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Enfermagem em UTI e

Unidades Especializadas
Cindy Zayda B. Shapiama
Professora Enfermeira
UTI – Unidade de Terapia
Intensiva
• Definição

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é uma área


hospitalar destinada a clientes em estado crítico, que
necessitam de cuidados altamente complexos e
controles estritos, com centralização de esforços e
coordenação de atividades.
Objetivo
• CONFORME O MS:

Segundo a Portaria n.466 do Ministério da Saúde, os


serviços de tratamento intensivo têm o objetivo de
prestar atendimento a clientes graves e de risco que
exijam assistência médica e de enfermagem
ininterruptas, equipamentos e recursos humanos
especializados, definindo a UTI como o local que
reúne um conjunto de elementos destinados a este
propósito.
Tipos de UTI’s
• SEMI INTENSIVA;
• NEONATAL;
• PEDIÁTRICA;
• PEDIÁTRICA MISTA;
• ADULTO GERAL;
• ESPECIALIZADAS.
De Acordo Com a Faixa
Etária
• Neonatal - destinado ao atendimento de pacientes com
idade de 0 a 28 dias.
• Pediátrico - destinado ao atendimento de pacientes com
idade de 29 dias a 18 anos incompletos.
• Adulto - destinado ao atendimento de pacientes com
idade acima de 14 anos.

Obs. : Pacientes na faixa etária de 14 a 18 anos


incompletos podem ser atendidos nos Serviços de
Tratamento Intensivo Adulto ou Pediátrico, de acordo com
o manual de rotinas do Serviço.
Classificação de Acordo
Com a Especialidade
• Denomina-se UTI Especializada aquela destinada ao
atendimento de pacientes em uma especialidade
médica ou selecionados por grupos de patologias,
podendo compreender:

Cardiológica Respiratória
Coronariana Trauma
Neurológica Queimados
Planta Física
• Toda UTI deve ocupar área física própria, de acesso restrito, possuir acesso fácil
às unidades correlacionadas (Centro Cirúrgico, Emergência, Unidade Semi-
intensiva).
Quanto ao ambiente, as UTIs devem possuir no mínimo:
1. Área coletiva de tratamento com boxers;
2. Quarto de isolamento; posto de enfermagem;
3. Área de prescrição médica;
4. Sala de utilidades;
5. Copa;
6. Rouparia;
7. Sala de preparo de materiais e de equipamentos;
8. Depósito de equipamentos e de material de limpeza;
9. Banheiro para clientes;
10. Área administrativa;
11. Sala de estar para a equipe.
Divisão da UTI
• A disposição dos leitos de UTI podem ser em área
comum (tipo vigilância), quartos fechados ou mista;

• A área comum proporciona observação contínua do


paciente, é indicada a separação dos leitos por
divisórias laváveis que proporcionam uma relativa
privacidade dos pacientes;
• As unidades com leitos dispostos em quartos
fechados, devem ser dotados de painéis de vidro
para facilitar a observação dos pacientes. Nesta
forma de unidade é necessário uma central de
monitorização no posto de enfermagem, com
transmissão de onda eletrocardiógrafa e frequência
cardíaca.
Seus Materiais e
Equipamentos
Materiais e equipamentos são utilizados na UTI
ambos devem ser dimensionados e selecionados de
acordo com o tipo de assistência prestada.

Uma dessas é a existência de carro de emergência


com monitor e desfibrilador, gerador de marca passo,
ventilador mecânico, monitor de beira de leito bomba
de infusão, entre outros.
Leito ou Box
Equipe e Profissionais
A UTI deve dispor, no mínimo, da seguinte equipe básica:
• Médico com título de especialista em Medicina Intensiva
divididos em:
Médico diarista Médico plantonista
• Enfermeiro Administrativo;
• Enfermeiro assistencial;
• Técnico de enfermagem;
• Fisioterapeuta;
• Secretária;
• Auxiliar de serviços.
Atribuições da Enfermagem
• Enfermeiro

Especialização em UTI – Especialista em atendimento


de pacientes de alta complexidade.

Supervisiona a ação do grupo de técnicos e auxiliares


de enfermagem, como a higienização, controle das
medicações e prescrições, tendo papel assistencial
fundamental.
Atribuições do Técnico em
Enfermagem
• Prestar assistência segura, humanizada e
individualizada aos clientes;
• Preparar clientes para consultas e exames,
orientando-os sobre as condições de realização dos
mesmos;
• Prepara e administrar medicações por via oral,
tópica, intradérmica, subcutânea, intramuscular,
endovenosa e retal;
• Verificar os sinais vitais e as condições gerais dos
clientes;
• Executar atividades de limpeza, desinfecção,
esterilização de materiais e equipamentos, bem
como seu armazenamento;
• Realizar atividades na promoção de campanhas do
aleitamento materno;
• Propor a aquisição de novos instrumentos para a
reposição daqueles que estão avariados;
• Auxiliar na preparação do corpo após o óbito entre
outras.
Ao Receber Paciente na UTI
• Checar o respirador mecânico;

• Enfermeiro da UTI deve estar presente


Obrigatoriamente no momento da admissão e fazer
a avaliação do paciente com o preenchimento do
impresso de avaliação admissional do paciente na
unidade (impresso de histórico e exame físico);
• Verificar junto ao funcionário da clínica de origem, se
a documentação de internação do paciente está
completa: prescrição médica do dia e folha de
controle de enfermagem, medicações e os pertences
do paciente;
• Identificar (se houver) pertences e entregar para a
família se estiver presente, ou obrigatoriamente no
próximo horário de visitas - anotar no livro de
ocorrências;
• Realizar anotação de admissão no livro de
ocorrências e/ou admissão, onde deverão constar:
data, horário, número do prontuário, nome completo,
clínica de origem, diagnóstico e número do leito;
• Montar a unidade, receber o paciente e transferir da
maca para o leito em segurança;
• Promover oxigenação adequada, monitorização,
manutenção de acessos e infusões, proteção para
evitar perda de tubos, sondas e drenos, checar
drenos de tórax e sonda vesical quanto à
permeabilidade (se aberto ou fechado);
• Observar nível de consciência, sinais vitais,
presença de próteses, talas, próteses, integridade da
pele;
• Identificar grau de dependência (deficiência visual,
mobilidade, comunicação).
• Proceder a rotina de controles e medicações
conforme prescrições médicas e de enfermagem,
priorizar as atividades conforme gravidade do
paciente;
• Anotar todas as observações no prontuário
devidamente assinado e carimbado;
• Orientar o paciente e os familiares sobre rotinas do
setor: visitas, pertences, informações, lista de
materiais de higiene.
Rotinas específicas do serviço
da unidade de terapia
intensiva adulto
Normas gerais de funcionamento
O Serviço de Enfermagem de Terapia Intensiva
funciona ininterruptamente 24 horas por dia em
atendimento aos pacientes internos;
• As informações ao público serão prestadas pelo
Auxiliar Administrativo da UTI. Quando se tratar de
informações sobre o estado de saúde dos pacientes,
estas deverão ser dadas pelo Médico ou Enfermeiro
de plantão;
• As visitas aos pacientes são permitidas todos os dias
das 12:00 às 13:00 e das 15:00 às 16:00 horas. Os
casos de visitas fora destes horários deverão ser
resolvidos pelo Serviço Social, em entendimento
com o Enfermeiro de plantão;
• Só é permitido o uso de televisores e rádio, dentro
do UTI com a autorização previa da chefia da
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
(CCIH).
Fluxo de Admissão e Alta
O fluxo das admissões será disciplinado pelo Núcleo Interno de
Regulação (NIR), observando o POP de Admissão e Alta da
Unidade. A rotina de admissão do usuário enumera todas as
providências e condutas necessárias à chegada do paciente à
clínica.
• Os pacientes deverão ser admitidos sem objetos de valor,
acompanhados de funcionária do setor (Médico e
Enfermeiro), que deverá trazer o prontuário completo e
encaminhamento;
• As altas hospitalares serão comunicadas com antecedência
ao Enfermeiro de plantão, e o paciente só será liberado para
alta, após comunicação escrita na evolução clínica e
preenchimento do resumo de alta;
• As transferências de pacientes para outro serviço só serão
realizadas a partir de comunicação escrita na evolução
médica, acompanhados do resumo de alta da UTI;
• Realizar a anamnese e entrevista clínica,
respeitando a privacidade e evitando qualquer tipo
de constrangimento ao usuário;
• Preencher todos os impressos da Sistematização da
Assistência de Enfermagem;
• Fornecer orientações ao paciente consciente e aos
acompanhantes sobre rotina hospitalar;
• Registrar na evolução todas as orientações
fornecidas e intervenções realizadas;
• Destacar na capa do prontuário um aviso sobre
qualquer tipo de alergia que o usuário tenha referido
Atribuições diárias dos
técnicos em enfermagem
• Posto - Organizar luvas, toucas e máscaras; manter
bancadas limpas e organizadas, trocar a caixa de
perfuro cortante quando necessário;
• Material - Abastecer o arsenal de material estéril
observando data de validade; abastecer e rotular as
almotolias; trocar e rotular umidificadores.
• Expurgo – Acondicionar o material nos sacos;
preparar solução desencrostante para pinças; trocar
a caixa de perfuro; manter a pia organizada;
encaminhar o material para a CME.
• Arsenal de Material Estéril - Abastecer a sala;
recolher o material com danos na embalagem e com
datas vencidas; solicitar limpeza de prateleiras a
equipe de higienização quando se fizer necessário;
• Rouparia - Manter o armário de roupas organizado;
solicitar roupa para abastecer o armário; distribuir
kits para banho (noturno), manter contato com a
lavanderia sempre que necessário.
Rotinas específicas
Técnico de enfermagem responsável pelo paciente
• Apresentar-se para receber o plantão no horário estabelecido para o turno;
• Tomar conhecimento da escala de atribuições de tarefas e avisos;
• Admitir os pacientes no leito sob sua responsabilidade conforme fluxo de
admissões;
• Apresentar-se ao paciente do leito sob seus cuidados, logo que receber o
plantão;
• Verificar os Sinais Vitais a cada duas horas (SSVV), anotando em impresso
próprio com letra legível e sem rasuras:
• Executar prescrição de enfermagem e médica dos pacientes sob os seus
cuidados;
• Administrar medicações e infusões, conforme prescrição, devidamente
rotuladas;
• Checar a medicação administrada, utilizando o símbolo de barra “ /
“ com esferográfica preta ou azul;
• Comunicar ao enfermeiro a falta de medicação ou insumos;
• Circular as medicações não administradas informar o motivo ao
enfermeiro do plantão e registrar no relatório do técnico de
enfermagem;
• Revisar todo o material necessário para a realização dos
procedimentos sob sua responsabilidade;
• Realizar banho no leito e auxiliar o paciente e/ou no banho no
banheiro, quando autorizado pelo médico do plantão;
• Preparar bandeja de material necessário para procedimentos da
equipe multidisciplinar conforme protocolo de cada procedimento;
• Auxiliar ao enfermeiro nos curativos de média e alta complexidade;
• Auxiliar a equipe multidisciplinar quando solicitado;
• Manter a ordem na unidade do paciente;
• Realizar desinfecção concorrente do leito e equipamentos 2x ao
dia;
• Realizar limpeza terminal dos equipamentos após alta, óbito ou
transferência do paciente; Acondiciona os equipamentos nos locais pré-
determinados;
• Preparar o usuário para intervenções conforme POP específico;
• Encaminhar o paciente ao Bloco Cirúrgico junto ao médico e maqueiro
quando solicitado ou conforme a programação;
• Trocar equipos e multivias nas segundas e sextas;
• Trocar os umidificadores e sistema de aspiração fechado do leito sob sua
reponsabilidade conforme protocolo, deixando rotulados;
• Manter ordem no posto de enfermagem, expurgo, repouso, rouparia, sala
de procedimentos, material permanente, armário reserva, e demais
ambientes, conforme escala de atribuições;
• Buscar na Central de Material Esterilizado (CME) o material estéril, nos
horários pré-estabelecidos e quando necessário;
• Armazenar o material estéril em local próprio;
• Fazer uso consciente do material estéril;
• Encaminhar o material usado para a CME, de acordo com o horário
estabelecido;
• Comunicar ao Enfermeiro, defeitos em equipamentos e instalações
físicas observadas, assim como, ausência de material permanente
no setor;
• Colaborar com os estagiários;
• Comunicar ao enfermeiro a necessidade de ausências do setor;
• Passar o plantão para equipe seguinte, segundo rotina;
• Cumprir escalas de serviço estabelecidas pela chefia ou seu
substituto;
• Participar das reuniões de equipe, quando solicitado;
• Participar de treinamentos, cursos e eventos na área de
Enfermagem;
• Zelar pelo patrimônio da instituição;
• Cumprir regulamento, regimento ordem de serviço e portarias;
• Respeitar os princípios da ética e determinações legais de sua
profissão;
• Manter relacionamento interpessoal positivo com a equipe de
saúde.
Hemodiálise
É o procedimento através do qual uma máquina filtra
e limpa o sangue, fazendo parte do trabalho que o rim
doente não pode fazer. O procedimento retira do
corpo os resíduos prejudiciais à saúde, como o
excesso de sal e de líquidos.
Aparelho chamado de DIALISADOR.
Indicações
A hemodiálise normalmente é indicada quando existe uma
falência temporária ou permanente dos rins, que pode
acontecer em situações como:

• Infecções graves ou generalizadas;


• Doenças autoimunes não controladas, como Lúpus;
• Doenças cardíacas ou renais graves ou descompensadas;
• Uso inadequado de medicamentos;
• Consumo excessivo de toxinas, como álcool ou drogas.
Além disso, outros problemas crônicos como diabetes, pressão
alta ou colesterol alto, também podem resultar em insuficiência
e perda da função renal, especialmente se não forem tratados
corretamente.
Nas pessoas que precisam de hemodiálise
frequentemente, é possível fazer uma pequena cirurgia,
que une uma veia a uma artéria, formando uma fístula
arteriovenosa (AV), que se torna um vaso com alto fluxo
de sangue e alta resistência às punções repetidas,
facilitando o procedimento.
Realizado: no braço (bráquio-cefálica: anastomose da
artéria braquial com a veia cefálica) e no antebraço (radio-
cefálica: anastomose da artéria radial com a veia cefálica)
Cateter, é uma opção temporária para paciente que
precisam realizar diálise e não possuem fístulas,
realizados em: veia no pescoço, tórax ou virilha.
Riscos e complicações
• Dor de cabeça;
• Cãibras;
• Queda da pressão arterial;
• Reações alérgicas;
• Vômitos;
• Calafrios;
• Desequilíbrio dos eletrólitos do sangue;
• Convulsões;
Cuidados
Queimaduras
É toda lesão provocada pelo contato direto com
alguma fonte de calor ou frio, produtos químicos,
corrente elétrica, radiação, ou mesmo alguns animais
e plantas (como larvas, água-viva, urtiga), entre
outros.
Em alguns estudos, a queimadura com lesões
inalatórias foi a principal responsável pela mortalidade
(60-80%) dos pacientes. Esta lesão apresenta alto
índice de mortalidade e complexidade no tratamento,
produz importante resposta inflamatória, com
repercussões pulmonares e sistêmicas.
Complicações
• infecção e sepse;
• distúrbios sanguíneos, respiratórios, cardíacos,
renais ou gastrointestinais em queimados;
• e transtornos emocionais.
Transporte de Paciente
A transferência de um paciente crítico requer
equipamento adequado, equipe treinada,
coordenação e comunicação efetivas, ou seja, um
planejamento antecipado, razão pela qual é
necessário seguir um protocolo para todo esse
procedimento, de modo que o transporte seja seguro.
Transferência do Paciente
crítico
É a transferência coordenada, segura e com pessoal
treinado, do paciente em estado crítico, dentro do
hospital ou fora dele, com a finalidade de realizar
exames e/ou terapêuticas, ou porque o paciente
necessita de tratamento e cuidado em um centro de
maior complexidade.
Tipos de transporte
• Comunicação e coordenação pré-transporte.
• A equipe acompanhante.
• O equipamento necessário.
• A monitoração durante o transporte
Equipamento mínimo
necessário
• Grupo 1: afecções clínicas e cirúrgicas graves mais
comuns de acordo com o perfil epidemiológico regional
• Grupo 2: assistência integral e humanizada de
enfermagem na oncologia
• Grupo 3: assistência integral e humanizada de
enfermagem na ventilação mecânica assistida e
hemodinâmica invasiva.
• Grupo 4: assistência integral e humanizada de
enfermagem na monitorização cardíaca e nutrição
parenteral total
• Grupo 5: assistência integral e humanizada de
enfermagem na promoção, prevenção, recuperação e
reabilitação da saúde a gestante e RN em situações de
alto risco

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