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ASSISTÊNCIA AO

PACIENTE GRAVE
Prof. Esp. Jomar Costa
Sobral - 2022
Estrutura
Física
Prof. Esp. Jomar Costa
Sobral - 2022
⮚ Estrutura Física
• A percursora da Enfermagem moderna, Florence
Nightingale (1954), já defendia a necessidade da
triagem de pacientes, discorrendo sobre a necessidade
de uma Unidade de Monitorização dos pacientes
graves.
• Porém só em 1914, o médico Dr. Walter Edward Dand,
instalou a 1º Unidade de Terapia Intensiva (UTI),
destinada a atender paciente em pós-operatório
imediato de cirurgia neurocerebrais.
• Em 1962 esta serviço foi ampliado ao atendimento de
pacientes cirúrgicos nos EUA.
• No Brasil, as UTI’s só começaram a ser instaladas a
partir da década de 70.
⮚ Legislação
✔ Lei 7.498/86 Dispõe sobre a regulamentação do
exercício da enfermagem, e dá outras providências.

• Art. 11. O Enfermeiro exerce todas as atividades de


enfermagem, cabendo-lhe: ...
m) cuidados de enfermagem de maior complexidade
técnica e que exijam conhecimentos de base científica
e capacidade de tomar decisões imediatas;
⮚ Legislação
• Art. 12. O Técnico de Enfermagem exerce atividade de nível
médio, envolvendo orientação e acompanhamento do trabalho de
enfermagem em grau auxiliar, e participação no planejamento da
assistência de enfermagem, cabendo-lhe especialmente: ...
b) executar ações assistenciais de enfermagem, exceto as
privativas do Enfermeiro, observado o disposto no parágrafo
único do art. 11 desta lei;
⮚ Legislação
✔ RDC 7 de 2010: Dispõe sobre os requisitos mínimos para
funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva e dá outras
providências.

• Unidade de Terapia Intensiva (UTI): área crítica destinada à


internação de pacientes graves, que requerem atenção profissional
especializada de forma contínua, materiais específicos e
tecnologias necessárias ao diagnóstico, monitorização e terapia.
⮚ Paciente GRAVE

“Paciente com comprometimento de um ou


mais dos principais sistemas fisiológicos, com
perda de sua autorregulação, necessitando de
assistência contínua.”
⮚ Classificação das UTI’s
✔ Unidade de Terapia Intensiva (UTI): área crítica destinada à
internação de pacientes graves, que requerem atenção
profissional especializada de forma contínua, materiais
específicos e tecnologias necessárias ao diagnóstico,
monitorização e terapia.
✔ Unidade de Terapia Intensiva - Adulto (UTI-A): UTI
destinada à assistência de pacientes com idade igual ou
superior a 18 anos, podendo admitir pacientes de 15 a 17
anos, se definido nas normas da instituição.
⮚ Classificação das UTI’s
✔ Unidade de Terapia Intensiva Especializada:
UTI destinada à assistência a pacientes
selecionados por tipo de doença ou
intervenção, como cardiopatas, neurológicos,
cirúrgicos, entre outras.
✔ Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI-
N): UTI destinada à assistência a pacientes
admitidos com idade entre 0 e 28 dias.
⮚ Classificação das UTI’s
✔ Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTI-P): UTI
destinada à assistência a pacientes com idade de 29 dias a
14 ou 18 anos, sendo este limite definido de acordo com as
rotinas da instituição.
✔ Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica Mista (UTIPm): UTI
destinada à assistência a pacientes recém-nascidos e
pediátricos numa mesma sala, porém havendo separação
física entre os ambientes de UTI Pediátrica e UTI Neonatal.
⮚ Estrutura Física
Deve existir em EAS com mais de 100 leitos, EAS especializadas
que atendam pacientes graves ou gravidez de alto risco.

• Posto de enfermagem;
• Área para prescrição médica;
• Mínimo de 05 leitos ou 6% de todos os leitos do
EAS (10m² de área/leito);
• Isolamento (a cada dez leitos);
• Sala de higienização e preparo de
equipamentos;
• Sala de entrevistas;
⮚ Estrutura Física
• Repouso; Banheiros; Rouparia;
• Depósito de material de limpeza
• Sala administrativa;
• Deve oferecer suporte (diagnóstico e terapêutico) nos aspectos
hemodinâmico, metabólico, nutricional, respiratório e de
reabilitação.
• Deve funcionar em espaços individualizados e com equipes próprias.
• Deve possuir acesso restrito. É desejável que as mesmas se
localizem próximo ao Centro Cirúrgico, da Unidade Obstétrica e
Unidades de Emergência.
⮚ Estrutura Física
• Um ponto de oxigênio por leito;
• Um ponto de ar comprimido por leito;
• Um sistema de aspiração a vácuo para cada leito;
• Tomadas no mínimo 8 por leito/box, dispostas de acordo com regras
da ABNT;
• Posto de enfermagem com visão centralizada dos leitos;
• Temperatura variando entre 24 a 26°C e umidade relativa do ar de
40 a 60%;
• Referência para cirurgia disponível 24 horas;
• Estrutura lavável.
⮚ Recursos Materiais
• Carro de reanimação contendo desfibrilador, material de
intubação, máscaras e cânulas de Guedel;
• Ventilador mecânico (1 para cada leito);
• Eletrocardiógrafo (1 por unidade);
• Aparelho móvel de raios X (1 por unidade);
• Monitor cardíaco de beira de leito, mínimo de 1 por leito;
• Equipamento para infusão contínua e controlada de fluidos ("bomba
de infusão"): 3 (três) equipamentos por leito, com
reserva operacional de 1 (um) para cada
3 (três) leitos;
⮚ #PerguntadeMilhões

• Quais as drogas vasoativas mais


utilizadas em uma UTI?
⮚ Recursos Materiais

Cânula de Guedel
Oxímetros de pulso
⮚ Recursos Materiais
Aspiradores
Bombas de infusão

Ventiladores mecânicos

Desfibrilador
⮚ Carro de Emergência

• Conferência do carrinho;
• Medicações Importantes;
• Material para procedimentos de
Emergência;
⮚ Recursos Materiais
• Negatoscópio (1 para cada unidade);
• Oxímetros de pulso (1 por leito);
• Acesso a uma unidade transfusional 24 h/dia;
• Referência para transporte extra-hospitalar;
• Transporte intra-hospitalar adequado às necessidades e com
acompanhamento médico;
• Aspirador mecânico móvel de reserva;
• Laboratório exclusivo ou de acesso 24 horas
⮚ Recursos Humanos
• Médico diarista/rotineiro: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou
fração, nos turnos matutino e vespertino, com título de
especialista em Medicina Intensiva para atuação em UTI Adulto;
• Médicos plantonistas: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez)
leitos ou fração, em cada turno;
• Enfermeiros assistenciais: no mínimo 01 (um) para cada 10
(dez) leitos ou fração, em cada turno (RDC 26 de maio de
2012);
⮚ Recursos Humanos
• Fisioterapeutas: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou
fração, nos turnos matutino, vespertino e noturno, perfazendo um
total de 18 horas diárias de atuação;
• Técnicos de enfermagem: no mínimo 01 (um) para cada 02 (dois)
leitos em cada turno, além de 1 (um) técnico de enfermagem por
UTI para serviços de apoio assistencial em cada turno;
• Auxiliares administrativos: no mínimo 01 (um) exclusivo da
unidade;
• Funcionários exclusivos para serviço de limpeza da unidade, em
cada turno.
⮚ Biossegurança em UTI
• Rota de fuga (NR23);
• Mapa de Risco – normas e condutas de
segurança biológica, química, física,
ocupacional e ambiental;
• Instruções de uso para os EPIs e os EPCs;
• Manuseio e transporte de material e
amostras biológicas;
• Ergonomia (NR17);
• Gerenciamento de Resíduos Hospitalares
(RDC ANVISA Nº33, de 25/02/2003).
Cuidados
Pós-Morte

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⮚ Cuidados Pós-Morte
• O trabalho em unidades de terapia intensiva é com pacientes
críticos, com possibilidades de complicação.
• E muitas vezes o paciente vem a óbito é preciso saber lidar
com essa situação.
• É necessário tratar este momento com ética independente de
como o profissional encara a morte.
• Profissionalismo e ética são fundamentais neste momento.
⮚ Cuidados Pós-Morte
• A equipe de Enfermagem deve permitir que os familiares
tenham um tempo com o cadáver, deve entregar à família os
objetos pessoais, pedir para assinar o livro de protocolo além
de identificar o cadáver com os dados pessoais, preparar o
corpo e enviar ao necrotério e fazer anotações no prontuário.
⮚ Cuidados Pós-Morte
✔ A preparação do corpo antes de levá-lo ao necrotério inclui:

• Dar banho no leito se necessário;

• Retirar sondas e drenos;

• Fazer curativos se necessário;

• Fazer tamponamento dos orifícios com algodão ou gaze;

• Prender braços e pernas com atadura;

• Colocar o cadáver identificado no saco para óbito;


⮚ Cuidados Pós-Morte
✔ No prontuário as anotações de enfermagem devem
conter:

• O horário que o médico constatou o óbito; o nome do


médico que constatou o óbito;

• O horário que avisou o Registro Geral do Hospital;

• O tipo de óbito (mal definido, bem definido, caso de


polícia, etc.);

• A retirada de cateteres, drenos, equipamentos para


suporte;
⮚ Cuidados Pós-Morte
✔ No prontuário as anotações de enfermagem devem
conter:

• O preparo do corpo realizado (limpeza, tamponamento,


colocação de próteses, curativo, vestimenta,
identificação do corpo);

• Os pertences encaminhados juntamente com o corpo;

• O horário do encaminhamento do corpo ao necrotério,


Instituto Médico Legal (IML), Serviço de Verificação de
Óbitos (SVO);

• O encaminhamento do prontuário do paciente ao


Registro Geral do Hospital.
⮚ Cuidados Pós-Morte
✔ Cuidados gerais com drenos, sondas, ostomias e acesso central

• O paciente internado em UTI lida com muitos procedimentos


invasivos, durante a internação permanece com: sondas, drenos,
cateteres, traqueostomia, tubos de ventilação mecânica, etc., e a
equipe precisa saber cuidar desses materiais para que o paciente
se restabeleça sem sequelas.
⮚ Drenos
✔ Existem muitos tipos de drenos como o de penrose, de kher utilizado em
cirurgias da via biliar, dreno fechados de pressão negativa que é uma
bolsa sanfonada que cria um vácuo e aspira continuamente à secreção,
dreno de tórax utilizado na cavidade torácica, para retirar pus, ar,
sangue, etc.
⮚ Drenos
✔ Os drenos devem ser cuidadosamente manipulados para que não
seja alterado o fluxo das secreções e também para que não
desloque ou retire o dreno acidentalmente causando desconforto e
dor ao paciente.
⮚ Drenos
✔ As anotações do prontuário devem conter:

• A localização e tipo de dreno (Kher, Penrose, tórax, etc.);


• O débito (volume, cor, aspecto, etc.);
• A troca de coletor, especificando o horário;
• O aspecto de inserção (hiperemia, lesão, ressecamento,
presença de exsudato, condições gerais de pele).
⮚ Drenos
✔ As anotações do prontuário devem conter:

• O curativo de inserção (se houver): oclusivo, aberto, limpo, seco e


compressivo;
• O tipo de fixação do dreno;
• As queixas referidas pelo paciente com
relação ao dreno (dor, prurido, etc.).
⮚ Sondas
✔ As sondas utilizadas no paciente podem ser vesical,
nasogástrica, orogástrica, retal, gastrostomia, etc.
✔ Os cuidados de enfermagem vão depender do tipo
de sonda e é importante inicialmente, observar a
localização e tipo de sonda (nasogástrica,
nasoenteral, vesical, retal) e assim:

• Anotar o débito (volume, cor, aspecto, etc.). A


secreção gástrica é clara e viscosa. O aspecto
marrom ou esverdeado sugere estase gástrica e
refluxo de bile;
⮚ Sondas

• Sempre que necessário trocar de coletor, especificando o


horário;
• Observar o aspecto de inserção se há presença de hiperemia,
lesão, ressecamento, quais as condições gerais de pele.
• Fazer curativo com técnica asséptica;
• Observar e anotar as queixas referidas pelo paciente com
relação à sonda (dor, prurido, etc.).
⮚ Ostomias
• A ostomia é uma intervenção cirúrgica que permite criar uma
comunicação entre o órgão interno e o exterior, com a finalidade de
eliminar os dejetos do organismo. A nova abertura que se cria com o
exterior, chama-se estoma.

• Os ostomizados utilizam um dispositivo, geralmente uma bolsa, que


permite recolher o conteúdo a ser eliminado através do estoma.
⮚ Ostomias
✔ Existem três tipos principais de ostomias:
⮚Colostomia: é um tipo de ostomia intestinal que faz a
comunicação do cólon com o exterior, também através do
estoma, no qual é acoplado a bolsa coletora no abdômen para a
coleta das fezes.
⮚Ileostomia: é um tipo de ostomia intestinal que faz a
combinação do íleo, a parte final e mais larga do intestino
delgado, com o exterior. As Ileostomias localizam-se sempre no
lado inferior direito do abdômen. Através do ostoma é colocada a
bolsa coletora para eliminar as fezes mais líquidas.
⮚ Ostomias
✔ Existem três tipos principais de ostomias:
⮚Urostomia (também denominada como “Desvio Urinário”): é a
intervenção cirúrgica que consiste em desviar o curso normal da urina.
As semelhanças das ostomias podem ser permanentes ou temporárias.
⮚ Ostomias
✔ A equipe de enfermagem ao prestar cuidados aos ostomizados
deve observar:

• A localização e o tipo de dispositivo utilizado;


• O débito (características, volume, frequência, odor, cor);
• As características da ostomia como retração, prolapso,
edema, sangramento, etc.;
• A higienização da ostomia (horário, intercorrências, etc.);
⮚ Ostomias

• As características da pele ao redor da ostomia (ressecada,


lesada, hiperemiada, edemaciada, presença de exsudato,
etc.);
• O horário da troca do dispositivo coletor (bolsa, etc.);
• As orientações ao paciente relacionadas aos cuidados com a
ostomia. Em relação às eliminações deve anotar a frequência,
a quantidade ou volume, o aspecto ou características, a
consistência (fezes), a cor e o odor.
⮚ Acesso Central
• O grande tempo de internação, a terapia intravenosa de longa
duração, medicamentos vesicantes, nutrição parenteral, ausência
de acesso periférico de boa qualidade são alguns dos motivos pelo
qual o paciente crítico precisa ter um acesso central feito pelo
médico da equipe.
• O cuidado deve ser rigoroso principalmente
no controle da infecção nestes acessos que
na maioria das vezes tem muitas entradas.
⮚ Acesso Central
• Então o curativo deve ser feito sempre que necessário utilizando
técnicas assépticas, usar sempre luvas ao manusear o cateter,
observar presença de sinais flogísticos (exsudato, hiperemia,
rubor, calor), observarem indicativos de infecção da corrente
sanguínea como: tremores, sudorese, confusão mental, etc.,
complicações locais (hiperemia, flebite, infiltração, edema,
queixas álgicas, etc.).
⮚ Acesso Central
• Além disso, após os cuidados anotar no prontuário a localização
(subclávia, pedioso, etc.) e o tipo do procedimento (intracath,
flebotomia, port-a-cath, etc.), tipo de cateter (duplo, triplo
lúmen, etc.), o tempo de permanência, os produtos utilizados no
curativo realizado em inserção de cateter.
Cuidados
Paliativos

Prof. Esp. Jomar Costa


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⮚ CONCEITO
• Segundo a definição da OMS, 2002, Cuidado Paliativo é “uma
abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes e seus
familiares, que enfrentam doenças que ameacem a continuidade
da vida, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento.
• Requer identificação precoce, avaliação e tratamento da dor e
outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual”.
• O Cuidado Paliativo não se baseia em protocolos, mas em
princípios. Não se fala mais em terminalidade, mas em doença que
ameaça a vida. Indica-se o cuidado desde o diagnóstico,
expandindo nosso campo de atuação.
⮚ CONCEITO
• Não falaremos também em impossibilidade de cura, mas na
possibilidade ou não de tratamento modificador da doença,
afastando dessa forma a ideia de “não ter mais nada a fazer”.
• Pela primeira vez, uma abordagem inclui a espiritualidade entre as
dimensões do ser humano. A família é lembrada, portanto
assistida, também após a morte do paciente, no período de luto.
⮚ Princípios dos Cuidados Paliativos
• Os Cuidados Paliativos baseiam-se em conhecimentos inerentes às
diversas especialidades, possibilidades de intervenções clínica e
terapêutica nas diversas áreas de conhecimento da ciência médica
e de conhecimentos específicos.
• Promover o alívio da dor e de outros sintomas desagradáveis. Dessa
forma é necessário conhecimento específico para a prescrição de
medicamentos, adoção de medidas não-farmacológicas e
abordagem dos aspectos psicossociais e espirituais que
caracterizam o “sintoma total”.
⮚ Princípios dos Cuidados Paliativos
• Os profissionais de saúde aprendem pouquíssimo a lidar com
moribundos. A realidade mais fundamental é que houve uma
revolução biotecnológica que possibilita o prolongamento
interminável do morrer”.
• O Cuidado Paliativo resgata a possibilidade da morte como um
evento natural e esperado na presença de doença ameaçadora da
vida, colocando ênfase na vida que ainda pode ser vivida. Não
acelerar nem adiar a morte.
⮚ Princípios dos Cuidados Paliativos
• Enfatiza-se dessa forma que Cuidado Paliativo nada tem a ver com
eutanásia, como muitos ainda querem entender. Essa relação ainda
causa decisões equivocadas quanto à realização de intervenções
desnecessárias e enorme dificuldade em prognosticar paciente
portador de doença progressiva e incurável e definir a linha tênue e
delicada do fazer e do não-fazer.
• A eutanásia trata, em sua origem etimológica, da boa morte, ou
seja, aquela que não prolonga o sofrimento e a dor. Existem duas
formas:
⮚ Princípios dos Cuidados Paliativos
✔ Eutanásia passiva: o indivíduo é cuidado em suas necessidades
básicas, com o mínimo de drogas e com o controle da analgesia,
muitas vezes permanecendo torporoso ou inconsciente;
✔ Eutanásia ativa: na qual existe o desejo de se abreviar a vida,
dispensando qualquer tratamento que favoreça as atividades
metabólicas do indivíduo, como a suspensão de aparelhos
respiradores ou marca-passo, dietas por acesso central,
antibióticos e quimioterápicos.
⮚ Princípios dos Cuidados Paliativos
• Por outro lado, a distanásia busca manter a vida a qualquer custo,
lançando mão de todos os recursos disponíveis, não levando em
conta questões como qualidade de vida, desejo de escolha do
paciente ou familiares.
• A ortotanásia é o ato de cessar o uso de recursos que possam
prolongar a vida do paciente, quando não houver chance de
sobrevivência, desde que autorizado pela família e anotado no
prontuário. A ortotanásia tem a função de evitar a distanásia. Em
vez de prolongar artificialmente o processo de morte (distanásia),
deixa-se que este se desenvolva.
⮚ Princípios dos Cuidados Paliativos

• A mistanásia é um termo pouco utilizado, mas representa a


morte miserável, antes da hora, conhecida como eutanásia
social. Pode ocorrer em casos de omissão de socorro, erro
médico, negligência, imprudência e imperícia.
⮚ Princípios dos Cuidados Paliativos
⮚ Aspectos Psicológicos e Espirituais
• A doença, principalmente aquela que ameaça a continuidade da vida,
costuma trazer uma série de perdas, com as quais paciente e família
são obrigados a conviver, quase sempre sem estarem preparados.
• As perdas de autonomia, autoimagem, segurança, capacidade física,
respeito, sem falar das perdas concretas, materiais, como de
emprego, de poder aquisitivo e, consequentemente, de status social,
podem trazer angústia, depressão e desesperança, interferindo
objetivamente na evolução da doença, na intensidade e na
frequência dos sintomas, que podem apresentar maior dificuldade de
controle.
⮚ Aspectos Psicológicos e Espirituais

• A abordagem desses aspectos sob a ótica da psicologia se faz


fundamental.
• A novidade é a possibilidade de abordá-los também sob o ponto
de vista da espiritualidade, que se confunde e se sobrepõe
invariavelmente à questão religiosa
⮚ Suporte de vida ativa ao Paciente
• Não devemos nos esquecer de que qualidade de vida e bem-
estar implicam observância de vários aspectos da vida.
• Problemas sociais, dificuldades de acesso a serviços,
medicamentos e outros recursos podem ser também motivos de
sofrimento e devem ser incluídos entre os aspectos a serem
abordados pela equipe multiprofissional.
• Viver ativamente, e não simplesmente viver, remete-nos à
questão da sobrevida a qualquer custo, que esperamos
combater. É nosso dever e nossa responsabilidade sermos
facilitadores para a resolução dos problemas do nosso paciente.
⮚ Suporte de vida aos Familiares
• Nunca estamos completamente sós. O ser humano é por
natureza um ser gregário. Todo o núcleo familiar e social do
paciente também “adoece”.
• Segundo a Dra. Maria Helena Pereira Franco, “a unidade de
cuidados paciente-família se coloca como una e específica ao
mesmo tempo. A célula de identidade do ser humano é a
família, respeitadas todas as condições que fazem dela um
universo cultural próprio, muitas vezes distante ou até mesmo
alheio ao universo cultural dos profissionais da saúde”.
⮚ Suporte de vida aos Familiares

• A família, tanto a biológica como a adquirida (amigos, parceiros


etc.) pode e deve ser nossa parceira e colaboradora. Essas
pessoas conhecem melhor do que nós o paciente, suas
necessidades, suas peculiaridades, seus desejos e suas angústias,
muitas vezes não-verbalizados pelo próprio paciente. Da mesma
forma, essas pessoas também sofrem, e seu sofrimento deve ser
acolhido e paliado.
⮚ Melhora na qualidade de vida
• Com uma abordagem holística, observando o paciente como um
ser biográfico mais que um ser simplesmente biológico,
poderemos, respeitando seus desejos e suas necessidades,
melhorar o curso da doença e, segundo a experiência de vários
serviços de Cuidados Paliativos, também prolongar sua
sobrevida.
• Vivendo com qualidade, ou seja, sendo respeitado, tendo seus
sintomas impecavelmente controlados, seus desejos e suas
necessidades atendidas, podendo conviver com seus familiares e
resgatando pendências, com certeza nossos pacientes também
viverão mais.
⮚ Iniciar precocemente o Cuidado Paliativo
• Pela própria definição de Cuidados Paliativos da OMS, esses
devem ser iniciados desde o diagnóstico da doença
potencialmente mortal.
• Dessa forma, iremos cuidar do paciente em diferentes momentos
da evolução da sua doença, portanto não devemos privá-lo dos
recursos diagnósticos e terapêuticos que o conhecimento médico
pode oferecer.
• Devemos utilizá-los de forma hierarquizada, levando em
consideração os benefícios que podem trazer e os malefícios que
devem ser evitados.
⮚ Iniciar precocemente o Cuidado Paliativo
• Uma abordagem precoce também permite a prevenção dos
sintomas e de complicações inerentes à doença de base, além de
propiciar diagnóstico e tratamento adequados de enfermidades
que possam cursar paralelamente à doença principal.
• Uma boa avaliação embasada nos exames necessários, além da
definição da performance do paciente, é indispensável para a
elaboração de um plano integral de cuidados, adequado a cada
caso e adaptado a cada momento da evolução da doença.
⮚ O Cuidado Paliativo no Brasil
• O Cuidado Paliativo no Brasil teve seu início na década de
1980 e conheceu um crescimento significativo a partir do
ano 2000, com a consolidação dos serviços já existentes e
pioneiros e a criação de outros não menos importantes.
• Hoje já somos mais de 40 iniciativas em todo o Brasil.
Ainda é pouco, levando-se em consideração a extensão
geográfica e as necessidades do nosso país.
⮚ O Cuidado Paliativo no Brasil
• Assim, será maior a nossa responsabilidade em firmarmos
um compromisso para, unidos num único propósito,
ajudarmos a construir um futuro promissor para os
Cuidados Paliativos, a fim de que um dia, não muito
distante, todo cidadão brasileiro possa se beneficiar dessa
boa prática.
Até a Próxima Aula...

Prof. Esp. Jomar Costa


Sobral - 2022

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