos.As extremidades do cateter ficam exteriorizadas interligadas e protegidas
por curativo.É mais empregado durante a preparação do shunt interno e diálise de curto prazo.Na sessão de diálise
as extremidades são desconectadas e adaptadas as linhas do fluxo dialisador.

Shunt arteriovenoso interno: Uma fistula arteriovenosa (FAV) é estabelecida cirurgicamente pela anastomose da
artéria radial com a veia cefálica, possibilitando a artérialização do segmento venoso e conseqüentemente, uma
elevação na pressão do vaso, o aumento de seu calibre, a dilatação de todo seu seguimento venoso do braço e o
aparecimento de um frêmito (choque ao tato).A cicatrização requer alguma semanas,porém a fistula uma vez
estabelecida é de duração longa,sendo indicada para os casos crônicos,deve ser puncionada com scalps calibrosos
n° 16 próximo a anastomose e abaixo da saída do sangue, e mais distante e acima para retorno.Esse cuidado evita
mistura do sangue dialisado com sangue não dialisado.

Cuidados de enfermagem antes da hemodiálise:

 Preparar unidade e material


 Pesar o paciente
 Esvaziar diurese e medir
 Acomodar o paciente
 Realizar anti-sepsia rigorosa na região de implantação do shunt ou fístula
 Ligar as conexões do hemodialisador
 Coletar material para exames laboratoriais

Cuidados de enfermagem durante a hemodiálise:

 Manter o braço do shunt ou fístula na posição funcional


 Aferir dados vitais
 Observar reações
 Vigiar continuamente os equipamentos e reações do paciente

Cuidados de enfermagem após a hemodiálise:

 Avaliar condições gerais do paciente


 Aferir dados vitais
 Observar reações: tremores, sonolência, náuseas, epistaxe etc.
 Pesar o paciente
 Realizar anti-sepsia rigorosa na região de implantação do shunt ou fístula
 Orientar o paciente quanto à dieta
 Limpar e desinfectar a máquina, o que deve ser feito por enxágües sucessivos para remover os resíduos.

Dialise peritoneal:

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Definição: Processo de depuração do sangue em que se utiliza o peritônio parietal como menbrana dialisadora,
realizando através dele trocas dialisadoras, entre o sangue e uma solução dialisadora. Possue 3 passos:

 Difusão: solutos urêmicos e potássio, difundem-se do sangue do capilar peritoneal para a solução de diálise,
obedecendo a um gradiente de concentração; enquanto que o cálcio, glicose e lactato, difundem-se da
cavidade para o sangue em uma escala menor.

 Ultrafiltração: a osmolaridade mais elevada da solução de diálise gera uma ultrafiltração de água e solutos
do sangue para a cavidade abdominal através do peritônio (processo chamado de ultrafiltração osmótica).

 Absorção: há uma absorção constante de soluto e água da cavidade abdominal através dos vasos linfáticos
do peritônio.

Material necessário: Conjunto de polietileno Y, frasco contendo solução dialisadora, frascos com drenagem para o
líquido dialisador, dispositivo apropriado para aquecer frascos de solução e solução anti-séptica.

Solução dialisadora: é uma solução vendida comercialmente,com composição de 1.000 ml,que poderá ser
acrescida de outras substâncias heparina que poderá ser acrescida para evitar que obstrua o orifícios da drenagem.

Vias de acesso: Obtido cirurgicamente mediante a introdução de um trocanter com mandril em uma incisão vertical
de 3 a 5 cm, abaixo da cicatriz umbilical, Após a punção do peritônio, o mandril é removido e introduz-se o cateter de
polietileno apropriado, que é fixado na parede abdominal com pontos protegidos por curativo.
Tipos:
 Diálise Peritoneal Intermitente (DPI): o tratamento é dado durante 24 a 48 horas, em ambiente hospitalar,
com troca a cada 1 ou 2 horas, e com freqüência de 2 vezes por semana. Pode ser feita manualmente ou por
cicladora. Indicada em pacientes com alta permeabilidade, função renal residual significativa e alguns casos
de IRA.

 Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (CAPD): nessa modalidade o abdome fica sempre preenchido
com líquido, normalmente são feitas 4 trocas por dia e é a mais adequada para a maioria dos pacientes.

 Diálise Peritoneal Noturna (NIPD): a diálise é realizada a noite pela cicladora, enquanto o paciente dorme,
por um período de 8 a 10 horas. Durante o dia a cavidade abdominal fica vazia

 Diálise Peritoneal Contínua por Cicladora (CCPD): as trocas são feitas durante a noite pela cicladora e
durante o dia a cavidade abdominal permanece com líquido de diálise.

 CCPD com troca manual: uma ou mais trocas extras são realizadas durante o dia para melhor adequação
do paciente.

Complicações: peritonite, choque, perda de proteínas e perfuração vesical ou intestinal.

Cuidados de enfermagem antes da diálise:

 Preparar unidade e material


 Pesar o paciente
 Esvaziar diurese e medir
 Acomodar o paciente em decúbito dorsal horizontal
 Coletar material para exames laboratoriais
 Aferir dados vitais
 Auxiliar na colocação do cateter de instalação da diálise
 Preparar banhos dialisantes

Cuidados de enfermagem durante a diálise

 Anotar rigorosamente em cada banho o início, duração e volume infundido e drenado.


 Observar sinais de dor, hemorragia, edema, e dificuldade respiratória.
 Prestar cuidados de higiene e conforto
 Estimular a aceitação alimentar

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Cuidados de enfermagem após a diálise:

 Observar e anotar condições do paciente


 Trocar curativo e remover ou fixar o cateter
 Verificar o peso do paciente
 Controlar diurese
 Realizar fechamento de folha com balanço hídrico, quantidade do líquido infundido e drenado, calcular
diferença entre volume infundido e drenado.

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Fundamentos de Enfermagem

11-Drenos e Drenagem torácica:

Dreno de penrose: Dreno de borracha, tipo látex, utilizado em cirurgias que implicam em possível acúmulo local
pós-operatório, de líquidos infectados ou não. O orifício de passagem do dreno deve ser amplo, e o mesmo deve ser
posicionado à menor distância da loja a ser drenada, não utilizando o dreno através da incisão cirúrgica e, sim,
através de uma contra incisão. A fim de evitar depósitos de fibrina que possam vir a ocluir seu lúmen, o dreno de
penrose deve ser observado e mobilizado em intervalos de 12 horas, ou seja, tracionado em cada curativo (exceto
quando contra-indicado), cortado seu excesso e recolocado o alfinete de segurança estéril, usando luva esterilizada.
Seu orifício de saída deve ser ocluído com gaze estéril, devendo este curativo ser substituído sempre que
necessário.

DRENO DE SUCÇÃO (PORTOVAC): É um sistema fechado de drenagem pós-operatória, de polietileno, com dureza
projetada para uma sucção contínua e suave.
É constituído por uma bomba de aspiração com capacidade de 500 ml, com cordão de fixação; uma extensão
intermediária em PVC com pinça corta-fluxo e conector de duas ou três vias, e um catéter de drenagem com agulha
de aço cirúrgico ( 3,2mm, 4,8mm ou 6,4mm ).

Drenagem torácica:

Objetivos: O objetivo da drenagem de tórax é a remoção de ar ou líquidos alojados na cavidade pleural e recuperar
a expansão pulmonar evitando assim complicações secundárias importantes. È utilizado também para que possamos
avaliar possíveis sangramentos no pós-operatório imediato e prevenção de tamponamento cardíaco.

Local de inserção: O local da inserção do dreno de tórax varia dependendo da condição do paciente e da avaliação
médica. Em cirurgias cardíacas, opta-se pela implantação de dois drenos pleurais (bilaterais) e um dreno situado no
mediastino.

Indicações: A drenagem torácica está indicada nos casos de remoção de ar acumulado, ou líquidos (sangue,
líquidos serosos) da cavidade pleural para a restauração da pressão NEGATIVA nesta cavidade. Em cirurgias
cardíacas o ato de abrir a cavidade pleural ocasiona um colapso pulmonar devido à equialização da pressão
intrapleural com a atmosférica (atelectasia), sendo corrigido com a drenagem pleural, que geralmente é bilateral.

Tipos de Dreno Torácicos

Há diferentes tipos de drenos pleurais. Drenos de Pezzer ou Malecot são caracterizados por uma extremidade
multiperfurada em forma de cogumelo. Em nosso meio, os mais comuns são os drenos rígidos de 24 -36 Fr (French),
sempre conectados a sistemas valvulados que permitam a entrada e a saída de ar e secreções e empeçam o refluxo,
possibilitando assim a completa expansão pulmonar.

Kit para Drenagem de Tórax: O kit é composto pelo dreno de tórax, extensão conectora e frasco do selo d’água.
A câmera de coleta do frasco coletor deve ser graduada, para que possamos acompanhar o real débito do sistema.
Algumas instituições adotam como padrão, preencher o selo d´água com 200 ml de soro fisiológico 0,9%, já outras
preferem 300 ml da mesma solução.

Atualmente existem vários tipos de sistema coletor de drenagem pleural ou mediastinal com frasco coletor de
câmeras múltiplas comunicantes que são seladas por fluído estéril, incorporando acessórios com propósito de
regulagem da pressão ou sistema de aspiração contínua. O mais utilizado no Brasil, é o sistema unicameral ou
frasco único para cada dreno.

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Cuidados Específicos:

 O paciente ao ser admitido na UTI em pós-operatório de cirurgia cardíaca, o enfermeiro intensivista deve
receber do enfermeiro do centro cirúrgico o valor exato da quantidade do selo d´água colocado em cada frasco e
a hora.
 Os drenos geralmente são fechados (clampeados) pelos cirurgiões nesse curto intervalo de transporte do
Centro Cirúrgico para a UTI, devendo eles serem imediatamente abertos (desclampeados) e colocados abaixo da
cama do paciente.
 Nas primeiras 12 horas pós-cirurgia, a mensuração dos débitos dos drenos deverá ser feita a cada hora, sendo
de importância, os débitos superiores a 100 ml/hora. Isto pode ser um indicativo de sangramento com possível
intervenção cirúrgica para exploração do local e hemostasia.
 A mensuração deverá ser feita colocando uma fita adesiva ao lado da graduação do frasco, onde o técnico de
enfermagem deverá marcar com uma caneta o volume drenado marcando também a hora da conferência. Com
isso, temos uma visão real do débito.
 A ausência de oscilação dos selos d´agua provocados pela respiração poderá indicar obstrução do dreno por
coágulos, caracterizando uma situação de emergência, pois o acúmulo de líquido (sangue) intra-torácico pode
causar uma situação geralmente fatal chamada tamponamento cardíaco.
 A prevenção da obstrução do dreno é feita pela ordenha manual com uma pinça própria e sua freqüência
deverá ser estabelecida pelo enfermeiro tomando como base, a presença e formação de coágulos em sua
extensão.
 Em situações normais, onde os débitos são baixos, a troca do selo d´água deverá ser feita uma única vez ao
dia, geralmente ás 06:00 hs da manhã.
 É necessário que o profissional antes de abrir o frasco coletor, clampeie o dreno para que não haja entrada de
ar para a cavidade torácica e após a troca, lembrar sempre que o dreno deve ser desclampeado.
 Os curativos na inserção dos drenos devem ser trocados diariamente utilizando os produtos preconizados pelo
Serviço de Infecção Hospitalar de cada instituição.
 A freqüência da troca é determinada pelo enfermeiro intensivista. Tão importante quanto o curativo do dreno é
a sua fixação à pele, proporcionando menor mobilidade e diminuindo a dor decorrente de sua manipulação.
 A retirada do dreno de tórax deve ser feita quando o paciente estiver no período de EXPIRAÇÃO, sendo esta
manobra fundamental para evitar a entrada de ar na cavidade torácica e geralmente retirados no 2º dia pós-
operatório, se os débitos estiverem estabilizados (sem débitos e oscilantes).
 Após a retirada do dreno, deverá ser realizado um curativo compressivo local e trocado apenas no dia
seguinte.

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Fundamentos de Enfermagem:

12-Modalidades de Ventilação Mecânica Respiratória:

Intubação endotraqueal:
Consiste na passagem de um tubo através da boca ou nariz para manter via aérea permeável. O médico é o
profissional habilitado para realizar este procedimento e programar a ventilação.

Materiais necessários:
 Laringoscópio
 EPI: óculos, máscaras, luvas estéril e de procedimento.
 Cadarço para fixar o tubo
 Sonda de aspiração
 Seringa para inflar o balonete
 Xilocaína gel
 Sistema de aspiração testado
 Medicação sedativa em seringa
 Ambú conectado a uma fonte de oxigênio

Cuidados de enfermagem durante o procedimento de intubação:

 Posicionar o paciente em decúbito dorsal com cabeceira baixa


 Testar o balonete do tubo, inflando o mesmo com seringa.
 Aspirar secreções ou possíveis vômitos para melhorar a visibilidade do trajeto endotraqueal
 Remover próteses
 Manter o procedimento estéril em todas as etapas

Procedimento de intubação:
 Uma cânula endotraqueal é passada através da boca com um cuff, previamente lubrificada com xilocaína
gel;
 O cuff é insuflado logo abaixo das cordas vocais, com uma pressão suficiente para garantir adaptação
perfeita, impedindo o vazamento de ar;
 A cânula é fixada e conectada ao ventilador mecânico ou ao ambú para que os pulmões sejam ventilados;
 Para ajuda da passagem desta cânula utilizam o laringoscópio
 O volume de ar no cuff é ajustado com o uso de seringa, e o ar injetado até não haver mais escape,
enquanto os pulmões são inflados, e a pressão dentro do cuff também precisa ser controlada;
 A fixação da cânula é feita com um cadarço de algodão passando ao redor da cabeça e acima das orelhas.

Ventilação mecânica:
Definição: a ventilação mecânica, é uma intervenção nas funções naturais de vida, com propósito de fornecer uma
adequada ventilação alveolar, e exige do pessoal de enfermagem e médico um perfeito conhecimento e domínio,
uma capacidade de manipulação segura do binômio cliente e máquina.

Ventiladores mecânicos:
Ciclados a pressão: Funcionam com uma fonte de ar comprimido e oxigênio. Este é encaminhado ás vias aéreas
superiores até que a pressão seja estabelecida. Ao ser atingida a pressão inspiratória uma válvula de controle é
fechada, sendo aberta a válvula expiratória, que de maneira passiva dá vazão á saída de ar dos pulmões. O volume
de ar inspirado depende da complacência pulmonar, da resistência das vias aéreas e da freqüência do fluxo
inspiratório do aparelho e do pico de pressão estabelecida. É mais utilizado em criança.
Ciclados a volume: São unidades elétricas que encaminham aos pulmões um volume de ar preestabelecido
Numa freqüência prefixada. A concentração de oxigênio inspirado varia de 21 e 100% (Ar ambiente). Esses
respiradores são de fácil operação e pouco afetados pelas mudanças mecânicas. Proporcionam uma
predeterminação da freqüência ventilatória, do volume corrente da concentração de oxigênio inspirado. É mais
utilizado em adultos.

Cuidados com a ventilação artificial:


 Observar sinais de ventilação inadequada
 O mau funcionamento do respirador pode prejudicar intensamente o paciente
 Avaliar a função do respirador: freqüência, volume corrente, Fi O2(Concentração de volume inspirado), fluxo
de O2, pico de pressão inspiratória.
 Identificar falha do respirador, usar o ambu.
 Remover secreções através da aspiração
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Fundamentos de Enfermagem:

13-Bomba de infusão:

Bomba de Infusão: é um aparelho médico-hospitalar ou veterinário, utilizado para infundir líquidos tais como drogas
ou nutrientes, com controle de fluxo e volume nas vias venosa, arterial ou esofágica.

Modelos de Bomba de Infusão, mas podemos dividi-las em tres classes principais:

 Bombas de Infusão Volumétricas Universais


 Bombas de Infusão de Equipos Especiais
 Bombas de Infusão de Seringas

Bombas de infusão volumétricas universais

Este tipo de Bomba de Infusão, utiliza equipos de soro padrão para bombear e controlar os líquidos a serem
infundidos para dentro do corpo. O controle de fluxo nestes equipos sem bomba infusora é normalmente feito por
gravidade e estrangulamento da luz do tubo por um dispositivo chamado de pinça rolete. Quanto maior a luz interna
do tubo, maior a vazão e vice-versa. Este método não é estável e varia muito com a temperatura e acomodação do
material do tubo, que mede de 2,5 à 4 milimetros de diâmetro e cerca de 2 metros de comprimento.

Com a bomba de infusão, um acionador mecânico provoca um deslocamento do líquido no interior do tubo por ação
peristáltica. Este mecanismo pode ser classificado de rotativo ou linear. O rotativo é composto de um rotor principal
munido de roletes que pressionam o tubo dentro de uma voluta ou caçapa, algo como meia panela. O linear é
composto de teclas que pressionam o tubo de plástico em sequência e modo senoidal, também de encontro à um
encosto. O mecanismo é acionado por um motor de passos com redutor e comandado por um circuito eletrônico de
precisão, capaz de informar ao operador o fluxo e quantidade de líquido à infundir ou já processado. O fluxo pode
variar desde 0,5 mililitros por hora até 1 litro por hora e quantidades de 1 ml até 10 litros, conforme necessidades do
paciente.

Bombas de infusão de equipos especiais

As bombas de Infunsão com equipos especiais podem ser do mesmo principio peristáltico descrito acima, porém
utilizando equipos feitos com um segmento de tubo mais elástico e mais resistente que o padrão dos tubos de
infusão normais. Normalmente o metarial utilizado é o silicone, que proporciona maior precisão e durabilidade (até 48
horas). Também são bombas de equipos especiais as que utilizam outros métodos como os de êmbolos ou
membranas flexíveis acopladas à válvulas de esferas ou laminares que só permitem o fluso unidirecional. O fluxo
neste caso é pulsátil e também controlado por motores de precisão. Alguns modelos carregam seu proprio
suprimento de energia e líquido, como por exemplo as normalmente usadas para dosagens contínuas de insulina ou
anestésicos, presas à cintura do portador.

Bombas de infusão de seringa

As bombas de Infusão de seringa, utilizam seringas de injeção descartáveis comuns para infundir. Por meio de um
dispositivo mecânico, um acionador vai empurrando o embolo da seringa continuamente, podendo ser um eixo sem-
fim ou engrenagens tipo pinhão e cremalheira. Um tubo fino (equipo de seringa) conduz o líquido da seringa para
dentro do corpo, que pode ser por uma agulha de injeção ou cateter. São os modelos de maior precisão e fluxo
contínuo.

Comando eletrônico

A eletrônica digital, proporciona segurança para o usuário e o operador, com um teclado de comando como interface
para o programa da infusão, permitindo controlar a velocidade (fluxo) por tempo ou volume a ser infundido por tempo.
Alguns modelos possuem ainda um banco de memória com as dosagens e diluições das principais drogas e soros
hidratantes ou nutritivos, permitindo maior facilidade na programação.

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Fundamentos de Enfermagem

14-Punções:

 Pericardiocentese: punção pericárdica

Procedimento: O sítio de inserção logo abaixo do esterno (o osso do peito) deverá ser limpo, aplicando-se um
anestésico local. A seguir, a agulha para a punção pericárdica (pericardiocentese) será introduzida no saco
pericárdico e derivações eletrocardiográficas serão conectadas à agulha por meio de um grampo, para ajudar o
posicionamento correto dessa agulha. Pode-se utilizar também um ecocardiograma para ajudar nesse
posicionamento e controlar o procedimento de drenagem. A seguir, retira-se o fluido, que é colocado em recipientes
adequados. Às vezes, o paciente poderá precisar de um cateter pericárdico de demora, para permitir a drenagem
contínua durante 1 a 3 dias. Retira-se então a agulha, aplicando-se pressão sobre o sítio de inserção.

Em condições normais, o espaço pericárdico contém uma pequena quantidade de fluido limpo e de coloração
amarelada (cor de palha).

Preparação: Se o exame for facultativo, o paciente deverá obedecer a um jejum de alimentos e líquidos de 6 horas
antes do procedimento, e assinar um termo de consentimento.

Pode haver uma sensação de pressão no momento da entrada da agulha. Alguns indivíduos sentem uma dor no
peito transitória, que pode exigir o uso de analgésicos.

Indicações: Em geral, este exame é realizado para se avaliar a causa de um quadro de efusão pericárdica crônica
ou recorrente (presença de fluido no saco pericárdico). O procedimento também pode ser utilizado como medida de
"tratamento" para aliviar um tamponamento cardíaco (compressão do coração devida ao acúmulo de fluido no interior
do saco pericárdico).

Riscos:
 Punção do miocárdio (músculo cardíaco) ou de uma artéria coronariana (vasos que fornecem o sangue para
o músculo cardíaco)
 Infarto do miocárdio
 Arritmias induzidas pela agulha (batimentos cardíacos irregulares)
 infecção
 Punção de órgãos como: pulmão, fígado ou estômago.

 Paracentese: Punção abdominal ou peritoneal

Procedimento: Este exame pode ser realizado no consultório, sala de tratamento ou no hospital. O local da punção
é limpo e raspado, se necessário. Aplica-se anestésico local. A agulha da punção é inserida 2 ou 3 centímetros
dentro do abdome. Algumas vezes é feita uma pequena incisão, para ajudar na inserção da agulha. Uma amostra de
líquido é então sugada para dentro da seringa. A agulha é removida, e um curativo colocado no local da punção. Se
for feita uma incisão, faz-se uma sutura com 1 ou 2 pontos.

Preparação: O paciente deve informar ao médico se for portador de algum tipo de alergia a medicamentos ou
anestésicos, se tem problemas de sangramento ou se houver suspeita de gravidez.

Existe uma sensação de picada da anestesia. Há uma sensação de pressão quando a agulha é inserida. Se um
volume grande de líquido for retirado, pode ocorrer vertigem ou tontura leve. Informe ao médico caso se sinta tonto.

Indicações: A análise laboratorial ajuda a determinar por que há líquido presente no abdome. O exame é
freqüentemente realizado para verificar sangramento interno.

Riscos: Existe um pequeno risco de a agulha perfurar o intestino, a vesícula ou um vaso sangüíneo no abdome. Se
uma grande quantidade de líquido for extraída, há um pequeno risco de queda da pressão sangüínea. Existe também
um pequeno risco de infecção.

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 Toracocentese: aspiração de fluido pleural, punção pleural.

Procedimento: Punciona-se a parede torácica com uma agulha e aspira-se líquido, que é enviado ao laboratório
para análise (análise do líquido pleural).

Preparação: Não se deve tossir, respirar profundamente, nem se movimentar para evitar lesão pulmonar. Pode ser
realizada uma radiografia torácica antes e/ou após o exame.

O paciente deve sentar-se na beirada de uma cadeira ou cama e descansar os braços e a cabeça sobre uma mesa.
A pele ao redor do local da punção deve ser desinfetada e a região, coberta. Injeta-se anestésico local na pele. A
agulha de toracocentese é inserida acima da costela, até o local preenchido por líquido. Quando o anestésico é
injetado há uma sensação de ferroada. Quando a agulha penetra no espaço pleural há uma sensação de pressão.
Se o paciente apresentar falta de ar, o médico deve ser informado.

Indicações: O exame é realizado para determinar a causa do acúmulo de líquido, ou para aliviar os sintomas
associados ao acúmulo de líquido.

Os riscos são: pneumotórax (colapso pulmonar), reacúmulo de líquido, edema pulmonar, sangramento,
infecção e angústia respiratória.

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